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Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ANALGÉSICOS OPIÓIDES. ➔OPIÓIDES E OPIÁCEOS ▪ Ópio: extrato do suco da Papoula (Papaver somniferum); ▪ Opiáceo: produtos derivados do ópio e incluem produtos naturais como a Morfina ou derivados semi-sintéticos; ▪ Opióide: todas as substâncias que possuem ação semelhante às ações da Morfina, independente da estrutura; ➔DOR x NOCICEPÇÃO “A dor é definida como experiência sensorial e emocional de caráter desagradável relacionada a um dano tecidual real ou potencial...” –IASP ▪ Dor: Resposta subjetiva gerada após a entrada de estímulos aferentes provenientes dos nociceptores aos centros encefálicos ➔ é o todo, tem o componente emocional; ▪ Nocicepção: Estimulação de nociceptores por um estímulo nocivo ➔ processo de transmissão; ▪ Nociceptor: Terminação nervosa responsável pela captação de estímulos dolorosos ➔ nesse terminal tem vários receptores para substâncias nocivas ➔ são neurônios pseudounipolares; ▪ Hiperalgesia: A percepção de dor está facilitada; ▪ Alodinia: Estímulo que não causa dor, passa a causar dor; A dor é importante para proteção; Esse processo de dor não precisa permanecer por muito tempo Sistema auto-analgésico em que são liberadas substâncias opióides endógenas para controlar a dor Sistema de percepção da dor. A informação chega ao SNC. ➔O tempo todo inibido por sinapses GABAérgicas Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ➔MECANISMOS NEURAIS DA DOR Neurônios Aferentes Nociceptivos; ▪ Fibras C – polimodais (dor difusa); -Calibre menor, não tem mielina ➔ condução mais lenta; -Polimodais ➔ vários estímulos; ▪ Fibras Aδ – mecanoceptores (dor localizada); -Calibre maior, tem mielina ➔ condução mais rápida; -Ativação mais específica; ➔DOR INFLAMATÓRIA Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ➔ATIVAÇÃO DE NOCICEPTORES ▪ Vários estímulos podem causar ativação de nociceptores, causando despolarização no neurônio e condução pela via ascendente; *Receptores opióides são inibitórios, estão relacionados com redução da percepção da dor. ➔DOR NEUROPÁTICA Ex: dor do membro fantasma ➔ as fibras aferentes não morreram como um todo, aí a pessoa ainda recebe estímulos da fibra e a pessoa vai ter a propriocepção do lugar amputado; ALTAS Tº SUBS. ÁCIDAS Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ➔PERCEPÇÃO DA DOR Do 1º para o 2º neurônio = Substância P, Glutamato e CGRP; Para a dor ser percebida, o primeiro neurônio precisa liberar neuropeptídios como a substância P (pain do inglês); Para o glutamato existem 3 tipos de receptores: (1) mGluR – Metabotrópico que vai ativar respostas celulares lentas; (2) NMDA-R e (3) AMPA-R canais iônicos relacionados com o influxo de sódio e como o segundo neurônio vai ser ativado; ➔AÇÃO Opióides podem: ▪ Inibir a despolarização da fibra primária ▪ Inibir a liberação de neurotransmissores do 1º para o 2º neurônio; ▪ Ativar vias de autoinibição; FACILITAM A TRANSMISSÃO DA DOR: -Mediadores inflamatórios; -Fator de crescimento neuronal; -Óxido Nítrico Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ➔MECANISMO DE AÇÃO OPIOIDE Ativação do receptor opióide ➔ Ativação de uma proteína G inibitória ➔ reduz a formação de AMPc ➔ a formação reduzida de AMPc irá causar menor ativação de canais de Ca++ voltagem-dependente; Além disso, aumenta a abertura dos canais de potássio; ▪ Reduz a entrada de cálcio ➔ reduz a fusão das vesículas (pré- sinapse); ▪ Aumenta a abertura de canais de K+, causando hiperpolarização (pós-sinapse); ▪ Em interneurônios GABAérgicos existem receptores opióides ➔ quando ativados, o sistema de auto-analgesia é liberado. -É como se o opióide tirasse o freio do carro; ➔RECEPTORES OPIÓDES ▪ São receptores metabotrópicos negativos (μ, δ, κ) que ativam uma proteína g inibitória, diminuem a formação de AMPc e, na célula, isso repercute em menor produção de PKA e ativação de canal de Ca++ voltagem-dependente ➔ inibição da exocitose de vesículas sinápticas; Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB Os três receptores μ, δ, κ se comportam da mesma maneira, a diferença está na localização (medula, periferia, medula...) e tem algumas diferenças: ▪ Receptor μ: Está relacionado com analgesia supraespinal (tálamo); ▪ Receptores δ e μ: Estão relacionados com a analgesia espinal (entre 1º e 2º neurônio); ▪ Receptores κ e μ: Estão relacionados com a analgesia periférica (inibindo a capacidade do 1º neurônio de começar o potencial de ação); *Nessa distribuição diferente, vão ter respostas diferentes; ➔TEORIA DO PORTÃO DA DOR ▪ Estímulos táteis conseguem bloquear a informação de dor (Ex: você bate o pé na quina, aí já fica esfregando sem pensar muito); Por que isso acontece? Existe uma competição entre os dois estímulos pela passagem da informação na medula ➔ essa é a TEORIA DO PORTÃO DA DOR. É como se tivesse um portão ali e ou passa informação de dor, ou passa informação de tato. ▪ Existe um interneurônio (ativado por estímulos mecânicos) inibitório que inibe a passagem das fibras nociceptivas do 1º para o 2º neurônio; Parece receptor opióide, só que os fármacos não interagem com ele Disforia é causada pela ativação do receptor κ. Então um fármaco seletivo para μ, você não vai ter disforia e alucinações. Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ➔SISTEMA DE AUTO-ANALGESIA ▪ São projeções noradrenérgicas e serotoninérgicas que modulam como acontecem a informação de dor; ▪ Na auto-analgesia ocorre um estímulo daquele interneurônio e isso vai reprimir a sinapse ao diminuir a informação da dor; ➔O FÁRMACO OPIÓDE PODE AGIR: 1. Nas fibras descendentes: causando ativação do sistema de auto- analgesia; 2. No neurônio pré-sináptico: inibindo a liberação de neurotransmissores; 3. No neurônio pós-sináptico: impedindo o potencial de ação no neurônio pós sináptico; 4. Periferia: impedindo o neurônio periférico de iniciar o potencial de ação; *Isso tudo pra mostrar que os fármacos opióides têm ação supraespinal, espinal e periférica; ➔OPIÓIDES ENDÓGENOS ▪ β-Endorfina → age em receptores μ e receptores δ; ▪ Encefalinas → agem em receptores δ; ▪ Dinorfinas → agem em receptores κ; ➔A ATIVAÇÃO DE RECEPTORES OPIÓIDES CAUSA: ▪ Depressão respiratória ➔ Redução da sensibilidade do bulbo à PCO2 no sangue; ▪ Miose ➔ maior liberação de ACh na pupila ➔ o efeito de contração da pupila ocorre; ▪ Constipação tônica (porque a musculatura estará contraída) ➔ Redução na motilidade gástrica e aumento na pressão dos esfíncters ➔ pelo aumento na liberação de ACh; ▪ Euforia; ▪ Disforia e alucinações; ▪ Sedação; ▪ Catatonia; ▪ Dependência física; RELAÇÃO DA DEPRESSÃO COM A DOR: Na depressão há uma redução dessas vias, justamente por isso que pessoas depressivas sentem mais dor. Alguns antidepressivos são usados como analgésicos. Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB ➔CLASSIFICAÇÃO DOS ANALGÉSICOS OPIÓIDES: 1. OPIÁCEOS NATURAIS: substâncias oriundas do ópio extraído da papoula. Ex: morfina, codeína. *A codeína tem menos potencial de causar dependência, porém cerca de 20% da codeína é metabolizada no organismo a morfina. Então se a pessoa começa a tomaruma dose maior, ela vai ter um efeito da morfina. 2. OPIÓIDES SEMI-SINTÉTICOS: estrutura da morfina com algumas modificações. Ex: nalorfina, hidromorfona, oxicodona, levorfanol, heroína. 3. OPIÓIDES NÃO-RELACIONADOS À MORFINA: São sintéticos e tem uso, principalmente, intraoperatório ou até como parte da analgesia pré-operatória. Ex: fentanil, meperidina, sulfentanil, metadona, tramadol. *Fentanil é muito mais potente que a morfina. Morfina você usa gramas, fentanil você usa microgramas; *O tramadol é mais fraco; *A metadona tem um tempo de meia vida mais longo. É usado para substituir um outro opióide que a pessoa está dependente ➔ Tratamento da dependência à heroína; ➔Dor moderada: Usa codeína ou tramadol; ➔Dor mais forte: Usa morfina ou oxicodona; ➔Quando é possível administração com adesivo mucoso/dérmico/intramedular: Usa fentanil; ➔ANTAGONISTAS OPIÓIDES PUROS ▪ Naloxona; ▪ Natrexona; ➔ANTAGONISTAS OPIÓIDES MISTOS É agonista, só que depende... se liga na viagem; * Agonistas κ e Antagonistas μ: ▪ Nalbufina; ▪ Butorfanol; ▪ Pentazocina; Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB A vantagem é que você mantém o efeito analgésico mediado por κ, mas reduz o efeito de redução respiratória e constipação gerada pelo receptor μ ➔ em um paciente que já está com depressão respiratória, você usa esses; *Agonista fraco de receptor μ: ▪ Buprenorfina; ➔INDICAÇÕES E USO CLÍNICO: ▪ Tratamento da dor crônica moderada e intensa; ▪ Edema pulmonar associado a dispneia → o opióide gera uma pequena depressão respiratória, aí a pessoa consegue respirar mais profundamente e a entrada de ar fica mais efetiva; ▪ Anestesia cirúrgica; ▪ MPA (Medicação pré-anestésica); ▪ Analgesia no período intra-operatório; ▪ Antitussígeno (codeína) → porque inibe o centro da tosse; ▪ Antidiarreico (loperamida) → porque diminui a motilidade do TGI; Esse aqui é o imosec; Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB Dor de 1 a 4: Paracetamol, Dipirona, AINES (Cetoptofeno, Piroxicam, Tenoxicam); Dor de 5 a 7: Codeína, Tramadol; Dor de 8 a 10: Morfina, Metadona; ➔EFEITOS ADVERSOS: ▪ Euforia; ▪ Depressão respiratória; ▪ Constipação; ▪ Liberação de Histamina; ▪ Diminui a formação da saliva; ▪ Convulsões (alguns opióides); ➔TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA É aquela escala da dor de 1 a 10 ▪ Sedação; ▪ Miose; ▪ Diminuição da P.A.; ▪ Sonolência; ▪ Dependência; Farmacologia Thomás R. Campos | Medicina - UFOB A dependência pode ser explicada por: ▪ Dessensibilização do receptor; ▪ Internalização do receptor; ▪ Aumento da expressão da adenilato ciclase (a atividade celular é contornada com essa maior expressão); ➔USO NA GESTAÇÃO/AMAMENTAÇÃO ▪ São até compatíveis com a amamentação, não tem nada hoje sobre comprovação de riscos. Mas há relatos de prolongamento do parto e de depressão respiratória no bebê;
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