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Victoria Karoline Libório Cardoso Hipo e hipertireoidismo Hipotireoidismo Introdução É a ausência ou a baixa produção do hormônio da tireoide (T4), podendo acometer todos os sistemas (aparelho reprodutivo, coração, rins, cérebro e sistema nervoso). No hipotiroidismo primário, 95% dos casos iniciam com aumento de TSH e diminuição de t3 e t4. Fatores de risco: ● > 60 anos. ● Mulher. ● Doença nodular tireoidiana ou HF dessa doença. ● História de radioterapia de cabeça e pescoço. ● Doença autoimune. ● DM1 , distúrbios genéticos, síndrome de down, síndrome de turner e gravidez. Classificações ● Hipotireoidismo primário: alta de TSH e diminuição de T4 - falha na tireóide. ● Hipotireoidismo central: diminuição TSH (ou não) e diminuição de T4 livre, é necessário uma RM de sela túrcica para ver se há um tumor ou uma lesão infiltrativa. ● Hipotireoidismo subclínico: aumento de TSH e T4 normal, deve-se repetir a dosagem e juntamente avaliar a TPO (autoimunidade) - falha central (hipófise). ○ Essa é uma condição especial, que pode estar associada às doenças das artérias (aterosclerose) e DAC (doença arterial coronariana). ● Hipotireoidismo descartado: TSH e T4L normais. Valores de referência: ● TSH sérico normal para adultos: 0,4 - 4,5 mU/L. ● Pacientes pediátricos e idosos: os valores dependem da idade. ● Na gravidez: até 2,5 mU/L no 1° trimestre e até 3,5 mU/L nos dois trimestres seguintes. Etiologia geral Primária: ● Autoimune: destruição das células foliculares pelo próprio corpo. ● Nutricional: falta de iodo na alimentação. ● Iatrogênica: doença, efeitos adversos ou complicações causadas por tratamento médico. ● Medicamentos: influência na absorção de iodo ou alteração orgânica geral. ● Congênita: má formação da tireóide, detectável no teste do pezinho. ● Inflamatória: citocinas inflamatórias contra T3 e T4, costuma ser transitória. Central: ● Hipopituitarismo: tumor, falência hipofisária, radiação por iodo… ● Doenças hipotalâmicas: mais comumente nódulos e tumores. Quadro clínico Sinais e sintomas frequentes: ● Sensação de frio. Victoria Karoline Libório Cardoso ● Baixa sudorese. ● Mialgia. ● déficit de memória. ● Perda de concentração. ● Distúrbios psíquicos associados a baixa do metabolismo como a depressão, fadiga, letargia. ● Mialgia. ● Retenção hídrica mais acentuada. ● Edema. ● Pequeno aumento de peso. ● Pele seca. ● Queda de cabelo. ● Perda da libido e distúrbios menstruais. Diagnóstico Diagnóstico laboratorial: dosagem sérica de TSH e t4 livre principalmente. Complemento: anti-TPO e USG. Tireoidite de hashimoto Patogênese: ● Destruição do tecido tireoidiano, diminuindo assim a função tireoidiana. Mediado por: ● Células do infiltrado inflamatório; ● Anticorpos: anti- TPO, anti-TG, antirreceptor de TSH, antitransportador de Iodeto. Obs: nem todo portador dessa tireoidite desenvolve hipotireodismo. Obs: no início pode haver manifestação de hipertireoidismo, visto que, quando o folículo é destruído, o colóide extravasa, liberando uma quantidade exacerbada de T3 e T4. Tratamento Método: Levotiroxina e MEV. Objetivo do nível de TSH: ● 20 - 60 anos: 0,5 a 2,5. ● 60 - 70: 2 a 6. ● 70 - 80: 2 a 8. ● > 80: até 10. Monitoramento: a cada 3 meses até alcançar o objetivo de TSH e a cada 6 meses/1 ano após alcançar o objetivo. Hipertireoidismo Introdução É uma condição na qual a glândula tireoide é hiperativa e produz em excesso os hormônios tireoidianos. Fatores de risco associados à história patológica pregressa: ● História patológica pregressa: Disfunção tireoidiana prévia; Bócio; Uso de medicamentos estimulantes da tireóide. ● História familiar: Doença tireoidiana; Miastenia gravis; DM tipo I; Insuficiência adrenal primária. Tireotoxicose VS Hipertireoidismo Tireotoxicose: síndrome clínica decorrente do excesso dos hormônios tireoideanos, secundária à hiperfunção da glândula ou não. Hipertireoidismo: hiperfunção da tireóide - aumento na produção e liberação de hormônios tireoidianos. Quadro clínico Sinais e sintomas: ● Ansiedade, nervosismo e irritabilidade; ● Fadiga, fraqueza muscular e bócio; ● Emagrecimento e insônia; Victoria Karoline Libório Cardoso ● Sudorese excessiva e intolerância ao calor; ● Tremor, palpitação, taquicardia e taquiarritmias atriais; ● Pele quente e sedosa; ● Pressão arterial divergente; ● Hiper-reflexia; retração palpebral e exoftalmia; ● Alterações menstruais, hiperfagia e hiperdefecção. Diagnóstico Exames laboratoriais: ● Dosagem de TSH: < 0,1 mlU/L. ○ O excesso de hormônios tireoidianos, resulta em diminuição de TSH. ● T4 livre: > 1,8 ng/dl - o T4 fica aumentado nessa situação. ○ No caso de T4 sem aumento, mas com diminuição de TSH, deve-se dosar o T3 livre. ○ Muitas vezes, o T3 livre aumentado pode indicar doenças graves, como Bócio nodular tóxico. Obs: as dosagens hormonais de T3 e T4 isoladamente não são recomendadas, pois existem alterações nessas dosagens pelas anormalidades nas globulinas ligadoras dos hormônios tireoideanos. ● Dosagem de TRAb (anticorpo anti-receptor de TSH): > 1,5 U/L - não é comumente indicado, mas pode ser útil em casos específicos. Situações indicadas para dosagem de TRAb: quadro clínico não evidente; gestantes eutireoideanas com passado de Doença de graves submetidas a radioiodo, tireoidectomia ou com presença de doença grave; elevação de TRAb no 1° trimestre da gestação indica risco de hipertireoidismo fetal, já a elevação de TRAb no 3° trimestre indica risco de hipertireoidismo neonatal. Exames laboratoriais que sugerem hipertireoidismo: ● Hipercalcemia; ● Elevação da fosfatase alcalina; ● Elevação das transaminases. Tratamento Tionamidas: ● Utilizadas no controle da doença de graves. ● Medicamento oral. ● Inibe a síntese hormonal, por meio do bloqueio da TPO, bloqueando a formação e o acoplamento de DIT à MIT. Radioterapia: ● Administração de doses elevadas de iodo radioativo no paciente. ● O iodo pode então causar a lise do tecido e apoptose das células. Cirurgia- tireoidectomia: ● Geralmente é realizada em nódulos tireoidianos com suspeita de malignidade, sinais de compressão ou desconforto no pescoço. ● A cirurgia pode ser parcial (remoção de um dos lobos com o istmo da glândula) ou total. Doença de graves É a causa mais comum de hipertireoidismo, pois o TSHR (receptor do TSH) é o auto antígeno primário da doença. Produção de 3 anticorpos: ● Anti-TPO: anticorpo antitireoperoxidase. ● Anti-TG: anticorpo antitireoglobulina. Victoria Karoline Libório Cardoso ● TRAb: anticorpo para o receptor do TSH. ● Caracterização: bócio difuso, tireotoxicose, oftalmopatia infiltrativa e dermopatia infiltrativa. ○ A presença de sinais inflamatórios oculares e/ou anticorpo anti-receptor do TSH (TRAb) positivo estabelecem o diagnóstico da doença de Graves. ● Incidência: 20 a 50 anos, afetando 2% das mulheres e 0,2% dos homens. Tratamento para a doença de Graves: ● Drogas antitireoidianas: propiltiouracil ou metimazol - inibem a síntese de T3 e T4 nas células foliculares. ● Betabloqueadores: propranolol ou atenolol - apesar de não inibirem a função tireoidiana, suprimem temporariamente os sinais e sintomas da tireotoxicose, como taquicardia, palpitações, tremores, diaforese, retração palpebral e ansiedade. Além disso, eles também prejudicam a conversão periféricade T4 em T3. ● Iodo radioativo: evita o desconforto das drogas antitireoidianas e o custo é menor - o uso do iodo evita um quadro de exacerbação do hipertireoidismo. ○ Principal efeito colateral: indução do hipotireoidismo iatrogênico transitório ou permanente. ○ Contraindicação: gestantes, lactantes, baixos níveis de captação de iodo, presença de nódulo tireoidiano maligno. ● Tireoidectomia: indicação às crianças e gestantes que apresentaram efeitos colaterais aos fármacos antitireoidianos; pacientes com bócios volumosos ou que querem um tratamento definitivo e recusam o uso de iodo radioativo; pacientes com nódulos tireoidianos com suspeita de malignidade. Doença de Plummer Presença de um ou mais adenomas tóxicos hiperfuncionantes (bócio multinodular tóxico), que atuam produzindo e secretando T3 e T4 independentemente da regulação hipotalâmica/hipofisária. Não costumam manifestar sintomas de tireotoxicose tão intensos como na Doença de Graves. Mais comum em idosos, mulheres e áreas com relativa deficiência de iodo.
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