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Hipotiroidismo subclínico Conceito/introdução: É uma disfunção caracterizada por aumento do valor sérico de TSH com concentrações normais de T4 e T3 – há ausência de sintomas clínicos. Entretanto, apesar do termo subclínico associar-se com a ausência de sintomas óbvios da falência de produção hormonal pela glândula tireóide, o HSC é definido bioquimicamente pela elevação dos níveis séricos do TSH na presença de concentrações séricas normais de T4 livre. --------------------------------------------- CAUSAS HIPO SUB ---------------------------------------------- Etiologia: as causas desencadeantes do SHT são as mesmas do hipo clínico. ● Causas comuns do TSH sérico elevado: doenças autoimunes (Hashimoto, DM1, Artrite reumatoide); ○ No sexo feminino: menopausa (baixa de estrogênio), reposição hormonal inadequada e radioterapia da região cervical; ● Valor elevado de TSH: não necessariamente significa hipo permanente; ● Fatores gerais associados com a progressão de hipotireoidismo manifesto: sexo feminino, nível do TSH sérico, autoimunidade tireoidiana, ingestão aumentada de iodo, níveis de TSH ≥ 10 mU/L e pacientes com tireoidite autoimune e hipoecogenicidade ao ultrassom da tireoide ○ A determinação de anticorpos aTPO e o ultrassom da tireoide podem ser úteis na determinação da etiologia do HSC e na predição do risco de progressão ao hipotireoidismo manifesto. ○ Em crianças e adolescentes, há baixo risco de progressão para hipotireoidismo manifesto. Entretanto, a presença de bócio, doença celíaca, anticorpos antitireoidianos positivos, níveis mais elevados de TSH na apresentação inicial ou elevação progressiva do TSH podem ser preditores de hipotireoidismo manifesto nessa faixa etária. ------------------------------------------- DIAGNÓSTICO HIPO SUB ----------------------------------------- Diagnóstico do hipotireoidismo: em geral, a investigação laboratorial é direcionada a indivíduos com suspeita clínica de tireopatia. Assim, a investigação é realizada quando existe a suspeita para o HSC ou como screening em grupos específicos de indivíduos, como: ● Mulheres acima de 35 anos a cada cinco anos. ● Pacientes com história prévia ou familiar de doença tireoidiana, submetidos à cirurgia de tireóide, terapia prévia com iodo radioativo ou radiação externa no pescoço; ● Diabetes tipo 1. ● História pessoal ou familiar de doença autoimune. ● Síndrome de Down e de Turner. ● Tratamento com lítio ou amiodarona. ● Depressão, dislipidemia e hiperprolactinemia. O diagnóstico do HSC é bioquímico e consiste na detecção de concentrações séricas elevadas do TSH na presença de níveis normais do T4L, excluindo-se outras causas de elevação do TSH. Embora um valor de corte superior exato e absoluto para o TSH possa nunca ser definido, valores do TSH entre 4,5 mU/L e 20 mU/L têm sido aceitos como de corte e o máximo, respectivamente, para o diagnóstico do HSC. Sintomas: para ser considerado hipotireoidismo subclínico, o paciente não pode ter sintomas francos de hipotireoidismo. Há evidência de maior risco para eventos coronarianos, insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral fatal em indivíduos com TSH maior que 7,0 mcUI/mL. Portanto, no hipotireoidismo subclínico não há sintomas clínicos relevantes que ajudem no diagnóstico. O diagnóstico só pode ser feito com exames laboratoriais. O HSC deve ser diferenciado ainda de outras causas de TSH elevado em vigência de concentrações séricas normais do T4 livre, tais como a elevação fisiológica do TSH com o passar da idade, uso de TSH recombinante em pacientes operados para câncer da tireóide, insuficiência adrenal primária não tratada, reação cruzada do TSH com anticorpos heterófilos contra proteínas de ratos e presença de mutações no receptor do TSH. Concentração sérica de TSH ≥ 4,5 mU/L na presença de níveis normais do T4L , excluindo-se outras causas de elevação do TSH. O consenso aceita valores de até 20 mU/L como limite máximo para o TSH no diagnóstico de HSC Na maioria dos casos, a realização de uma anamnese cuidadosa auxilia o clínico no estabelecimento do diagnóstico correto. -------------------------------------------- TRATAMENTO HIPO SUB ----------------------------------------- Tratamento do hipotireoidismo subclínico: somente pacientes com HSC persistente devem ser considerados para tratamento. ● Levotiroxina: reduz os sintomas do hipotireoidismo e melhora a qualidade de vida; reduz as respostas cognitivas como no comportamento obsessivo; melhora significativa da função sistólica e diastólica do VE. ○ Tratamento em idosos: TSH >8mU/L + presença de anticorpos + alto CT. ○ Tratamento em jovens: o mais breve possível e com doses de levotiroxina que alcancem reposição total em 60/90 dias; ● As doses de levotiroxina devem ser muito baixas (12,5mg por dia) e o aumento da dose deve ocorrer em cada 6 semanas e com objetivo de alcançar a dose de reposição final em 4 a 6 meses. --------------------------------------------- HIPO NA GRAVIDEZ --------------------------------------------- Hipotireoidismo na gravidez: a complexidade e dinâmica das alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez, particularmente no primeiro trimestre, como as alterações no metabolismo do iodo, produção de gonadotrofina coriônica (beta-HCG), aumento nas proteínas carreadoras de hormônios tireoidianos, alterações da excreção e elevação dos níveis dos hormônios podem causar um hipotireoidismo momentâneo. ● Limites de TSH: até 2,5 mU/L no primeiro trimestre e de até 3,5 mU/L nos dois trimestres seguintes. Obs: o TSH deve ser repetido, inicialmente, em três meses para confirmação de HSC persistente. ------------------------------------------- CLASSIFICAÇÕES HIPO SUB -------------------------------------- Classificação do HSC de acordo com os níveis do TSH: o HSC é classificado de acordo com a magnitude da elevação das concentrações séricas de TSH, de acordo com o risco de progressão para o hipotireoidismo manifesto e de associação com comorbidades. Níveis séricos de TSH ≥ 10 mU/L associam-se com maior risco de progressão ao hipotireoidismo manifesto, de doença arterial coronariana e de morte. ● HSC leve/moderado: TSH > 4,5-9,9 mU/L. ● HSC grave: TSH ≥ 10 mU/L. Hipertireoidismo subclínico ------------------------------------ VALORES DE REFERÊNCIA HIPER SUB ----------------------------------- Exames laboratoriais: ● Dosagem de TSH: < 0,1 mlU/L - diagnostica o hipertireoidismo franco ou subclínico. ○ O excesso de hormônios tireoidianos, com exceção do aumento de TSH, resulta em diminuição de TSH. ● T4 livre: normal ○ Deve-se dosar o T3 livre. ○ Muitas vezes, o T3 livre aumentado pode indicar doenças graves, como Bócio nodular tóxico. --------------------------------------------------- HIPER SUB ------------------------------------------------Hipertireoidismo subclínico (HS) Introdução/conceito: pode surgir em qualquer fase da vida e pode afetar homens e mulheres, mas a incidência é maior entre as mulheres na idade adulta. Fatores de risco com o hipertireoidismo secundário: Progressão para hipertireoidismo franco, efeitos cardíacos, efeitos esqueléticos, pacientes com HS atribuído à doença tireoidiana nodular (grande risco de progressão para hipertireoidismo clínico). Idosos: risco três vezes maior de fibrilação atrial, de insuficiência cardíaca diastólica e redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo em resposta ao exercício. --------------------------------------------- CAUSAS HIPER SUB -------------------------------------------- Causas: ● A causa mais comum é exógena, determinada pelo uso de doses excessivas de L¬T4 para tratamento do hipotireoidismo ou na terapia supressiva no acompanhamento do câncer de tireoide. ● Prevalência de HS exógeno com frequência elevada entre os pacientes com hipotireoidismo em uso de L¬T4. ● O HS endógeno é determinado pelas mesmas condições do hipertireoidismo franco (HTF). ● Síndromes: Doença de Graves, doença nodular autônoma da tireoide, tireoidites subagudas ------------------------------------------ DIAGNÓSTICO HIPER SUB ----------------------------------------- Diagnóstico: o teste inicial deve ser a determinação do TSH sérico. Valores baixos (< 0,45 mU/L) indicam a dosagem do T4 livre e, quando normal, deve-se obter a determinação do T3 (ou T3 total) para excluir possibilidade de tirotoxicose por T3. ● Confirmação: presença de concentrações baixas ou suprimidas do TSH, associadas a valores normais dos hormônios tiroideanos. O diagnóstico é somente determinado com a ausência de resposta do TSH mediante estímulo com TRH. Diagnóstico diferencial: teste de estímulo do TSH com o TRH hipotalâmico. Pacientes com SCH devem ter repetido as dosagens hormonais em período de aproximadamente 3 meses, objetivando-se verificar seu caráter persistente. ● Na tiroidite sub-aguda, tiroidite silenciosa e pós-parto e hipertiroidismo gestacional são facilmente reconhecidos mediante história clínica e exame físico cuidadoso. Formas persistentes: Doença de Graves, adenoma tóxico e bócio multinodular tóxico. ● Situações para maior frequência de HS são: Presença de bócio, história familiar de tireopatia, uso de amiodarona ou L¬T4 , além de existência de fibrilação atrial. ------------------------------------------- TIPOS DE HIPER SUB ------------------------------------------ Conceitos: ● HS Persistente: quando as alterações laboratoriais permanecem inalteradas por ao menos 3 a 6 meses de acompanhamento. ● HS prolongado: pode se relacionar à diminuição da densidade mineral óssea e pode ser um fator de risco para osteoporose, principalmente em mulheres pós menopausa. ● HS Transitório: quando os níveis séricos do TSH retornam aos valores normais. ○ Causas transitórias, tais como as tireoidites (subaguda, silenciosa e pós¬parto), hipertireoidismo transitório da gestação e após exposição ao iodo ou tratamento com iodo radioativo não precisam de tratamento. ------------------------------------------- TRATAMENTO HIPER SUB ---------------------------------------- Tratamento: A questão é se devemos ou não tratar o paciente com HS. ● Alívio dos sintomas no hipertiroidismo subclínico exógeno por doses supressivas de levotiroxina: o uso associado de beta-bloqueadores ou diminuição da dose, resultou em melhora da qualidade de vida e das anormalidades morfológicas e funcionais do coração. ○ Pacientes com câncer de tiróide, em que a dose de levotiroxina não possa ser reduzida: devem ser avaliados periodicamente, para identificar possíveis efeitos adversos do SCH. A presença de sintomas, alterações esqueléticas ou cardíacas (incluindo Holter e ecocardiograma) são sinais indicadores para o tratamento combinado com beta-bloqueadores. ● Tratamento com iodo radioativo: melhora significativa de alterações hemodinâmicas, como a resistência vascular periférica e o trabalho cardíaco. ● Tratamento antitiroideano: melhora dos sintomas de fadiga, nervosismo, transpiração excessiva, taquicardia e tremor, mas nenhuma diferença foi observada nos parâmetros cardíacos e ósseos. ● Metimazol: pacientes com média de 59 anos, com SCH endógeno persistente, apresentaram significativa melhora dos sintomas da freqüência cardíaca média em 24 horas e do número de batimentos ectópicos atriais e supraventriculares 6 meses após a obtenção de eutiroidismo. Além disso, observou-se significativa diminuição do índice de massa, da espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo e do septo interventricular. ------------------------------------------ BÓCIO NODULAR TÓXICO ---------------------------------------- Bócio nodular tóxico: ● Diferenças entre o hipertireoidismo causado pelo bócio nodular tóxico e a doença de graves: o bócio multinodular tóxico apresenta hipertireoidismo sem oftalmopatia e está associado a complicações cardiovasculares. ● Os nódulos autônomos produzem e secretam hormônios tireoideanos, independente de estímulos do TSH; seu crescimento aumenta a produção de T3 e T4 e diminui a secreção de TSH.
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