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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6 2 LOGÍSTICA E SAÚDE ................................................................................ 7 2.1 Objetivo ................................................................................................ 9 2.2 Temas ................................................................................................ 10 3 TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES DA LOGÍSTICA .................................. 11 3.1 Evolução do conceito de Logística ..................................................... 11 3.2 História ............................................................................................... 12 4 EVOLUÇÃO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS ......................................... 13 4.1 Logística, antes de 1950 .................................................................... 14 4.2 Logística, entre 1950 – 1970 .............................................................. 15 4.3 Logística além de 1970 ...................................................................... 16 5 ATIVIDADES DA LOGÍSTICA ................................................................... 17 5.1 Atividades primárias ........................................................................... 17 5.2 Atividades de apoio ............................................................................ 18 6 LOGÍSTICA NO BRASIL E NO MUNDO ................................................... 19 7 A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NAS ECONOMIAS ............................ 20 7.1 Logística na economia globalizada .................................................... 21 7.2 Fatores que levam ao Mundo sem fronteiras ..................................... 21 7.3 Desafio da Globalização ..................................................................... 22 7.4 Mercados e Concorrência .................................................................. 23 7.5 Barreiras financeiras........................................................................... 23 7.6 Canais de distribuição ........................................................................ 24 8 O LUGAR DA LOGÍSTICA NAS ORGANIZAÇÕES .................................. 24 8.1 Estratégia de estoque......................................................................... 25 3 8.2 Princípios e funcionalidades ............................................................... 25 8.3 Produção ............................................................................................ 25 8.4 Atacado .............................................................................................. 26 8.5 Varejista ............................................................................................. 26 8.6 Estoque médio ................................................................................... 26 9 INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE ................................................. 27 9.1 Movimentação de produtos ................................................................ 28 9.2 Embarcadores e destinatários ............................................................ 28 9.3 Transportadoras ................................................................................. 28 10 CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE ...................... 29 10.1 Ferroviário ....................................................................................... 29 10.2 Rodoviários ..................................................................................... 30 10.3 Aquaviário ....................................................................................... 31 10.4 Dutoviário ........................................................................................ 31 10.5 Aeroviário ........................................................................................ 32 11 CONCEITO DE LOGÍSTICA INTEGRADA ............................................ 32 11.1 Paradoxo da Logística .................................................................... 32 11.2 Entendendo o conceito de logística integrada ................................. 34 11.3 Importância dos Canais de distribuição .......................................... 34 12 CADEIA DE SUPRIMENTO................................................................... 36 12.1 Objetivo da cadeia de suprimento ................................................... 37 12.2 Fases de decisão na cadeia de suprimento .................................... 38 12.3 Visão dos processos de uma cadeia de suprimento ....................... 39 13 ESTRATÉGIA COMPETITIVA E DE CADEIA DE SUPRIMENTO ........ 40 13.1 O Desempenho da Cadeia de Suprimento: Atingindo Alinhamento e Escopo Estratégicos .............................................................................................. 40 4 13.2 Atingindo o alinhamento estratégico ............................................... 41 13.3 Escopo intraoperacional dentro da empresa: a visão de redução de custo local 43 13.4 Escopo intrafuncional dentro da empresa: a visão de redução do custo por função .................................................................................................... 43 13.5 Escopo interfuncional dentro da empresa: a visão de aumento do lucro da empresa ................................................................................................... 43 13.6 Escopo interfuncional entre as empresas: a visão de aumento do excedente de cadeia de suprimento ...................................................................... 44 14 EXCELÊNCIA NAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS ................................... 45 15 A importância de sistemas de informação para a competitividade logística 47 15.1 Papel da informação na logística .................................................... 47 15.2 Sistemas de Informações Logísticas ............................................... 48 15.3 Sistema Transacional ...................................................................... 48 15.4 Controle Gerencial .......................................................................... 48 15.5 Apoio à Decisão .............................................................................. 49 15.6 Planejamento Estratégico ............................................................... 49 16 SISTEMAS DE GESTÃO EMPRESARIAL ............................................ 49 17 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT .......................................................... 50 17.1 Oportunidades oferecidas pelo SCM .............................................. 52 17.2 Implementando o conceito de SCM: barreiras e alternativas de solução 52 17.3 Da distribuição física ao Supply Chain Management ...................... 54 18 LOGÍSTICA REVERSA ......................................................................... 56 18.1 Objetivo ........................................................................................... 57 19 CONCLUSÃO ........................................................................................ 58 5 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 60 21 SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 65 6 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadasao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 7 2 LOGÍSTICA E SAÚDE Fonte: nrfacil.com.br O grande desafio de qualquer nação que busca uma representação significativa no cenário econômico mundial e uma afirmação positiva no processo de crescimento de sua infraestrutura é a criação de estruturas sólidas que estabeleçam padrões de crescimento e o surgimento de fatores internos que propiciem um ambiente de credibilidade às instituições nacionais. As características fundamentais dessas estruturas, principalmente, em países desenvolvidos fundamentam-se em princípios políticos e econômicos que garantem às empresas operarem de forma eficiente. Nesses países, os riscos são milimetricamente calculados, os custos previsíveis, a carga tributária coerente às atividades e os orçamentos garantidos aos setores e à manutenção de seus atendimentos aos clientes internos e externos. O conceito de saúde deve considerar o cotidiano dos indivíduos vivendo nas cidades e as relações de interdependência que existem entre o indivíduo e o meio físico e social onde ele vive. Estudos que consideram variáveis individuais e contextuais do local de moradia para explicar as diferenças no estado de saúde autorreferido de indivíduos vêm paulatinamente crescendo no Brasil, mas ainda são escassos. (CAIAFFA, 2008, apud MORAES, 2012). Não obstante, o Brasil tem investido em condições, ainda que de forma tímida, tentando acompanhar a dinâmica dos países estruturados política e economicamente, 8 em ações estratégicas com objetivos e metas traçados em longo prazo, mantendo assim, a política econômica e o equilíbrio dos investimentos financeiros internos e externos. Desta forma, se estabelece uma cultura desenvolvimentista, nos setores ativos da economia brasileira, com a introdução de programas que incentivem o crescimento e que também, busquem “destravar” o processo de alavancagem interna. Wanke (2003; 56), destaca “o período de cerca de dez anos, que se iniciou com a implementação do plano real em 1994, representou uma época de grandes avanços para a logística brasileira”. Tais investimentos convergem no sentido de se conseguir uma eficiência maior na sua competitividade oferecendo preços melhores dos produtos ofertados e um aumento na qualidade de atendimento às necessidades de consumo interno e externo por meio das exportações. O setor produtivo e o sistema de escoamento de toda a produtividade passam a obedecer a uma lógica, fazendo uso da gestão proativa, pautada em serviços eficientes, de transportes, armazenagem e movimentação de produtos, ou seja, a utilização de uma logística capaz de aperfeiçoar a capacidade produtiva das indústrias e as distribuições de matérias-primas e produtos acabados. “Existe uma clara percepção nas empresas de que a logística representa um papel estratégico, pois contribui para gerar vantagem competitiva sustentável. Tal vantagem advém do fato de que os clientes vêm dando importância crescente aos serviços logísticos em suas avaliações sobre os fornecedores” (WANKE: 2003; 56). Atualmente, sabe-se, que a possibilidade de eficiência e excelência em qualquer atividade produtiva ou prestação de serviços, só ocorrerá se existirem formas que garantam a capacidade de entrega da matéria-prima e/ou produtos acabados mediante o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Portanto, nos moldes atuais, em que se encontram as grandes indústrias no mundo globalizado, a gestão da cadeia de suprimentos é encarada como um ponto de extrema importância em questões de caráter puramente estratégico. O atendimento eficiente às necessidades e expectativas dos clientes e fornecedores só será garantido se existir um empenho sistemático por parte dos elementos formadores da cadeia de suprimentos e a união da qualificação profissional com os procedimentos técnicos. Partindo deste princípio básico, será formada, dentre 9 outras, uma estrutura setorial descentralizada e equipes especializadas, porém, focadas em ações e metas que colocam o cliente no cerne de suas ações. As perspectivas da descentralização político-administrativa e do planejamento local (pautado pela relação local-global), associadas às tendências de privatização de serviços públicos, tiveram destaque nas agendas internacionais e governamentais. A conformação de redes globais de produção, serviços, informação e logística para viabilizar a atuação das instituições de mercado passou orientar o planejamento territorial, com investimentos nas regiões mais competitivas e conectadas por meio dessas redes (CASTILLO, 2008, apud ALBUQUERQUE, 2015). 2.1 Objetivo O objetivo desta disciplina é proporcionar ao aluno a compreensão e a importância do planejamento da cadeia de suprimentos em qualquer empresa. O aluno será capaz de entender e visualizar como um bom gerenciamento da cadeia de suprimento pode representar uma vantagem competitiva às empresas. Sendo assim, deverá entender como as falhas no planejamento e na operação da cadeia de suprimentos podem afetar o desempenho da mesma. Dentro dessa estrutura estratégica, iremos abordar determinados conceitos históricos e evolução da logística, enfatizando as atividades relacionadas ao estoque, transporte, informação e instalações como condutores-chave do desempenho da cadeia de suprimento. Nosso objetivo é que o aluno, a partir dos conceitos explicitados e os dados administrativos práticos, possam utilizá-los para melhorar o desempenho da cadeia. A utilização desses conceitos, principalmente durante o curso, irá requisitar o conhecimento das metodologias de logística. Esperamos contribuir para o aluno embasamento teórico necessário, para que ele possa compreender e analisar criticamente a problemática da cadeia de suprimento. A conscientização global a respeito das preocupações, proteção e tendências em relação ao meio ambiente para a conservação do planeta Terra está gerando pressões sobre as empresas (CHIEN & SHIH, 2007, apud JABBOUR, 2015). 10 2.2 Temas A logística veio de origem militar, designando estratégias de abastecimento aos exércitos nos campos de combate, visando suprir a necessidade de distribuição de armamentos, medicamentos, alimentos e vestuários. Sempre adequados ao momento certo e no tempo devido, evitando a falta ou escassez dos objetos necessários para a guerra, mantendo assim suas estratégias. Atualmente o termo vem sendo muito usado, pois a gestão da cadeia de suprimentos pode significar a diferença entre a empresa eficiente e lucrativa da deficitária e ineficiente. Desta forma, proporciona um bom desempenho na armazenagem, estoque e distribuição dos produtos, reduzindo custos, prazo de entrega e mantendo a qualidade dos mesmos. Os serviços logísticos estão em constante evolução, oferecendo serviço informatizado, equipamentos específicos na busca da melhor qualidade logística. Neste sentido, todo conteúdo exposto em nosso material de ensino, dispõe dos seguintes propósitos: Fundamentos, histórico, conceitos, objetivos e relevância da logística; Globalização; Escopo da logística; Inter-relações com os processos que compõem a organização; SCM – Supply Chain Management (conceitos e aplicações); e, Habilidades para gestão da cadeia de abastecimento (enfoque sistêmico, gestão do conhecimento, pensamento criativo). 11 3 TERMINOLOGIA E DEFINIÇÕES DA LOGÍSTICAFonte: vendasexternas.com.br A palavra Logística deriva do francês, do verbo loger alojar - Logistique Logística. O termo é de origem militar e que significa a arte de transportar, abastecer e alojar tropas (a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos). 3.1 Evolução do conceito de Logística Com o passar do tempo o significado foi se tornando mais amplo, chegando a abranger outras áreas como a gerência de estoques, armazenagem e movimentação. Pela definição do Council of Logistics Management, "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi- acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”. 12 A logística envolve o processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e do custo efetivo relacionado ao fluxo de armazenagem de matéria-prima, material em processo e produto acabado, bem como do fluxo de informações do ponto de origem ao ponto de consumo com o objetivo de atender às exigências do cliente. (CHIAVENATO, 2005, apud DA CRUZ, 2013). 3.2 História Desde os tempos bíblicos os líderes militares já se utilizavam da logística. As guerras eram longas e geralmente distantes. Eram necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de combate, onde eram necessários um planejamento, organização e execução de tarefas logísticas, que envolviam a definição de uma rota, nem sempre a mais curta, pois era necessário ter uma fonte de água potável próxima, transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos (Dias, 2005, p. 27). Na antiga Grécia, Roma e no Império Bizantino, os militares com o título de ‘Logistikas’ eram os responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra dividindo-a em dois ramos: a tática e a estratégia. Não se falava especificamente da logística. Até o fim da Segunda Guerra Mundial a Logística esteve associada apenas às atividades militares. Após este período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais destruídos pela guerra, a logística passou também a ser adotada pelas organizações e empresas civis. http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua_pot%C3%A1vel http://pt.wikipedia.org/wiki/Equipamentos http://pt.wikipedia.org/wiki/Suprimentos http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrat%C3%A9gia http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial 13 4 EVOLUÇÃO DAS ATIVIDADES LOGÍSTICAS Fonte: bleez.com.br A Logística nasceu com a própria evolução da humanidade. Nos primórdios dos tempos, o homem era um ser que somente caçava e coletava frutos para consumo próprio, portanto ele comia seu alimento no local onde foi conseguido. Com o tempo, o homem foi se socializando e criando a necessidade de estocar alimentos para uma família ou clã. Com isso surgiram as primeiras atividades Logísticas. Com o aprimoramento das técnicas de cultivo, o homem passou a aumentar a necessidade de administrar melhor suas sobras. Assim, houve a época em que era necessário construir os armazéns de grãos, criação de animais, levar as sobras para a feira, entre outros. Com isso, a Logística passou a ganhar importância relevante para os agricultores da época. Porém, foi na área militar que a Logística alcançou seu maior crescimento, através das grandes campanhas principalmente na Europa. Na época, como as batalhas eram numerosas, a necessidade de se levar suprimentos para as tropas era grande. Nenhuma tática militar poderia deixar de fora os aspectos logísticos. No campo empresarial, a Logística tomou uma forma mais consistente com a Revolução Industrial. Na época, quando as empresas começaram a surgir e a necessidade por novos produtos era uma constante, a Logística foi o alicerce fundamental para a sustentação do sistema. 14 Green Supply Chain Management (GSCM) é uma abordagem interdisciplinar que vem recebendo atenção nos últimos anos de pesquisadores e de agentes de setores industriais na adoção de uma perspectiva mais “verde” na gestão da cadeia de suprimentos (SARKIS et al., 2011, apud ARANTES, 2013). Novaes e Caixeta quando descrevem de forma sucinta essas fases iniciais da aplicabilidade dos serviços logísticos relatam que até pouco tempo, dentro do ambiente coorporativo, o acompanhamento e o monitoramento sistemático se dava principalmente nos ativos físicos prevalecendo na gestão dos grandes armazenadores de produtos alimentícios o que seria a “era pré-logística” cuja ênfase dada era maior nos custos existindo assim pouca visão estratégica. Mais adiante, os gestores passaram a investir, e ainda investem em sistemas de ERP´S (Enterprise Resource Planning) no intuito de se obter dados em tempo real sobre a situação de seus estoques. Atualmente, esta forma de gestão continua avançando, mas, com o apoio de sistemas que propiciam tomadas de decisões fundamentadas como por exemplo, o que, quanto se tem em estoque de um determinado produto, maximizando assim a qualidade nos serviços prestados. As características dos sistemas de apoio à decisão são consequências do aprimoramento do conceito de logística integrada, caracterizada por Caixeta (2001; 109) como sendo a “segunda era” “vislumbrando os aspectos relativos à qualidade e nível de serviço”, ou seja, “aquilo” que pode ser otimizado a partir do fluxo de dados gerados por sistemas ERP´S e do trabalho de filtragem que viabiliza a apuração de informações concretas para planejamentos de curtos e longos prazos. Diante do constante aprimoramento do conceito e da aplicabilidade da integração dos processos logísticos, surge o Supply Chain Management – SCM que para Caixeta caracteriza “a era neologística compreendendo o momento atual, tendo como ênfase o desempenho”. 4.1 Logística, antes de 1950 Neste período, a Logística ainda não era uma área definida. Ao invés disso, observamos que as atividades logísticas desta época estavam totalmente divididas entre os demais departamentos. Portanto, era função da produção gerenciar os 15 transportes. O Marketing e/ou Financeiro se responsabilizavam pelos estoques e os processamentos de pedidos eram de responsabilidade do setor comercial. 4.2 Logística, entre 1950 – 1970 O período entre o início dos anos 50 até a década de 60 representa a época de decolagem para a teoria e a prática logística. O ambiente era propício para as novidades no pensamento administrativo. Graças ao surgimento do Marketing, as empresas abandonaram a teoria do foco no produto em rumo da teoria do foco no cliente. Porém nesta época a distribuição física era muitas vezes subestimada e colocada de lado como algo de pouca importância. Outro fator interessante que surgiu nesta época foi a determinação do papel do transporte aéreo como elemento de escoamento de produtos. Porém um estudo mostrou na época que o alto custo não seria o fator determinante para o não uso do serviço. Ao invés disto era considerado o custo total, dando o nome da teoria que conhecemos até hoje. Paralelo a isso, quatro condições-chaves encorajaram a criação da disciplina na época: Alterações dos padrões e atitudes da demanda: O país deixava de ser rural para se tornar urbano. As fazendas deram lugar a conglomerados urbanos onde novas necessidades de consumo mudavam a forma e comportamento do consumidor. Brasília foi construída, as montadoras se estabeleceram definitivamente no país, a tecnologia permitiu fabricarprodutos cada vez melhores diminuído os custos, entre outros acontecimentos. A população começava a demandar por variedade (Como exemplo: automóveis eram vendidos em cores diferentes). Com isso, os sistemas de distribuição mudaram radicalmente. Pressão por custos nas indústrias: Uma crescente necessidade de redução de custos nas empresas levou os executivos a olharem a Logística como sendo a última fronteira para isso. Com um país de fronteiras continentais, as empresas nacionais passaram a administrar melhor seu sistema de distribuição, que eram bastante onerosas. 16 Avanços na tecnologia de computadores: Em meados da década de 70, as empresas começaram a entender como os computadores poderiam auxiliá-las a serem cada vez mais competitivas. A cada ano se torna mais difícil administrar os estoques em função das variedades e movimentação de produtos e, diante disso, nasceram nesta época, os primeiros programas que gerenciavam os estoques, faziam simulações, entre outros. A experiência militar: Como foi dito anteriormente, os militares já encaravam a Logística de forma diferente antes mesmo das empresas se darem conta disso. A Logística militar incluiu atividades como aquisição, definição de especificações, transporte e administração de estoques aos quais hoje pertencem à definição de logística. 4.3 Logística além de 1970 Com o crescimento do uso da Logística, as empresas começaram a se beneficiarem dela como forma de se tornarem mais competitivas. Os princípios básicos estavam estabelecidos e a aceitação do campo transcorria vagarosamente, pois as empresas estavam mais interessadas na geração de lucros. Além disso, ocorreu a grande crise do petróleo em 1973 promovida pelos países membros da OPEP. Com isso, os custos se elevaram na medida em que os mercados se contraíram naturalmente. A inflação no país crescia a taxas exorbitantes, corroendo cada vez mais o poder aquisitivo da população. As empresas passaram então a administrar melhor os suprimentos. Houve um interesse maior na redução de custos, produtividade e qualidade, ao passo que a inflação deixava o custo do capital mais caro. O cenário levou as empresas a focarem também na questão da Logística integrada. Esta começava a ser entendida dentro do contexto mais amplo da administração de materiais. A prática de logística reversa depende da participação e cooperação de seus clientes, ou seja, dos usuários, uma vez que são eles que entram em contato com as empresas detentoras da marca para destinar de maneira correta o seu produto no final de sua vida útil. Para que isso ocorra, as empresas detentoras da marca fazem uso do marketing verde (ANDIÇ, et al., 2012, apud ARANTES, 2013). 17 5 ATIVIDADES DA LOGÍSTICA Fonte:utp.br A Logística possui atividades primárias que são (1) transportes, (2) Manutenção de estoques e (3) Processamento de pedidos. Porém existem também as atividades de apoio que são (1) Armazenagem, (2) Manuseio de materiais (3) Embalagem de produção (4) Obtenção (5) Programação de produtos (6) Manutenção da informação. 5.1 Atividades primárias Transportes: Considerada por muitos a atividade mais notória e conhecida no meio empresarial, os transportes é a atividade básica que trata da movimentação de materiais tanto interna como externamente. Ela absorve cerca de 2/3 dos custos logísticos. Os transportes agregam valor de lugar. Manutenção de estoques: Muitas vezes não é viável providenciar produção ou entrega instantânea a clientes. Para se atingir um grau de disponibilidade maior, é necessário manter estoques. Eles servem como amortecedores entre a oferta e a demanda. Porém o uso extensivo pode acarretar num aumento nos custos logísticos na ordem de 2/3. Os estoques agregam valor de tempo. 18 Processamento de pedidos: Os custos com processamento de pedidos são geralmente inferiores aos demais, porém ela consiste em uma atividade primária por ser um elemento crítico para se levar produtos aos clientes o mais rápido possível. 5.2 Atividades de apoio Armazenagem: Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação de estoque, projeto de docas ou baías de atração e configuração do armazém. Manuseio de materiais: Está associada com a armazenagem e a manutenção de estoques. Refere-se à movimentação de materiais nos locais de estocagem. São problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para a formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho. Embalagem de proteção: Um dos objetivos da Logística é movimentar produtos sem danificá-los de forma econômica. A Logística auxilia na definição da melhor embalagem. Obtenção: É a atividade ligada à compra de insumos de fornecedores, deixando estes insumos disponíveis para o sistema logístico. Consistem em itens desta atividade a escolha de fornecedores, as quantidades, programação de compras e a forma que o produto é comprado. Programação do produto: É a atividade que lida com a distribuição (saída). Refere-se às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando devem ser fabricadas. Manutenção de informações: Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho. Manter uma base de dados é a função principal desta atividade. Onde estão os clientes, volumes de vendas, padrões de entrega, entre outros. Todas estas atividades harmoniosamente combinadas contribuem efetivamente para o Nível de Serviço. 19 6 LOGÍSTICA NO BRASIL E NO MUNDO Fonte:frenet.com.br As novas exigências para a atividade logística no Brasil e no mundo passam pelo maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica, novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios (exemplo: Resposta Eficiente ao Consumidor - Efficient Consumer Response), entre outros. Apesar dessa evolução até a década de 40, havia poucos estudos e publicações sobre o tema. A partir dos anos 50 e 60, as empresas começaram a se preocupar com a satisfação do cliente, foi então que surgiu o conceito de logística empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor. Os anos 70 assistem à consolidação dos conceitos como o MRP (Material Requirements Planning), Kanban e Just-in-time. Após os anos 80, a logística passa a ter realmente um desenvolvimento revolucionário, empurrado pelas demandas ocasionadas pela globalização, pela alteração da economia mundial e pelo grande uso de computadores na administração. Nesse novo contexto da economia globalizada, as empresas passam a competir em http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Gest%C3%A3o_dos_pedidos&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Processos 20 nível mundial, mesmo dentro de seu território local, sendo obrigadas a passar de moldes multinacionais de operações para moldes mundiais de operação. 7 A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NAS ECONOMIAS Se nas empresas a Logística hoje é vista como uma área importante, o que dizer de uma economia como um todo. Na verdade, a Logística acaba assumindo um papel definitivo no desenvolvimento de nações importantes como o caso dos Estados Unidos. Só para se ter uma ideia, neste país o custo com Logística é de aproximadamente 10% do PIB, ou seja, a cada 100 dólares produzidos lá, gasta – se 10 dólares nas mais diversas atividades logísticas. Levando-se em conta que o PIB dos EUA é de 1,1 trilhão de dólares, pode-seimaginar o gasto com esta área. Comparando os custos logísticos em relação às vendas, algumas pesquisas apontam uma média de 8,57%, ou seja, a cada 100 dólares vendidos, gasta – se 8,5 dólares com a Logística. Porém esse índice muda de país para país. Veja a tabela que mostra esse índice de alguns países: No âmbito de transportes, os pilares do caos são as enormes falhas de regulação de políticas governamentais de investimento, além disso, tem- se a distorção da matriz de transporte que conduz para um significativo detrimento econômico e competitivo, consequentemente, acaba refletindo no Custo Brasil. (ERHART, et al, 2006, apud DEIMLING, 2016). Na verdade, os custos Logísticos são responsáveis pelo segundo maior custo para a empresa, só perdendo para o custo do próprio produto. Com isso podemos imaginar como é importante gerenciar bem esses custos, pois uma má administração pode acarretar em uma super precificação dos produtos, tornando – os poucos competitivos. Em se tratando de Brasil, estima-se que os custos logísticos representem cerca de 16% do PIB, sendo somente o transporte responsável por 6,5%. Nosso esquema de transporte se apoia muito no modo rodoviário. Como as estradas do país estão em péssimas qualidades, isso também é um fator que onera os preços dos produtos, pois gasta-se mais com manutenção, combustível e como consequente o frete. Se as 21 condições fossem diferentes, os custos das mercadorias poderiam diminuir em até 4% em média, só por conta dessa má conservação. 7.1 Logística na economia globalizada Operações globalizadas aumentam os custos e a complexidade da Logística. Quanto às complexidades, as operações globalizadas aumentam a incerteza e diminuem a capacidade de controle. A incerteza decorre de distâncias maiores, de ciclos mais longos e de menor conhecimento do mercado. Os problemas de controle resultam da utilização constante de intermediários, além da regulamentação governamental na forma de exigências alfandegárias e de restrições comerciais. Esses desafios que são típicos da logística globalizada, atrasam o desenvolvimento de sistemas eficientes e eficazes. Não obstante, a globalização não pode ser evitada no mundo atual. Portanto, a logística deve enfrentar e resolver esses desafios e suas complexidades. Por outro lado, há fatores que motivam e facilitam a globalização e acarretam operações logísticas sem fronteiras. 7.2 Fatores que levam ao Mundo sem fronteiras As empresas são motivadas a expandir as operações globalizadas a fim de poderem crescer e sobreviver. As operações globalizadas são também facilitadas pelo desenvolvimento de novas tecnologias e capacitações. Os cinco fatores que levam às operações globalizadas são o crescimento econômico, a abordagem de cadeia de suprimento, a regionalização, a tecnologia e a desregulamentação. Crescimento econômico: a partir da Segunda Guerra Mundial, as empresas de muitos países industrializados tiveram aumentos de receitas e de lucros anuais superiores a 100%. Esse ritmo de crescimento resultou da combinação do aumento da penetração no mercado, da expansão de linhas de produtos, da expansão geográfica das transações dentro dos próprios países, da eficiência das operações e do crescimento dos mercados decorrente de altas taxas de natalidade. Abordagem da cadeia de suprimento: o segundo fator adoção, em larga escala do conceito de cadeia de suprimento por parte de produtores e distribuidores. 22 Historicamente, os executivos sempre se concentraram na redução de custos de aquisição e de custo de fabricação de suas empresas. As despesas incorridas por outros membros da cadeia de suprimento não eram, normalmente, consideradas importantes nas decisões logísticas e de fornecimento de produtos. Regionalização: como foi dito anteriormente, a necessidade de desenvolver novos mercados, para sustentar o crescimento, foi a razão mais forte que encorajou as empresas a buscar clientes fora do país. A escolha individual de empresas desejosas de expansão recaiu geralmente em países da mesma região geográfica. Para promover o comércio regional e proteger as empresas nacionais de concorrência externa, os países passaram a formalizar relacionamentos por meio de tratados. Tecnologia: a tecnologia de comunicação e de informação representa o quarto fator que estimula as operações internacionais. A comunicação de massa, atuando nos mercados, expôs os consumidores internacionais aos produtos estrangeiros, estimulando a convergência de necessidades e preferências globalizadas. Desregulamentação: a desregulamentação de uma série de indústrias-chave é o quinto fator que leva a um mundo sem fronteira. As duas primeiras atividades desregulamentadas nos Estados Unidos foram finanças e transportes. A questão dos resíduos constitui-se como um problema grave enfrentado pela sociedade em geral. Incluem-se nesses resíduos, aqueles produzidos pela industrialização, pois o desenvolvimento industrial gera resíduos e rejeitos em volumes consideráveis nos diversos segmentos industriais. (FUJI, 2012, apud PINHEIRO, 2015). 7.3 Desafio da Globalização Embora muitas tendências levem a operações sem fronteiras, algumas barreiras importantes continuam impedindo a logística globalizada. Três dessas barreiras são significativas: mercados e concorrência, barreiras financeiras e canais de distribuição. O crescente comércio internacional exige que os executivos de logística adquiram consciência global e uma perspectiva globalizada. Devem ter conhecimento das barreiras logísticas mencionadas, considerar soluções alternativas e ter habilidade para aplicar soluções em ambientes não tradicionais. 23 7.4 Mercados e Concorrência Os mercados reais potenciais, bem como a concorrência, dificultam a entrada de concorrentes, a disponibilidades de informações, e causam problemas para a formação de preços. Um exemplo de barreira física é a prática europeia da presença local, que exige o estabelecimento de instalação e produção ou meios de distribuição próprios no mercado, antes do acesso a este. Um exemplo de barreira legal é a prática japonesa de permitir que os varejistas locais votem se aceitam ou não novos varejistas, principalmente estrangeiros, no mercado. Escassa disponibilidade de informação é outra barreira à logística globalizada. Além de limitada disponibilidade de informação sobre as dimensões do mercado, a demografia e a concorrência, há pouca informação coordenada a respeito de exigências de importação e de documentação. Além disso, a formação de preços e as tarifas alfandegárias são outro tipo de barreira comercial. Os preços internacionais são fortemente influenciados pelas taxas de câmbio. Além da logística de pós-venda, há a logística de pós-consumo. Esse tipo de logística reversa explica que os bens após serem produzidos passam a ser de pós-consumo, e devido a isso os mesmos podem ser enviados a destinos finais tradicionais, como por exemplo, incineração e aterros sanitários, ou também podem retornar ao ciclo produtivo, através da reciclagem ou reuso. (LEITE, 2003, apud DA CRUZ, 2013). 7.5 Barreiras financeiras As barreiras financeiras à logística globalizada decorrem de dificuldades de previsões e de infraestruturas institucionais. Previsão, tarefa que não é fácil em qualquer situação, é particularmente difícil em ambientes globalizados. O desafio das previsões no próprio país é predizer as vendas em unidade ou valor, com base em tendências de clientes, em atividades da concorrência e em sazonalidades. Num ambiente globalizado, esses desafios somam-se às complexidades relacionadas a taxas de câmbio, a atividades alfandegárias e a políticas governamentais. 24 7.6 Canais de distribuição Diferenças em canais de distribuição relativamente à padronização de infraestruturae acordos comerciais são uma terceira barreira enfrentada pela logística. Questões relacionadas à padronização de infraestruturas abrangem diferenças em transportes, equipamentos de manuseio de materiais, instalações portuárias e de armazenagem, bem como diferenças em sistemas de comunicação. 8 O LUGAR DA LOGÍSTICA NAS ORGANIZAÇÕES Fonte: portalic.com.br As empresas vêm desenvolvendo atividades logísticas há muitos anos. Uma visão moderna prega um rearranjo destas atividades de forma tal que o gerenciamento seja facilitado. A Logística na verdade se relaciona mais frequentemente com duas áreas da empresa: Marketing e Produção, porém existem outras interligações importantes, como a da área de custos, por exemplo. Como se vê, a Logística está estrategicamente posicionada entre duas áreas importantes da empresa. Enquanto a produção tem como foco principal produzir bens com qualidade ao menor custo possível, o Marketing se preocupa em dar lucros para a empresa. Na intermediária do fluxo há todas as atividades de estocagem, manuseio e transportes de materiais feitos pela produção e vendidos pelo marketing. Algumas 25 atividades, no entanto são comuns para as áreas afins. A Logística se encontra bastante integrada, com atividades em comuns com as áreas discriminadas. Portanto é salutar que profissionais de áreas diferentes gerenciem estas atividades sob o foco sistêmico. A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informações, desde fornecedores até consumidor. Assim, dentro do espírito da empresa moderna, o básico da atividade logística é o atendimento do cliente. De fato, ela começa no instante em que o cliente resolve transformar um desejo em realidade. (MARTINS, 2006, apud DA CRUZ, 2013). 8.1 Estratégia de estoque Do ponto de vista da Logística, decisões que envolvem estoque são de alto risco e de alto impacto. O comprometimento com determinado nível de estoque e a subsequente expedição de produtos para mercado, em antecipação de vendas futuras, acarretam várias atividades logísticas. Sem um estoque adequado, a atividade de marketing poderá detectar perdas de vendas e declínio da satisfação dos clientes. Por outro lado, o planejamento de estoque também tem papel crítico para a produção. 8.2 Princípios e funcionalidades A formulação de políticas de estoque requer conhecimento do papel do estoque nas áreas de produção e de marketing das empresas. A melhoria na gestão desses estoques é devida à ênfase gerencial que o assunto tem recebido e a adoção de estratégias baseadas em prazos, por exemplo, o JIT (Just in Time) ·. 8.3 Produção Para o fabricante, o risco relativo ao estoque tem uma dimensão em longo prazo. O investimento do fabricante em estoque começa com matérias-primas e componentes incluem estoque de produção em processo e termina em produtos acabados. 26 8.4 Atacado A exposição dos atacadistas ao risco é menor do que a dos fabricantes, mas é mais profunda e de mais longa duração do que a dos varejistas. Geralmente, atacadistas compram de fabricantes grandes quantidades a varejistas. Quando os produtos são sazonais, os atacadistas são forçados a formar estoque com grande antecedência às vendas, aumentando a profundidade e a duração do risco. 8.5 Varejista Para os varejistas, o gerenciamento de estoque é fundamentalmente uma questão de compra e venda. Compram uma ampla variedade de produtos e assumem risco substancial no processo de comercialização. O risco dos varejistas, quanto aos estoques, pode ser considerado amplo, mas não profundo. Por causa dos altos aluguéis de imóveis, os varejistas dão especial ênfase à rotação ou giro do estoque e à lucratividade direta do produto. A rotação do estoque é calculada como quociente das vendas anuais sobre o estoque médio. 8.6 Estoque médio O estoque médio compreende a quantidade de materiais, componentes, estoque em processo e produtos acabados normalmente mantidos em estoque. Ao se definir uma política, o nível de estoque adequado deve ser determinado para cada instalação física. O estoque médio é formado pelos seguintes componentes: Estoque básico, estoque de segurança e estoque de trânsito. Estoque Básico: O estoque básico é a porção do estoque médio que se recompõe pelo processo de ressuprimento (Ressuprimento é o ato de repor mercadorias ou qualquer item que tenha chegado ao ponto crítico do estoque mínimo ou quando simplesmente está em falta no almoxarifado). No início de um ciclo de atividades, este estoque está em seu nível máximo. O estoque médio existente logo após o ressuprimento é denominado estoque básico. 27 Estoque de Segurança: Uma parte do estoque médio é composta pelo estoque de segurança, destinado a armazenar o impacto de incertezas. O estoque de segurança é usado somente no fim dos ciclos de ressuprimento, quando há demanda mais alta do que a esperada ou os períodos de ressuprimento são mais longos. Dada a necessidade de estoque de segurança, o estoque médio é igual à metade da quantidade do pedido de ressuprimento, mais o estoque de segurança. Estoque em Trânsito: o estoque em trânsito, (objeto de cuidados especiais), representa o estoque que se encontra em viagem ou aguardando transporte já sobre veículos. Estoque em trânsito é condição necessária no processo de ressuprimento de estoque. O estoque em trânsito introduz dois fatores de complexidade na cadeia de suprimento. O primeiro é o fato de que muitas vezes, deve ser pago sem que possa estar disponível. O segundo é o fato de o estoque em trânsito está normalmente associado a alto grau de incerteza, porque muitas vezes os embarcadores não dispõem de informações sobre a localização de veículos e sobre data e hora de sua chegada. 9 INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTE Fonte: skynub.com.br A funcionalidade do transporte tem duas funções principais: movimentação e armazenagem de produtos. 28 9.1 Movimentação de produtos O transporte é necessário para movimentar produtos até a fase seguinte do processo de fabricação ou até um local fisicamente mais próximo ao cliente final, estejam os produtos na forma de materiais, componentes, subconjuntos, produtos semiacabados ou produtos acabados. O transporte movimenta produtos para frente e para trás na cadeia de agregação de valores. “Custo Brasil refere -se a todos os custos desnecessários, desproporcionais ou irracionais que dificultam o desenvolvimento, na medida em que oneram sem medidas a produção, retirando-lhe o caráter competitivo, tão caro em uma economia globalizada”. (RIBEIRO, 2003, apud DEIMLING, 2016). 9.2 Embarcadores e destinatários O embarcador e o destinatário têm como objetivo comum a movimentação de mercadorias, da origem até o destino em determinado tempo, ao menor custo possível. Os serviços incluem tempos de coleta e de entrega especificados, tempo de trânsito previsível, perda e avaria zero, bem como faturamento e troca de informação precisa e em tempo hábil. 9.3 Transportadoras A transportadora, como intermediária, tem uma perspectiva um pouco diferente. Seu objetivo é aumentar sua receita bruta mediante a transação, ao mesmo tempo minimizando os custos necessários para concluir a mesma. A transportadora sempre cobra a taxa mais alta aceitável pelo embarcador (ou destinatário) e minimiza os custos de mão-de-obra, combustível e desgaste de veículos necessários para movimentar as mercadorias. Para atingir esse objetivo, a transportadora tenta obter flexibilidade no tempo de entrega e coleta, para permitir que cargas individuais sejam consolidadas em movimentações econômicas. 29 10 CARACTERÍSTICAS DOS MODAIS DE TRANSPORTE Fonte: casadaconsultoria.com.br Os cinco tipos de modais de transporte básicos são o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário, o dutoviárioe o aéreo. A importância relativa de cada tipo pode ser medida pela distância coberta pelo sistema, pelo volume de tráfego, pela receita e pela natureza de composição do tráfego. Cada tipo modal é abordado levando em consideração sua importância. 10.1 Ferroviário As ferrovias sempre detiveram a maior quantidade de toneladas-quilômetro de transporte dentro dos EUA continental. Em decorrência do surgimento antecipado de uma extensa rede ferroviária conectando praticamente toda a sociedade e municípios, as ferrovias dominaram a tonelagem de transporte intermunicipal até uma época posterior à Segunda Guerra Mundial. Essa superioridade individual adveio da capacidade de transportar grandes cargas de forma econômica e de oferecer serviços frequentes, que colocavam a ferrovia em uma posição até certo ponto monopolista. Entretanto, com o advento da competição acirrada das transportadoras rodoviárias após a Segunda Guerra Mundial, as receitas brutas e as toneladas-quilômetros das ferrovias começaram a declinar. 30 A capacidade de transportar de maneira eficiente uma grande tonelagem por longas distâncias é a principal razão para que as ferrovias continuem ocupando um lugar de destaque na receita bruta e na tonelagem. Entretanto, mesmo sendo bastante utilizada para se transportar grandes volumes de matéria-prima, principalmente minério de ferro, a malha ferroviária no Brasil encontra-se defasada e com pouca disponibilidade de investimentos reestruturadores que possam facilitar o transporte não só desses materiais, mas também, na combinação de transporte de cargas com outros modais e no deslocamento de produtos acabados e pessoas. Após chegar ao consumidor final o produto pode seguir em três destinos diferentes: ir para um local seguro de descarte, como aterros sanitários e depósitos específicos, um destino não seguro, sendo descartado na natureza, poluindo o ambiente, ou por fim, voltar a uma cadeia de distribuição reversa. (MUELLER, 2005, apud DA CRUZ, 2013). 10.2 Rodoviários Comparadas ao sistema ferroviário, as transportadoras rodoviárias necessitam de investimentos fixos relativamente pequenos em terminais e operam em rodovias com manutenção pública. Embora o custo com taxas de licença, impostos ao usuário e pedágios seja grande, essa despesas estão diretamente relacionadas com a quantidade de quilômetros e veículos operados. As características das transportadoras rodoviárias favorecem as atividades de produção e distribuição e o transporte a curta distância de alto valor. Não é novidade que no Brasil o modal rodoviário prevalece sobre os demais modais de transporte. Faltam estatísticas recentes, mas estima-se que atualmente o transporte rodoviário corresponda por 65% do total de cargas transportadas no país. Colaboram também, para formação destes dados, o histórico de serviço e a capacidade insuficiente dos outros modais e a falta de regulamentação do setor de transportes. Os serviços de transporte passam por um processo de acomodação, ou seja, praticamente não existem diferenças significativas entre as opções existentes e as decisões da grande maioria dos clientes baseiam-se única e exclusivamente no custo. 31 10.3 Aquaviário As vias marítimas e fluviais são o meio de transporte mais antigo. Os veleiros originais foram substituídos por barcos a vapor no início de 1800 e pelo motor a diesel nos anos 20. A principal vantagem do transporte Aquaviário é a capacidade de movimentar cargas muito grandes. As embarcações de alto-mar, que são geralmente projetadas para serem utilizadas em oceanos nos grandes lagos ou rios, e se restringem aos portos apropriados a seu calado. Por outro lado, as barcaças com motor diesel, que normalmente operam em rios e canais, possuem uma flexibilidade muito maior. Presença do modal aquaviário no Brasil. Tendência de crescimento em número de navios nos últimos 10 anos. As empresas estão buscando tornarem-se cada vez mais competitivas perante o mercado mundial. Para isso é preciso implementar soluções eficientes, às quais permitam reduzir os tempos e ciclos, o consumo de recursos naturais e ainda, aumentar a qualidade; a fim de superar os competidores mundiais e conquistar os clientes, cada vez mais exigentes no mercado mundial globalizado. (FERNANDES, et al, 2006, apud FERNANDES, 2012). As principais desvantagens do transporte aquaviário são a rapidez e o alcance de operação limitada. A menos que a origem e o destino da carga sejam adjacentes a uma via navegável, é necessário um transporte suplementar por via férrea ou caminhão. O transporte típico por vias navegáveis inclui produtos de mineração e commodities básicas a granel, como produtos, químicos, cimento e alguns tipos de produtos agrícolas. A baixa velocidade do transporte interno fluvial poderá proporcionar uma forma de armazenagem em trânsito, se integrando ao projeto do sistema como um todo. 10.4 Dutoviário Modal responsável por uma significativa parcela em movimentação em toneladas-quilômetro de petróleo e óleo bruto. Além do petróleo, o gás natural é outro importante produto transportado pelas dutovias. Os dutos também são utilizados para o transporte de produto químicos manufaturados, de materiais secos e pulverizados a 32 granel, como cimento e farinha em suspensão aquosa, além de esgoto e água em cidades e municípios. A natureza de uma dutovia é singular, se comparada a todos os outros tipos de transporte. Os dutos operam 24 horas, sete dias por semana, com restrições de funcionamento apenas durante mudança do produto transportado e manutenção. Ao contrário dos outros modais, não existe nenhum contêiner ou veículo vazio de retorno. 10.5 Aeroviário O mais novo tipo de transporte, porém menos utilizados, é o aéreo. A vantagem desse tipo de transporte está na rapidez de entrega das cargas. Uma carga que percorre costa a costa, por via aérea, requer apenas algumas horas de voo, em contraste com outros tipos de transporte, que levam dias para chegar a seu destino. O alto custo do transporte aéreo, porém, torna-o um meio de transporte extremamente caro; entretanto, esse aspecto pode ser compensado pela grande rapidez, que permite que o custo de outros elementos do projeto logístico, como armazenagem ou estoque, sejam reduzidos ou eliminados. Como necessitam de amplo espaço aberto, os aeroportos não estão normalmente integrados com outros tipos de transporte, com exceção das rodovias. Entretanto, há um interesse cada vez maior em integrar futuramente o transporte aéreo com outros modais e construir aeroportos “exclusivamente de carga”, a fim de reduzir o conflito com as operações que envolvem passageiros. 11 CONCEITO DE LOGÍSTICA INTEGRADA 11.1 Paradoxo da Logística A logística é um verdadeiro paradoxo. É ao mesmo tempo, uma das atividades econômicas mais antigas e um dos conceitos gerenciais mais modernos. Desde que o homem abandonou a economia extrativista, e deu início as atividades produtivas organizadas, com produção especializada e troca dos excedentes com outros 33 produtores, surgiram três das mais importantes funções logísticas: estoque, armazenagem e transporte. A logística surge na França, no século XVIII, onde existia o posto de Marechal-General de Logis que se responsabilizava pelo suprimento e pelo transporte do material bélico nas batalhas. (SILVA, 2001, apud SOARES, 2012). A produção em excesso, ainda não consumida, vira estoque. Pra garantir sua integridade, o estoque necessita de armazenagem. E para que a troca possa ser efetivada, é necessário transportá-lo do local de produção ao local de consumo. O que vem fazendo da Logística um dos conceitos gerenciais mais modernos são dois conjuntos de mudanças. O primeiro de ordem econômica, e o segundo de ordem tecnológica. As mudanças econômicas criam novas exigências competitivas,enquanto as mudanças tecnológicas tornam possível o gerenciamento eficiente e eficaz de operações logísticas cada dia mais complexas e demandantes. Mudanças no ambiente competitivo e no estilo de trabalho vêm tornando cliente e consumidores cada vez mais exigentes. Isso se reflete em demanda por níveis crescentes de serviços logísticos. A forte pressão por redução de estoques vem induzindo clientes institucionais para compras mais frequentes e em menores quantidades, com exigência de prazos de entrega cada vez menores, livres de atrasos ou erros. Por outro lado, o consumidor final, com seu estilo de vida crescentemente marcado pelas pressões do trabalho, valoriza cada vez mais a qualidade dos serviços na hora de decidir que produtos e serviços comprar. A demora ou inconsistência na data de entrega, ou a falta de um produto nas prateleiras do varejo, crescentemente implica vendas não realizadas, e até mesmo a perda de clientes. O surgimento da Internet e das aplicações de e-commerce tem contribuído significativamente para aprofundar esse comportamento. Em seu conjunto, esse grupo de mudanças econômicas vem transformando a visão empresarial sobre Logística, que passou a ser vista não mais como uma simples atividade operacional, um centro de custos, mas sim como uma atividade estratégica, uma ferramenta gerencial, fonte potencial de vantagem competitiva. 34 11.2 Entendendo o conceito de logística integrada Na base do moderno conceito de Logística Integrada está o entendimento de que a Logística deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados. Segundo o conceito de marketing mix, ou composto mercadológico, a estratégia de marketing é definida com base na ênfase relativa dada a cada uma de quatro variáveis, ou seja, produto, preço, promoção e praça. Decisões sobre praça dizem respeito ao estabelecimento de uma política de canais de distribuição que implica, entre outras coisas, a formalização de padrões de serviços, para cada um dos canais utilizados no processo de distribuição. Por padrões de serviço entende-se um conjunto de varáveis como disponibilidade de produtos, prazos de entrega, consistência dos prazos, flexibilidade do serviço, serviço pós- venda entre outros. 11.3 Importância dos Canais de distribuição Uma vez estabelecidos os canais de distribuição e seus respectivos padrões de serviço, cabe a Logística a missão de estruturar-se para garantir seu cumprimento. Portanto, a política de serviço ao cliente dever ser vista como um componente central da estratégia de marketing, que sob o ponto de vista operacional se transformar em uma missão a ser cumprida pela organização logística. Contudo, atender simplesmente aos padrões de serviço não é suficiente. Serviços custam dinheiro e consomem recursos, e, portanto devem ser executados de forma eficiente. Com os recursos hoje em dia disponíveis, é possível, em princípio, atender a qualquer nível de serviço, desde que não haja limitações de recursos ou preocupações com custos. Basta, por exemplo, consignar grandes volumes de estoque junto aos clientes, manter uma frota de veículos em constante prontidão, e possuir recursos abundantes de informação e comunicação. No entanto, a não ser em situações muito especiais, tal política é economicamente inviável. O atual clima de competição exige que se atinja um dado padrão de serviço ao menor custo possível. 35 Surge aí o segundo conceito importante para o entendimento da Logística Integrada, ou seja, o conceito de sistema. Um movimento em qualquer um dos componentes do sistema tem, em princípio, efeito sobre outros componentes do mesmo sistema. A tentativa de otimização de cada um dos componentes, isoladamente, não leva a otimização de todo o sistema. Ao contrário, leva a subotimização. Tal princípio é normalmente conhecido como trade-off, ou seja, o princípio das compensações, ou perdas e ganhos. O formato do canal de distribuição é definido depois de se pensar como serão distribuídos os produtos criados e seus níveis desde a manufatura até o consumidor final caracterizando-se, desta forma, à extensão e a amplitude, representada pelo número de empresas que nela atuam. Novaes, ao diferenciar extensão e amplitude, acrescenta que tal escolha de definição de canal dar-se-á a partir do momento em que se define também o tipo de produto a ser distribuído descrevendo assim, três tipos de amplitude caracterizando a profundidade de alcance / distribuição dos produtos, os quais são: Distribuição exclusiva ou amplitude unitária: existe apenas uma empresa atuando em cada região pelo fabricante do produto; Distribuição seletiva ou amplitude múltipla, mas controlada: seleção de várias empresas pelo fabricante do produto na comercialização; Distribuição intensiva ou amplitude múltipla, aberta: distribuição dos produtos através do maior número de revendedores. Independente da perspectiva utilizada para definir a logística pode considerar que os objetivos básicos são os de tratar das atividades logísticas como um sistema que garanta sua eficiência reduzindo custos e tempo de entrega. Para que isso ocorra, deve haver uma integração de toda a cadeia produtiva, desde a compra de matéria prima até a entrega dos produtos final. (ROCHA, 2003, apud SOARES, 2012). 36 12 CADEIA DE SUPRIMENTO Fonte: infovarejo.com.br Uma cadeia de suprimento engloba todos os estágios envolvidos, (direto ou indiretamente), no atendimento de um pedido de um cliente. A cadeia de suprimento não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas também transportadoras, depósitos, varejistas e os próprios clientes. Dentro de cada organização, como por exemplo, de uma fábrica, a cadeia de suprimento inclui todas as funções envolvidas no pedido do cliente, como desenvolvimento de novos produtos, marketing, operações, distribuição, finanças e o serviço de atendimento ao mesmo, entre outras. Considere, por exemplo, um cliente que entra numa loja Wal-Mart para comprar detergente. A cadeia de suprimentos começa com o cliente e sua necessidade de obter o produto. O próximo estágio dessa cadeia é a loja Wal-Mart, que o cliente procura. A Wal-Mart abastece suas prateleiras usando um estoque que pode ter sido fornecido por um depósito de produtos acabados, administrados pela própria empresa ou por um distribuidor que utiliza caminhões fornecidos por terceiros. O distribuidor, por sua vez, é abastecido pelo fabricante, por exemplo, a Procter & Gamble, (P&G). A fábrica da P&G recebe a matéria-prima de diversos fornecedores, que podem, por sua vez, ter sido abastecidos, também, por outros fornecedores. Por exemplo, o material fornecido para a embalagem pode vir da Tenneco, que pode receber matéria- prima de outros para fabricar as embalagens. 37 O conceito de cadeia de suprimento adicionando as ideias de sustentabilidade, no qual não se oneram os sistemas naturais ou sociais, enquanto ainda se gera lucro por um período de tempo estendido, estabelecendo assim uma cadeia de suprimento sustentável. (PAGELL, 2014, apud LUNA, 2019). Uma cadeia de suprimento é dinâmica e envolve um fluxo de informações, produtos e dinheiro (fundos) entre diferentes estágios. Cada estágio da cadeia de suprimentos executa diferentes processos e interage com outros estágios da própria cadeia. A Wal-Mart fornece ao cliente o produto, bem como, as informações sobre o preço e disponibilidade. O cliente transfere fundos a Wal-Mart que, por sua vez, transmite dados sobre ponto-de-venda e pedidos de reabastecimento ao centro de distribuição (CD). O CD envia o pedido de reabastecimento à loja utilizando os caminhões. A Wal-Mart transfere fundos ao distribuidor após o reabastecimento. O distribuidor também fornece informações sobre preços e prazosde entrega à Wal- Mart. Fluxos semelhantes de informação, de material e monetário acontecem em toda cadeia de suprimento. O termo cadeia de suprimento representa produtos ou suprimentos que se deslocam ao longo da seguinte cadeia: fornecedores, fabricante, distribuidores, lojistas e clientes. E importante visualizar os fluxos de informações, monetário e de produtos em ambos os sentidos dessa cadeia. O termo também infere que apenas um responsável é o envolvido em cada estágio. Na realidade, um fabricante pode receber material de diversos fornecedores e depois abastecer diversos distribuidores. Por tanto a maioria das cadeias de suprimento é, na verdade, composta por redes. Seria mais correto utilizar o termo como rede de suprimento para descrever a estrutura da maioria das cadeias de suprimento. 12.1 Objetivo da cadeia de suprimento Gerenciamento da cadeia de suprimentos é um conceito que surgiu recentemente e que utiliza conceitos da logística integrada e inclusive estende tais conceitos. O conceito evidência as interações logísticas que ocorrem entre as áreas de logística, produção e marketing no âmbito de uma empresa e dessas mesmas interações entre as empresas legalmente no âmbito do canal de fluxo de produtos. O grande desafio do gerenciamento da cadeia de suprimentos é a integração das cadeias. (BALLOU, 2006, apud RIBEIRO, 2012. 38 O objetivo de toda cadeia de suprimento é maximizar o valor global gerado. Este valor gerado por uma cadeia de suprimento é a diferença entre o valor do produto final para o cliente e o esforço realizado pela cadeia para atender o seu pedido. Para a maioria das cadeias de suprimento comerciais, o valor estará fortemente ligado à lucratividade da cadeia de suprimento, que é a diferença entre a receita gerada pelo cliente e o custo total no decorrer da cadeia de suprimento. A lucratividade da cadeia de suprimento é o lucro total a ser dividido pelos estágios da cadeia de suprimento. Quanto maior sua lucratividade, mais bem- sucedida será a cadeia de suprimento. O sucesso da cadeia deve ser mensurado em termos de lucratividade da cadeia inteira e não com base nos lucros de um estágio isolado. 12.2 Fases de decisão na cadeia de suprimento O gerenciamento da cadeia de suprimento bem-sucedido exige diversas decisões relacionadas ao fluxo de informações, de produtos e monetário. Essas decisões se encaixam em categorias ou fases, dependendo da frequência de cada decisão e do período de execução de cada fase. Estratégias ou projeto da cadeia de suprimento: Durante essa fase, a empresa decide como estruturar a cadeia de suprimento. Determinar qual será a configuração da cadeia e quais processos cada estágio deverá desempenhar. As decisões tomadas durante essa fase são também conhecidas como decisões estratégicas para a cadeia de suprimento. Tais decisões são tomadas pelas empresas e incluem: local; capacidade de produção e das instalações para armazenagem; produtos a serem fabricados ou estocados em diversos locais; meios de transporte a serem disponibilizados de acordo com os diferentes turnos de expedição e o sistema de informação que será adotado. A empresa deve garantir que a configuração de sua cadeia de suprimento possa apoiar seus objetivos estratégicos durante essa fase. Planejamento da cadeia de suprimento: Como resultado dessa fase de planejamento, as empresas definem um conjunto de políticas operacionais que lideram as operações de curto prazo. Para as decisões tomadas durante esta fase, a 39 configuração da cadeia de suprimento determinada na fase estratégica, é fixa. Essa configuração estabelece restrições dentro das quais cada planejamento deve ser realizado. As empresas iniciam a fase de planejamento com uma previsão de demanda para o ano seguinte ou um período de execução semelhante em diferentes mercados. O planejamento inclui decisões sobre: quais os mercados deverão ser supridos e de quais locais; sobre a construção de estoques; a terceirização da fabricação; as políticas de reabastecimento e estocagem a serem seguidas; as políticas que serão desempenhadas em relação a locais de reserva, no caso de incapacidade de atender a um pedido, e a periodicidade e dimensão das campanhas de marketing. 12.3 Visão dos processos de uma cadeia de suprimento A cadeia de suprimento é uma sequência de processos e fluxos que acontecem dentro e entre diferentes estágios da cadeia, e que se combinam para atender à necessidade de um cliente por um produto. Há duas maneiras de visualizar os processos realizados na cadeia de suprimento: Visão cíclica: os processos em uma cadeia de suprimento são divididos em uma série de ciclos, cada um realizado na interface entre dois estágios sucessivos de uma cadeia de suprimento. Visão push/pull (puxados/empurrados): os processos em uma cadeia de suprimento são divididos em duas categorias, acionados em resposta aos pedidos dos clientes (pull) ou em antecipação aos pedidos dos clientes (push). 40 13 ESTRATÉGIA COMPETITIVA E DE CADEIA DE SUPRIMENTO Fonte: ibid.com.br 13.1 O Desempenho da Cadeia de Suprimento: Atingindo Alinhamento e Escopo Estratégicos Além da necessidade de alinhamento da estratégia de operações com a estratégia de negócio, a importância da chamada integração estratégica da produção, constitui um processo de integração que inclui atividades que adquirem, compartilham e consolidam conhecimento estratégico e informação com parceiros de fora da organização, o qual tende a influenciar positivamente o desempenho das empresas que o adotam. (SWINK, 2007, apud VIANA, 2015). A estratégia competitiva de uma empresa define o conjunto de necessidades do consumidor que ela pretende satisfazer por meio de seus produtos e serviços. Por exemplo, uma empresa tem como objetivo oferecer uma grande variedade de produto de boa qualidade e preços baixos. A maioria dos produtos vendidos nesta empresa é comum, (passando de eletrodomésticos a vestuário), e pode ser adquirida em qualquer outra loja. O que a em oferece, é preço baixo e disponibilidade de produtos. A cadeia de valor começa com o desenvolvimento de novos produtos, que cria especificações para os mesmos. Marketing e vendas geram demanda, divulgando as prioridades do cliente ao quais os produtos e os serviços deverão satisfazer. Além disso, o marketing leva o input do consumidor de volta ao desenvolvimento de novos produtos. Utilizando as especificações do novo produto, as operações transformam 41 os inputs em outputs para a produção da mercadoria. A distribuição tanto pode levar o produto ao cliente quanto trazer o cliente ao produto. O serviço responde às solicitações do cliente durante ou após a venda. Essas são funções essenciais que devem ser realizadas para que se obtenha êxito na venda. Finanças, contabilidade, tecnologia da informação e recursos humanos apoiam e facilitam o funcionamento da cadeia de valor. Para colocar a estratégia competitiva da empresa em prática é necessário que todas essas funções desenvolvam sua própria estratégia uma vez que cada uma tem o seu papel. Estratégia, nesses casos, refere-se ao que cada função tentará fazer particularmente bem. Uma estratégia de desenvolvimento de produto especifica o portfólio dos novos produtos que a empresa vai tentar desenvolver. Determina também, se o trabalho será realizado internamente ou com serviços terceirizados. Uma estratégia de marketing e vendas especifica como o mercado será segmentado e como o produto será posicionado, divulgado e que preço terá. Uma estratégia de cadeia de suprimento determina a natureza de obtenção de matérias-primas, o transporte para a empresa, a fabricação do produto ou da operação para prover o serviço e a distribuição do produto ao consumidor, juntamente com eventuais serviços posteriores. Pela perspectivada cadeia de valor, a estratégia da cadeia de suprimento especifica o que operações, distribuição e serviço deverão tentar fazer particularmente bem. Somando a isso, em cada empresa, as estratégias serão delineadas para finanças, contabilidade, tecnologia da informação e recursos humanos. 13.2 Atingindo o alinhamento estratégico O alinhamento estratégico significa que ambas as estratégias, competitiva e de cadeia de suprimento, possuem os mesmos objetivos. Refere-se à compatibilidade entre às prioridades do cliente, satisfeitas pela estratégia competitiva, e às habilidades da cadeia de suprimento, que a estratégia da cadeia visa criar. Todas as funções que integram a cadeia de valor de uma empresa contribuem para seu sucesso ou fracasso. Tais funções não são operadas isoladamente. Uma única função não é capaz de assegurar o sucesso da cadeia. O fracasso, porém, em 42 uma delas pode levar a derrocada total da cadeia. Esse fracasso pode acontecer durante a coordenação das estratégias e a realização do alinhamento estratégico, ou vir a ocorrer quando da execução das mesmas. Os sucessos ou fracassos das empresas estão assim, estreitamente ligados aos seguintes tópicos: A estratégia competitiva e todas as estratégias funcionais devem ser alinhadas para formarem uma estratégia global coordenada. Cada estratégia funcional deve apoiar outras e ajudar a empresa a alcançar o objetivo de sua estratégia competitiva. As diferentes funções em uma empresa devem estruturar apropriadamente seus processos e recursos para que possam executar essas estratégias com êxito. Para o desenvolvimento de competências, devem ser estabelecidas rotinas, que por sua vez necessitam utilizar os recursos da organização. As competências emergem de múltiplas rotinas inter-relacionadas. Nesse sentido, os gerentes de operações, ao perseguirem as competências operacionais, devem fazer esforços permanentes para identificar e integrar rotinas que direcionam as competências pretendidas. Um padrão constante de tomada de decisão ajuda na acumulação de rotinas e competências, o que cria vantagem competitiva. (PENG, 2008, apud VIANA, 2015). Etapas básicas para atingir o alinhamento estratégico Entender o cliente: primeiramente, a empresa precisa entender as necessidades do cliente em cada segmento visado. Tais necessidades ajudam a empresa a definir o custo desejado e os serviços exigidos. Em geral, a procura de clientes de segmentos diferentes pode variar de acordo com diversas características: A quantidade de produto necessária em cada lote; O tempo de resposta que os clientes estão dispostos a tolerar; A variedade de produtos necessários; O nível de serviço exigido; O preço do produto; A taxa esperada de inovações no produto. Entender a cadeia de suprimento: existem vários tipos de cadeias de suprimento e cada uma dessas cadeias é projetada para desempenhar diferentes tarefas com sucesso. A empresa deve entender para qual tarefa sua cadeia de suprimento foi designada. A responsividade da cadeia de suprimento é a habilidade que a cadeia tem de realizar o seguinte: Responder a amplos escopos de quantidades exigidas; atender com lead times curtos; manejar uma grande variedade de produtos; produzir produtos altamente inovadores; atender a um nível de serviço muito alto. Realizar o alinhamento estratégico: se houver qualquer incompatibilidade entre o que a cadeia de suprimento realiza com sucesso e as necessidades dos 43 clientes, a empresa precisará reestruturar sua cadeia de suprimento para apoiar a estratégia competitiva ou, então deverá alterar sua estratégia. 13.3 Escopo intraoperacional dentro da empresa: a visão de redução de custo local O escopo mais limitado no qual o alinhamento estratégico pode ser alcançado, é o de uma operação dentro de uma área funcional de uma empresa. É a isso que se refere o escopo intraoperacional dentro da empresa. Nesta fase cada operação dentro de cada estágio de uma cadeia de suprimento planeja sua estratégia independentemente. 13.4 Escopo intrafuncional dentro da empresa: a visão de redução do custo por função As operações dentro da cadeia de suprimento incluem, entre outras, a fabricação, a armazenagem e o transporte. Com o escopo intrafuncional dentro da empresa, o alinhamento estratégico é ampliado para abranger todas as operações que integram uma função. Nessa situação, o gerente do depósito reduz mais os seus próprios custos, enquanto o gerente de transportes minimiza os seus custos independentemente. 13.5 Escopo interfuncional dentro da empresa: a visão de aumento do lucro da empresa A grande falha da visão intrafuncional é que diferentes funções podem possuir objetivos conflitantes. Com o passar do tempo, as empresas notaram essa falha percebendo, por exemplo, que marketing e vendas se concentravam na geração de receita e a fabricação e distribuição focavam na redução dos custos. As ações executadas pelas duas funções entravam muitas vezes em conflito e prejudicavam o desempenho total da empresa. As empresas perceberam a importância em expandir o escopo do alinhamento estratégico por todas as funções dentro da empresa. No escopo interfuncional o objetivo é maximizar o lucro da empresa. 44 13.6 Escopo interfuncional entre as empresas: a visão de aumento do excedente de cadeia de suprimento O escopo de alinhamento estratégico interfuncional dentro da empresa possui duas grandes falhas. A primeira origina-se do fato de que o único fluxo de caixa positivo para a cadeia de suprimento ocorre quando o cliente paga pelo produto. Todos os demais fluxos de caixa são meramente remanejamentos das contas dentro da cadeia de suprimento e são somados aos custos da cadeia. A diferença entre o que o cliente paga e o custo total gerado por toda a cadeia de suprimento representa o excedente da cadeia. O excedente da cadeia de suprimento representa o lucro total a ser dividido por todas as empresas que integram a cadeia de suprimento. O aumento no excedente da cadeia de suprimento eleva a quantia a ser dividida entre todos os membros dessa cadeia. O escopo interfuncional dentro da empresa faz com que cada estágio da cadeia de suprimento tente maximizar seus próprios lucros, o que não resulta necessariamente no aumento do excedente da cadeia. O excedente da cadeia de suprimento é elevado apenas quando todos os estágios da cadeia de suprimento coordenam juntos sua estratégia. Isso ocorre com o escopo interfuncional entre as empresas, no qual todos os estágios da cadeia de suprimento coordenam sua estratégia em todas as funções para garantir que juntos eles possam atender às necessidades do cliente da melhor maneira possível e maximizar o excedente da cadeia de suprimento. A segunda grande falha do escopo dentro de uma das empresas foi percebida na década de 90, quando a velocidade se tornou um grande impulsionador do sucesso da cadeia de suprimento. Atualmente, cada vez mais empresas bem-sucedidas, não por vender produtos mais baratos ou porque têm a melhor qualidade ou ainda porque seus produtos garantem melhores resultados, mas porque conseguem responder rapidamente às necessidades do mercado e levar o produto certo, ao cliente certo, no tempo certo. Essa inclinação à velocidade forçou as empresas a questionarem o que determina o tanto de velocidade que os clientes demandam. Quando essa questão é analisada, a resposta para a maioria das empresas está dentro de seus próprios domínios. Os atrasos mais significativos, entretanto, originam-se na interface entre as 45 fronteiras de diferentes estágios de uma cadeia de suprimento. Portanto, o gerenciamento dessas interfaces tornou-se crucial para oferecer velocidade aos clientes. O escopo dentro das empresas restringe o foco estratégico dentro de cada estágio da cadeia de suprimento, fazendo com que as
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