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WL RESUMOS RESIDÊNCIA MÉDICA PREVENTIVA 1 OS INDICADORES DE SAÚDE Não é possível medir saúde, pois é muito subjetivo. O possível é notificar doenças e morte. A morte é possível medir pela declaração de óbito, registrado no SIM (Sistema de Informação de Mortalidade). Os indicadores podem ser em valores absolutos ou valores relativos. O número não importa tanto, então o valor relativo é mais importante, através do coeficiente ou, então, de um índice. Coeficiente → avalia um risco Numerador =/= (diferente do) denominador Nº óbitos em > de 50 anos / População > 50 anos · Qual o coeficiente de mortalidade infantil...? Índice → avalia uma proporção Numerador = denominador Nº óbitos em > 50 anos / Nº total de óbitos · Qual o índice de mortalidade infantil...? COEFICIENTE (ou taxa) 1. Morbidade: risco da população adoecer 2. Mortalidade: risco da população morrer (olha pessoas sadias e doentes) 3. Letalidade: risco do doente morrer (olha apenas os doentes, é uma mortalidade “purificada”) MORBIDADE Nº casos Nº casos novos População População COEF. PREVALÊNCIA COEF. INCIDÊNCIA (Coeficiente de ataque) Quanto mais casos de uma doença na população, maior o risco Quando se pensa em prevalência, pensa no balde onde vai sendo colocado os casos. O que pode aumentar a prevalência? O surgimento de casos novos. Se aumenta a incidência, aumenta os casos totais, a prevalência. O que pode diminuir a prevalência? Emigração, morte ou cura da doença. PROVA! Um tratamento/droga que não cura, mas apenas melhora a doença, como antihipertensivos e antidiabéticos, acaba AUMENTANDO a prevalência. A prevalência é maior que a incidência; porém a incidência pode ser maior que a prevalência. O melhor exemplo é o Ebola, que tem alta incidência e baixa prevalência, porque o paciente adquire o vírus e morre. · A variável principal é a DURAÇÃO! · P = I x D; onde P (prevalência), I (incidência), D (duração). Duração longa, prevalência alta; duração curta, prevalência baixa · Para doenças agudas, o melhor é avaliar pela incidência, porque a doença vem e vai embora logo. · Para doenças crônicas, é melhor avaliar a prevalência. MORTALIDADE Nº de óbitos População (exposta ao risco) Apenas população de determinada idade pode morrer. Exemplo, eu não tenho risco de morrer com menos de 1 ano de idade porque tenho mais que 1 ano de idade. Coeficiente de mortalidade geral (“Aspone” – não serve para nada) População em 2016: 206.081.432 Óbitos em 2016: 1.259.157 Dividindo óbitos por população, resultado = 0,00611 Para dar maior noção, multiplicar por 1000; teremos então risco de 6,11 em 1000 hab (6,11/1000 hab). Esse conceito não serve para comparar regiões diferentes, pois possuem estrutura etária diferente. A Noruega tem mais idosos e tem risco maior de morte (18 em 1000 hab), não sendo então pior que o Brasil, pode até ser melhor. Para comparar: padronização da idade! Usar um coeficiente padronizado para a idade. · É necessário saber quem são os 6,11 que morreram no Brasil, para saber se isso é bom ou ruim. Logo, esse coeficiente não avalia qualidade de vida em um país. Se foram jovens é ruim, se foram idosos, é bom. Mortalidade específica: · Por causa: Materna - pela gravidez, parto e puerpério (42 dias pós parto) Nº óbitos por causas maternas Nº de nascidos vivos · O censo conta a população a cada 10 anos, e não dá para saber quantas gestantes existem nem o número de pré-natais, porque algumas não fazem e outras fazem no particular. Sobra o nº de nascidos vivos, pois há declaração de nascimento. · Os natimortos contrabalanceiam os gemelares! · Causas de morte materna: direta (sem doença prévia, foi a gravidez que matou a mulher, como eclampsia, DPP, infecção puerperal), indireta (existia doença prévia e foi piorada pela gravidez, parto ou puerpério, como cardiopatia – estenose mitral). Mulheres jovens geralmente engravidam, então causas diretas são mais comuns, pois mulheres jovens são sadias. Morte acidental ou violenta não entram nesse conceito, é causa externa. · Causas mais comuns (diretas): hipertensão, hemorragia e infecção. · Mortes por causa materna são de notificação compulsória! · Por idade: Infantil (excelente indicador do nível de vida) Coeficiente de morte neonatal Nº óbitos < 1 ano Nº de nascidos vivos · Morte neonatal precoce e tardia (nasce viva e morre) · Precoce: até 7 dias · Tardia: entre 7 e 28 dias · Morte pós-neonatal (infantil tardia): 28 dias até 1 ano · Natimortos (nasceu morta) · Perinatal (após 22sem de gestação e 7 dias de vida) · Notificação compulsória também! A mortalidade infantil perinatal é feita pelo: A mortalidade de natimortos é feita pelo: Natimortos (> 22sem) + < 7 dias Natimortos_______ Nº nascidos (vivos + mortos) Nº nascidos (vivos + mortos) A mortalidade infantil neonatal é feita pelo: A mortalidade infantil pós neonatal é feita pelo: No óbitos < 28 dias No de óbitos 28 dias até 1 ano No de nascidos vivos No de nascidos vivos A mortalidade perinatal avalia o parto e o RN; a mortalidade de natimortos avalia o obstetra... a neonatal avalia o pediatra! A mortalidade pós-neonatal avalia o meio ambiente que a criança vive (qualidade de vida que o país proporciona). · A maioria das crianças morria no PÓS-NEONATAL, geralmente por INFECÇÃO, antigamente. · Atualmente, a maioria morre no NEONATAL, mais da metade morrendo na primeira semana de vida. · A causa mais comum de morte infantil no Brasil são as causas perinatais. A segunda maior causa são as afecções congênitas. Logo, são mortes difíceis de manipular, reduzir. · Algo aconteceu no parto que levou o RN à morte (circular de cordão que faz encefalopatia isquêmica, membrana hialiana) ou então o RN nasceu com microcefalia, p. ex. LETALIDADE Avalia gravidade de uma doença para levar pessoa acometida a morrer. A raiva é 100%, por isso se faz profilaxia. Nº óbitos Nº doentes ÍNDICES Mortalidade Proporcional É dada pelo nº de óbitos por idade ou causas / N° total de óbitos. Proporção de Morte por Idade Índice de Swaroop-Uemura (ISU) – Excelente indicador do nível de vida Nº de óbitos > 50 anos Nº total de óbitos · Quanto mais alto o ISU, melhor é o país, pois apenas idosos “devem” morrer. · 1o nível > 75% óbitos são acima dos 50 anos: países desenvolvidos · 2o nível 50 a 74% · 3o nível 25 a 49% · 4o nível < 25% óbitos são acima dos 50 anos: países subdesenvolvidos · O Brasil tem ISU de 78%! Primeiro nível! A região sul de 82% Curva de Nelson Moraes · É dada pelo nº de óbitos por idade / Nº total de óbitos. · Dividiu em 5 faixas etárias (<1 ano, 1 aos 4, 5-19, 20-49 e > 50 anos). NLUJ · Tipo I: nível de saúde muito baixo (curva em N). Óbitos em adultos jovens. · Tipo II: nível de saúde baixo (L ou J invertido). Óbitos em crianças. · Tipo III: nível de saúde regular (em U ou em V). · Tipo IV: nível de saúde elevado (em J). Brasil está próximo desta curva Proporção de Morte por Causas Foi usado a ideia do CID, que trata as doenças em grupos (doenças circulatórias, respiratórias, etc...). · O grupo que mais mata no Brasil é o circulatório, seguido por neoplasias e por fim as causas externas. · 1º - Circulatório: cardio e cerebrovasculares · 2º - Neoplasias · 3º - Causas externas · 4º – Respiratório · Atenção para Norte e Nordeste, onde as causas externas e sociais ficam em segundo lugar. · Gênero faz diferença: homens expõem-se mais a causas externas, ficando em segundo lugar. · Homens: Cir – CEx · Mulheres: Cir – Ca – Resp – CEx · Normal: Cir – Ca - CEx · As causas desconhecidas (5,8%) ocorrem por má assistência à saúde, mau preenchimento da declaração de óbito pelos médicos. · Dentre as mortes por causas externas, os homens morrem mais por agressão e homicídio, enquanto as mulheres por acidentes. Entre menores de 1 anos, as infecções perinatais são as que mais matam, seguido por malformações congênitas e por fim as causas respiratórias. Do 1º ao 40º anode idade, no Brasil, o que mais mata são as causas externas. Como está o Brasil? Transição demográfica: queda da taxa de fecundidade é o principal determinante da transição demográfica no Brasil! Além disto, há queda da mortalidade e aumento da expectativa de vida e do índice de envelhecimento. Taxa de fecundidade no Brasil = 1,77. Para se manter, um pais precisa de um índice de 2 (2,1 pelas possíveis perdas) No Brasil temos em torno de 45 idosos para 100 jovens, em média. Tx Fecundidade = Nº nascidos vivos Índ Env = Idosos (>=60 anos) Nº mulheres em idade fértil Jovens (=< 15 anos) Está ocorrendo um estreitamento da base e alargamento do ápice da pirâmica etária (pêra maçã). Transição epidemiológica: “substituição pelas doenças transmissíveis pelas não transmissíveis (crônicas e causas externas. O Brasil ainda tem uma tripla carga de doenças, com as doenças crônicas e externas que vem aumentando e a terceira carga de infecções (chega a quase 2 milhões de casos novos de dengue ao ano, p.ex.).
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