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Gônada Masculina Introdução Os órgãos genitais dos machos são constituídos de dois testículos sustentados no escroto pelo cordão espermático e pelo músculo cremaster externo; dois epidídimos; dois ductos deferentes; pênis e glândulas sexuais acessórias. Os testículos são responsáveis pela esteroidogênese (produção de andrógenos) através das células de Leydig e pela geração de células germinativas pela espermatogênese. O testículo, funcionalmente, possui três diferentes compartimentos. O compartimento intersticial contém células intersticiais (células de Leydig) e os outros compartimentos estão nos túbulos seminíferos (compartimento basal e adluminal). No compartimento basal estão as espermatogônias e, se estendendo do compartimento basal até o adluminal estão as células de Sertoli, responsáveis por dar suporte e nutrição para as células germinativas. Junções oclusivas entre as células de Sertoli separam os compartimentos basal e adluminal, formando a chamada barreira hematotesticular. Esquema de um segmento da parede de um túbulo seminífero Espermatogênese Durante a formação do embrião, as células germinativas primordiais migram para os testículos e tornam-se espermatogônias. Na puberdade, as espermatogônias se dividem até formar os espermatozoides. A espermatogênese pode ser dividida em três etapas: espermatocitogênese, meiose e espermiogênese. Na espermatocitogênese ocorrem as divisões mitóticas das espermatogônias tipo A em tipo B e a produção dos espermatócitos primários. Na meiose I, espermatócitos primários se dividem em dos espermatócitos secundários e depois (meiose II) em espermátides. Por fim, na espermiogênese, as espermátides se diferenciam em espermatozoides. Durante a transformação dos espermatócitos em espermátides, os 46 cromossomos do espermatócito se dividem, e então 23 cromossomos vão para uma espermátides e os outros 23 para a outra espermátide. Cromossomos Sexuais Em cada espermatogônia, um dos 23 pares de cromossomo carrega um cromossomo X (cromossomo feminino) e um cromossomo Y (cromossomo masculino). Durante a meiose, o cromossomo Y vai para uma espermátide, criando um espermatozoide masculino e o cromossomo X vai para outra espermátide, criando um espermatozoide feminino. Espermiogênese A espermiogênese ocorre antes da liberação das espermátides como espermatozoides. Basicamente, as etapas da espermiogênese incluem a formação do acrossomo a partir do complexo de Golgi, a condensação e alongamento do núcleo, a formação do flagelo e a perda de citoplasma. O espermatozoide é composto por uma cabeça e uma cauda. Na cabeça está o núcleo condensado uma membrana plasmática e pouco citoplasma. Na parte externa da cabeça está o acrossomo composto de várias enzimas proteolíticas e hialuronidase que têm o papel de penetrar o óvulo. A cauda (flagelo) é composta do axonema (um esqueleto central de microtúbulos), de membrana celular e de várias mitocôndrias no corpo da cauda. As mitocôndrias são essenciais para fornecer energia para o flagelo. Espermiogênese e esquema de um espermatozoide maduro Regulação Hormonal Alguns hormônios são essenciais na espermatogênese, como a testosterona, o LH, o FSH, etc. A testosterona é secretada pelas células de Leydig e é essencial para o crescimento e para a divisão das células germinativas testiculares. O LH estimula as células de Sertoli a converterem as espermátides em espermatozoides. Os estrogênios são secretados pelas células de Sertoli a partir de testosterona e são essenciais para a formação do espermatozoide. O GH é necessário para controlar as funções metabólicas basais dos testículos e para promover a divisão precoce das espermatogônias. Esteroides Sexuais Os principais esteroides sexuais masculinos são os androgênios, que são hormônios sexuais com efeitos masculinizantes e os estrogênios. Os androgênios e todos os esteroides são sintetizados a partir do colesterol ou da acetil-CoA. Os principais androgênios secretados pelos testículos sçao a testosterona, di-hidrotestosterona e androstenediona. A testosterona é formada nas células de Leydig e é convertida nos tecidos-alvo em sua forma mais ativa, a di- hidrotestosterona. Após a secreção pelos testículos, a testosterona liga-se à albumina ou a uma betoglobulina a ABP (proteína carregadora de andrógenos) e circula no sangue. Ao chegar na célula alvo se diferencia em di-hidrotestosterona e se dissocia dos transportadores, se liga em receptores presentes dentro da célula, forma um complexo hormônio-receptor que se liga ao DNA, estimulando a transcrição de mRNA e promovendo a tradução de proteínas, criando a resposta final do esteroide. Estrogênios Além da testosterona, pequenas quantidades de estrogênios são formadas no macho. Tal estrogênio é formado pelas células de Sertoli por estímulo do FSH pela conversão de testosterona em estradiol. Sua função basicamente é atuar na espermiogênese e na maturação espermática no epidídimo. Testosterona A testosterona é responsável pelas características que diferenciam o corpo masculino. No início da puberdade, a produção de testosterona aumenta rapidamente por estímulos dos hormônios gonadotrópicos. Na primeira semana do desenvolvimento, o gene da região determinante do sexo no Y (SRY) codifica o fator de determinação testicular que faz com que as células da crista genital se diferenciem em células que secretam testosterona e depois formam os testículos. Portanto, a testosterona promove a diferenciação sexual do embrião em macho. No período fetal, a testosterona é responsável pela formação do pênis e do escroto. Além disso, forma a próstata, as vesículas seminais, os ductos genitais masculinos e suprime a formação dos genitais femininos. Nos últimos meses da gestação, a testosterona promove a descida dos testículos para o saco escrotal. Após a puberdade, a testosterona aumenta o tamanho do pênis, do escroto e dos testículos e desenvolve as características sexuais secundárias masculinas. Ela aumenta a espessura da pele e a rigidez dos tecidos subcutâneos e aumenta a secreção das glândulas sebáceas do corpo (produzindo a acne em homens). A testosterona promove o desenvolvimento da musculatura, aumentando cerca de 50% da massa muscular em relação às fêmeas devido a sua função anabólica proteica. Ela aumenta a deposição de sais de cálcio e de matriz óssea nos ossos, tornando-os mais espessos também devido ao anabolismo proteico. O anabolismo proteico também é responsável por aumentar a atividade de todas as células, aumentando o metabolismo basal do organismo. Esse aumento de metabolismo aumenta o número de hemácias por m3 no sangue. Finalmente, a testosterona também é capaz de aumentar a reabsorção de sódio nos túbulos renais distais. Hipotálamo e Hipófise O controle dos esteroides sexuais se dá pela secreção do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo. Este é responsável por estimular a adeno- hipófise a secretar o LH e o FSH. O hormônio luteinizante estimula a secreção de testosterona e o hormônio foliculoestimulante estimula a espermatogênese e a conversão de testosterona em estradiol nas células de Sertoli. A testosterona secretada pelos testículos em resposta ao LH tem o efeito de inibir a secreção do LH por meio de um feedback negativo. A testosterona sintetizada pelas células de Leydig se liga a proteínas ligadoras de andrógenos (ABP) produzidas pelas células de Sertoli e são enviadas para as próprias células de Sertoli e para a corrente sanguínea. O FSH liga-se aos receptores das células de Sertoli e induz a síntese e secreção de ABP, inibina, ativina e estrógeno e promove a maturação das espermátides em espermatozoides. Feedback do eixo hipotálamo-hipófise-testículo nos machos A inibina tem o papel de inibir diretamente a secreção de FSHpela adeno-hipófise quando sua secreção está muito alta ou quando a espermatogênese está acelerada. Portanto, a inibina e a testosterona atuam em conjunto para o controle da espermatogênese por meio de um feedback negativo.
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