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Histologia da Orelha

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Prévia do material em texto

Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
1 BBPM IV – HISTOLOGIA 
Histologia da Orelha 
ESTRUTURAS DA ORELHA 
A orelha externa é formada pelo pavilhão auricular e o 
meato acústico externo. Tem como função receber ou 
captar as ondas sonoras do ambiente. 
A orelha média é formada pela cavidade timpânica, 
ossículos e tuba auditiva. A membrana timpânica está bem 
no limite entre a orelha externa e orelha média. As 
principais funções da orelha média são transformar as 
ondas sonoras em vibrações mecânicas, através da 
associação dos ossículos com a membrana timpânica e 
com a janela oval e transmitir essas vibrações para a orelha 
interna. 
A orelha interna é formada pelo labirinto ósseo e 
membranoso. Ela capta as vibrações mecânicas que a 
orelha média transfere e essas vibrações estimulam 
receptores específicos, que desencadeiam um potencial de 
ação que vai sofrer transdução até o SNC para ser 
interpretado como som. 
Nas regiões vestibulares, há estruturas especializadas para 
o sentido do equilíbrio. 
 
 
ORELHA EXTERNA 
 
PAVILHÃO AURICULAR / DA ORELHA 
Essa região é derivada dos 1º e 2º arcos faríngeos. É 
revestida externamente de ectoderma e tem o centro de 
proliferação mesenquimal. 
Possui formato irregular, característico de cada pessoa. 
É sustentada por cartilagem elástica (derivado 
mesenquimal) e recoberta por pele fina (derivado 
ectodérmico). A cartilagem elástica possui condrócitos e 
matriz rica em fibras elásticas e fibrilas de colágeno tipo II. 
A pele fina é um epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado, com glândulas sebáceas, sudoríparas e 
folículos pilosos. 
 
 
 
 
MEATO ACÚSTICO EXTERNO 
O 1/3 mais externo é sustentado por cartilagem elástica 
que é continua com a cartilagem do pavilhão auricular. 
Os 2/3 mais internos é sustentado pelo osso temporal. 
Tanto a cartilagem mais externa, quanto o osso temporal 
são derivados mesenquimais. 
O meato acústico externo é revestido também por pele 
fina (derivado ectodérmico do 1º sulco faríngeo), 
semelhante a pele que reveste o pavilhão auricular. Uma 
diferença é que nesse revestimento há uma riqueza de 
glândulas sebáceas. Há glândulas sudoríparas modificadas 
chamadas de glândulas ceruminosas. A mistura de lipídios 
das glândulas sebáceas e ceruminosas forma o cerúmen 
que fica associado a folículos pilosos. Essa associação 
impede a entrada de grandes partículas no canal do meato 
acústico externo. 
A seta amarela, na imagem, indica o acumulo de cerúmen 
devido a secreção de 
glândulas sebáceas e 
ceruminosas. Essa 
secreção juntamente com 
os pelos (pelos meatais), 
dificultam/impedem a 
entrada de partículas 
estranhas na orelha. Logo, 
servem como proteção. O excesso desse cerúmen leva a 
obstrução do meato, levando a uma perda auditiva de 
condução, já que oblitera a passagem da onda sonora. Por 
isso, deve-se higienizar esse local. Durante o processo de 
limpeza, pode ocorrer lesão da membrana timpânica com 
o uso de cotonete e por isso, deve ocorrer com cuidado. 
 
MEMBRANA TIMPÂNICA 
A membrana timpânica tem os três derivados fazendo 
parte da sua composição. Ela se desenvolve entre o 1º 
sulco e a 1ª bolsa faríngea. Delimitada externamente por 
ectoderma, internamente por endoderma e tem o centro 
de mesênquima. 
A face externa é revestida por epiderme delgada (também 
derivado ectodérmico), que é continuação da epiderme 
que reveste o meato acústico. 
A face interna, voltada para a orelha média, é revestida por 
epitélio que varia entre simples pavimentoso a simples 
cúbico (derivado endodérmico). 
A camada intermédiaria é formada por fibroblastos, fibras 
colágenas e elásticas (derivado mesenquimal). 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
2 BBPM IV – HISTOLOGIA 
RESUMO 
 
Na próxima imagem, tem-se um corte histológico, 
mostrando as estruturas do meato acústico externo. Pode-
se observar o epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado. Como a pele é fina, a quantidade de 
queratina é bem pequena (linha em rosa mais escuro na 
parte de cima do epitélio). Também é possível visualizar o 
cerúmen (C) depositado no lúmen, folículo piloso (F) , 
glândula sebácea (SG) e glândula ceruminosa (CG). 
Na imagem em azul, tem-se outro corte histológico de 
meato acústico externo, com cartilagem elástica 
externamente dando sustentação e a pele logo abaixo da 
camada de cartilagem. No maior aumento, é possível ver 
as glândulas que produzem o cerúmen e folículos pilosos 
com a sua base na derme e sua abertura na superfície da 
pele. 
 
Na próxima imagem, é possível ver o limite entre orelha 
externa e a orelha média, delimitado pela membrana 
timpânica. É possível ainda visualizar que a porção final do 
meato acústico externo 
sendo sustentado pelo 
tecido ósseo do osso 
temporal e a cavidade 
timpânica que já faz 
parte da orelha média. 
 
ORELHA MÉDIA 
Na orelha média, estão a cavidade timpânica (ossículos – 
martelo, bigorna e estribo) e a tuba auditiva. Os ossículos 
são extremamente importantes para transformar a onda 
sonora em estímulos mecânicos que serão levados até a 
orelha interna. 
A orelha média é derivada da 1ª bolsa faríngea. A cavidade 
timpânica e a tuba auditiva são derivados endodérmicos. 
Já os ossículos são derivados mesenquimais. 
A cavidade timpânica e a tuba adutiva são formadas por 
epitélio simples que pode variar de pavimentoso a cúbico, 
com uma lâmina própria aderida ao periósteo do osso 
temporal. 
A porção anterior dessa região se comunica com a faringe. 
A tuba auditiva abre em direção a faringe e nessa região de 
comunicação, o epitélio muda: passa de epitélio simples 
pavimentoso ou levemente cúbico para epitélio 
pseudoestratificado cilíndrico ciliado (característico de 
epitélio respiratório). Essa comunicação é importante 
porque faz a equalização de pressão, principalmente na 
mastigação e na deglutição. 
Na porção média, há presença de membranas 
conjutivoepitelial, isto é, epitélio sustentado por tecido 
conjuntivo. São duas estruturas membranosas que 
separam a orelha média da orelha interna: janela oval/ do 
vestíbulo (se associa ao estribo) e a janela redonda/ da 
cóclea. 
O mesênquima dos 1º e 2º arcos faríngeos vão originar os 
ossículos e músculos da orelha. 
Os ossículos (martelo, bigorna e estribo) se associam e se 
articulam 
entre si por 
articulações 
sinoviais. 
Logo, eles 
possuem 
movimento. 
A onda 
sonora 
chega no 
meato 
acústico e passa para a membrana timpânica. Essa 
vibração é direcionada para os ossículos que vibram e 
transmitem para a janela oval. A perlinfa recebe essas 
vibrações e que são transmitidas para células especiais, o 
que levará a percepção de som e equilíbrio. 
Os ossículos são revestidos por epitélio simples 
pavimentoso (derivado endodérmico). O epitélio que 
delimita a 1ª bolsa faríngea que forma a cavidade 
timpânica, envolve e abraça esses ossículos. Por isso, são 
ossos revestidos por epitélio. 
Os músculos, como tensor do tímpano (se associa ao 
martelo) e estapédio (se associa ao estribo), são 
importantes porque sua contração, deixa a articulação 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
3 BBPM IV – HISTOLOGIA 
entre eles mais rígida e a transdução de sinais para a orelha 
interna fica menor. Isso é importante porque serve de 
proteção contra efeitos prejudicais que sons muito alto 
podem causar. Esse processo é conhecido como reflexo de 
atenuação. 
O martelo tem intima associação com a membrana 
timpânica e por isso, com o otoscópio é possível visualizar 
a membrana timpânica com algumas impressões do 
martelo, 
como na 
imagem ao 
lado. Danos 
na 
membrana 
timpânica 
podem causar comprometimento auditivo transitório 
(lesão pequena) ou permanente (lesão grande). 
Na foto histológica abaixo, é possível visualizar o meato 
acústico externo revestido por epitélio/pele fina e 
sustentada por tecido ósseo e a cavidade timpânica.Separando as duas estruturas está a membrana timpânica. 
No aumento da membrana timpânica, é possível ver os três 
componentes: 
1. EEP: epitélio estratificado pavimentoso (derivado 
ectodérmico) voltado para o meato acústico externo 
2. ESC: epitélio simples que varia de pavimentoso a 
cúbico (derivado endodérmico) voltado para a 
cavidade timpânica 
3. TC: tecido conjuntivo (derivado mesenquimal) ao 
centro que possui fibroblasto, fibras elásticas e 
colágenas que dão sustentação para a membrana 
timpânica 
Na próxima imagem, é possível observar o meato acústico 
externo, membrana timpânica (MP), cavidade timpânica 
(CT) e um pequeno pedaço do martelo (M) e da bigorna 
(B). 
A seta indica a região onde estaria a janela oval, local de 
transmissão das ondas mecânicas. 
Na imagem há ainda, vestíbulo (V), cóclea (C), nervo 
vestibulococlear (N), canal semicircular lateral (CSL), áreas 
mastoideas (CA) e nervo facial (F). 
 
Existe uma patologia de orelha média denominada 
otosclerose que atinge 0,5 – 1% da população mundial, 
entre 20 e 45 anos de idade. É caracterizada pela perda 
progressiva da audição. É uma doença óssea metabólica 
em que os ossos sofrem remodelagem anormal, afeta o 
osso temporal e os ossículos da orelha, deixando-os mais 
rígido. Com isso, deixam de fazer a transmissão de vibração 
para a perlinfa de forma adequada. Logo, ocorre perda 
auditiva de condução. 
Existem tratamentos farmacológicos e cirurgias para 
colocação de próteses, com 90% de sucesso. 
 
ORELHA INTERNA 
Nessa região há o labirinto ósseo e o labirinto 
membranoso que possui estruturas sensoriais. 
O labirinto membranoso é derivado do ectoderma de 
superfície que formou a vesícula auditiva, que se diferencia 
em ductos semicirculares, utrículo e sáculo e ducto coclear. 
Ao redor dessa estrutura, ocorre ossificação de 
mesênquima que forma labirinto ósseo, isto é, vestíbulo, 
canais semicirculares e cóclea. 
O espaço entre os dois labirintos é preenchido por perilinfa 
(azul claro no centro da figura). E o labirinto membranoso 
é preenchido por endolinfa. 
 
No labirinto membranoso há estruturas sensoriais. No 
utrículo e sáculo, há máculas que detectam movimentos 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
4 BBPM IV – HISTOLOGIA 
lineares da cabeça. Nos ductos semicirculares, há regiões 
mais dilatadas que são denominadas ampolas, onde há 
cristas ampulares que detectam movimento de rotação da 
cabeça. No ducto coclear, há o orgão espiral/ de Corti que 
é responsável pela audição, ou seja, detecta o som. 
O labirinto ósseo é basicamente o osso temporal e reveste 
toda a estrutura membranosa, dando suporte para o 
labirinto membranoso. 
O labirinto membranoso é formado pelos ductos 
semicirculares, utrículo, sáculo, ducto e saco endolinfáticos 
e ducto coclear e são delimitados por um epitélio simples 
pavimentoso a cúbico, associado a tecido conjuntivo de 
suporte. 
Na lâmina ao lado está 
corado em roxo o tecido 
ósseo. A luz com LM 
dentro é o labirinto 
membranoso, 
delimitado pelo epitélio 
simples pavimentoso. O 
labirinto ósseo (LO) é o 
espaço entre o osso que 
protege estruturas da 
membrana interna e o 
labirinto membranoso. É 
como se o labirinto membranoso estivesse suspenso 
dentro do labirinto ósseo e entre eles está cheio de 
perilinfa. Dentro do labirinto membranoso está cheio de 
endolinfa. Já o labirinto ósseo é preenchido por perilinfa e 
revestido por endósteo. 
Labirinto ósseo é 
como se fosse uma 
“casca” que 
protege a orelha 
interna, formado 
por canais 
semicirculares, 
vestíbulo e cóclea. 
O labirinto 
membranoso fica 
acomodado dentro 
do labirinto ósseo e é formado pelos ductos 
semicirculares, utrículo e sáculo (na região vestibular) e 
ducto coclear. 
Existem faixas de tecido conjuntivo, que partem do 
endósteo do labirinto ósseo em direção ao labirinto 
membranoso, que fazem ancoragem (mantem o labirinto 
membranoso suspenso) e nutrição do labirinto 
membranoso (partem vasos sanguíneos desse tecido). 
Separando o labirinto ósseo do labirinto membranoso, há 
perilinfa. E dentro do labirinto membranoso, há endolinfa. 
As regiões sensitivas da orelha interna são formadas por 
uma associação de células pilosas, denominadas assim 
porque possuem projeções na região apical, e células de 
sustentação. A macula do utrículo e do sáculo e o orgão de 
Corti são também regiões sensoriais. 
 
SÁCULO E UTRÍCULO 
O labirinto membranoso é delimitado por epitélio simples 
que varia de pavimentoso a cúbico. Entretanto, nas 
regiões sensitivas (cristas ampulares, maculas e órgão de 
Corti) há um epitélio colunar estratificado que tem células 
sensoriais especificas. 
Nas regiões de sáculo e utrículo, há epitélio simples 
pavimentoso a cúbico internamente, associado a tecido 
conjuntivo vascular externo que faz a ligação entre os 
labirintos. 
Em algumas regiões estão as máculas: mácula do sáculo 
(detecta aceleração linear vertical) e mácula do utrículo 
(detecta 
aceleração linear 
horizontal). Nessas 
regiões o epitélio 
deixa de ser 
simples 
pavimentoso e 
passa a ter células 
especificas 
sensitivas, ou seja, 
passa a ser 
formado por neuroepitélio colunar especializado. 
Há dois tipos celulares principais: 
1. Células sensoriais/células pilosas: 
→ possuem projeções citoplasmáticas na região apical, 
isto é, estereocílios e um único cílio (mais alto, 
também chamado de cinetocílio/quinocílio). O cílio 
tem movimento porque tem o centro com 
microtúbulos organizados em axonema, associado a 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
5 BBPM IV – HISTOLOGIA 
dineína. Já os estereocílios tem o centro de actina e por 
isso, não tem movimento. 
→ Podem ter formato 
de cálice, com base 
arredondada e ápice 
estreito, são 
conhecidas como 
células pilosas do 
tipo I (esquerda na 
imagem) e são 
envoltas por uma 
terminação aferente 
(camada mais 
amarela ao redor da 
célula), pode ocorrer modulação por fibra eferente 
também. Ou podem ser cilíndricas, formato mais fino, 
chamada de célula pilosa do tipo II (direita da imagem) 
e as terminações nervosas aferentes e eferentes 
terminam em regiões chamadas de botões (parte 
inferior da célula em amarelo) 
→ São envoltas por terminações nervosas aferentes e 
eferentes da porção vestibular do nervo 
vestibulococlear 
2. Células de sustentação: 
→ Essas células dão sustentação, isolamento elétrico e 
condições favoráveis para que as células sensoriais 
possam desempenhar seu papel 
→ São células cilíndricas com o núcleo basal e possuem 
alguns microvilos apicais 
→ Desenvolvem complexos juncionais entre as células de 
sustentação e entre sustentação e pilosas para manter 
a integridade do epitélio 
 
OBS: as células de sustentação descansam sobre a lâmina 
basal, já as células pilosas não tocam essa lâmina. 
Recobrindo a superfície apical desse conjunto de células, 
há uma substancia gelatinosa, rica em glicoproteínas e 
proteoglicanos, chamada de membrana otolítica. 
Imersos nessa camada gelatinosa, há cristais de carbonato 
de cálcio chamados otólitos/estatocônicos. Quando 
ocorre movimentação da cabeça, a endolinfa também se 
movimenta, movimentando a membrana otolítica e os 
otólitos. Isso promove tensão na membrana otolítica, 
deformando as projeções das células sensoriais, o que 
desencadeia excitação dos receptores e produção do 
potencial de ação que será transmitido para o nervo 
vestibular e SNC. 
 
Na próxima imagem, tem-se uma microscopia eletrônica 
de varredura que mostra o cílio (mais longo - C) e os 
estereocílios (E). No corte transversal, é possível visualizar 
a organização dos microtúbulos do cílio (pontinhos mais 
escuros dentro da circunferência C) 
 
Os estereocílios são associados ao cílios por uma “ponte”, 
os tip links. De forma que se uma estrutura se inclinar, a 
movimentação é transmitida. 
 
RESUMOIsabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
6 BBPM IV – HISTOLOGIA 
Quando ocorre movimentação da cabeça, a endolinfa faz 
movimentação dos otólitos através da membrana otolítica. 
Isso promove variação de tensão e movimentação das 
projeções apicais. No caso da imagem à esquerda, com a 
movimentação ocorrendo para a direita, como 
estereocílios estão ligados por pontes entre si e com o 
cinetocílio, ocorre deformação dos estereocílios em 
direção ao cinetocílio, abrindo canais de potássio. O 
potássio entra na célula, causando despolarização e um 
influxo de cálcio, o que leva a exocitose de 
neurotransmissores para axônios aferentes, levando a 
informação para o SNC. 
Se ocorrer uma deformação mecânica contra o cinetocílio 
(imagem à direita), os canais de potássio são fechados, 
ocorre hiperpolarização e não há transmissão de impulso 
nervoso. 
 
AMPOLAS DO DUCTOS SEMICIRCULARES 
Nas ampolas também há estruturas sensoriais conhecidas 
como cristas ampulares. Nessa região, os ductos 
ampulares tem o epitélio simples que também varia de 
pavimentoso a cúbico. Mas na região de cristas ampulares, 
o epitélio é especializado. 
As células das cristas ampulares detectam movimentos 
angulares. 
 
Nesse epitélio especializado há: 
1. Células sensoriais: são células pilosas do tipo I e do 
tipo II 
2. Células de sustentação: fornecem sustentação e um 
ambiente adequado para que as células sensoriais 
possam funcionar adequadamente 
As projeções apicais das células sensoriais não estão 
inseridas numa membrana otolítica mas estão também 
inseridas numa membrana gelatinosa, denominada aqui 
de cúpula. É chamada dessa forma devido seu formato e 
porque não possui otólitos. 
No corte da crista ampular, é possível observar a cúpula 
(Cp) de cor bem clara, a luz da ampola onde tem endolinfa 
(“buraco” maior à direita da cúpula), epitélio simples que 
delimita o labirinto membranoso (ES) e o labirinto ósseo 
atrás do tecido conjuntivo. Na região da crista ampular, o 
epitélio (EP) se modifica: deixa de ser simples pavimentoso 
e se espessa, onde se desenvolve as células pilosas e de 
sustentação. Esse arranjo só ocorre na crista ampular, todo 
o resto é um epitélio simples não especializado. 
 
Ao realizar um corte nos canais semicirculares, como na 
próxima imagem, é possível observar um ducto 
semicircular (corresponde a parte interna em rosa na 
figura maior) e o labirinto ósseo (osso + buracos 
preenchidos por perilinfa no aumento). 
 
Já ao realizar um corte na região coclear, como na próxima 
imagem, é possível visualizar o osso (labirinto ósseo) e ao 
centro, o labirinto membranoso. As estruturas são 
semelhantes ao canal semicircular, porém em roxo esta o 
ducto coclear que se liga por tecido conjuntivo no labirinto 
ósseo. Na parede do ducto coclear está o órgão de Corti. 
ES 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
7 BBPM IV – HISTOLOGIA 
 
Ao realizar um corte longitudinal na cóclea, como na 
próxima 
imagem ao 
lado, cada 
volta da 
cóclea fica 
representada 
seguindo a 
organização 
da figura. Os 
espaços em azul estão preenchidos por perilinfa e fazem 
parte do labirinto ósseo. Já a parte em roxo, é o labirinto 
membranoso, isto é, o ducto coclear, onde está presente 
o órgão de Corti. 
A cóclea dá cerca de 2,5 voltas ao redor de um centro ósseo 
chamado modíolo. Nessas voltas, há o ducto coclear 
(labirinto membranoso), envolto pelo labirinto ósseo que é 
preenchido por perilinfa. A região acima do ducto coclear 
é chamada de escala vestibular e há uma membrana 
vestibular que separa o ducto coclear da escala/rampa 
vestibular. A região abaixo é chamada de escala/rampa 
timpânica e há uma membrana basilar que separa essa 
escala do ducto coclear. Essa membrana basilar é onde 
está apoiado o órgão de Corti, dentro do ducto coclear. 
 
DUCTO COCLEAR 
O ducto coclear também é chamado de rampa média. Esse 
ducto é importante porque contém o órgão de Corti que 
são células receptoras da audição. 
Nesse ducto, há uma exceção da regra de que um epitélio 
precisa de um tecido conjuntivo adjacente para o 
abastecer. Nesse epitélio há uma região chamada estria 
vascular, que é um epitélio pseudoestratificado 
vascularizado. 
Esse epitélio é especifico e auxilia na produção de 
endolinfa que preenche todo o labirinto membranoso. 
 
Assim, na cóclea há: 
1. Ducto coclear/escala média que é preenchido por 
endolinfa 
2. Escala vestibular e escala timpânica que são 
preenchidas por perilinfa 
3. Membrana basilar que separa a escala timpânica do 
ducto coclear, tem composição fibroelástica e sustenta 
o órgão de Corti 
4. Membrana vestibular que separa o ducto coclear da 
escala vestibular, tem composição de dupla camada de 
epitélio simples pavimentoso que são separadas por 
uma lâmina basal. Uma camada reveste a escala 
vestibular e a outra camada delimita o ducto coclear 
Na lâmina histológica a seguir, é possível determinar 
estruturas 
importantes. O 
órgão de Corti 
descansa sobre a 
membrana 
basilar (MB), logo 
a rampa 
timpânica fica 
abaixo e a rampa 
do vestíbulo 
acima. 
Separando a 
rampa do 
vestíbulo do 
ducto coclear 
(DC), está a 
membrana vestibular (MV). O epitélio mais espesso a 
esquerda é o epitélio vascular (EV) que produz endolinfa e 
na frente está um tecido conjuntivo (LE – ligamento 
espiral) que sustenta o labirinto membranoso no labirinto 
ósseo. Do lado direito, há um gânglio espiral (GE) que é 
ramo do nervo vestibulococlear que vai inervar as células 
do órgão de Corti. 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
8 BBPM IV – HISTOLOGIA 
A próxima 
lâmina possui as 
mesmas 
estruturas 
porém numa 
posição 
diferente. 
Localiza-se o 
órgão de Corti 
(SO) que 
descansa sobre 
a membrana 
basilar e dessa 
forma localiza-
se as outras 
estruturas: ST – escala timpânica, SV – escala vestibular, 
VM – membrana vestibular, CD – ducto coclear, STV – 
estria vascular, SG – gânglio espiral e B – osso. 
 
ÓRGÃO DE CORTI 
São células sensíveis a vibrações induzidas por ondas 
sonoras e repousam sobre uma membrana basilar. 
 
 
As estruturas presentes no órgão de Corti que permitem 
que as ondas sonoras cheguem até o SNC são: 
1. Membrana tectória: é uma camada de colágeno (tipos 
II, V, IX e XII) rica em proteoglicanos e glicoproteínas, 
é mais gelatinosa e tem uma orientação horizontal. Ela 
faz contanto com as células sensoriais do órgão de 
Corti, recobrindo as projeções das células 
2. Células de sustentação: sustentam, ancoram e 
protegem as células sensitivas e formam um ambiente 
especifico para a função das células sensoriais 
3. Células sensoriais internas/células pilosas internas: 
são parecidas com as células pilosas do tipo I, ou seja, 
tem o formato em cálice e possuem estereocílios. Elas 
formam uma fileira única de células no órgão de Corti 
5. Células sensoriais externas/células pilosas externas: 
são mais cilíndricas e alongadas, possuem estereocílios 
e formam de três a cinco fileiras de células. 
OBS: Na região do órgão de Corti, não há otólitos e nem 
cinetocílio. 
Na imagem de microscopia eletrônica de varredura, é 
possível ver o órgão de Corti já que a membrana tectória 
foi removida. Na parte superior estão as células pilosas 
internas e na parte inferior, as células pilosas externas. 
 
 Na imagem de microscopia eletrônica de transmissão 
logo abaixo, pode-se ver a esquerda uma célula pilosa 
interna com uma base mais arredondada e um ápice mais 
estreito, que possui fibras nervosas aferentes (FA). Já a 
direita, pode-se ver uma célula pilosa externa que possui 
um núcleo mais basal, é mais cilíndrica, possui fibras 
aferentes e eferentes (FA e FE) e está associada com 
projeções (PCA) que formam um eixo mantendo as células 
unidas na região apical. Nas imagens não é possível ver as 
células de sustentação. 
 
Na imagem seguinte, tem-se uma célula pilosa externa 
com umacélula de sustentação envolvendo sua base e 
emitindo uma projeção que forma a placa cuticular apical, 
que isola o ambiente celular. 
 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
9 BBPM IV – HISTOLOGIA 
As células de sustentação envolvem como um todo 
as células pilosas interna e envolvem somente a 
base das células pilosas externas, como está 
representado no desenho. Na lâmina histológica, 
deve-se observar a membrana tectória e logo 
abaixo dela, os núcleos mais altos, que são as três 
fileiras de células pilosas externas, a direita a célula 
pilosa interna e os núcleos mais embaixo são 
células de sustentação. 
 
 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÃO DAS ORELHAS EXTERNA, MÉDIA E INTERNA 
→ O meato acústico externo recebe as ondas sonoras 
→ As ondas fazem a membrana timpânica vibrar 
→ Membrana timpânica transmite as vibrações, fazendo os ossículos vibrarem 
→ As vibrações são transformadas em impulsos mecânicos 
→ A base do estribo fica em associação com a membrana da janela oval e os impulsos mecânicos são transmitidos para 
a perilinfa presente na escala vestibular 
→ A vibração da perlinfa é transmitida da escala vestibular para a escala timpânica devido a comunicação entre as escalas, 
o helicotrema 
→ A vibração é transmitida para a membrana basilar e a endolinfa 
→ As células ciliadas do órgão de Corti sofrem movimentação, iniciando o sinal nervoso que será transmitido pelo ramo 
coclear do nervo vestibulococlear até o SNC 
→ As vibrações remanescentes são transferidas através da escala timpânica, para deixar a orelha interna via janela 
redonda 
 
 
 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
10 BBPM IV – HISTOLOGIA 
 
EXERCÍCIO 
 
 
A: 
B: 
C: 
D: 
E: 
F: 
G: 
H: 
I: 
L: 
K:

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