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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CAMPUS DE APLMEIRA DAS MISSÕES DISCIPLINA DE POLÍTICA E PLANEJAMENTO ECONÔMICO Professor Fernando Krauzer Atividade à distância desenvolvida com base nas Instruções Normativas nº02/2020 e nº03/2020 e respaldada pelo Colegiado de Curso de Ciência Econômica de Palmeira das Missões, devido às externalidades do Coronavírus Covid-19. Data: 27/03/2020 Aula em questão: Aula 3 – Ideias e Propostas de Política Econômica Bibliografia básica: Brue, S. (2006) História do Pensamento Econômico. (Capítulo 21 e 22) São Paulo: Editora Thompson Instruções: Com base nos materiais dedicados às aulas de hoje (slides, bibliografia básica e considerações de aula do professor), solicita-se que os alunos desempenhem a seguinte atividade: 1. Escrever uma resenha dos capítulos 21 e 22 da supracitada obra, atentando aos seus pontos principais e destacando os argumentos do autor ao longo de suas reflexões. Por favor, respeitem os seguintes pontos: A resenha deve ter no mínimo uma página e no máximo três páginas; deverá ser utilizado a fonte Times New Roman tamanho 12; espaçamento entre linhas de 1,5 e margens simples. Além da resenha solicitada na atividade acima, também é requerido que o aluno responda as questões elencadas abaixo (utilize todos os recursos disponibilizados, isso facilitará): 1. Qual a relação entre a teoria keynesiana e o desemprego? Quando a demanda não é suficiente, as empresas prescindem de trabalhadores, gerando desemprego. Os defensores de Keynes não aceitam a teoria neoclássica de salários mais baixos para reduzir o desemprego, mas sim acreditam que estes são fixados independentemente do volume. 2. Apresente a álgebra simples keynesiana e seus componentes. Álgebra simples Keynesiana: Y = C + I + G + (X –M) Y = Produto C = Consumo I = Investimentos G = Gastos do governo (X –M) = Exportações líquidas 17 3. Qual a proposta do modelo IS-LM após as contribuições de Keynes? –A política fiscal desloca a curva IS •A eficiência da política fiscal dependerá da elasticidade da curva LM. Se ela for altamente elástica, um deslocamento da curva IS para a direita elevará a renda sem provocar um aumento substancial na taxa de juro. –A política monetária desloca a curva LM •A eficiência do aumento na oferta de moeda no aumento da renda dependerá: –Da extensão da queda da taxa de juro. –Da elasticidade da demanda por investimento. 4. O que indica o equilíbrio IS-LM? O equilíbrio entre a taxa de juro e o nível de renda é determinado onde ocorre a interseção das curvas IS e LM. Essa é a única combinação entre juros e renda em que há um equilíbrio tanto no mercado de bens quanto no mercado monetário 5. Explique em que consiste uma política fiscal. A política fiscal diz respeito à administração das receitas e gastos de um país. Assim como pessoas comuns, o governo tem receitas e despesas. Dessa forma, ele precisa administrá-las de forma a apresentar um bom controle das receitas e gastos. 6. Há relação entre a existência de política fiscal expansionista e elevação no endividamento do governo? Sim. Pois o governo eleva seus gastos e consequentemente eleva o endividamento público. 7. Em que consiste a política monetária? A política monetária de um país é um modo de controlar a oferta de dinheiro em circulação e, com isso, estimular ou desestimular a economia. Ou seja, todas as medidas adotadas para tais objetivos visam o controle de juros e taxas que incidem sobre a inflação. 8. Quais as semelhanças entre política monetária e política fiscal A política monetária pode estar promovendo o crescimento econômico por meio de taxas de juros baixas, mas a política fiscal pode estar restringindo o crescimento por meio de impostos mais altos e redução da despesa pública – e estes esforços podem acabar se anulando mutuamente. Considerações de Aula do Professor: Uma vez que em nossas atividades anteriores estávamos voltados a compreensão do processo histórico do planejamento econômico, agora parece prudente que voltemos nossas atenções a compreensão dos processos pelo qual o planejamento e a política econômica atuam. Possivelmente, para que possamos lograr êxito neste nosso objetivo, esta aula terá uma série de sobreposições com outras disciplinas do curso, como por exemplo, macroeconomia e história do pensamento econômico. Pudemos observar que a política e o planejamento econômico estão diretamente associados ao papel do Estado. Ou seja, planejar e promover políticas econômicas repousa sobre a tutela do governo em promover o sistema econômico e seus indicadores correlatos. Para tal, o objetivo mais genérico atribuível ao governo no processo de planejamento econômico é o atingimento do estado de bem-estar social que, em outas palavras, reside na ideia de promoção ao desenvolvimento econômico. Conforme já deve ser de senso comum entre vocês, o desenvolvimento econômico diferencia-se do simples crescimento econômico por atentar à multidimensionalidade dos fatores associados ao bem-estar humano. Afinal, para que haja verdadeiro e fidedigno processo de desenvolvimento, são necessárias atenções a critérios de qualidade de vida que superam as linhas econômicas, como por exemplo, de liberdade política, acesso a saúde, felicidade, etc. Tal assunto tem como um de seus principais mentores o Nobel Amartya Sen, que destaca exatamente a característica multifacetada do desenvolvimento e, consequentemente do subdesenvolvimento. Sendo assim, a tratativa do assunto carece de um olhar abrangente e de atuações diversas. Uma vez identificado o papel do desenvolvimento econômico como o viabilizador de ganhos em qualidade de vida de uma população, temos a missão de compreender os mecanismos pelos quais o Estado (agente de transformação do planejamento) pode e comumente atua. Do ponto de vista político, a tomada de decisão do Estado está composta pelo campo fiscal e monetário. Sendo que o campo fiscal destaca-se por representar a atuação direta do estado, seja na aplicação de dinheiro público finalidades diretas ou na remissão de tributos e criação de subsídios. Enquanto o campo monetário diz respeito especificamente ao estoque monetário do país e seus impactos no sistema de crédito e na liquidez do sistema econômico. Retomando as ideias econômicas em buscar de suas ascensões, tais ideias mostram-se bastante antigas, sendo vislumbradas já pelo modelo clássico da macroeconomia, ainda que com prognósticos não positivos. Somente durante a crise de 1929 e a intensificação da crise de 1930 é que tais ideias ganham força e escopo do ponto de vista acadêmico. Durante tal período uma série de autores ganham destaques, dentre eles John Maynard Keynes. A ideias de Keynes repousam na prerrogativa da imperatividade do papel do Estado no sistema econômico. Afinal, segundo o autor, o sistema capitalista seria inerentemente instável e demandante de ajustes e direcionamentos. Desse modo, caberia ao Estado, a instituição de maior força e respaldo à fornecer os ajustes e direcionamentos demandados pelo sistema econômico. Deve-se frisar que dentro desta narrativa havia o forte histórico de crise e recessão vividos pelo período. Sendo assim, as ações preconizadas por Keynes voltavam-se justamente à maior atuação do governo através de políticas fiscais ativas, favorecendo o movimento anticíclico do sistema capitalista. Desse modo, podemos observar que Keynes tem o papel fundamental na formalização e teorização das atuações do Estado no sistema econômico. Justamente com base em tais teorizações que surge o arcabouço teórico que hoje nos auxilia no entendimento das políticas e planejamentos econômicos. Porém, em sua maioria, quando se fala em perspectivas tradicionais da econômica, Keynes pode vir a sofrer certa negligência. Tal negligência seriafruto daquilo que comporia a interpretação neoclássica de suas teorizações, o hoje conhecido modelo IS-LM. As ideias de intervenção econômica ainda persistem no supracitado modelo, ainda que as interpretações keynesianas fiquem obscurecidas por prerrogativas não expressadas pelas ideias originais do autor. Em suma, nosso ponto aqui em entender Keynes e seus desdobramentos, é observar a usabilidade das mensurações macroeconômicas e, principalmente, observar suas respostas frente a novas políticas e planejamentos econômicos. Afinal, conforme deve ser já de conhecimento geral por parte de vocês, com base nos conhecimentos da disciplina de macroeconomia, tanto o modelo keynesiano clássico quanto as suas atualizações no modelo IS-LM nos permite a observação dos desdobramentos de políticas fiscais e monetárias. Sendo assim, observar ao papel do Estado lastreado pela sua capacidade de atuação do ponto de vista teórico, acrescidos do ferramental macroeconômico, temos a viabilidade de vislumbrar os efeitos e econômicos de tal perspectiva. Sugiro que façam o exercício de reflexão sobre as políticas expansionistas e contracionistas dentro do modelo IS-LM e como isso poderia estar associado a políticas econômicas ou a planejamento econômicos por parte do Estado. Note: se o país estiver passando por uma recessão e tem inflação dentro de patamares baixos, quais poderiam ser os mecanismos de política econômica por parte do Estado? E em caso contrário, em um país de crescimento acelerado e inflação ascendente, quais poderiam ser os mecanismos desempenhados pelo Estado? Se extrapolarmos as ideias intervencionistas dentro daquilo que comporia as estratégias de longo prazo, podemos também vislumbrar alguns desencadeamentos lógicos. Por exemplo, imaginem a proposta industrializante dos desenvolvimentistas da primeira metade do século XX e seus impactos em termos fiscais e monetários. Como poderiam ser feitas as leituras do papel do Estado durante aquele período? Exatamente com estas perspectivas em mente, que as inquietações desta aula são baseadas. Desse modo, compreender o papel das contribuições de Keynes e os desencadeamentos posteriores ao autor faz-se imprescindível. Com isso em mente, são direcionados os tópicos da aula de hoje e suas respectivas atividades. Durante a leitura e reflexão, sugiro que constantemente ponderem os impactos de diferentes medidas econômicas observadas nas aulas anteriores, em termos de desencadeamentos macroeconômicos baseados em Keynes e no modelo IS-LM.
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