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Victoria Karoline Libório Cardoso Doença arterial coronariana crônica Conceito de DAC É um comprometimento da circulação coronária por alterações no lúmen das artérias, podendo ou não levar a alterações no fluxo sanguíneo coronário. Caso haja alterações de fluxo, ocorrerão desequilíbrios entre a oferta e o consumo de oxigênio, importante para a manutenção do metabolismo do miocárdio, podendo gerar isquemias de diversos graus de intensidade. Na maioria das vezes o que causa a DAC é a aterosclerose. Assim, a DAC pode ter diferentes diagnósticos, sendo eles: ● Insuficiência coronária: circulação coronária ineficaz quanto ao fluxo sanguíneo nas diferentes necessidades de O2. ● Isquemia: coronária com desequilíbrio em ofertar/consumir O2; evidência pelos seguintes métodos diagnósticos: ○ Cardiograma: mostram alterações elétricas. ○ Ecocardiograma: mostram alterações mecânicas. ○ Cintilografia de perfusão miocárdica: mostram alterações nas perfusões coronárias. ○ pH sanguíneo em seio coronário: mostram alterações bioquímicas. ○ Isquemia silenciosa: sem sintomas/descon forto, detectada por exames (testes de esforço com exames de imagem ou em monitorações eletrocardiográfi cas). Com ausência do aumento da frequência cardíaca = espasmos do tônus vascular. Desse modo, os sintomas mais frequentes da DAC devem-se à insuficiência coronária. Insuficiência coronária Se caracteriza por um desequilíbrio entre a oferta e o consumo de O2 no miocárdio. Geralmente é algo transitório e ocorre em circunstâncias de isquemias (desequilíbrios). Consequência da isquemia: miocárdio hibernante/isquemia persistente - regiões do miocárdio que deixam de contrair. ● Mas, essa condição não é permanente, as contrações podem voltar com o reajuste de O2. Ou seja, a isquemia é causada pela incapacidade de aumento proporcional do fluxo sanguíneo. Essas alterações de fluxo ocorrem principalmente por obstruções no lúmen do vaso. Assim, os desequilíbrios são mais aparentes quando há maior necessidade de O2 (ex: ativ. Física e estresse). Fisiopatologia A causa mais comum da DAC é a aterosclerose, causada principalmente pela oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c), ricas em colesterol. Na isquemia miocárdica quimiorreceptores e mecanorreceptores se ativam com a liberação de bradicinina e adenosina, pois excitam Victoria Karoline Libório Cardoso terminações sensoriais miocárdicas de fibras simpáticas e das aferentes vagais. Obs: a angina do peito é a manifestação mais comum da insuficiência coronária, mas não é específica para a presença de obstruções nas artérias coronárias. Outros processos inflamatórios, devido a arterites, também reduzem a luz das artérias coronárias. Tais como: ● Arterite de takaysu, temporal, pelo uso de cocaína, de células gigantes, reumatóide e de kawasaki. ● Alterações na microcirculação, como na hipertrofia ventricular esquerda e na síndrome X também podem levar à insuficiência coronária. ● Síndrome X: a microcirculação coronária desse caso é por uma disfunção endotelial ou alterações do tônus vascular, resultando na redução de O2 ao nível celular. ○ Além disso, pessoas com essa síndrome tem placas ateroscleróticas em vários segmentos sem obstrução coronária. ○ Ademais, há modificações na reatividade vascular que justificam essas alterações levando à isquemia miocárdica. ● Fluxo lento coronário: alterações do tônus vascular, denominadas de espasmos na artéria coronária. Essas alterações podem variar o grau de obstrução do lúmen do vaso e levar à oclusão da coronária. ● Angina de Prinzmetal: quando também há alterações eletrocardiográficas. Quadro clínico Difícil diagnóstico, pois doenças nas artérias não apresentam sintomas. Principais sintomas iniciais, quando existem: asfixia, ansiedade, constrição, queimação, peso e aperto. Local do desconforto: retroesternal e precordial, com irradiação para a superfície ulnar do antebraço esquerdo, membro superior direito, dorso, pescoço e acima da mandíbula. Também pode ocorrer queixa de dor somente em região epigástrica ou desconforto torácico. Sinais e sintomas na mulher: fadiga, sudorese, sensação de medo, fraqueza, dificuldade para respirar e dor torácica. Características para se averiguar a angina do peito: 1. Localização 2. Irradiação. 3. Fatores desencadeantes e de melhora. 4. Tempo de duração. 5. Sintomas concomitantes. "Equivalentes anginosos" são frequentes principalmente em idosos, sendo eles: dispneia, tontura, fadiga e eructações. Afinal, o que é DAC: alterações anatômicas das artérias coronárias que causam alterações funcionais no músculo, resultando em insuficiência coronária, que pode levar à isquemia. Exame físico Nesse caso da DAC, o exame físico não é de grande utilidade, apesar de ter achados de grande valor prognóstico. Assim, sinais de disfunção ventricular esquerda, como quarta bulha, podem sugerir miocardia valvar hipertensiva ou idiopática. Durante uma dor anginosa, pode haver: estertores crepitantes pulmonares, terceira bulha e Victoria Karoline Libório Cardoso sinais de disfunção ventricular esquerda transitória. Diagnóstico/exames complementares Eletrocardiograma (inversão da onda T = sugestivo). Monitoração ambulatorial do ECG; Teste de esforço; Cintilografia de perfusão miocárdica; Ecocardiografia. Cineangiocoronariografia; Tratamento São cinco aspectos fundamentais: ● Tratamento de doenças associadas que possam precipitar ou piorar a angina; ● Controle dos fatores de risco; ● Medidas não farmacológicas, sobretudo mudança no estilo de vida; ● Terapia medicamentosa; ● Revascularização miocárdica. Explicação e orientação Deve-se alertar sobre como a doença se comporta, sobre as expectativas de sobrevivência caso o processo seja negligenciado ou tratado incompletamente. Um programa de reabilitação física pode estimular a perda de peso, melhorar a tolerância a exercícios e controlar os fatores de risco. Pacientes hipercolesterolêmicos podem ter benefícios com a redução do colesterol sérico com dieta adequada e fármacos. Atividades físicas diminuem a demanda miocárdica de 02. Orienta-se o paciente que diabetes mellitus é um fator acelerador do processo aterosclerótico, devendo então ser tratado com medidas dietéticas e farmacológicas. Além disso, o tabagismo também deve ser fortemente desencorajado, pois o cigarro é responsável pelo agravamento da angina, não só pela progressão da aterosclerose, mas principalmente pelo aumento da demanda de 02, pela redução do fluxo coronário. Terapia medicamentosa Medicamentos na DAC estável conforme efeitos em desfechos e em angina: ● Controladores de sintomas: betabloqueadores, antagonistas do cálcio, trimetazidina, ivabradina, nicorandil, ranolazina e nitratos. ● Prevenção cardiovascular: estatinas, antiagregantes plaquetários (aspirina/clopidogrel), betabloqueadores (após infarto ou com disfunção de VE), inibidores da enzima conversora e ivabradina. Aula Doença arterial coronariana crônica: dor ao esforço. Doença arterial coronariana aguda: paciente chega infartando. Fator de risco importante: morte súbita na história familiar. A aterosclerose das coronárias gera isquemia miocárdica: angina de peito, isquemia miocárdica e dor torácica. Eventos da aterosclerose (é uma resposta inflamatória): 1. Acúmulo de lipídeos modificados; 2. Ativação de células endoteliais; 3. Migração e ativação de célulasinflamatórias; 4. Recrutamento de células musculares lisas; Victoria Karoline Libório Cardoso 5. Proliferação e síntese de matriz; 6. Formação de capa fibrosa; 7. Ruptura da placa (a partir daqui é um processo agudo); 8. Agregação plaquetária; 9. Trombose intravascular. Disfunção endotelial: 1. Lesão inicial 2. Estria adiposa 3. Lesão intermediária 4. Ateroma 5. Fibroateroma 6. Lesão complicada Angina estável = doença coronariana crônica. Padrão da dor na angina estável/DAC crônica: ● Tempo: 2 a 10 minutos; ● Dor: em pressão, aperto ou compressão; ● Localização: retroesternal, precordial, irradiação para pescoço, mandíbula ou MS (geralmente esquerdo). ● Desencadeada por: esforço ou estresse emocional, aliviada pelo repouso ou pelo uso de nitroglicerina. Tipos de dor/classificação de CASS: ● Tipo A: certeza que é anginosa - dor/desconforto retroesternal ou precordial, irradiação para o ombro, mandíbula ou face interna do braço. ○ Precipitada pelo esforço físico ou estresse emocional, duração de alguns minutos, alivia com repouso ou nitratos. ● Tipo B: provavelmente anginosa Classificação funcional CSS: ● Angina de peito: ● Sinal de levine: punho cerrado sobre o precórdio.
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