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Síndrome do Navicular - medvethelenbezerra

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Síndrome do Navicular 
Helen Bezerra - @medvethelenbezerra 
Universidade Federal do Vale do São Francisco 
 
A doença do osso navicular é uma moléstia degenerativa que envolve o osso 
sesamoide distal (navicular) dos equinos. A doença é espécie-especifica, atingindo 
todas as raças e tipos de equinos de serviço; mas raramente observada em pôneis, 
equinos da raça árabe e de raças pesadas e não se manifesta em asininos e muares. 
ANATOMIA 
- O Osso Sesamóide Distal (OSD) (figura 1A e 1B) está localizado no aspecto 
palmar/plantar do dígito equino entre a porção distal do Tendão Flexor Digital Profundo 
(TFDP) (figura 1 A) e a Articulação Interfalangeana Distal (AID). 
Função primária do osso navicular: Promover ângulo constante para a inserção do 
TFDP (ROONEY, 1980). 
- O osso navicular tem duas superfícies (flexora e articular), duas bordas (proximal e 
distal) e duas extremidades (medial e lateral). 
 
Figura 1 (A e B): Localização do osso navicular e tendão flexor digital profundo. 
INTRODUÇÃO 
- Como a tendência da síndrome é bilateral, o correto é examinar minuciosamente 
ambos os membros, pois isso pode auxiliar na observação das modificações estruturais 
iniciais antes que se iniciem os sinais clínicos. 
- A doença do navicular é usada para indicar uma síndrome progressiva crônica que 
acomete: 
 ▪ Osso navicular; 
 ▪ Sua superfície flexora fibrocartilaginosa; 
 ▪ Seus ligamentos e inserções capsulares; 
 ▪ Tendão flexor digital profundo; 
 ▪ Bursa do navicular. 
- Estima-se que a síndrome seja responsável por um terço de todas as claudicações 
crônicas de membros anteriores em equinos (STASHAK, 2006). 
- Manifestação da enfermidade de acordo com a doença: 
 ▪ Em equinos de 12 a 13 anos; 
 ▪ Maior ocorrência entre 7 e 9 anos de idade; 
 ▪ Animais de sangue podem ser acometidos em idade mais jovem. 
- Há pouca evidencia de componente hereditário (SMITH, 2006). 
 
HISTÓRICO E SINAIS CLÍNICOS 
- Geralmente apresentam histórico de claudicação de membros anteriores progressiva, 
crônica, unilateral ou bilateral, e essa pode ser repentina (mais comum) ou de início 
agudo. (STASHAK, 2006). 
- A maioria das teorias pode ser classificada como de natureza vascular ou biomecânica 
(SMITH, 2006). 
- O caráter hereditário da patologia está particularmente ligado a etiologia da doença 
sendo uma conformação muito vertical, um osso navicular pouco resistente, pequeno 
tamanho dos cascos em relação ao peso do animal, são alguns dos principais 
responsáveis pelo aparecimento do quadro. 
- De modo geral, qualquer fator que aumente a concussão do osso sesamoide distal 
sobre o solo pode dar origem a patologia (FARIA, 2011). 
- O sintoma mais comum é a claudicação crônica e progressiva dos membros anteriores 
de início insidioso, a qual nos estágios iniciais melhora com a prática de exercícios. 
- À medida que a doença progride e torna-se persistente, a claudicação exacerba-se 
pelo exercício e melhora com repouso. 
- Em geral, no início a claudicação é discreta a moderada, frequentemente piorando com 
o tempo. Apesar da cronicidade, a claudicação pode ser estabilizar de modo que permita 
pastejo confortável e raramente se justifica sacrifício do animal (SMITH, 2006). 
- Podem demonstrar estes sinais através do trote, onde eles vão encurtar a fase final da 
passada, relutância nas atividades de salto e através de tropeços contínuos (MIRA, 
2011). 
 
DIAGNÓSTICO 
- O diagnóstico da síndrome navicular baseia-se: 
 ▪ Anamnese; 
 ▪ Achados do exame físico; 
 ▪ Bloqueio do nervo digital palmar; 
 ▪ Diagnóstico radiográfico (SMITH, 2006). 
- Não existe um exame clínico patognômico para a detecção da doença do navicular. 
Em casos de suspeita de claudicação navicular, os dois membros devem ser 
radiografados, já que as alterações radiográficas geralmente são bilaterais mesmo 
quando os sinais clínicos não o são (TRHALL, 2010). 
- O bloqueio do nervo digital palmar serve como um exame complementar na síndrome 
navicular. Por causa desse bloqueio e seu consequente alívio na dor, o cavalo vai andar 
um pouco melhor, mas a pata ainda vai pisar primeiro com a pinça. Esta é uma 
interferência mecânica que não pode ser modificada por um bloqueio nervoso 
(FLORINDO, 2010). 
- Na avaliação radiográfica, a localização do osso navicular e seu formato complexo 
exigem a realização de, pelo menos, três diferentes projeções para que a avaliação 
radiográfica seja completa. São elas: 
 ▪ Projeções dorsoproximais-palmarodistais anguladas; 
 ▪ Projeção lateralmedial; 
 ▪ Projeção palmaroproximal-palmarodistal oblíqua (TRHALL, 2010). 
- Lembrando sempre que antes do membro ser radiografado ele precisa ser limpo e 
estar sem as ferraduras. 
- Principais sinais radiográficos da degeneração do navicular: 
 ▪ Borda proximal e distal: 
 Entesófito (esporão) nas extremidades; 
 Remodelamento. 
 ▪ Alterações na borda distal: 
 Invaginações sinoviais; 
 Pequenos fragmentos ósseos. 
 ▪ Alterações do córtex flexor: 
 Erosões corticais; 
 Mineralização do tendão flexor digital profundo 
 ▪ Alterações da cavidade medular: 
 Cistos radiotransparentes: 
 Esclerose. 
 
Figura 2: Alterações radiográficas observadas na degeneração navicular. Projeção 
dorsoproximalpalmarodistal em 65 graus: A, normal; B, entesófito de remodelamento na 
extremidade e borda proximal irregular; C, invaginações em forma de pirulito na borda 
distal; D, formação de lesão cística. Projeção lateromedial: A, normal; B, perfil navicular 
alongado causado pelo remodelamento (formação entesofítica); C, erosão do córtex 
flexor; D, formação da lesão cística. Projeção palmaroproximalpalmarodistal: A, normal; 
B, erosão do córtex flexor; C, fossa alargada e erosão em córtex flexor; D, formação da 
lesão cística. (Modificado com permissão de Richard Park, Fort Collins, Colo.) 
 
 
Figura 3 (A, B, C): Projeções laterais do osso navicular. A, Osso navicular normal. B, 
Alongamento proximal causado por remodelamento. C, Entesófito (esporão) na borda 
proximal (seta preta) e lise do córtex flexor(seta branca). 
 
 
 
Figura 4 (A, B, C, D e E): Projeções dorsoproximal-palmarodistal do osso navicular A, 
Osso navicular normal. B, Alargamento da invaginações sinoviais da borda navicular 
distal. C, Invaginações sinoviais em forma de pirulito da borda navicular distal. D, 
Cavitação cística sobre o plano da cavidade medular do navicular. Lembre-se de que, 
em projeções dorsoproximais-palmarodistais anguladas, as erosões no córtex flexor 
muitas vezes mimetizam cistos na cavidade medular. Desta forma, nestas situações, a 
obtenção de radiografias palmaroproximal-palmarodistal e/ou lateral será necessária 
para determinar a localização exata da lesão. E, Grande entesófito (seta branca) na 
margem lateral do osso navicular. 
 
 
Figura 5 (A, B, C e D): Projeções palmaroproximais-palmarodistais do córtex flexor e da 
medula do navicular, mostrando várias anormalidades. A, Visualização do aumento das 
invaginações sinoviais em borda distal. B, Erosões do córtex flexor (setas) resultam na 
perda do contorno flexor regular normal. C, Grande lise cortical focal causando 
descontinuidade do córtex flexor na eminência central. D, Esclerose óssea subcondral 
na porção central da cavidade medular. 
- Além de exames radiográficos, existem outros exames para auxiliar no diagnóstico da 
síndrome navicular, como a ultrassonografia, cintilografia, tomografia computadorizada 
e ressonância magnética (FLORINDO, 2010). 
- O diagnóstico diferencial deve incluir talões cisalhados, fratura da parede do casco, 
fissuras na parede do casco posterior, fraturas do osso navicular ou falange distal, 
osteíte podal, alterações de sola e artrose articular do casco (SMITH, 2006). 
 
TRATAMENTO 
- Como muitos equinos com síndrome do navicular são submetidos a vários tratamentos, 
é difícil uma avaliação definitiva da eficácia de um tratamento especifico na recuperação(STASHAK, 2006). 
- Vários tratamentos são destinados a reduzir ou interromper a degeneração progressiva 
do osso navicular ou fornecer alívio paliativo da dor (SMITH, 2006). 
- O êxito de um tratamento depende de vários fatores, incluindo quando o tratamento foi 
iniciado e o uso e a conformação do equino. O tratamento de casos precoces de 
síndrome do navicular com mínimas alterações radiográficas pode ser satisfatório. 
- Com casos crônicos que apresentam alterações radiográficas, o melhor a ser esperado 
é a prevenção da progressão da síndrome e o manejo do equino, de forma que esse 
possa continuar seu desempenho. 
- O tratamento geralmente envolve: 
▪ Períodos variáveis de repouso; 
▪ Cuidado com os cascos e colocação e ferradura corretivos; 
▪ Drogas para melhorar o fluxo sanguíneo; 
▪ Agentes anti-inflamatórios e, recentemente, drogas especificas para o 
tratamento da artrite (STASHAK, 2006). 
- O tratamento pode ser feito também com opções cirúrgicas, que incluem: 
▪ Desmotomia para suspensão do osso navicular, onde o osso é suspenso no 
sentido palmar da articulação interfalangica distal por três ligamentos; 
▪ Neurectomia digital palmar, cuja sua função será aliviar a dor eliminando a 
sensibilidade da região palmar do pé (SMITH, 2006). Este procedimento não é benigno 
mas também não é uma panaceia. Entretanto nas mãos de um bom cirurgião, a 
neurectomia é uma forma de alivio por um longo período (TURNER; McILWRAITH, 
2002). 
 
PROGNÓSTICO 
- De um modo geral, o prognóstico deve ser reservado em todos os casos. Contudo, 
devido ao uso de novas terapias medicamentosas, um prognóstico melhor pode ser 
previsto para o futuro. A neurectomia deve ser considerada o último recurso 
(FLORINDO, 2010). 
 
REFERÊNCIAS 
DYCE, K. M; SACK, W. O; WENSING, C. J. G. Tratado de anatomia veterinária. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2004. 
FARIA, Leonardo. Tratamento ortopédico da Podotrocleose (Doença do Navicular). 
Ourofino, Cravinhos – SP, 2011. Disponível em: 
<http://www.ourofino.com/blog/tratamento-ortopedico-da-podotrocleose-doencado-n/> 
Acesso em: 06 de outubro de 2014. 
FLORINDO, Renato Martin. Síndrome do navicular. São Paulo: Faculdade 
Metropolitana Unidas, 2010. Disponível em: 
<http://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/rmf.pdf> Acesso em: 15 de setembro de 2014. 
GETTY, Robert. Anatomia dos animais domésticos. Vol. 1, 5ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 1986. 
HANSON, Russell R; AUER, Joerg A; BATHE, Andrew P; JEFFCOTT, Leo B. Disorders 
of the foot in horses. Disponivel em: 
<http://www.merckmanuals.com/pethealth/horse_disorders_and_diseases/bone_joint_
and_muscle_disorders_in_horses/disorders_of_the_foot_in_horses.html>Acesso em: 
15 de setembro de 2014. 
MIRA, Mónica. Doença do navicular e suas implicações. Évora, Portugal: 3ª Jornada 
Hospital Veterinário Muralha Évora, 2011. Disponível em: 
<http://www.hvetmuralha.pt/uploads/cms/20110407140618_8._Doenca_do_navicular_
Dra_Monica_Mira.pdf> Acesso em: 15 de setembro de 2014. 
STASHAK, Ted S. Claudicação em equinos segundo Adams. 5ª ed. São Paulo: Roca, 
2006. 
SMITH, B.P. Medicina interna de grandes animais. 3ª Ed. Barueri: Manole, 2006. 
THRALL, Donald E. Diagnóstico de radiologia veterinária. 5ª ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2010. 
TURNER, A. Simon; McILERAITH, C. Wayne. Técnicas cirúrgicas em animais de 
grande porte. São Paulo: Roca, 2002.

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