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Sistema Carcerário (900/1000 no descomplica) 
Na obra vigiar e punir, Michel Foucault se atém ao fato de que as penalizações devem e se alteram 
conforme o perfil social. Assim, numa sociedade pós Revolução Francesa, a política do medo, marcada por 
castigos físicos severos, não é mais eficiente. De forma análoga, a degradante situação dos presídios, 
caracterizado por péssimas condições e alto índice de reincidência, se faz improfícua ao combate à 
violência no país. 
Mormente, superlotação carcerária transfigura a vida do detento em uma luta diária. Além de expostos 
à violência devido à guerra entre facções, os prisioneiros são ainda submetidos à condições inóspitas, sem 
nenhuma medida razoável de acesso à saúde. Na obra "Presos que menstruam", da repórter Nana Queiroz, 
as detentas não possuíam assistência ginecológica, tampouco, itens básicos para sua higiene. Sob tal 
perspectiva, o pensamento da socióloga Camila Nunes de que "o sistema carcerário é máquina de destruir 
pessoas", revela-se em tempos hodiernos. 
Outrossim, o descaso para com os encarcerados, facilita sua reincidência. A Noruega possui um dos 
menores índices de reincidência do mundo. Isso ocorre, em suma, porque o sistema prisional norueguês, 
em contraposição ao brasileiro, preocupa-se com a recuperação e reabilitação. No Brasil, todavia, o intuito 
das prisões, demarcadas por péssimas condições e pela falta de medidas educativas que visem a 
recuperação, é apenas o de punir. Destarte, a ação determinista de Durkheim em assumir que o homem 
é produto do meio, concerne com tal realidade. 
Por conseguinte, são necessárias medidas para alterar o quadro atual. Para tanto, cabe ao Legislativo 
rever o código penal e criar punições alternativas para infrações de menor impacto, além de facilitar o 
acesso às audiências de custódia para esses crimes, com o fito de reduzir o número de detentos. Somado 
a isso, a Esfera Pública deve repensar seus gastos com o fito de promover programas de saúde nas 
penitenciárias, a fim de garantir a integridade dos detentos e investir em profissionalização para que os 
mesmos possam, posteriormente, ser reinseridos na sociedade. 
 
 
 
Depressão (97/100 no descomplica) 
 
O movimento literário do Romantismo ficou conhecido em sua segunda geração como "o mal do século". A 
associação se deve ao sentimento pessimista e melancólico generalizado pela compreensão de futilidade 
de existência e exaltação da morte. Semelhante ao sentimento do século XVIII, a depressão - distúrbio 
afetivo - se tornou uma epidemia que culmina não em fatores individuais, mas sim no âmbito social devido 
à liquidez das relações interpessoais. 
 
Em primeira análise, a individualização e desconexão social influencia no surgimento da psicopatologia. 
Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações entre os indivíduos estão cada vez mais superficiais, à 
medida que o contato com a plataforma tecnológica aumenta. Não obstante, tal aproximação distancia as 
relações físicas, que se reduzem de mutualidade e desintegram a sociedade devido à perda gradativa do 
papel social. Esse fator gera, entre os jovens, a falta de interesse generalizado e a incapacidade da 
percepção de se construir um futuro - depressão -como afirma o sociólogo Rollo May. Dessa forma, o 
número de depressivos cresce no mundo e afeta mais de 322 milhões de pessoas, segundo dados da 
OMS (2015). 
 
Somado a isso, número de suicídios no país cresce de forma proporcional ao de casos de depressão. A 
série "13 reasons why", lançada em 2017 pela Netflix, retrata as razões que levaram Hannah Baker a 
cometer suicídio. A protagonista sofreu episódios de bullying, assédio físico e moral, abuso sexual e 
frustrações com relacionamentos, que gerou distanciamento com seu ciclo social e afetou negativamente 
sua percepção de existência no mundo. De mesmo modo, fora das telas essa triste realidade se eleva 
devido, em meio a tantos fatores, aos casos de depressão que ocasionaram, em 16 anos, um aumento de 
705% dos casos de suicídio no país, de acordo com a BBC Brasil. 
 
Em face do exposto, a depressão classificada como uma doença por afetar o estado mental e psicológico 
de um indivíduo. Destarte, como apresentado no artigo 196 da Constituição Federal, cabe ao Estado 
garantir mediante políticas sociais e econômicas o acesso igualitário à saúde. Logo, cabe ao Ministério da 
Saúde em parceria com o MEC e público-privadas com instituições de ensino, implantar apoio psicológico 
social, contando com uma equipe de alunos e professores de psicologia, além de psicanalistas para 
oferecer atendimentos e palestras acerca da patologia nas redes públicas estaduais e federais, incluindo 
universidades com o fito de reduzir os casos de depressão entre os jovens do país. 
 
Ideologia de gênero (920/1000 no descomplica) 
 
O estigma do "sexo frágil" e a estereotipação acerca da função social feminina não concerne apenas com 
a sociedade atual. Na Grécia Antiga, as atenienses não possuíam direitos e eram subjugadas ao poder da 
sociedade patriarcal. Posto que as mulheres tenham conquistado maior representatividade durante a 
história, como o direito de votar, na década de 30, no Brasil, a busca pela isonomia pregada no art igo 5º 
da Constituição Federal de 1988 se faz uma luta contínua. 
 
Mormente, a imagem ínfera associada ao feminino é enraizada por uma sociedade sexista. Ainda que a 
descoberta da pílula anticoncepcional, na década de 60, tenha rompido com paradigmas e propiciado às 
mulheres maior autonomia sobre seu corpo, impulsionando-as ao mercado de trabalho, a desigualdade 
salarial entre gêneros revela-se na atualidade. Segundo o jornal O Globo, embora exercendo as mesmas 
funções, a mulheres ganham cerca de 30% a menos que os homens. Essa discrepância salarial contraria 
a equidade prevista em lei, logo, tem de ser inspecionada, haja vista que segundo a escritora Simone de 
Beauvoir, os padrões de gêneros não são biológicos, mas sociais, podendo ser redefinidos. 
 
Destarte, movimentos acerca da igualdade ganham maior visibilidade contra preconceito de gênero. Devido 
às diferenças impostas na sociedade com relação ao papel desempenhado entre homens e mulheres, o 
surgimento de manifestações que pregam a paridade entre esses é de mister para conscientização e 
esclarecimento da população. A "Women's March" que ocorreu nos Estados Unidos, em 2017, contou com 
a presença de meio milhão de pessoas, além de famosas como Madonna. O movimento tinha como 
finalidade reivindicar a igualdade entre os gêneros. 
 
Em face do exposto, a fim de romper com associação de que a mulher deve se submeter ao marido, 
caracterizada na letra de Chico Buarque "mirem-se no exemplo, daquelas mulheres de Atenas, vivem pros 
seus maridos”, é necessário conscientizar a população que a única diferença entre homem e mulher é 
biológica. Assim, cabe às escolas promoverem palestras e atividades lúdicas explicando o que é sexismo e 
a importância de uma sociedade igualitária, para que crianças e jovens tenham esse discernimento desde 
o início da sua formação. Além disso, cabe ao Estado em conjunto com o Ministério da Comunicação 
amplificar a prática das escolas para toda a população, através dos meios de comunicação, garantindo a 
todos acesso à informação e promovendo cumprimento da lei. 
 
Preconceito Linguístico (960/1000) 
 
O movimento literário Modernismo escandalizou a sociedade brasileira devido à ênfase nacionalista, 
principalmente no que se refere à língua, ressaltada pela utilização da linguagem coloquial e das variações 
linguísticas. Não obstante, ainda que o Brasil seja caracterizado por um viés de miscigenação, a prática de 
preconceito linguístico -pouco discutido no país- é corroborada pela herança do processo de colonização 
e pela hierarquização social. 
Mormente, a intolerância às manifestações da língua ésalientada pela herdade do Período Colonial. No 
século XVI, as tribos indígenas foram transfiguradas devido às imposições referentes, sobretudo, à fala. 
Embora a língua portuguesa apresente particularidades históricas e regionais, analogamente ao 
preconceito herdado, a sociedade atual discrimina manifestações intangíveis à sua percepção do que é 
correto e, assim, segrega indivíduos -menos favorecidos- devido sua bagagem cultural e regional da língua. 
Desse modo, concerne a perspectiva marxiana e o entendimento do linguista Marcos Bagno de que de 
que a fala é, hodiernamente, um instrumento de poder e controle que privilegia as classes dominantes. 
Destarte, a existência de uma variante padrão favorece o preconceito linguístico. Posto que a escola 
tenha o cunho de uniformizar o aprendizado entre os grupos sociais, o papel da gramática normativa se 
torna estopim para a ascensão da discriminação, haja vista sua semelhança com a Escola Parnasiana e 
seu amplo acesso voltado às classes mais favorecidas, acentuando a hierarquização social. Assim, embora 
seja base para o idioma, essa variante não deve ratificar à práticas preconceituosas - similares à do 
médico Guilherme Capel que, de acordo com o G1, publicou em sua rede social “não existe peleumonia e 
nem raôxis” ao se referir, com deboche, à maneira como seu paciente falava -, para que seja cumprido 
o 3º artigo da Constituição de 1988. 
Em face do exposto, se faz necessária a alteração do quadro atual. Para tanto, cabe ao Ministério da 
Educação assegurar que as escolas cumprirão com o dever de ensinar e, fundamentalmente, de 
esclarecer a importância das variações linguísticas e sua relação com a formação do território nacional, 
com o fito de conscientizar crianças e jovens desde sua formação. Ademais, em conjunto com o Ministério 
da Comunicação, é de suma a divulgação de campanhas publicitárias nas mídias sociais, a fim de ampliar a 
conscientização trabalhada em sala de aula para toda população e, consequentemente, minimizar as 
práticas preconceituosas, com o intuito de asseverar o que está previsto em lei. 
 
Fontes de energias renováveis (960/1000) 
 
O manuseio de energia elétrica teve início na 1º Revolução Industrial. A queima do carvão, matéria utilizada 
para esse fim, entretanto, produz gases - CO2 - que incitam o aquecimento global. Antagonicamente, as 
fontes de energias renováveis são naturais e inesgotáveis. Não obstante, embora eficazes à diminuição 
de gases estufa, não são limpas em sua totalidade, sendo responsáveis por graves impactos ambientais. 
Responsáveis por gerar 75% da energia elétrica brasileira, as hidrelétricas, impactam negativamente 
sobre a natureza. Suas barragens, que tem por finalidade represar a água dos rios, impedem fenômenos 
naturais, como a piracema, uma vez que interferem no fluxo migratório e, consequentemente, na 
reprodução de alguns peixes. Além disso, o desmatamento de áreas verdes para a construção dessas 
usinas altera o clima da região, o que afeta a fauna e flora local, além de ser contraproducente ao 
desenvolvimento do país, como afirma Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do GreenPeace. 
De mesmo modo, a ampla utilização das hidrelétricas está sob um viés marxiano da economia. O Brasil 
possui um clima caracterizado pela forte ação de ventos e incidência solar. Ainda assim, segundo a revista 
época (2015), posto que em crescente utilização, a energia eólica, mesmo quando somada à energia solar, 
corresponde a 7,6% das matrizes energéticas do país. A discrepância numérica com relação à utilização 
das usinas hidro e termelétricas se deve a um caráter econômico, haja vista que essas geram um gasto 
menos dispendioso e mais lucrativo. 
Em face do exposto, é mister a necessidade de diversificar os meios de se obter energia no país. Para 
tanto, se faz necessária a ação de parcerias público-privadas entre o Ministério do Meio Ambiente e 
empresas que atuem na produção de pás eólicas, placas fotovoltaicas ou de outras energias alternativas, 
de modo que seu custo seja barateado e se torne viável investir amplamente nessas matrizes energéticas, 
a fim de reduzir as ações negativas das usinas termo e hidrelétricas sobre o ambiente. Em conformidade, 
cabe ao ministério da Educação criar programas de incentivo à pesquisa, nas universidades, que visem 
buscar novos métodos de se obter energia ou técnicas de restringir o impacto gerado pelas já existentes, 
com o fito de tornar o Brasil um país mais sustentável. 
 
 
A questão do índio no Brasil contemporâneo (960/1000 no 
descomplica) 
 
Posto que trazido como símbolo nacionalista pela primeira geração Romântica, o índio, retratado nas obras 
de José de Alencar, podia facilmente ser confundido com um herói europeu, haja vista a imagem criada 
e o afastamento dela com sua cultura. De forma análoga, embora essenciais para a formação da 
identidade nacional, ainda hoje, as tribos indígenas enfrentam desafios no que tange o reconhecimento de 
sua cultura e seu valor na sociedade, previsto em lei, herdado pelo Processo de Colonização. 
Em primeira análise, as políticas de terras atuais atuam em desfavor às tribos indígenas e descumprem 
o que está previsto em Lei. Embora previsto no 2º artigo do Estatuto do Índio (1973) e pela FUNAI o 
direito dos índios sobre suas terras, com a aprovação da PEC 215, foi permitida a retirada da legitimidade 
das terras indígenas. Assim, inúmeros povos que precisam lutar por suas terras sofrem ataques, mortes, 
além de serem expulsos de suas propriedades, haja vista a perspectiva da bancada ruralista de que as 
demarcações das terras indígenas são um obstáculo para o agronegócio. Destarte, a letra de Renato 
Russo “quem me dera ao menos uma vez, como a mais bela tribo dos mais belos índios, não ser atacado 
por ser inocente”, concerne à realidade dos índios. 
Outrossim, a desvalorização da cultura indígena é vista como herança do Sistema Colonial. Na Carta de 
Pero Vaz de Caminha à Corte, o escrivão destaca que o mais importante fruto a se retirar das terras 
brasileiras seria “salvar” e “civilizar” os nativos. Essa perspectiva evidencia não só sua incompreensão com 
relação à cultura indígena, mas também a inferiorização desta em detrimento da portuguesa. De modo 
semelhante, a sociedade atual segrega essa cultura, uma vez que estereotipa e folcloriza a imagem do 
índio, além de tratar sua língua, tão enriquecedora para a formação do “português brasileiro”, apenas 
como um dialeto. 
Por conseguinte, é primer a necessidade de alterar o quadro atual, com o fito de dar maior 
representatividade aos povos indígenas e lhes assegurar seus direitos. Para tanto, é necessária uma 
parceria entre a FUNAI e o Ministério da Justiça para que seja demarcado e assegurado por um órgão 
governamental o total e permanente direito das tribos sobre suas terras, para que haja o cumprimento 
do Estatuto e da Constituição de 1988. Ademais, cabe às escolas o papel de conscientizar as crianças 
sobre a importância dos índios para nossa identidade cultural através da criação da semana do índio, ao 
invés do dia do índio, ao realizar atividades lúdicas e palestras com tribos ainda existentes, a fim de 
promover o respeito à essa cultura desde a educação de base. 
 
Culto à aparência no mundo contemporâneo (960/1000 no 
descomplica) 
Na Grécia, durante a antiguidade clássica, o culto ao corpo era considerado tão importante quanto o 
intelecto, haja vista a aproximação dos corpos atléticos com os deuses gregos. Ao decorrer da história, 
novos padrões de beleza surgiram e se tornaram símbolo de desejo - destaque para Marilyn Monroe e 
suas curvas voluptuosas. Não obstante, a busca pela perfeição e padronização da beleza, influenciada 
pelas sociedades e pelas mídias sociais podem afetar a saúde da população. 
Mormente, é válido ressaltar a ingerência da sociedade sobre a busca exacerbada da aparência perfeita. 
Na música “Pretty Hurts” - a beleza machuca -,a letra retrata o anseio pela perfeição como uma doença 
e mal do século; isso se deve, em suma, pela busca constante de se encaixar em um padrão definido pela 
sociedade e projetado para poucos alcançarem. Um dos exemplos mais marcantes dessa procura 
insaciável é o modelo Celso Santebañes - Ken humano -, que faleceu após a descoberta de uma leucemia 
quando foi tratar as infecções geradas pela aplicação de hidrogel. Destarte, a perspectiva de Foucault e 
Pierre Bordieu de que o corpo não é um texto para uma cultura inscrever suas marcas, deveria concernir 
com a da sociedade. 
Outrossim, o mundo digital atua como grande porta-voz da sociedade e negligencia a saúde de seus 
usuários. O instagram é, hoje, a rede social mais utilizada para promoção da imagem. Assim, é comum a 
exposição de corpos magros, esbeltos, definidos e sarados, que se tornam desejo de grande parte da 
população, haja vista as pressões sociais. No entanto, a promessa desses corpos consiste em dietas 
milagrosas sem fundamento médico, o que gera para os usuários tanto doenças de cunho nutricional, 
quanto distúrbios devido à frustração de não atingir o resultado esperado: depressão, bulimia e anorexia, 
como ocorreu com a cantora Demi Lovato, após ter sofrido bullying por anos devido seu corpo e aparência. 
Por conseguinte, para que possa ser alterado o quadro atual, medidas devem ser tomadas. Para tanto, 
cabe ao Ministério da Saúde e da Comunicação atuar de forma conjunta para divulgar nos mais diversos 
veículos informativos falas de nutricionistas e psicólogos que desmistifiquem a associação entre corpos 
magros e beleza, de forma que a sociedade passe a ter conhecimento de que magreza não é sinal de 
saúde e, assim, possa derrubar a pressão social existente. De mesmo modo, é de suma que os perfis 
sociais que forneçam informações sobre dietas milagrosas destaquem os impactos negativos por elas 
gerados sem um auxílio médico, com o fito de que os usuários fiquem conscientes das possíveis 
consequências, evitem realizá-las e não adoeçam. 
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2015/01/apos-feridas-ken-humano-tera-que-retirar-hidrogel-das-pernas.html
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2015/01/apos-feridas-ken-humano-tera-que-retirar-hidrogel-das-pernas.html
 
Cultura do estupro no mundo atual (960/1000 no 
descomplica) 
A visão estereotipada acerca da mulher não é fruto da atualidade, mas sim, herança do patriarcalismo 
característico da Grécia Antiga, haja vista a subjugação das atenienses com relação aos homens. Posto 
que com maior representatividade social, a mulher, ainda hoje, é vítima constante de assédio e estupro, 
corroborados pela ação sexista e pela cultura da impunidade, que impinge apenas sobre a vítima. 
Mormente, a persistência de atos libidinosos decorre de uma sociedade sexista. Ainda que tenham 
conquistado direitos com Vargas e se voltado ao mercado de trabalho na década de 1960, a mulher, tem 
sua função social inferiorizada em decorrência da desigualdade de gênero. Segundo Silvia Chakian, 
especialista em violência contra mulher, “a desigualdade acentua a ocorrência de estupros”, haja vista que 
associa a mulher como subordinada aos anseios masculinos, bem como objeto de desejo, caracterizada 
pela canção de Chico Buarque “mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas vivem despem-se 
para os maridos”. 
Destarte, as práticas de estupro são culminadas pela impunidade acerca do crime e a culpabilidade 
associada à vítima. Segundo dados do Ipea, apenas 1% dos casos de estupro, no Brasil, chegam a ser 
julgados. Isso decorre dentre tantos fatores do medo da vítima pelas ameaças sofridas e pelos 
julgamentos acerca de sua imagem, haja vista que segundo o mesmo Instituto, 58,5% dos homens 
entrevistados concordam que uma mulher merece ser violentada pela forma como se porta. Assim, a 
perspectiva machadiana à inerente falta de virtude do homem, concerne à impunidade decorrente de um 
viés sexista da sociedade. 
Por conseguinte, é mister alterar o quadro atual. Para tanto, é fundamental que as escolas conscientizem 
crianças e jovens através de palestras com especialistas sobre essa realidade e trabalhe o respeito e a 
isonomia entre todos, a fim de não perpetuar a visão sexista perante a sociedade. Além disso, cabe ao 
Ministério da Justiça em parceria com Ministério da Comunicação e com a polícia militar criar e divulgar 
canais de denúncia online, em que as vítimas poderão denunciar qualquer ato libidinoso sem precisar ser 
identificada, a fim de que um maior número de casos seja investigado pela polícia civil e, posteriormente, 
julgados para que o assédio e estupro deixem de ser crimes com alto índice de impunidade.

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