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Aula 4 - Educação Iluminista


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Educação Iluminista
· 1º Módulo - Identificar as premissas do pensamento iluminista
O pensamento iluminista
A Idade Contemporânea, na qual vivemos, começa com uma série de eventos que podem ser resumidos nas revoluções no fim do século XVIII, que são: Revolução Industrial Inglesa, Revolução Francesa e Revolução Americana.
A Era das Revoluções foi um conjunto de movimentos de cunhos diversos, influenciados pelas ideias iluministas, e que se materializaram nas demandas locais com o objetivo comum de "superar o Antigo Regime". Dentre as muitas revoluções, podemos destacar:
· Revolução Industrial Inglesa - Essa revolução permitiu que se articulasse um novo conjunto de práticas. Dentre elas, podemos citar: os movimentos que fomentavam a economia (balança comercial favorável); a melhora das condições das corporações de ofício; a transição das manufaturas para a utilização de novas técnicas de produção mais inovadoras. Todas essas mudanças contribuíram para o desenvolvimento da indústria, a exemplo dos teares mecânicos, dos navios e trens a vapor.
· Revolução Francesa - Essa revolução teve início com um processo de contestação dos poderes da Igreja, da nobreza e da monarquia. Esse processo foi gerado por uma crise econômica que levou a revoltas no campo e na cidade em virtude do crescimento da fome. As tentativas de resolver o problema foram desastrosas, uma vez que os ministros da economia não conseguiam mediar um estado sustentado pela burguesia. O resultado é que, diante da circulação das ideias iluministas, iniciou-se um conjunto de movimentos contra a monarquia. A Revolução Francesa teve como lema Liberdade (todos os homens são livres para dispor de seu corpo e de suas próprias faculdades sem serem obrigados ou restringidos a não ser pelo bem comum); Igualdade (todos são iguais perante a lei); Fraternidade (todos os homens têm direito à livre associação).
· Revolução Americana - Também é conhecida como a Independência dos Estados Unidos (na prática das 13 colônias). No final do século XVIII, a Inglaterra, na busca de manter sua balança comercial favorável, ampliou as suas fontes de renda e, para a manutenção de seus monopólios, aumentou a taxação dos americanos. Como forma de resistência a esse movimento, a aristocracia local se uniu com o objetivo de romper com o domínio inglês. Os americanos, apoiados pelos franceses, iniciaram uma sangrenta batalha que, em 1783, culminou com a independência das 13 colônias. Essas 13 colônias se associaram e passaram a se chamar Estados Unidos, no entanto, mantendo o princípio do Federalismo, com autonomia entre eles.
 Mas, além dessas, outra revolução foi fundamental naquele momento e afetou diretamente a Educação: o Iluminismo!
O Iluminismo foi um movimento intelectual francês do século XVIII, denominado também de “Esclarecimento”. Esse movimento foi liderado por filósofos e políticos, que pregavam a necessidade de se “trazer luz/ esclarecimento” à sociedade, combatendo, especificamente, o absolutismo ( é um termo histórico utilizado para descrever o momento político na Europa em que os monarcas concentraram poderes na formação dos Estados Modernos. Foi chamado também de Antigo Regime em contraposição a República. Sua principal característica era que o monarca tinha poderes capazes de anular as demais manifestações de poder como justiça ou conselhos) e a religião, entendidos como entraves ao livre pensar. O Iluminismo teve a sua maior representação na Revolução Francesa (1789), mas já havia expandido suas ideias na Europa bem antes disso.
Em qual contexto o Iluminismo se estabeleceu?
No século XVI, período conhecido como Antigo Regime, um acordo de governo foi estabelecido entre a burguesia e a nobreza. Nesse acordo, a Igreja era a base ideológica, responsável por legitimar o poder do rei e por educar os burgueses sobre a ordem natural do mundo. Nesse contexto, por um lado, o rei era visto como uma figura divina e ungida por Deus; por outro, era responsável pela manutenção da ordem e da lei, fazendo justiça e guerra, quando necessário.
Desde o Humanismo ( Filosofia que defendia o fim da visão teocêntrica medieval (compreensão do mundo a partir de pressupostos religiosos) e a instauração de uma visão antropocêntrica (compreensão do mundo a partir das experiências e necessidades humanas, ainda que não necessariamente, contrárias à religião), o pensamento racionalista instaurou-se buscando superar o regime anterior, apresentando a razão humana como única necessária e capaz de dar aos homens condições plenas de vida. No século XVIII, o Iluminismo manifestou esse racionalismo de forma radical.
Como vimos, o Iluminismo atingiu seu apogeu na luta contra a monarquia absolutista durante a Revolução Francesa, que tinha como lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Nesse contexto dois elementos se destacam:
· Valorização da razão como único guia dos desejos e vontades iluministas – Kant ( Immanuel Kant (1724-1804) nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental, estudou Teologia e também mostrou interesse por Filosofia, Matemática e Física. Foi fundador da Filosofia Crítica, que procurava determinar os limites da razão humana.Veja como ele definia o Iluminismo: “lluminismo é a saída do homem da sua imaturidade de que ele próprio é culpado. A imaturidade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal imaturidade é por culpa própria, se a sua causa não residir na carência de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo”. (KANT: 1995, p. 11), filósofo alemão, contemporâneo àquele movimento, chega a afirmar que, até aquele momento, as pessoas viviam como que em uma “infância da racionalidade”. Ou seja, não haviam chegado à maturidade do conhecimento humano.
· Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) - Caracteriza a fundação das ideias iluministas, pois acreditava estabelecer leis gerais que protegeriam todo homem de qualquer forma de exploração social; especialmente de um governo absolutista, como aquele que seria destituído pela Revolução Francesa. Essa declaração inspirará a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada na ONU, em 1948.
O desejo dos iluministas era iluminar as trevas, pois consideravam que o pensamento religioso era equivocado e obscuro. Por isso, o século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes. Foi nesse período que ocorreu o apogeu da razão, que combatia o teocentrismo da Idade Média. Nesse sentido, cabia à razão – e somente a ela – responder as indagações humanas. Qualquer outra concepção, inclusive advinda da Teologia, atrapalhava o desenvolvimento da humanidade.
O Iluminismo, então, colocou o homem como centro do universo.
Essa exaltação à razão convidava ao desprezo de qualquer outra forma explicativa ou especulativa da verdade. Nesse sentido, somente através da razão seria possível chegar ao conhecimento verdadeiro. É nesse contexto que a ciência racional se estabelece, tendo como base o antropocentrismo (O Antropocentrismo está embasado na ideia de que o homem é o centro de tudo. Essa concepção se desenvolveu com o objetivo de superar o pensamento teocêntrico. Durante o período medieval, a Igreja era o espaço de maior produção intelectual, fosse nos mosteiros ou nas universidades, pois existia um predomínio do pensamento religioso cristão. A ideia central era de que tudo se explicava a partir de Deus. Quando os primeiros pensadores começaram a questionar essa ideia, o objetivo não era apagar o papel de Deus, mas afirmar a capacidade racional do homem, entendida como a principal engrenagem de transformação do mundo. No período do Renascimento, esse pensamento ganha força e a partir desse momento, passa-se a negar o papel de Deus e da religião na sociedade ). O pensamento, então, era de que no homem, pelo homem, com o homem e somente nele estava a possibilidade de progresso, que aconteceria pela valorização exclusiva da razão.
Apesar de tersido construído no período do Renascimento, o desenho “O homem Vitruviano” de Leonardo da Vinci ilustra bem essa concepção do homem como centro de tudo. Observe:
O Homem Vitruviano
Na composição do desenho “O Homem Vitruviano“ podemos observar a dinâmica da proporção áurea – o exercício humano de perceber a proporção divina e alcançar a verdade sobre a composição humana.
Assim, o desenho de Da Vinci visa demonstrar três perspectivas:
· O homem é um ser divino por essência, assim concebido desde sua criação;
· O homem é racional por essência, capaz de compreender tal proporção e sua relação com a natureza;
· O homem é divino por ser capaz de transformar, criar, com o seu conhecimento e interpretação.
· 2º Módulo - Reconhecer os impactos do Iluminismo na Educação com destaque para a Reforma Pombalina
A influência do Iluminismo na Educação
Como vimos, o Iluminismo transformou a sociedade de maneira significativa, afetando diretamente a Educação. Nesse campo, o propósito era romper drasticamente com o modelo de educação tradicional anterior (monárquico, religioso), denominado pelos iluministas de obscuro e oposto à verdade. Veja o que disse o iluminista Condorcet ( Condorcet (1743-1794), matemático e filósofo que liderou a Revolução Francesa, tinha como uma de suas bandeiras a inserção dos ideais iluministas no campo da Educação) a esse respeito:
Seja que se trate de corpos de ordens monásticas, de congregações semimonásticas, de universidades, de simples corporações, o perigo é o mesmo. A instrução que eles irão ministrar terá sempre por objetivo, não o progresso das luzes, mas o aumento de seu poder. Não de ensinar a verdade, mas de perpetuar os preconceitos úteis a suas ambições, as opiniões servem a sua vontade.”
De maneira prática, quais foram as mudanças que o Iluminismo trouxe para a Educação?
Para compreender esse processo de mudança, trouxemos o modelo de ensino proposto por marquês de Pombal. Mas, antes, vamos entender em qual contexto essa mudança se desencadeou.
Estamos em Portugal, país que também foi alcançado pelos ideais iluministas.
1. Como em outras monarquias, o rei D. José I temia perder o seu trono em decorrência do grande avanço do Iluminismo.
2. Como forma de evitar a perda do trono, D. José I nomeou Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal (defensor das ideias iluministas), como o seu primeiro ministro, desenvolvendo, assim, o chamado Despotismo Esclarecido (Estratégia de governo de reinos absolutistas que buscavam realizar transformações sociais (reais ou meramente aparentes), que minimizassem o impacto das ideias iluministas. Assim, o déspota (rei absolutista), buscava apresentar-se como esclarecido (assumindo ideias iluministas). A principal missão de Pombal era reformar o governo português e adequá-lo aos ideais iluministas.
3. Pombal, como defensor do Iluminismo, era contrário aos Jesuítas. Assim, traçou um plano para acabar com a Companhia de Jesus e expulsá-los de Portugal. Como estratégia, convenceu o rei D. José I de que o atentado que o mesmo havia sofrido teria sido planejado pela família da marquesa e pelos jesuítas.
4. O rei, então, elaborou o decreto régio de setembro de 1759, ordenando a expulsão dos religiosos da Companhia de Jesus que estivessem em seus domínios continentais e ultramarinos.
Com a expulsão dos jesuítas, o que mudou?
Com a expulsão dos jesuítas, não só em Portugal, mas em todas as suas colônias, inclusive no Brasil, houve mudanças significativas, principalmente no campo da Educação. Isso, em decorrência do fato de que todo o sistema de ensino da época era jesuíta. Elencamos, a seguir, as principais consequências da expulsão dos jesuítas no campo da Educação:
1. Grandes prejuízos para os aldeamentos indígenas
2. Eliminação dos métodos de ensino
3. Agressão à identidade jesuítica em suas comunidades religiosas
4. Proibição do exercício do ministério sacerdotal
5. Proibição de 271 missões em todo o mundo
6. Permanência da Companhia de Jesus como oculta e inativa durante 41 anos
Reforma educacional de marquês de Pombal
Após a expulsão dos jesuítas, marquês de Pombal precisou criar um novo modelo de ensino, tendo como base os ideais iluministas. Seu principal objetivo era formar uma elite econômica portuguesa preparada para o comércio. Para isso, ele criou a Escola de Comércio e a Escola Náutica, nas quais se aprendia caligrafia, contabilidade, escritura comercial e línguas modernas. Assim, a estrutura deixada pelo sistema único de educação dos jesuítas foi destruída pela reforma educacional de Pombal.
No dia 28 de junho de 1759, Pombal decretou, por meio do alvará régio, a suspensão das escolas jesuíticas de Portugal e de todas as colônias. Também criou as aulas régias (Regia vem de regida, ou seja, na estrutura das aulas régias havia a presença de um regente, que deveria implementar aquilo que era determinado pela estrutura governamental. As pessoas que tinham acesso às aulas régias eram provenientes da classe média, que atuariam como funcionários públicos e agentes do governo. As aulas régias também poderiam ser frequentadas por filhos da elite, com o objetivo de prepará-los para seguir com os estudos na Europa ) ou avulsas de Latim, Grego, Filosofia e Retórica, oferecendo um esquema completamente diferente do que era oferecido pela pedagogia jesuítica. Estabelece-se, assim, a Educação Pública, que, vale destacar, naquele momento, não correspondia a uma educação direcionada a todas as pessoas, mas a uma educação que é mantida pelo governo, ou seja, marquês de Pombal estruturou um modelo de educação vinculado aos Governos Gerais e suas províncias.
Quais são os principais pontos da reforma educacional de marquês de Pombal?
A reforma educacional empreendida por Pombal, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, se baseou nos seguintes aspectos: 
· Criação das aulas régias gratuitas de Gramática latina, Grego e Retórica, junto com o decreto que expulsou os jesuítas.
· Centralização do ensino com a criação do cargo de diretor-geral dos estudos, que tinha a função de fazer cumprir as disposições do diploma, ficando a ele subordinados todos os professores régios das disciplinas citadas.
· Estabelecimento de cadeiras de retórica e dos chamados Estudos Menores, que incluíam, também, o estudo de Filosofia com quatro professores: um para Lisboa, um para Coimbra, um para Évora e um para o Porto.
· Estabelecimento da educação laica, definida como responsabilidade do governo. Assim, a Educação passou a ser controlada pelo Estado, com currículo centralizado.
· Ensino feito exclusivamente em português, mesmo para os índios, aos quais era oferecido na língua tupy pelos jesuítas.
· Instituição do subsídio literário, uma espécie de imposto, para gerar recursos para o pagamento dos professores.
Para atender a essa nova demanda, diversos professores foram nomeados. Aqueles que foram direcionados para atuar no Brasil provavelmente não tinham a formação específica para lecionar na área a qual foram designados. Apesar do esforço de marquês de Pombal, houve inúmeras perdas com o desmantelamento de um aparato educativo que já funcionava há mais de duzentos anos, que era o modelo de educação jesuíta. Um exemplo que ilustra essa perda é o fato de que as aulas régias, isoladamente, não conseguiram suprir o conjunto de aulas e disciplinas que eram aplicadas pelos jesuítas.
· 3º Módulo - Descrever o processo de modernização da Educação implementado pela família real portuguesa
A modernização da Educação
A primeira medida de D. João VI ao chegar ao Brasil foi a abertura dos portos às nações amigas. Essa atitude foi de crucial importância para reverter a condição do Brasil de colônia de Portugal, pois rompeu com o monopólio comercial da metrópole portuguesa até então existente. A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros. Ao retornar a Portugal em 1821, D. João deixa seu filho D. Pedro no comando do Brasil. Em 1822, D. Pedro assume o governo brasileiro, agora como D. Pedro I. Sua breve administração se encerraem 1831, quando abdica do trono. Como sucessor, ele deixou seu filho, D. Pedro II, que ainda era uma criança. Inicia-se, assim, o Período Regencial no Brasil. Considerando esses três períodos – Período Joanino (1808 - 1821), Primeiro Reinado (D. Pedro I) e Período Regencial (1831 - 1840) - elencamos, a seguir, algumas mudanças implementadas nos âmbitos social, político e econômico, e na Educação.
· Período Joanino (1808):
· Criação da Imprensa Régia
· A importação de máquinas permitiu, pela primeira vez, a impressão oficial e a circulação de ideias na corte do Rio de Janeiro. No mesmo ano, surgiu o primeiro jornal impresso no Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro.
· Criação do Jardim Botânico
· A extensa variedade de exemplares da flora tropical atraiu uma série de pesquisadores e estudiosos estrangeiros.
· Criação de uma biblioteca com quase 60 mil volumes trazidos nos navios
· Essa biblioteca daria origem à futura Biblioteca Nacional, localizada no Rio de Janeiro, uma das maiores do mundo.
· Criação das escolas de ensino superior na Bahia e no Rio de Janeiro
· Essas escolas foram criadas com o objetivo de atender às necessidades de instrução dos filhos da nobreza e da aristocracia brasileira. Até então, uma colônia não poderia ter cursos de educação superior. A criação dessas escolas foi um dos marcos do processo de desenvolvimento de uma identidade própria do Brasil. Esse processo se estendeu até 1810.
· 1816
· Missão cultural francesa - Teve como principal destaque o artista Jean Baptiste Debret, que, em suas telas, retratou modos e costumes da vida urbana da cidade do Rio de Janeiro.
· 1818
· Criação do Museu Real - O acervo do museu, mais tarde, daria origem ao Museu Nacional.
· Primeiro Reinado (1823)
· Constituinte de 1823 é dissolvida - O imperador decidiu dissolver a constituinte de 1823, entre outras razões, por apresentar um projeto de constituição em que as ideias liberais eram predominantes, o que limitava o poder do imperador.
· 1824
· Primeira constituição do Brasil - A outorga da primeira Constituição do Brasil pode ser entendida como um ato autoritário e conservador por parte de D. Pedro I e do grupo de portugueses que o apoiava.
· 1827
· Proposta de adoção do método Lancaster (O método Lancaster consistia em transmitir o conhecimento técnico de forma mais rápida à nascente classe operária, com o objetivo de torná-los aptos a atuar nas indústrias.) em escolas primárias - Esse foi o primeiro método oficial de ensino implementado no Brasil, que marca o início da descolonização e da instituição do Estado nacional. Nesse ano, também foram criados dois cursos jurídicos, em São Paulo e no Recife. Além disso, ocorreu a transformação de alguns cursos superiores em faculdades isoladas.
· Período Regencial (1834)
· Ato adicional - Em pleno período regencial, ocorreu uma reforma na constituição que deixou marcas na Educação. O Ato Adicional definiu que o Ensino Elementar, o secundário e a formação de professores seriam responsabilidade das províncias. O Ensino Superior ficaria a cargo do poder central. Oficializou-se a descentralização do ensino.
· 1835
· Primeira escola normal - Em Niterói, então província do Rio de Janeiro, é fundada a primeira escola normal do país. Em seguida, surgiram as escolas normais de Minas.
· 1836
· Escola normal da Bahia - Nesse ano, ocorreu a fundação da escola normal na Bahia.
· 1837
· Definição do Pedro II como escola modelo - O colégio Pedro II passou a ser o estabelecimento-modelo do estudo secundário. A suposta descentralização de 1834 foi desrespeitada com a criação da escola pelo regente Araújo Lima para atender aos filhos daqueles que faziam parte da elite intelectual do país.
Como você percebeu, mesmo depois da Abdicação de D. Pedro I (1834), o Período Regencial continuou realizando mudanças no cenário educacional brasileiro. No entanto, apesar dessas medidas terem representado uma modernização da estrutura educacional implementada por Pombal, as mudanças ocorridas não atenderam às reais necessidades da população brasileira. Mesmo no Segundo Reinado (1840-1889), governado pelo Imperador D. Pedro II, as medidas no campo educacional foram inexpressivas. Isso mostra que, em quase 400 anos de história, não havia sido criada no país uma estrutura escolar sólida que permitisse à população plena formação e, consequentemente, fornecesse condições de um desenvolvimento que atendesse a todos os cidadãos
Considerações Finais
Como vimos, o projeto de educação iluminista nasceu no contexto das transformações ideológicas (Iluminismo), econômicas e de produção (Revolução Industrial), políticas e sociais (Revolução Francesa), que marcaram o fim do século XVIII, dando origem à Idade Contemporânea. Tendo como principal objetivo o combate ao modelo educacional anterior, baseado na autoridade religiosa e sob tutela da monarquia, esse projeto trouxe uma proposta de educação laica e pública.
O Estado, a partir de então, assumiria a responsabilidade de educar o cidadão, tendo como base a chamada “razão iluminista”. Eles tinham como objetivo formar plenamente o homem contemporâneo a partir da construção de um conhecimento baseado fortemente em princípios científicos e longe de qualquer influência religiosa. Esse projeto de Educação, no entanto, não conseguiu oferecer à população brasileira a educação necessária para uma formação efetiva. Foi necessário esperar um pouco mais para que essa proposta de uma educação efetiva começasse a ser delineada.