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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS Olá! Meu nome é Gláucia Costa Degani, sou graduada em Enfermagem e mestre em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, onde iniciei os estudos relacionados à saúde do idoso, com a temática "traumatismos". Atuei como enfermeira assistencial no setor de urgência/emergência clínica e traumática em um hospital geral de nível terciário por cinco anos. Atualmente, sou professora universitária no Claretiano – Centro Universitário de Batatais, em disciplinas como Fundamentos de Enfermagem, enfermeira assistencial em um Centro de Atenção à Saúde do Idoso e doutoranda pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na linha de pesquisa saúde do idoso. É com muito prazer e disposição que venho compartilhar experiências e contribuir com conhecimentos da Enfermagem com você. E-mail: glauciadegani@claretiano.edu.br Meu nome é Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida, sou Bacharel e Licenciado em Enfermagem pelo Claretiano – Centro Universitário, mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto e, atualmente, doutorando pelo programa de Enfermagem Fundamental da mesma instituição. Desenvolvo pesquisas na área de ensino, simulação clínica e hemoterapia. Sou enfermeiro da Fundação Hemocentro de Ribeirão na Unidade de Batatais. Espero poder colaborar na construção do seu conhecimento. E-mail: rgclaretiano@gmail.com Claretiano – Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br Gláucia Costa Degani Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida Batatais Claretiano 2016 FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS © Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Vice-Reitor: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Ms. Pe. José Paulo Gatti Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Evandro Luís Ribeiro CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso INFORMAÇÕES GERAIS Cursos: Graduação Título: Fundamentos de Enfermagem: Procedimentos Técnicos Avançados Versão: fev./2016 Formato: 15x21 cm Páginas: 238 páginas SUMÁRIO CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 10 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 14 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 15 UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 19 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................ 23 2.1. NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO............................................................. 23 2.2. NECESSIDADE DE CIRCULAÇÃO.............................................................. 61 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 77 3.1. NESSECIDADE DE OXIGENAÇÃO ............................................................ 77 3.2. NECESSIDADE DE CIRCULAÇÃO.............................................................. 78 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 78 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 81 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 81 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 82 UNIDADE 2 – NECESSIDADE DE TERMORREGULAÇÃO, DE INTEGRIDADE TECIDUAL E CUIDADOS COM LESÕES 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 87 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 87 2.1. NECESSIDADE DE TERMORREGULAÇÃO ............................................... 88 2.2. NECESSIDADE DE INTEGRIDADE DA PELE E CUIDADOS COM LESÕES 97 2.3. CUIDADOS COM A PELE ......................................................................... 101 2.4. REALIZAÇÃO E TROCA DE CURATIVOS ................................................... 104 2.5. PRINCIPAIS TÓPICOS E SUBSTÂNCIAS PARA O TRATAMENTO DE LESÕES ................................................................................................. 112 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 125 3.1. NESSECIDADE DE TERMORREGULAÇÃO .............................................. 125 3.2. NECESSIDADE DE INTEGRIDADE TECIDUAL .......................................... 126 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 126 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 128 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 129 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 131 UNIDADE 3 – ÚLCERAS POR PRESSÃO E NECESSIDADE DE NUTRIÇÃO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 135 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 136 2.1. ÚLCERAS POR PRESSÃO (UPP) ............................................................... 136 2.2. NECESSIDADE DE NUTRIÇÃO ................................................................. 148 2.3. GASTROSTOMIA E JEJUNOSTOMIA ....................................................... 166 2.4. NUTRIÇÃO PARENTERAL ......................................................................... 168 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 170 3.1. ÚLCERAS POR PRESSÃO ......................................................................... 171 3.2. NECESSIDADE NUTRICIONAL .................................................................171 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 172 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 175 6. E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 175 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 177 UNIDADE 4 – NECESSIDADE DE ELIMINAÇÃO URINÁRIA E INTESTINAL 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 181 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 181 2.1. NECESSIDADE DE ELIMINAÇÃO URINÁRIA ........................................... 182 2.2. NECESSIDADE DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL ........................................ 206 3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 232 3.3. NECESSIDADE DE ELIMINAÇÃO URINÁRIA .......................................... 232 3.1. NECESSIDADE DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL ........................................ 233 4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 234 5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 236 6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 237 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 238 7 CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo A enfermagem e o cuidar abordados no contexto assistencial. Aprendizado e aplicação de procedimentos técnicos básicos de enfermagem, baseados nas Necessidades Humanas Básicas, relacionados às necessidades de Oxigenação, Circulação, Termorregulação, Integridade Tecidual, Nutrição, Eliminação Uri- nária e Eliminação Intestinal. Bibliografia Básica ATKINSON, L. D. Fundamentos de enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. [Título original: Fundamentals of nursing. A nursing process approach]. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem: conceitos, processo e prática. [Traduzido do original: Fundamentals of nursing]. Isabel Cristina Fonseca da Cruz, Márcia Tereza Luz Lisboa e William César Alves Machado (Trad.). 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LeMONE, P. Fundamentos de enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Bibliografia Complementar FILHO COSTA, G.; SHCHULL, P. D. Enfermagem básica: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Rideel, 2005. JARVIS, C. Exame físico e avaliação de saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. NETTINA, S. M. Prática de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. MUSSI, N. M. et al. Técnicas fundamentais de enfermagem. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. SANTOS, V. E. P.; VIANA, D. L. Fundamentos e práticas para estágio em enfermagem. 3. ed. São Caetano do Sul: Yendis, 2007. 8 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO É importante saber Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente sele- cionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados "Conteúdos Digitais Integradores" por- que são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referên- cia. Juntos, não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementa- res) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito de avaliação. 9© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno, seja bem-vindo! Iniciaremos o estudo de Fundamentos de Enfermagem: Procedimentos Técnicos Avançados, no qual serão abordados al- guns tópicos mais avançados e invasivos sobre a prática do cui- dar. Você perceberá que o exercício de enfermagem se consolida por ações que vão além do desempenhar procedimentos, englo- bando, também, um pensamento crítico e reflexivo. Esperamos que você possa aproveitar cada conteúdo, que foi pensado cui- dadosamente para favorecer o seu aprendizado. Serão apresentados a você os procedimentos técnicos e a assistência de enfermagem diante das necessidades psicobioló- gicas, divididos em quatro unidades. A Unidade 1 trará a assistência de enfermagem e os proce- dimentos técnicos de enfermagem com base nas necessidades de oxigenação e circulação, ou seja, alguns aspectos que envol- vam a oxigenoterapia, a aspiração de vias aéreas e a troca de cânula de traqueostomia e também monitorização da pressão venosa central e da coleta de amostras de sangue arterial. A Unidade 2 vai apresentar conceitos sobre a necessidade de termorregulação e aplicação de calor e frio, bem como os cui- dados de enfermagem com a integridade da pele e de lesões ao fazer e trocar curativos. Ao ler a Unidade 3, você encontrará conceitos e aborda- gens sobre as úlceras por pressão e também sobre a necessi- dade de nutrição com a inserção de sondas naso/orogástricas e nasoentéricas. 10 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Nossa última unidade abordará as eliminações urinárias e intestinais, com a inserção de cateteres vesicais intermitente e de demora, lavagem intestinal e troca de bolsa de colostomia. Vídeos complementares e videoaulas complementarão nossos estudos, a fim de tornar esta obra mais dinâmica. Bons estudos! 2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí- nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci- mento dos temas tratados. 1) Abrasão: raspagem ou fricção da epiderme que resulta em hemorragia localizada e, posteriormente, secreção de líquido seroso (POTTER; PERRY, 2013, p. 793). 2) Anastomose: procedimento para conexão e sutura de dois órgãos, nervos, condutos ou vasos (SANTOS, 2006, p. 26). 3) Barotrauma: lesão devido a alguma pressão (SANTOS, 2006, p. 40). 4) Bomba de infusão: dispositivo que proporciona uma quantidade controlada de líquido durante um período de tempo (POTTER; PERRY, 2013, p. 1329). 5) Broncoaspiração: aspiração de conteúdo gástrico ou corpo estranho para a árvore traqueobrônquica (SAN- TOS, 2006, p. 48). 6) Broncoespasmo: constrição súbita temporária dos ca- nais bronquiais, devido à contração dos músculos lisos involuntários em suas paredes, é a principal caracte- rística da asma e da bronquite (SANTOS, 2006, p. 44). 11© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 7) Cianose: coloração azulada ou arroxeada da pele, mais facilmente visível nas unhas e nas túnicas mucosas, causadas por um aumento da quantidade de hemoglo- bina reduzida (não combinada com oxigênio) na circu- lação sistêmica (SANTOS, 2006, p. 54). 8) Coagulopatia: distúrbio da coagulação sanguínea (SANTOS, 2006, p. 58). 9) Constipação: é um sintoma e não uma doença, carac- terizado por movimento intestinal infrequente, menor que a cada 3 dias, dificuldade de trânsito fecal, esforço excessivo, dificuldade de defecar quando há vontade e fezes duras (POTTER; PERRY, 2013, p. 1116). 10)Dermatite de contato: inflamação da pele caracteriza- da por início abrupto com eritema, prurido, dor e apa- recimento de lesões (POTTER; PERRY, 2013, p. 793). 11) Desbridamento: remoção do tecido necrótico não viá- vel (POTTER; PERRY, 2013, p. 1227). 12) Diarreia: é o aumento no número de evacuações de fezes e na eliminação de fezes líquidas e não formadas (POTTER; PERRY, 2013, p. 1117). 13) Dispneia: é um sinal clínico de hipóxia. É a sensação subjetiva da dificuldade na respiração ou respiração desconfortável, geralmente associada com o exercício ou excitação (POTTER; PERRY, 2013, p. 850). 14) Disseção: isolamento de um órgão ou estrutura (SAN- TOS, 2006, p. 74). 15) Drogas vasoativas: substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos, que atuam em pequenas doses e com resposta dose depen- dente, de efeito rápido e curto (SANTOS, 2006, p. 60). 12 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 16) Edema: líquido extracelular acumulado nos espaços do tecido (TAYLOR; LILLIS; LEMONE, 2007, p. 1.466). 17) Epiglote: saliência amarelada cartilaginosa, que se en- contra no início da laringe. Funciona com uma espécie de lâmina que se encontra na parte traseira da língua, que serve para fechar a ligação da faringe com a glote, evitando assim que o sistema respiratório se ligue ao sistema digestivo (SANTOS, 2006, p. 85). 18) Escoriação: lesão superficial da pele causada por abra- são (POTTER; PERRY, 2013, p. 1333). 19) Estertores: ruídos auscultados com o estetoscópio tan- to na inspiração quanto na expiração que decorrem da passagem do ar pelos brônquios e bronquíolos (SAN- TOS, 2006, p. 90). 20) Exame físico: é uma investigação do corpo do pacien- te para determinar o seu estado de saúde (POTTER; PERRY, 2013, p. 227). 21) Extubar: ato de retirar o tudo endotraqueal (SANTOS, 2006, p. 101). 22) Hipervolemia: aumento anormal do volume de san- gue ou de outros líquidos circulantes no organismo (SANTOS, 2006, p. 115). 23) Hipotálamo: estrutura do cérebro dos mamíferos que se localiza abaixo do tálamo, na região do diencéfa- lo, juntamente com o epitálamo e o tálamo (SANTOS, 2006, p. 113). 24) Hipovolemia: diminuição do volume sanguíneo circu- lante no organismo (SANTOS, 2006, p. 118). 25) Hipoxemia: baixa concentração de oxigênio no sangue arterial (SANTOS, 2006, p. 115). 13© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 26) Hipóxia: diminuição do aporte de oxigênio ou baixa concentração de oxigênio nos tecidos (SANTOS, 2006, p. 115). 27) Incontinência fecal: incapacidade para controlar o trânsito de fezes e gás no ânus (POTTER; PERRY, 2013, p. 1117). 28) Inspeção: corresponde à uma técnica do exame físico, por meio do olhar, ouvir e cheirar para distinguir acha- dos normais de anormais (POTTER; PERRY, 2013, p. 511). 29) Isquemia: redução local temporária do suprimento sanguíneo de uma área, devido à obstrução nos vasos sanguíneos que suprem a área, ou devido a vasocons- trição (SANTOS, 2006, p. 122). 30) Laringoespasmo: contração muscular descontrolada do fechamento glótico (SANTOS, 2006, p. 125). 31) Maceração: amolecimento e ruptura da integridade da pele por exposição prolongada à umidade (POTTER; PERRY, 2013, p. 1337). 32) Necrótico: relativo à morte do tecido em resposta a uma doença ou lesão (POTTER; PERRY, 2013, p. 1338). 33) Ostomia: procedimento cirúrgico que significa fazer uma abertura artificial entre dois órgãos ou entre um órgão e superfície do corpo (SANTOS, 2006, p. 142). 34) Oxidação: processo de combinação com o oxigênio onde a perda de elétrons para outro elemento (SAN- TOS, 2006, p. 144). 35) Oxímetro: dispositivo médico que mede indiretamen- te a quantidade de oxigênio no sangue de um paciente (SANTOS, 2006, p. 142). 14 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 36) PEEP: Pressão Expiratória Positiva Final – PEEP, mantida nos pulmões ao final da expiração (SANTOS, 2006, p. 146). 37) Roncos: ruído provocado por estreitamento ou obstrução nas vias respiratórias superiores (SANTOS, 2006, p. 160). 38) Rolhas: secreção mucosa que impede a ventilação de pacientes entubados e/ou traqueostomizados (SAN- TOS, 2006, p. 159). 39) Ruídos adventícios: presença de uma condição anor- mal que afeta a árvore brônquica e os alvéolos deter- minando ruídos (adicionais) adventícios que são divi- didos em crepitações e sibilos (SANTOS, 2006, p. 158). 40) Saturação: nível de oxigênio mensurado por um oxí- metro (SANTOS, 2006, p. 158). 41) Sudorese: Eliminação excessiva de suor (SANTOS, 2006, p. 165). 42) Turgor jugular: ingurgitamento da veia jugular devido a pressão exercida pelo sangue (SANTOS, 2006, p. 165). 43) Vasodilatação: dilatação dos vasos sanguíneos através do relaxamento dos músculos lisos dos vasos e está re- lacionado com a manutenção e regulação da tempera- tura corporal (SANTOS, 2006, p. 153). 44) Vasoconstrição: contração dos vasos sanguíneos, em consequência da contração do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos (SANTOS, 2006, p. 150). 3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos concei- tos mais importantes deste estudo. 15© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS CONTEÚDO INTRODUTÓRIO NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS Necessidades Psicoespirituais Necessidades Psicobiológicas Necessidades Psicossociais Oxigenação Circulação Termoregulação Integridade da pele Cuidados com feridas Nutrição Eliminação urinária e intestinal Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Fundamentos de Enfermagem: Procedimento Técnicos Avançados. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretara de Gestão do Trabalho e da educação na Saúde. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos do aluno. 2. ed. revista. 1 reimpre. Brasília: Fiocruz, 2003. POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. SANTOS, M. A. M. Terminologia em Enfermagem. São Paulo: Martiari, 2006. TAYLOR, C.; LILLIS, C.; LeMONE, P. Fundamentos de Enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2007. © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS 17 UNIDADE 1 NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Objetivos • Oferecer subsídios teóricos para que o aluno compreenda e desempenhe a habilidade técnica do procedimento de aspiração de vias aéreas e troca de cânula de traqueostomia. • Oferecer subsídios teóricos para que o aluno compreenda e desempenhe a habilidade técnica do procedimento de monitorização da pressão venosa central e coleta de amostra de sangue arterial. Conteúdos • Revisão da anatomia e fisiologia do sistema respiratório e circulatório. • Métodos e cuidados de enfermagem para desobstrução das vias aéreas. • Dispositivos para oferta de oxigênio. • Método para monitorização da pressão venosa central e coleta de sangue arterial. • Descrição dos procedimentos técnicos. 18 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) Não se limite a este conteúdo: busque pelo conhecimento em outras fon- tes e em páginas eletrônicas (sites) oficiais e/ou nas referências bibliográ- ficas apresentadas ao final de cada unidade. 2) O conteúdo desta obra é fundamental para o exercício de enfermagem. Constitui-se de procedimentos que exigirão habilidade prática, seja em laboratório ou campo de estágio. Porém, antes de realizá-las, o conheci- mento teórico precisa estar claro e compreendido. 3) Para ajudá-lo na compreensão dos procedimentos, procure sempre assis- tir aos videoaulas disponíveis. 4) Diversos termos técnicos que aparecerão no decorrer da unidade estão descritos no Glossário.Os termos técnicos são muito importantes para a comunicação entre os profissionais de saúde. 19© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO 1. INTRODUÇÃO Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo. Você está preparado? O exercício da enfermagem é uma ciência fundamentada em teorias. Teoria é a organização rigorosa de pensamentos e ideias, na tentativa sistemática de solucionar ou resolver deter- minado fenômeno. Esses pensamentos e ideias não estão rela- cionados apenas no problema do paciente, mas também na rela- ção entre o paciente e o profissional de enfermagem. Atualmente, existem várias teorias de enfermagem e gran- de parte delas orientam-se pela teoria ambiental de Florence Nightingale, que determina que as defesas naturais do homem são influenciadas por um ambiente saudável ou não. Em 1970, o psicólogo norte-americano Abraham Maslow defendeu a ideia de hierarquização das necessidades humanas, elegendo as necessidades de nível mais baixo e as de nível mais alto. As de nível mais baixo devem ser solucionadas primeira- mente, subsequentes às demais. A Figura 1 ilustra a Pirâmide de Necessidades Humanas, como ficou conhecida essa teoria. 20 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: BWS CONSULTORIA (2015). Figura 1 Pirâmide de Necessidades Humanas, segundo Abraham Maslow (1970). Segundo a Pirâmide de Necessidades Humanas, as cinco categorias de necessidades humanas são assim distribuídas: • Fisiológica: ar, água e alimentos. • Segurança: segurança física e psicológica. • Social: amizade, relações sociais e amor sexual. • Estima: autoconfiança, sensação de utilidade, de alcan- çar metas e autovalorização. • Autorrealização: condições de alcançar totalmente o potencial e de ter a capacidade de resolver problemas e lidar com as situações da vida. A hierarquia das necessidades básicas ilustra um modelo de avaliação sobre o estado de saúde dos pacientes, proporcio- nando uma visão mais ampla ao cuidar. 21© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO No Brasil, uma das grandes pioneiras na enfermagem foi a enfermeira paraense Wanda de Aguiar Horta, ao defender a teo- ria de enfermagem diante das Necessidades Humanas Básicas, pois ela acreditava que a enfermagem fosse responsável pelo atendimento dessas necessidades do indivíduo, compreendendo indivíduo como paciente, família e sociedade. As necessidades humanas são universais, mas a forma de manifestação e satisfação é influenciada pela idade, sexo, cultu- ra, escolaridade, fatores socioeconômicos, o ciclo saúde-enfer- midade e o ambiente. Mesmo sendo fundamentada em Maslow, a teoria de Wanda Horta de 1979 apoia-se na denominação de classificação de necessidade de acordo com João Mohana de 1964, que classifica as necessidades do indivíduo em: psicobio- lógicas, psicossociais e psicoespirituais (HORTA, 1979). A partir dessa classificação, Horta introduziu subgrupos de necessidades, tornando o modelo ajustável à prática de enfer- magem, ficando assim: • Necessidades Psicobiológicas: compreendida pelas neces- sidades físicas do indivíduo, como a necessidade de oxige- nação, hidratação, nutrição, eliminação, sono e repouso, exercício e atividades físicas, sexualidade, abrigo, mecânica corporal, motilidade, cuidado corporal, integridade cutâ- neo-mucosa, integridade física, regulação térmica, cresci- mento celular, vascular, locomoção, percepção (olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa e dolorosa). • Necessidades Psicossociais: entendida pelas necessidades psico- lógicas do sujeito como segurança, amor, liberdade, comunica- ção, criatividade, aprendizagem (educação à saúde), recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e espaço, aceitação, auto realização, autoestima, participação, autoimagem e atenção. • Necessidades Psicoespirituais: voltada à espiritualidade do indivíduo e suas crenças como a religiosa ou teológica, ética 22 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO ou de filosofia de vida. Horta destaca que as necessidades são inter-relacionadas e fazem parte de um todo que é o ser humano, de tal forma que, quando qualquer uma se mani- festa, todas elas sofrem algum grau de alteração. O conteúdo a seguir foi elaborado embasado nas necessi- dades humanas básicas e em algumas bibliografias básicas para a prática da Enfermagem, tais como Atkinson (1989); Taylor, Lillis e Lemone (2007); Potter e Perry (2009) e Potter e Perry (2013), as quais sugerimos a leitura na íntegra para melhor compreen- são e aprendizado. Outras referências complementam esta obra e estão devi- damente citadas em seus parágrafos ou nas Referências Biblio- gráficas. Você observará que, ao longo de cada conteúdo, estará disposta em quadros a descrição do procedimento técnico para auxiliar no exercício da sua habilidade, seguida da respectiva jus- tificativa. Para o momento, desejamos a todos uma boa leitura e bons estudos! Vídeoaula ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Neste momento, é fundamental que você assista a vídeoaula. • Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Vi- deoaula, localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de ví- deo (Aula). Por fim, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. • Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão "Vídeos" e sele- cione: Segurança do paciente – Vídeo Aula Bloco 1. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 23© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO 2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su- cinta, os temas abordados nesta unidade. 2.1. NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO As células do nosso organismo obtêm energia de que precisam pela oxidação de carboidratos, gorduras e proteínas. Como todo processo de combustão, esse processo exige oxi- gênio. Certos tecidos vitais para o organismo, como cérebro e coração, não conseguem sobreviver por longo período sem um suprimento adequado de oxigênio. Já o dióxido de carbono que é produzido, deve ser removido das células para se evitar que o sangue se torne ácido demais. Assim, o sistema respira- tório realiza essa função, dando sustentação à vida pelo trans- porte de oxigênio, da respiração/ventilação e da troca gasosa (SMELTZER; BARE, 2002). O sistema respiratório é dividido em via área superior: nariz, faringe e epiglote, cuja principal função é aquecer, filtrar e umidificar o ar. E via aérea inferior, composta pela traqueia, brônquios e bronquíolos, responsáveis pela condução do ar, de- puração mucociliar e produção de surfactante. E as pleuras visce- ral (reveste os pulmões) e parietal (reveste a cavidade torácica). Observe a Figura 2. 24 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: TODAMATERIA (2015). Figura 2 Sistema respiratório do corpo humano. Para que o sistema respiratório desempenhe seu papel eficazmente, é necessário que todas as suas estruturas estejam funcionando adequadamente. Porém, vários outros fatores po- dem afetar negativamente o funcionamento respiratório, tais como: os níveis de saúde, que são influenciados pelo desenvol- vimento humano e pelas mudanças físicas; a obesidade; alguns medicamentos, como aqueles da classe opioide, como a morfi- na; o estilo de vida, como no tabagismo; o ambiente e a saúde psicológica. Sendo uma função vital para a sobrevivência do indivíduo, a assistência de enfermagem deve consistir em prevenir condi- ções no ambiente externo que colaborem para uma oxigenação ineficaz; executar procedimentos que mantenham a ventilação25© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO adequada dos tecidos por meio da manutenção e promover a permeabilidade das vias áreas e da mobilidade de secreções. Para isso, alguns procedimentos podem ser realizados ten- do em vista a oxigenação dos tecidos e a manutenção da per- meabilidade das vias áreas, como: • Promoção da tosse. • Realização de aspiração. • Retirada de corpos estranhos. • Posicionamento correto. Para a promoção da expansão pulmonar podem ser reali- zados procedimentos como a fisioterapia torácica e o posiciona- mento adequado, que colaboram muito nesse sentido. Já pensando na mobilidade das secreções pulmonares, são necessárias uma hidratação adequada (via oral ou endovenosa), a umidificação e nebulização das vias aéreas. E, para manutenção e promoção da oxigenação, é neces- sária a oferta de oxigênio, com a oxigenoterapia, sob prescrição médica, que pode ser oferecida por meio de vários dispositivos. Iniciaremos, então, a explicação desses mecanismos citados. Promoção da tosse A tosse é um mecanismo fisiológico do organismo huma- no que tem fundamental importância na remoção das secreções respiratórias, constituindo, assim, um dos mecanismos de defesa pulmonar (JACOMELI; SOUZA, PEDREIRA, 2003). 26 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Pode ser classificada em: tosse seca ou não produtiva e tosse produtiva ou com presença de secreções ou líquidos (congestionado). A promoção da tosse voluntária é importante para pacientes em pré e pós-operatório e para indivíduos com doenças pulmonares. Deve ser incentivada a cada 2 a 3 horas e sua técnica consiste em: • realizar uma inspiração profunda e lenta. • prender a respiração por cerca de 2 segundos. utilizan- do os músculos intercostais e o diafragma. • expirar, provocando uma tosse. Aspiração de Vias Aéreas A aspiração de vias aéreas consiste na retirada de secre- ções e fluído das vias aéreas superiores, com o objetivo de me- lhorar o padrão respiratório através de sua permeabilidade. Finalidades • Manter vias aéreas desobstruídas removendo secreções. • Promover ventilação eficiente. • Permitir troca gasosa adequada. • Prevenir complicações. • Promover conforto, aliviando sofrimento respiratório. As indicações para a realização desse procedimento con- sistem na presença de ruídos adventícios (um dos resultados da ausculta realizada no exame físico do tórax, que indica presença de secreções), inquietação do paciente, respiração dificultosa, sa- turação de oxigênio diminuída, frequência cardíaca e respiratória aumentadas, falhas nas outras técnicas de remoção de secreção, como, por exemplo, na tosse efetiva ou posicionamento. Assim, 27© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO o procedimento deve ser incentivado após a avaliação da enfer- meira e com as devidas indicações e não apenas como um pro- cedimento rotineiro, repetitivo e com horário predeterminado. Em algumas vezes, porém, devemos evitar aspirar as vias aéreas, pois o procedimento pode acarretar sangramentos exces- sivos ou piorar a condição de saúde do indivíduo. Por exemplo, em passagens nasais obstruídas, na presença de sangramento nasal, epiglotite, lesão aguda de cabeça, facial ou do pescoço ou cirurgia, coagulopatia ou distúrbios do sangramento, via aérea irritável ou laringoespasmo ou broncoespasmo, cirurgia gástrica com anastomose alta e em quadros de infarto do miocárdio. É importante sabermos que o procedimento de aspiração das vias aéreas irrita a mucosa e remove oxigênio do trato respi- ratório, possivelmente ocasionando hipoxemia. Nesse sentido, é recomendado antes da realização da técnica a hiperoxigenação do paciente (respiração profunda ou ofertar oxigênio). É impor- tante ressaltar que a realização da técnica de forma inadequada pode aumentar a ansiedade e a dor e causar parada respiratória. Aspirações frequentes podem levar a infecção, arritmias cardía- cas, hipóxia, trauma à mucosa e morte. Durante o procedimento, o profissional de enfermagem deve monitorar a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio do paciente; além da cor, quantidade e consis- tência da secreção. Qualquer anormalidade (cianose, bradicardia ou taquicardia graves ou sangramentos excessivos), o profissional deve interromper o procedimento, administrar oxigênio, comunicar o mé- dico e registrar o ocorrido, bem como a conduta tomada. As técnicas para aspiração das vias áreas são: • Via oral e orofaríngea. • Via nasal e nasofaríngea. 28 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO • São chamados também de bronco aspiração os procedi- mentos realizados em nível (orotraqueal e nasotraqueal). • Aspiração de vias aéreas artificiais, quando realizada via traqueostomia e cânula endotraqueal. A seguir, abordaremos cada uma delas. Via orofaríngea Constitui-se de uma técnica limpa, de aspiração de secre- ções da cavidade oral até a faringe. A indicação consiste em evi- tar a obstrução da traqueia por acúmulo de secreções. Aspectos técnicos da medição da sonda: canto da boca ao ângulo da mandíbula ou até o conduto auditivo externo. Via nasofaríngea Constitui-se de uma técnica limpa e estéril, de aspiração de secreções da cavidade nasal até a faringe. A indicação consiste em quando o paciente ainda consegue tossir, porém, é incapaz de eliminar as secreções pela expectoração ou deglutição. É rea- lizada após paciente tossir, durante a inspiração, e para aliviar desconfortos, pode-se fazer uso de um lubrificante hidrossolúvel. A aspiração de vias aéreas superiores em recém-nascidos deve ser realizada, primeiro, via oral e, na sequência, nasal. Após a apresentação das vias aéreas artificiais, traremos a descrição do procedimento de aspiração das vias aéreas. Retirada de corpos estranhos Corpos estranhos, vômitos, sangue e alimentos podem comprometer a função respiratória por meio da obstrução de 29© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO vias áreas. Dentre os cuidados com a permeabilidade estão a inspeção da cavidade oral, a retirada de corpos estranhos e a abertura de das vias áreas. Ao inspecionar a cavidade oral do paciente, o profissional de enfermagem deve estar com as mãos enluvadas, caso seja encontrado algum corpo estranho, ele poderá ser removido. Na presença de líquidos, o profissional deverá proceder a aspiração das vias áreas superiores. Medidas emergenciais para desobstru- ção das vias aéreas por conteúdos sólidos serão abordadas em outro momento de nossos estudos. Posicionamento Correto O posicionamento correto pensando nas vias aéreas também está relacionado com a condição de saúde do paciente. Indivíduos com dispneia e ortopneia sentem-se mais confortáveis em posição semi-Fowler, porque os músculos acessórios podem ser facilmente utilizados para promover a respiração. As mudanças frequentes de decúbito também facilitam a ventilação e a oxigenação. Fisioterapia Torácica Consiste na realização de procedimentos (tapotagem e drena- gem postural) que auxiliam na mobilidade de secreções das vias aé- reas e expansão torácica. É indicada na presença de grandes quan- tidades de secreções (30 ml escarro/dia) em indivíduos com tosse ineficaz. A seguir, abordaremos sucintamente essas duas técnicas. Tapotagem Utilizando a palma da mão em concha, golpeia-se o lobo a ser drenado com golpes em um padrão ritmado, cerca de 30 a 30 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO 60 segundos em cada área, várias vezes por dia, com o objetivo de promover a expectoração das secreções. É contraindicada sua realização em pele nua, em incisões cirúrgicas e abaixoda coste- la ou acima da coluna ou das mamas. Drenagem postural É a realização de técnicas de posicionamento que remo- vem secreções de locais específicos dos pulmões e dos brônquios para a traqueia. A ação da gravidade é utilizada para auxiliar a movimentação das secreções, direcionando-as para as vias aé- reas centrais onde poderão ser removidas na tosse. Geralmente, a drenagem postural é precedida de tapotagem. A Figura 3 de- monstra alguns posicionamentos para drenar secreções. Fonte: Taylor, Lillis e LeMone (2007, p. 1425). Figura 3 Posições que facilitam a drenagem de secreções. 31© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Hidratação A hidratação oral também consiste em um cuidado de en- fermagem com o objetivo de tornar menos espessas as secre- ções presentes nas vias áreas. No geral, recomenda-se a ingestão hídrica de cerca de 2 a 3 litros/dia, isso se as condições cardio- vasculares e renais do paciente permitirem, pois, caso contrá- rio, poderá lhe trazer prejuízos, sobrecarregando esses sistemas. Dessa forma, conhecer o paciente, revisar o prontuário médico e discutir com a equipe médica são imprescindíveis. Oxigenoterapia A oxigenoterapia é a terapia utilizada para oferecer uma determinada quantidade de oxigênio aos pulmões e à circulação sanguínea, quando identificada uma condição que possa com- prometer a oxigenação eficaz do organismo. Lembre-se que o oxigênio é considerado um medicamento, sendo sua indicação e dosagem prescritas pelo profissional médico. Em serviços de saúde, o gás oxigênio geralmente está de fácil acesso aos leitos do paciente por meio da régua de gases, como você pode observar na Figura 4 a seguir. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 4 Régua de Gases. 32 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Na régua de gases, observamos um equipamento chamado fluxômetro e umidificador onde serão instalados os dispositivos para ofertar oxigênio ao paciente (Figuras 5 e 6, respectivamen- te). Quando a oferta de oxigênio for acima de 4l/min, os dispo- sitivos deverão ser umidificados com água destilada estéril, pois concentrações acima desse valor podem causar ressecamento das mucosas. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 5: Fluxômetro e umidificador Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 6: Fluxômetro. Os métodos de liberação de oxigênio dependerão da con- centração de oxigênio prescrita. As formas de liberação são de baixo ou alto fluxo, com o objetivo de tratamento de uma doen- ça, aliviar a dificuldade respiratória e prevenir os sintomas e ma- nifestações de hipóxia. 33© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO A indicação de qual a melhor forma dessa terapia é fun- damentada em sinais e sintomas clínicos e outros métodos de avaliação da função respiratória, como a verificação da saturação de oxigênio pelo oxímetro de pulso (Figura 7), coleta de amostras de sangue arterial e exames radiológicos. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 7 Oxímetro de pulso. Esse tipo de mensuração da saturação de oxigênio trará valores em porcentagens, sendo que é considerada normalidade valores entre 95 e 100%. Os tipos de sistemas de baixo fluxo são: cânula nasal, cateter nasal, máscara de oxigênio simples. A seguir, falaremos sobre eles. Cânula nasal A cânula nasal é um aparato de plástico, descartável, com pontas que se projetam para dentro das narinas. Para sua intro- dução, deve-se respeitar a mensuração entre o lobo da orelha e o ápice do nariz. Observe a Figura 8. 34 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 8 Cânula nasal. Cateter nasal O cateter nasal (Figuras 9) é um dispositivo de polietileno ou silicone, descartável em formato de óculos, instalado nas na- rinas. Está indicado para casos em que a saturação de oxigênio – SaO2 do paciente está entre 85 e 90%. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figuras 9 Cateter nasal. As vantagens desses dois métodos são que, em ambos, os dispositivos são seguros e simples, não impedem a mobilidade do paciente e a realização de atividades como comer e falar, além de serem de baixo custo e descartáveis. Já as desvantagens é que podem causar ressecamento da mucosa nasal, quando oferecido a uma concentração maior que 6 litros por minuto (l/min) e a 35© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO ruptura da pele sobre as orelhas e nas narinas, devido à fixação muito apertada; e são incapazes de serem usados em casos de obstrução nasal (POTTER; PERRY, 2009). Máscara de Oxigênio A máscara de oxigênio (Figura 10) consiste em baixo fluxo e também é apresentada em diversas formas, com diferentes pro- pósitos. Oferece de 30 a 60% de fração inspiratória de oxigênio - FiO2, sob um fluxo mínimo de 5 l/min e no máximo 10 l/min. As máscaras são utilizadas na administração de oxigênio em curto prazo (menos do que 12 horas). Fonte: PORTUGUESE ALIBABA (2015). Figura 10 Máscara de oxigênio simples. A vantagem dessa máscara é ser um dispositivo barato e de simples uso; enquanto as desvantagens são: ser contraindicada para pessoas com retenção de dióxido de carbono, já que pode incomodar o paciente, pois geralmente esquentam a face e pre- cisam ser retiradas para alimentação e comunicação. Em caso de vômitos, os pacientes estão sujeitos à aspiração de secreções. Assim, atente se o umidificador está preenchido com água estéril até o nível indicado; coloque a máscara no rosto do cliente e ajuste as fixações. Avalie o cliente quanto ao estado 36 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO mental, sudorese, alteração na pressão arterial e aumento da frequência cardíaca e respiratória, pois pode ser que o dispositi- vo não esteja desempenhando bem seu papel. E, para finalizar, verifique periodicamente além do estado do cliente, o funciona- mento do equipamento. Quanto ao umidificador, aquele recipiente com água estéril que é conectado ao fluxômetro, não há exigências de que ele seja usado nos casos de cateter nasal a 2lt\min, mas sim para dispositi- vos que ofertam oxigênio acima de 4lt/min (POTTER; PERRY, 2009). Não basta apenas instalar o dispositivo, pois à enfermeira são atribuídas algumas responsabilidades, como por exemplo, estar atento à colocação correta e ao posicionamento do dispo- sitivo de liberação; realizar o exame físico e avaliação de sinais vitais e do comportamento do paciente, logo após a oferta de oxigênio e comunicar alterações das condições de saúde; forne- cer cuidados com a pele em volta das orelhas e nariz do cliente, principalmente com os cadarços que se ajustam à face. Toda equipe de enfermagem deve seguir rigorosamente à prescrição médica quanto à quantidade do fluxo de oxigênio, a fim de se evitar complicações graves. Observe a presença de va- zamento de oxigênio em todo o sistema. Nos registros de enfermagem, anotar o horário de início e término do tratamento. Explique ao paciente os benefícios da oxigenoterapia para tranquilizá-lo, pois muitos acreditam que o oxigênio é usado como último recurso e podem ficar agitados. Para os cateteres, utilizar somente lubrificantes hidrossolúveis, pois são absorvidos pela mucosa respiratória, evitando danifica- ção do sistema, e não usar lubrificantes oleosos para rachaduras dos lábios ou irritação nas narinas. 37© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Quanto ao outro tipo de fluxo de oxigênio, os sistemas de alto fluxo, destacam-se: máscara com reservatório, máscara de Venturi, tubo T, capacete ou campanula deHood ou tenda facial, colar de traqueostomia. A seguir abordaremos sobre eles. Máscara com reservatório Utiliza-se máscara com reservatório para oferecer FiO2 de 60 a 95% a um fluxo de 10 a 15 l/min. O fluxo deve ser sempre suficiente para manter a bolsa inflada, sendo o reservatório preenchido antes do acondicionamento do dispositivo no paciente. (Figura 11). Fonte: Arquivo pessoal dos autores. Figura 11 Máscara com reservatório. Sua vantagem é a oferta de alta concentração de oxigênio, não havendo mistura com o ar ambiente e desvantagem ser utili- zada apenas para respiração espontânea, podendo causar descon- forto no paciente, pois dificulta a comunicação e a alimentação. Alguns cuidados com a máscara com reservatório devem ser observados, tais como: • Todo o sistema de oxigênio deve ser trocado a cada 24 horas e datado. • Observe com frequência a alteração do estado do clien- te, o funcionamento do equipamento e o nível de água no umidificador. 38 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO • Anote a velocidade do fluxo e a intolerância do clien- te (representada por alterações mentais, na pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e sudorese). Máscara de Venturi A oferta de oxigênio pela máscara de Venturi constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração neces- sária de oxigênio, a não ser que haja problemas como o desajus- te da máscara, bloqueios dos orifícios ou aplicação de fluxo de oxigênio inferior ao recomendado (Figuras 12, 13 e 14). 12 13 14 Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figuras 12, 13 e 14 Máscara de Venturi. 39© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO A concentração de oxigênio é alterada de acordo com os adaptadores coloridos (Figura 15), ou seja, conforme a necessidade do paciente, pode-se ofertar uma porcentagem de FiO2 diferente. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 15 Adaptadores da Máscara de Venturi. Assim temos que, ao usar o adaptador laranja com um flu- xo de 15lt/min, estaremos ofertando FiO2=50%, e assim sucessi- vamente (Figura 13). Como mencionado, a vantagem da máscara de Venturi é a ofer- ta precisa de FiO2 e as desvantagens são que necessita ser removida para alimentação e comunicação e podem causar certa pressão facial. Para colaborar com a oferta precisa, adapte a máscara de modo que evite o fluxo de oxigênio em direção aos olhos e veri- fique frequentemente sinais de irritação na pele. Anote o fluxo de oxigênio, observando a tolerância do cliente ao tratamento. Tubo T O tubo T (Figura 16) é utilizado para fornecer uma mistu- ra de ar ambiente e oxigênio umidificado, quando se faz uso de traqueostomia e cânulas endotraqueais (que serão abordados a seguir). A vantagem é que a concentração de oxigênio pode ser reajustável e a desvantagem é que, se houver obstrução da saída do ar, pode causar um barotrauma no paciente. 40 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 16 Tubo T. Capacete ou Campanula de Hood ou Tenda Facial Esses dispositivos (Figura 17) são de acrílico transparente e mais utilizados em lactentes e crianças. Fornece um alto flu- xo de oxigênio com elevado teor de umidade, não permitindo a difusão do oxigênio no ar. O tamanho varia de acordo com a estrutura e o peso da criança. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 17 Capacete ou Câmpanula de Hood ou Tenda Facial. 41© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO As vantagens são a facilidade de instalação, custo acessível e boa concentração de oxigênio oferecida; e as desvantagens são que permitem pouca mobilidade do lactente e da criança e, por isso, aumenta o risco de broncoaspiração. Colar de traqueostomia O colar de traqueostomia (Figuras 18 e 19) é utilizado para pacientes que estão sendo retirados gradualmente de ventila- dores mecânicos, processo chamado de desmame ventilatório. É bem tolerado pelos pacientes, porém, as secreções acu- muladas podem causar infecções. 18 19 Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figuras 18 e 19 Colar de traqueostomia. Existem outros equipamentos também utilizados para me- lhoria do padrão respiratório do paciente, como os nebulizado- res (Figura 21). 42 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Nebulizadores 20 21 Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figuras 20 e 21 Nebulizador portátil. Os nebulizadores dispersam líquidos ou medicamentos em forma de vapor, com a finalidade terapêutica de administrar broncodilatadores e fluidificar secreções. Ao utilizá-los, é importante observar: 1) vazamentos; 2) estimular a expectoração e anotar a quantidade e ca- racterísticas da secreção.; 3) adaptar o nebulizador próximo à traqueostomia ou ao nariz e boca do paciente; 4) certificar-se da água esterilizada do frasco em níveis adequados; 5) utilizar oxigênio somente quando não houver ar com- primido ou quando houver prescrição médica. 43© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Vias aéreas artificiais As vias aéreas artificiais são necessárias quando há indi- cação de oxigenação de pacientes com diminuição do nível de consciência, obstrução da via área, necessidade de ventilação mecânica invasiva e em processos patológicos. Os meios mais comumente utilizados são os tubos endotraqueais e as cânulas de traqueostomia. Vamos conhecê-los. Tubo endotraqueal O tubo endotraqueal é uma via aérea artificial de cloreto de polivinil inserida na traqueia pelo nariz, denominada nasotraqueal, ou pela boca, denominada orotraqueal, utilizando-se de um larin- goscópio, com a finalidade de administrar oxigênio por ventilação mecânica, aspirar facilmente as secreções ou desviar obstruções da via aérea superior. Nesse tubo, como pode ser observado na Figura 22, está insuflado um balonete ou cuff, que tem a finalidade de im- pedir que as secreções migrem para o pulmão e também previnem o vazamento do oxigênio que vem do ventilador mecânico. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 22: Tubo endotraqueal com balonete insuflado. 44 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO A intubação endotraqueal é um procedimento realizado pelo profissional médico e esse tubo tem um prazo de validade para permanecer no paciente, que deverá acontecer entre o 7º a 14ª dia de uso, pois quando ultrapassa esse prazo o balonete insuflado dentro do paciente pode causa isquemia na mucosa traqueal (Figuras 23, 24, 25 e 26). 23 24 25 26 Fonte: Arquivo pessoal dos autores. Figuras 23, 24, 25 e 26: Balonete do tubo endotraqueal insuflado e desinsuflado. 45© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Para isso, o balonete precisa ser insuflado com cerca de 10 ml de ar ou mais precisamente com uma pressão entre 25 a 35mmHg, monitorada 3 vezes ao dia por meio de um aparelho chamado cufômetro ou cufflator (Figura 27). Pressões superiores a 30 cm de H2O (23 mm Hg) alteram a perfusão da mucosa tra- queal, gerando lesões isquêmicas. Outro cuidado importante é quanto à fixação do tubo, que deve permitir a menor movimentação do tubo na boca, ser con- fortável para o paciente e permitir a higiene oral. Assim, torna-se indispensável a preservação da integridade da pele, reposicio- nando periodicamente o tubo, avaliando cavidade oral, lábios e pele ao redor da boca (Figura 28). Fonte: SHOPPING PRO HOSPITAL (2015). Figura 27 Cufômetro ou Cefflator. Fonte: SHOPPING PRO HOSPITAL (2015).Figura 28: Fixação de tubo orotraqueal. Traqueostomia Traqueostomiaconsiste na realização de um orifício artifi- cial na traqueia do paciente pelo qual um tubo/cânula é inserido no 4º ou 5º anel no sentido de ofertar oxigênio, remover secre- ções ou desviar de obstruções das vias aéreas. O procedimento de inserção é feito com uma pequena cirurgia, sob condições es- 46 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO téreis e sob efeito anestésico. O tempo de permanência de uso de uma cânula de traqueostomia pode ser temporário ou por tempo indeterminado. Existem dois tipos de cânulas para traqueostomia: a do tipo portex (uso temporário) e a do tipo metálica (uso indetermina- do) (Figuras 29 e 30). A primeira é utilizada em ostomias recentes e no processo de ventilação mecânica, e a segunda geralmente no processo de desmame ventilatório. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 29 Conjunto de cânula de traqueostomia - Tipo Metálica. Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 30 Conjunto de cânula de traqueostomia - Tipo Portex 47© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Assim como nos tubos endotraqueais, as cânulas de tra- queostomia do tipo Portex possuem balonete e recomenda-se que a pressão dentro dele esteja entre 20-30 cmH2O, com o uso do cuffômetro. Já as cânulas metálicas possuem três peças: cânula interna, cânula externa e o mandril e com numerações diversas. A cânula externa é aquela que tem a aba e que ficará em contato com a mucosa da traqueia, a interna ficará dentro da externa e poderá ser removida para limpeza, já o mandril apenas será utilizado du- rante o procedimento de troca de cânula e será removido logo a seguir. A troca de cânula de traqueostomia metálica é de respon- sabilidade do profissional enfermeiro. É importante destacar que a troca da cânula do tipo Portex pela metálica deverá ser realiza- da pelo profissional médico. O procedimento de troca entre as cânulas de traqueosto- mia tem as finalidades de: • Evitar a formação de rolhas e a obstrução da luz da câ- nula de traqueostomia. • Promover ventilação eficiente. • Permitir troca gasosa adequada. Observe alguns cuidados que devem sem seguidos antes de realizar o procedimento de troca da traqueostomia. 1) Observar a numeração da cânula, que é indicada na própria cânula e que diz respeito ao calibre, ou seja, quanto maior o número, maior o calibre. 2) Observar a indicação médica para trocas. 3) Realizar exame físico de tórax para verificar a neces- sidade de aspiração de vias aéreas. O exame físico de 48 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO tórax será explorado nos próximos anos de estudo. Trocar a cânula apenas após a aspiração. 4) Abrir material necessário para a troca da traqueosto- mia, usando princípios de assepsia (sequência: cânula/ curativo/ pacote com gaze). 5) Considerar que o procedimento é estéril. 6) Realizar limpeza do orifício antes da passagem. 7) Lubrificar a ponta do obliterador da cânula (mandril) antes da introdução com solução fisiológica. As complicações decorrentes da troca de cânula de tra- queostomia podem ser: ocorrência de falso trajeto, ou seja, du- rante a passagem, a cânula fazer um percurso diferente, que não a traqueia, e causar hemorragias e infecções. Em ostomias recentes, deve-se evitar a troca da cânula por dois a três dias. Por isso, atenção, cuidado e destreza são fundamentais. Ambas as cânulas precisam estar fixadas no pescoço do paciente, pois poderá exteriorizar-se com os movimentos. Para fixá-las, é usado um cadarço de, aproximadamente, 50cm e ele deve ser colocado de forma que a cânula não se desloque por todo o pescoço. Solicite a ajuda de outro membro da equipe de enfermagem para firmar a cânula enquanto o cadarço estiver sendo colocado e troque-o sempre que estiver sujo ou úmido. Cuide para fixar corretamente a cânula ao pescoço evitan- do pressão insuficiente ou excessiva, o posicionamento do laço deve estar sobre as vértebras e a carótida. A folga ideal entre o cadarço e o pescoço é de um dedo. Para evitar risco de penetração de fiapos na cânula ou no estoma traqueal, recomenda-se não cortar as compressas de 49© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO gaze e para evitar lesões na ostomia por causa da cânula, usar acolchoados de gaze dobrada ao meio de cada lado da cânula ou fazer o modelo gravata. A seguir, no Quadro 1, você poderá ver a descrição do pro- cedimento técnico de troca de cânula de traqueostomia metálica. Quadro 1: Descrição do procedimento técnico de troca de cânula de traqueostomia metálica. AÇÃO JUSTIFICATIVA ANTES DO PROCEDIMENTO Higienizar as mãos. Reduzir a transmissão de micro-organismos. Reunir o material. Organizar o material para evitar erros e otimizar o tempo. Explicar o procedimento ao paciente. Encorajar a cooperação e minimiza a ansiedade.Posicionar o paciente no leito em decúbito dorsal com a cabeceira elevada a 45º. Verificar necessidade de colocar biombo. Garantir privacidade do paciente. Realizar a ausculta pulmonar e aspi- ração da cânula de traqueostomia. Verificar sons respiratórios e remover secreções. Abrir material, usando princípios de assepsia (cânula/ curativo/ pacote com gaze). Evitar contaminação com micro-organismos. Abrir ampolas de solução salina. Cortar cadarço para fixar cânula de traqueostomia. Evitar que o paciente tussa e elimine a cânula. DURANTE O PROCEDIMENTO Calçar luvas estéreis. Manter princípios de assepsia. Passar o cadarço pelas extremida- des da cânula. Retirar com auxílio de pinça a cânula antiga. 50 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fazer limpeza do estoma com solução salina (pegar o frasco com a mão não dominante, que fica contaminada neste momento). Higienizar o estoma evitando irritação local. Fazer antissepsia ao redor do estoma com solução antisséptica indicada (pegar o frasco com a mão não dominante). Evitar proliferação de micro-organismos. Remover o antisséptico com a solução salina (pegar o frasco com a mão não dominante). Pegar conjunto de cânula com a mão dominante e fixar com o mandril com o polegar. O mandril evita trauma e o polegar é para evitar que o mandril saia durante a introdu- ção da cânula. Umidificar o mandril com solução salina. Evitar trauma. Introduzir suavemente conjunto na ostomia. Evitar trauma. Segurar o conjunto externo com a mão não dominante e retirar rapidamente o mandril com a mão dominante. Facilitar a respiração do paciente. Introduzir cânula interna e girá-la no sentido horário até que se trave. Obter fixação de todo conjunto. Dobrar duas gazes ao meio. Proteger atrito do metal da cânula com a pele do paciente. Colocar gazes previamente dobradas sob abas da cânula da traqueostomia. Proteção da pele Trocar sempre que necessário. Passar cadarço ao redor do pescoço do paciente e amarrar na lateral, com folga de dois dedos. Fixar o conjunto da traqueostomia. Observar sinais de alterações respiratórias. APÓS O PROCEDIMENTO Reunir o material. Impedir contaminação do ambiente. Retirar luvas com técnica adequada. 51© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Manter o paciente com a cabeceira elevada 45 graus. Deixar a campai- nha próxima ao paciente. Oferecer lápis e papel. Proteger contra aspiração de conteúdo gástrico e facilitar respiração Manter e facilitar comunicação. Descartar o material em local apropriado. Propiciar ambiente limpo. Higienizar as mãos. Evitar contaminação. Proceder a anotação no prontuá- rio: número da cânula utilizada, presença de rolhas de secreção, intercorrências com o paciente. Registro legal do procedimento. Fonte: adaptado dePotter e Perry (2009). Com as leituras propostas no tópico Troca de Cânula de traqueostomia metálica, recomendamos que você acesse ao vídeo complementar 1 e consolide seu aprendizado. Antes de prosseguirmos para o próximo assunto, realize as leituras indi- cadas, procurando assimilar o conteúdo estudado. Aspiração de vias aéreas artificiais A aspiração de vias artificias (cânula de traqueostomia e tubo endotraqueal) deve ser indicada segundo critérios bem de- finidos, como em casos em que a ausculta de ruídos adventícios (roncos, estertores) estejam presentes, quando houver evidên- cias de secreções, hipoxemia, cianose, agitação e alteração nos sinais vitais. Para esse procedimento, será necessário o uso do vácuo, à direita da Figura 31, que faz parte da régua de gases. 52 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: Arquivo pessoal dos autores. Figura 31 Vácuo e frasco de aspiração. Há recomendações quanto à pressão do vácuo, que deve- rá estar entre 120mmHg a 150mmHg para adultos, de 95 a 110 mmHg para crianças e 50 a 95 mmHg para bebês (no caso de uni- dade portátil, a pressão negativa deve ser de 5 a 10 mmHg para crianças e 2 a 5 mmHg para bebês), uma vez que poderá trazer sucção excessiva e lesionar a mucosa. Para a realização do procedimento, são usados cateteres de aspiração (FIGURA 32), que possuem pontas arredondadas com um número de orifícios laterais em sua extremidade lateral e o diâmetro externo do cateter. Seu calibre não deve exceder metade do diâmetro interno da via aérea artificial. 53© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 32 Cateteres de aspiração. A aspiração de via aérea artificial é um procedimento total- mente estéril, visto que atualmente tem aumentado a incidência de infecções (pneumonia hospitalar) relacionadas aos serviços de saúde. Tendo em vista a aspiração das vias aéreas e o risco de infecção, toda a aspiração de vias aéreas artificiais deve iniciar-se pela via aérea artificial seguida da nasofaringe e depois orofa- ringe, seguindo os princípios do local menos contaminado para aquele de maior contaminação. Assim, todo o material utilizado para esse procedimento deve estéril e deverá ser trocado a cada aspiração, a fim de se evitar hipóxia, o tempo da inserção e aspiração das secreções no tubo deve ser entre 10 e 15 segundos, sendo oferecido oxigênio via bolsa-valva-máscara (ambu) (Figura 33) entre um procedi- mento e outro. 54 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: Arquivo pessoal dos autores Figura 33 Dispositivo bolsa-valva-máscara (ambú). O dispositivo bolsa-valva-máscara (ambú) é um equipa- mento utilizado para fornecer ventilação artificial durante mano- bras de atendimento de pacientes em que seja necessária oferta de oxigênio, por exemplo, em casos de parada cardiorrespirató- ria. Para seu uso, é importante a conexão em uma fonte de oxi- gênio, para oferecer altas concentrações de oxigênio por meio da bolsa reservatória. Vale ressaltar que há diversos tamanhos, conforme a necessidade de cada paciente, tais como: neonatos, pediátricos, juvenis e adultos. Assim, esse dispositivo fará parte dos materiais necessários para a realização do procedimento. Antes de iniciá-lo, não se esqueça de testar a fonte de aspi- ração e de calçar as luvas estéreis. Caso haja infusão de dieta en- teral, ela deve ser interrompida durante o procedimento de aspi- ração endotraqueal, ou melhor, aspirar nos intervalos de infusão da dieta, pois é possível que os estímulos da aspiração, provo- quem vômitos e consequente aspiração de resíduos gástricos. Algumas instituições orientam, antes da aspiração das vias aéreas, posicionar gaze não estéril nos olhos do paciente e proteger acessos venosos com compressas não estéreis, a fim de não conta- miná-lo com respingos da aspiração e levar infecção aos olhos. 55© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Durante o procedimento, ao introduzir a sonda, clampe a extremidade, interrompendo a aspiração, para que não ocorra trauma. Ao ser retirado, realize movimentos rotacionais. Os materiais necessários para esse procedimento são: 1) Fonte de aspiração (aspirador fixo ou portátil). 2) Frasco coletor de secreções. 3) Seringa 3 ou 5ml. 4) Agulha 30x8 ou 30x7. 5) Seringa de 20ml. 6) Cateter descartável para aspiração (geralmente, adulto 12-16; pediátrico 6-12). 7) Estetoscópio. 8) Equipamentos de proteção individual – EPIs (avental de manga longa, óculos protetores, máscara cirúrgica, 1 luva estéril e 1 luva de procedimento). 9) Pacote com gaze estéril. 10) Toalha de pano ou de papel. 11) Solução salina (SF. 0,9%) ou 1 ampola de água destila- da (verificar a necessidade). 12) Dispositivo bolsa-valva-máscara apropriado ao tama- nho do cliente. 13) Algodão embebido com álcool 70%. 14) Cuffômetro (se disponível e necessário para traqueostomias). 15) Biombo. Observe a Figura 34: 56 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fonte: Arquivo pessoal dos autores. Figura 34 Materiais para realização da aspiração de vias aéreas artificiais. No Quadro 2 está a descrição do procedimento técnico de aspiração de vias aéreas artificiais. Quadro 2: Descrição do procedimento técnico de aspiração de vias aéreas artificiais. AÇÃO JUSTIFICATIVA ANTES DO PROCEDIMENTO Higienizar as mãos. Reduzir a transmissão de micro-organismos. Avaliar a necessidade de realização do procedimento: frequência respiratória, presença de sons adventícios, secreções nasais, gorgolejo, salivação, inquietação, secreções gástricas ou vômitos na boca e tosse sem limpeza de secreção da via aérea. SaO2 diminuída, pressão arterial e pulsação aumentada, frequência respiratória aumentada, apreensão, ansiedade, capacidade reduzida de se concentrar, letargia, nível diminuído de consciência, fadiga aumentada, irritabilidade, arritmias, palidez e cianose. Os sinais e sintomas indicam obstrução das vias aéreas superiores ou inferiores e hipóxia e hipercapnia e indicam a necessidade de aspiração. 57© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Reunir o material. Organizar o material para evitar erros e aperfeiçoar o tempo. Explicar o procedimento ao paciente e encoraje-o a expelir as secreções. Encorajar a cooperação e minimiza a ansiedade. Avaliar necessidade de colocar biombo. Fechar portas e cortinas. Garantir privacidade ao paciente. Posicionar o paciente em decúbito dorsal com cabeceira da cama elevada (30º a 45º), com a cabeça hiperextendida, a menos que contraindicado. Reduzir o estímulo do reflexo de ânsia e promover a drenagem de secreção. Abrir e testar fonte de aspiração: 120mmHg a 150mmHg (há variações para crianças). Certificar-se que o vácuo está funcionando e com a pressão desejada. Higienizar as mãos. Reduzir a transmissão de micro-organismos. Fazer desinfecção das ampolas de SF0,9% e água destilada com bolas de algodão embebidas e após abri-las. Evitar contaminação. Abrir o pacote de gaze. Deixá-lo próximo na embalagem original ou no pacote estéril da luva estéril. Evitar contaminação. Abrir a embalagem da sonda de aspiração, expondo apenas o intermediário (porção distal da sonda) e conectá-lo à extensão do aspirador, protegida pela embalagem original. A sonda não deve ter o calibre maior que metade da luz da cânula. Colocar avental, óculos e máscara. Proteção de contato contra secreção. Fixar ambu a fonte de oxigênio 12-15 litros/ min. Hiperoxigenar o paciente. Manter a pressão do balonete (cuff) da cânula entre 20-30 cmH2O com o cuffômetro. Evitar que a secreçãosubglótica desça para arvore respiratória inferior e reduzir risco de lesão da traqueia. Coloque a toalha sobre o tórax do paciente e proteja a face dele. Protege a vestimenta do paciente. DURANTE O PROCEDIMENTO Higienizar as mãos com álcool gel. Reduzir a transmissão de micro-organismos. 58 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Retirar a ventilação mecânica (quando utilizada). Desconectar a cânula endotraqueal do circuito do respirador. Hiperoxigenar o paciente 3-5 ventilações (quando o paciente estiver com cânula portex ou endotraqueal) ou pressionar botão do ventilador mecânico que libere 100% de oxigênio e, retornar à ventilação mecânica. Diminuir a angústia respiratória do paciente. Calçar luvas de procedimentos e uma luva estéril na mão dominante. Manter a esterilidade do procedimento. Aspirar a solução salina (segurar a seringa com a mão enluvada e a ampola com a mão sem luvas) e devolver a seringa no campo estéril. Manter a esterilidade do procedimento. Calçar luva estéril na mão não dominante. Manter a esterilidade do procedimento. Lubrificar ponta da sonda de aspiração (6-8 cm), com solução salina da seringa. Facilitar a passagem da sonda de aspiração pelo tubo. Pegar gaze estéril com a mão dominante (mão dominante permanece sem contaminação) e segurá-la de modo que não atrapalhe o procedimento. Limpar a sonda de aspiração após cada introdução. Clampar o final da extensão da sonda de aspiração próximo ao intermediário com a mão não dominante (neste momento esta mão deixa de ser estéril). Impedir a aspiração durante introdução do cateter. Desconectar o ventilador com a mão não estéril (não dominante). Inserir cateter no tubo traqueal usando movimento suave (mão dominante) sem desclampar a sua extremidade. Caso encontre resistência, não forçar, e tracionar por 1cm. Prevenir traumas nas membranas devido à aspiração pelo cateter. Desclampar o final da extensão da sonda de aspiração próximo ao intermediário. Permitir o início da aspiração de secreção. Retirar o cateter com movimentos suaves e rotatórios entre o polegar e indicador. Promover a limpeza dos lados do lúmen do tubo endotraqueal. 59© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Estimular o paciente a tossir. Promover a remoção de secreções mais aderidas. A aspiração não deve ser realizada com duração superior a 10-15 segundos. Prevenir hipoxemia e trauma de mucosa devido à aspiração excessiva. Limpar cateter externamente com gaze estéril, que está na mão dominante. Limpar o cateter de aspiração externamente. Envolver a mão dominante com a sonda e com a outra mão, instilar a solução salina. Limpar a extensão do vácuo e o cateter internamente. Se as secreções estiverem espessas instilar 2-3 ml solução salina, da seringa, no tubo ou cânula. A solução deverá ser instilada quando o cateter estiver dentro do tubo endotraqueal e ainda clampado. O cateter deverá ser desclampado imediatamente após a solução salina ser instilada. Estimular a tosse para remover as secreções espessas. Reposicionar o ventilador mecânico ou fazer ventilação manual com o ambu. Maximizar a expansão pulmonar. Fazer ausculta dos sons respiratórios e avaliar o estado das secreções. Avaliar presença de murmúrios vesiculares. Repetir passos uma ou duas vezes, se a avaliação indicar que secreções não foram bem removidas, aguardando no mínimo um minuto entre as aspirações. Promover adequada limpeza de vias aéreas. Aspirar vias aéreas superiores (primeiro nariz e após boca) e realizar os cuidados orais. Remover secreções armazenadas. Aspirar todo conteúdo da ampola contendo solução salina e/ou água destilada. Evitar contaminação e limpeza interna do frasco coletor de aspiração.Desconectar o cateter de aspiração do sistema de aspiração e desligar o aparelho. Envolver o cateter na luva e desprezar. Solicitar auxílio para desinsulflar cuff. Não realizar aspiração endotraqueal com o cuff desinsuflado. 60 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO Reinsuflar o balonete com uma seringa de 20ml, mantendo pressão apropriada em torno de 25 mmHg (verificar a pressão do cuff com o cuffômetro). Prevenir o trauma no tecido traqueal por pressão excessiva. A função do Cuff é fixar a cânula internamente e impedir aspiração de conteúdo gástrico, bem como evitar extravasamento de ar. APÓS O PROCEDIMENTO Reunir material. Retirar luvas com técnica adequada. Impedir contaminação do ambiente. Posicionar o paciente, deixar a campainha de chamada ao alcance. Facilitar comunicação e a segurança do paciente. Descartar o material em local apropriado. Propiciar ambiente limpo. Remover a máscara facial e óculos. Reduzir transmissão de micro-organismos. Higienizar as mãos. Evitar contaminação. Reavaliar paciente quanto à melhora do quadro inicial. Proporcionar dados objetivos sobre os efeitos da aspiração. Anotar procedimento: hora, sons auscultados antes e após aspiração, tipo e quantidade de secreção, intercorrências com o paciente. Registro legal do procedimento. Fonte: adaptado de Potter e Perry (2009) Com as leituras propostas no tópico Aspiração de vias aéreas artificiais, recomendamos que você acesse ao vídeo complementar 2 e consolide seu aprendizado. Antes de pros- seguirmos para o próximo assunto, realize as leituras indica- das, procurando assimilar o conteúdo estudado. Salienta-se que a instilação de solução salina ou água des- tilada na cânula endotraqueal ainda está controversa, sendo in- dicada em casos que as secreções estiverem espessas. 61© FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO As secreções, após serem aspiradas, ficam armazenadas em um frasco coletor e ele deve ser trocado quando atingir dois terços da capacidade, indicada no próprio frasco. Lembre-se de não tocar os equipamentos com a luva contaminada. Ao final, registre o procedimento no prontuário do paciente. Em caso de troca de cânula de traqueostomia, anote o número (tama- nho) do material utilizado e, em caso de tubos endotraqueais, sempre registre o número na fixação do tubo, pois esse cuidado auxilia na cer- tificação de que tubo esteja posicionado em sua posição certa dentro da traqueia. Toda e qualquer intercorrência deve ser registrada em prontuário, em casos de urgência, comunicar o profissional médico. Procedendo ao registro no prontuário, seguem algumas in- formações importantes: 1) Número da cânula de traqueostomia utilizada e o nú- mero do tubo endotraqueal e sua fixação. 2) Presença e características da secreção, do estoma e da pele ao seu redor. 3) Intercorrências com o paciente durante o procedimento. 4) Registrar secreções: secreção rosada, fluída, espumo- sa e em grande quantidade (indícios de edema pulmo- nar); secreções amareladas ou esverdeadas (indícios de infecção); secreções espessas (indícios de doença pulmonar, infecção ou desidratação); e o odor. 2.2. NECESSIDADE DE CIRCULAÇÃO Ao se pensar na assistência de enfermagem para a neces- sidade de circulação, é preciso ter bastante claras a anatomia e a fisiologia do sistema circulatório; por isso, vamos revisá-las. 62 © FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS AVANÇADOS UNIDADE 1 – NECESSIDADE DE OXIGENAÇÃO E CIRCULAÇÃO O sistema circulatório é dividido em sistema cardiovascular e sistema linfático: o primeiro é um sistema totalmente fechado, constituído de vasos (veias, artérias e capilares) e uma bomba (co- ração), no intuito de impulsionar o sangue que nutrirá e oxigenará as células, órgãos e tecidos, além recolher excretas metabólicas, e o segundo é composto de órgãos e vasos responsáveis pela imu- nização do organismo humano (SMELTZER; BARE, 2005). Nesta unidade, para o entendimento
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