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“SINALIZAÇÃO CELULAR” Parte 1 Vias de sinalização celular: importantes para diversos processos celulares básicos, tais como: Crescimento, Proliferação, Divisão celular. Estes processos são regulados por uma ampla gama de substâncias, que podem agir intra ou extracelularmente, atuando em receptores. TRANSDUÇÃO DE SINAL A informação pode vir sob várias formas, e a comunicação envolve, frequentemente, a conversão dos sinais de informação de uma forma para outra. Esse processo de conversão é denominado transdução de sinal. Via de sinalização intracelular simples, ativada por uma molécula de sinalização extracelular. A molécula de sinalização geralmente se liga a uma proteína receptora que está inserida na membrana plasmática da célula- alvo. O receptor ativa uma ou mais vias de sinalização intracelular, envolvendo uma série de proteínas de sinalização. No final, uma ou mais dessas proteínas alteram a atividade de proteínas efetoras, modificando, assim, o comportamento da célula RECEPTOR — LIGANTE Para se caracterizar como receptor, uma molécula deve ser capaz de reconhecer especificamente outra molécula sinalizadora e de desencadear uma reposta celular, quando unida com o respectivo ligante. Molécula sinalizadora (ligante): é qualquer molécula que se liga a um sítio específico em uma proteína ou outra molécula. Receptor é uma proteína ou uma lipoproteína na superfície ou no interior da célula à qual se liga, de forma específica, à molécula sinalizadora. MESMO SINAL – DIFERENTES EFEITOS Uma molécula de sinalização normalmente tem diferentes efeitos sobre diferentes tipos de células- alvo. → O neurotransmissor acetilcolina por exemplo, diminui a velocidade do potencial de ação das células cardíacas e estimula a produção de saliva pelas glândulas salivares apesar dos receptores em ambas as células serem os mesmos. BCM 2 — BIOLOGIA MOLECULAR DA CÉLULA, 6a edição. ALBERTS, B. et al. Capítulo 6 → No músculo esquelético, a acetilcolina causa a contração das células por se ligar a uma proteína receptora diferente → Os diferentes efeitos da acetilcolina nesses tipos celulares são o resultado de diferenças nas proteínas de sinalização intracelular, proteínas efetoras e genes que são ativados. Assim, o próprio sinal extracelular tem pouco conteúdo de informação; ele simplesmente induz a célula a responder de acordo com seu estado predeterminado, que depende da história do desenvolvimento da célula e dos genes específicos que ela expressa. VELOCIDADE DA RESPOSTA Quando a resposta envolve somente mudanças em proteínas já existentes na célula, ela pode ocorrer muito rapidamente: por exemplo, uma mudança alostérica em um canal iônico controlado por neurotransmissor pode alterar, em milissegundos, o potencial elétrico da membrana plasmática, e as respostas que dependem somente de fosforilação de proteínas podem ocorrer em segundos. Contudo, quando a resposta envolve mudanças na expressão gênica e na síntese de novas proteínas, ela normalmente demora muitos minutos ou horas, não importando o mecanismo de liberação do sinal AGONISTAS E ANTAGONISTAS Agonistas: Moléculas que se ligam a um receptor e ORIGINAM uma resposta. Antagonistas: Moléculas que se ligam a um receptor e EVITAM uma resposta. TIPOS DE SINALIZAÇÃO 1. Contato-dependente ou justácrina; 2. Parácrina; 3. Autócrina; 4. Endócrina; 5. Sináptica. TIPOS DE SINALIZAÇÃO Justácrina ou dependente de contato Durante o desenvolvimento, essa sinalização às vezes pode atuar em distâncias relativamente longas se as células que se comunicam estenderem longos prolongamentos finos para fazer contato umas com as outras Com frequência, as moléculas secretadas são mediadores locais, que atuam somente sobre as células no ambiente da célula sinalizadora. A sinalização parácrina depende de mediadores locais que são liberados no espaço extracelular e agem sobre as células vizinhas A sinalização sináptica é realizada por neurônios que transmitem sinais elétricos ao longo de seus axônios e liberam neurotransmissores nas sinapses, que frequentemente estão localizadas longe do corpo celular neuronal. Quando um neurônio é ativado por estímulos de outras células nervosas, ele envia impulsos elétricos (potenciais de ação) ao longo do seu axônio; quando o impulso desse tipo alcança a sinapse na extremidade do axônio, desencadeia a secreção de um sinal químico que atua como neurotransmissor. A estrutura altamente organizada da sinapse assegura que o neurotransmissor seja liberado especificamente aos receptores na célula-alvo pós-sináptica Um sinal químico que atua sobre a própria célula que o secretou é chamado de sinal autócrino. Em alguns casos, uma molécula pode atuar tanto como um sinal autócrino quanto parácrino A sinalização endócrina depende das células endócrinas que secretam hormônios para a corrente sanguínea, de onde são distribuídos para todo o corpo. Muitas moléculas sinalizadoras de um mesmo tipo participam nas sinalizações parácrina, sináptica e endócrina: as diferenças básicas estão na velocidade e na seletividade com que os sinais são enviados para seus alvos. Uma estratégia bem diferente de sinalização a longas distâncias utiliza as células endócrinas, que secretam suas moléculas sinalizadoras, chamadas hormônios, na corrente sanguínea. Esta se encarrega de transporta- las por todo o corpo, permitindo que atuem sobre as células-alvo que podem estar em qualquer lugar do corpo AS PROTEINAS RECEPTORES ESTÃO LOCALIZADAS DENTRO DA CÉLULA OU NA MEMBRANA CELULAR. — RECEPTORES INTRACELULARES → Receptores expressos pelas próprias células: proteínas intracelulares localizadas no citoplasma ou no núcleo; → Respondem a pequenos ligantes hidrofóbicos que são capazes de difundirem-se através da membrana plasmática; → Reposta lenta ao estímulo; → Exemplos: o cortisol, o estrogênio, a testosterona, o hormônio tireoidiano, a vitamina D. SINALIZAÇÃO POR ÓXIDO NÍTRICO NO – ÓXIDO NÍTRICO: É um gás solúvel, altamente lipofílico, sintetizado pelas células endoteliais, macrófagos e alguns grupos de neurônios. Importante sinalizador intracelular. Corte transversal simplificado de um vaso sanguíneo, mostrando as células endoteliais revestindo o lúmen e as células musculares lisas em volta delas. O neurotransmissor acetilcolina estimula a dilatação do vaso pela ativação de um GPCR – o receptor muscarínico de acetilcolina– na superfície das células endoteliais. O Ca21 ativa a óxido nítrico sintase, induzindo a produção de NO pelas células endoteliais a partir da arginina. O NO se difunde para fora das células endoteliais e para dentro das células musculares subjacentes, onde ativa a guanililciclase para produzir GMP cíclico. Este desencadeia uma resposta que causa o relaxamento das células musculares, aumentando o fluxo de sangue pelo vaso. RECEPTORES DE SUPERFICIE CELULAR — Moléculas sinalizadoras são grandes demais ou muito hidrofílicas; — Não atravessam a membrana e ligam-se a receptores de membrana; — Agem na transdução do sinal: convertem um evento extracelular em um sinal intracelular. RECEPTORES ACOPLADOS Á PROTEÍNA G. Um único ligante para vários receptores. Proteína G precisa de um 2° mensageiro (não precisa de outro receptor, mas, causa outras alterações celulares como abertura ou fechamento de canais). PRINCIPAIS CLASSES DE RECEPTORES DE SUPERFÍCIE CELULAR RECEPTOR ACOPLADO À PROTEÍNA G A ligação do ligante a um receptor acoplado à proteína G abre um canal iônico ou a altera a atividade enzimática de um receptor enzimático. Composto pelo receptor e três subunidades: α, β e γ. A subunidade α hidrolisa GTP, enquanto a dupla βγ e ́ responsável pelo ancoramento na membrana. 2° mensageiro: Moléculas pequenas, produzidas após ativaçãode receptor, que altera proteínas Alvo. EX: AMPc Cálcio=Hidrossolúvel. E Diacilglicerol=Lipossolúvel. Proteína G atua sobre proteínas alvo. Atua em enzimas altera processos metabólicos Ou em canais iônicos. Permeabilidade e excitabilidade. RECEPTOR ACOPLADO À PROTEÍNA G As proteínas G funcionam como interruptores: com GTP estão “ligadas” e com GDP estão “desligadas”. Os receptores acoplados à proteína G (GPCRs) são uma família grande e complexa de proteínas transmembrana que atravessam a bicamada fosfolipídica sete vezes A cauda citoplasmática da proteína receptora é ligada a uma molécula transdutora de membrana, com três partes, denominada proteína G. Os tipos de ligantes que se ligam aos receptores acoplados à proteína G incluem: hormônios, fatores de crescimento, moléculas olfatórias (odorantes), pigmentos visuais e neurotransmissores. As proteínas G receberam seu nome pelo fato de se ligarem aos nucleotídeos da guanosina As proteínas G inativas estão ligadas ao difosfato de guanosina (GDP). A troca de GDP pelo trifosfato de guanosina (GTP) ativa a proteína G. Quando as proteínas G são ativadas, estas (1) abrem um canal iônico na membrana ou (2) alteram a atividade enzimática no lado citoplasmático da membrana. **As proteínas G ligadas às enzimas amplificadoras constituem a maior parte dos mecanismos de transdução de sinal conhecidos. As duas enzimas amplificadoras mais comuns para os receptores acoplados à proteína G são a adenilato-ciclase e a fosfolipase C. Vídeo sobre aplicação de adrenalina MEDIADORES INTRACELULARES — SEGUNDOS MENSAGEIROS Pequenas moléculas liberadas ou formadas no citosol em resposta a um sinal extracelular. Ajudam a propagar o sinal dentro da célula. — AMPc → O AMPc dispara uma enorme diversidade de eventos intracelulares. → Uma das enzimas mais importantes ativadas por AMPc é a proteína quinase A (PKA). → Uma proteína quinase é uma enzima que fosforila outras proteínas. → A proteína quinase A ganhou esse nome por causa de seu modo de ativação, o A é de AMPc. Como o aumento na concentração intracelular de AMP cíclico altera a transcrição gênica? A ligação de uma molécula de sinalização extracelular ao seu GPCR ativa a adenililciclase via Gs e aumenta a concentração de cAMP no citosol. Esse aumento ativa a PKA, e suas subunidades catalíticas liberadas entram no núcleo, onde fosforilam a proteína reguladora CREB. Após a fosforilação, está proteína recruta o coativador CBP, que estimula a transcrição gênica. Pelo menos em alguns casos a CREB inativa está ligada ao elemento de resposta ao AMP cíclico (CRE) no DNA antes deste ser fosforilado (não mostrado). Ação das toxinas – diarreia FOSFOLIPASE C Enzima frequentemente ativada por proteína G: Uma fosfolipase é classificada como A, C ou D de acordo com o local onde ela cliva o fosfolipídio; O alvo da fosfolipase C ativada por proteína G é um fosfolipídio da face interna da membrana plasmática, o fosfatidilinositol 4,5 bifosfato, mais conhecido pela sigla PIP2. A clivagem gera duas moléculas: 1) o diacilglicerol, também conhecido como DAG, um glicerol com duas caudas de ácido graxo, que permanece na membrana; 2) o inositol trifosfato (IP3), que é liberado para o citoplasma. Proteína Gq ativa a enzima Fosfolipase C que induz a Produção dos Segundos Mensageiros IP3 e DAG a partir de PIP2 Como os GPCRs aumentam o Ca21 citosólico e ativam a proteína-cinase C? O GPCR ativado estimula a fosfolipase C-b (PLCb) ligada à membrana plasmática via uma proteína G chamada Gq. A subunidade a e o complexo bg da Gq estão envolvidos nessa ativação. Dois segundos mensageiros são produzidos quando o PI(4,5) P2 é hidrolisado pela PLCb ativada. O inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) se difunde pelo citosol e se liga aos canais de Ca21 controlados por IP3 na membrana do retículo endoplasmático, abrindo-os e liberando Ca21. O gradiente eletroquímico de Ca21 através da membrana do retículo faz com que o íon saia para o citosol quando os canais de liberação estão abertos. O diacilglicerol permanece na membrana plasmática e, juntamente com a fosfatidilserina (não mostrada) e o Ca21, auxilia na ativação da proteína- cinase C, a qual é recrutada do citosol para a face citosólica da membrana plasmática. Do total de mais de 10 isoformas diferentes da enzima em humanos, pelo menos quatro são ativadas pelo diacilglicerol. CÁLCIO COMO SEGUNDO MENSAGEIRO Papel relevante em diversas atividades celulares, tais como: contração muscular, proliferação celular e fertilização. O aumento da concentração citosólica do íon cálcio ativa diversas enzimas, mediante a interação com uma proteína intracelular denominada Calmodulina – aumentando a transmissão de sinal. A ligação do íon cálcio com a Calmodulina, forma o complexo Ca2+ - Calmodulina, que é responsável pela ativação uma série de proteínas com atividade cinase ou fosfatases. O cálcio, quando ligado a Calmodulina possui uma área de ação mais ampla GMPc – Guanilato ciclase Sistema da guanilato ciclase (GMPc) e do óxido nítrico (NO) – sinalização mais especializada. Semelhante ao sistema AMPc, incluindo receptores de membrana e proteínas G. Entretanto, a guanilato ciclase difere da adenilato ciclase, pois pode ser parte integral do receptor. Em contraste com o AMPc, que afeta um ampla variedade de processos, o GMPc funciona como mensageiro especializado, sendo relacionado com o relaxamento da musculatura lisa, agregação plaquetária e com o sistema visual GMPc – Guanilato ciclase AÇÃO DO MEDICAMENTO VIAGRA GUANILIL CICLASE ATUA COMO UM RECEPTOR INTRACELULAR PARA NO RESUMO Indiretamente, os GPCRs ativam ou inativam, via proteínas G, as enzimas ligadas à membrana plasmática e aos canais iônicos. Quando um receptor ativado estimula uma proteína G, esta sofre uma mudança conformacional que ativa sua subunidade a, desencadeando, dessa forma, a liberação de um complexo bg. Cada componente pode, então, regular diretamente a atividade das proteínas-alvo na membrana plasmática. Alguns GPCRs ativam ou inativam a adenililciclase, alterando assim a concentração intracelular do segundo mensageiro AMP cíclico. Outros inativam uma fosfolipase C específica de fosfoinositídeos (PLCb), a qual gera dois segundos mensageiros. Um deles é o inositol 1,4,5-trifosfato (IP3), que libera Ca21 do RE, aumentando, dessa forma, a concentração do íon no citosol. O outro é o diacilglicerol, que permanece na membrana plasmática e ativa a proteína-cinase C (PKC). Um aumento nos níveis de AMP cíclico ou de Ca21 citosólicos afeta as células principalmente por estimular uma proteína-cinase dependente de cAMP (PKA) e as proteínas-cinase dependentes de Ca21/calmodulina (CaM-cinases), respectivamente. A PKC, a PKA e a CaM-cinase fosforilam proteínas-alvo específicas, alterando, assim, a atividade dessas proteínas. Cada tipo de célula possui seu conjunto característico de proteínas-alvo que é regulado dessa maneira, permitindo que a célula construa sua resposta característica própria aos segundos mensageiros. As cascatas de sinalização intracelulares ativadas pelos GPCRs permitem que as respostas sejam bastante amplificadas, de forma que diversas proteínas-alvo são alteradas para cada molécula de sinalização extracelular ligada ao seu receptor. As respostas mediadas pelos GPCRs são rapidamente desligadas quando o sinal extracelular é removido, e os GPCRs ativos são inativados por fosforilação e associação com arrestinas
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