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SONDAGEM ENTERAL & SONDAGEM VESICAL SEMIOTÉCNICA FABRICIO BRAGANÇA DA SILVA MULTIVIX Serra - ES 2019 Sondagem Enteral e Sondagem Vesical Semiotécnica Prof. Fabrício Bragança da Silva Introdução Nutrição Hidratação Eliminação Necessidades Humanas Básicas (Fisiológicas) Quando impossíveis de ser atendidas espontaneamente são alvo de intervenções e cuidados profissionais. Sondagens Enterais Sondagem Nasogástrica e Orogástrica • SNG é a introdução de uma sonda através das narinas até o estômago • SOG é a sonda introduzida na cavidade oral até o estômago 1. 2. Figura 1. Sondagens oro e nasogástricas e gastrostomias. Figura 2. Nutrição enteral e parenteral são modalidades invasivas de nutrição prescritas de acordo com a necessidade a nível de processamento e absorção dos nutrientes pelo paciente. Tipos de Sondas Gástricas Sonda Enteral Nos detalhes temos na extremidade distal a ponta com peso de material radiopaco (esquerda) e o fio guia (direita). Indicações e Objetivos das sondagens gástricas Indicações • Incapacidade de alimentação por via oral • Obstrução ou estreitamento do esôfago e garganta • Dificuldade de deglutir alimentos por via oral • Pós-operatório de cirurgias de grande porte • Lavagem gástrica • Coleta de exames por via gástrica (ex: lavagem gástrica) • Intubação • Hemorragia digestiva Objetivos • Administração de medicamentos • Coletar amostra para exames • Evitar desnutrição e interrupção de recebimento de nutrientes para clientes que necessitam • Drenar o conteúdo gástrico, descompressão • Avaliação diagnóstica Considerações sobre as sondagens enterais de acordo com as recentes publicações. Pacientes em uso de sondas enterais são vulneráveis a eventos adversos • As diretrizes de enfermagem voltadas para o manuseio das sondas para alimentação não são baseadas em evidências científicas, mas em rituais e em opiniões de especialistas (Williams e Leslie, 2004 e 2005; Sorokin e Gottlieb, 2006; Metherny, 2009; Millin e Brooks, 2010). • Erros associados ao mau posicionamento desses tubos são comuns. o Um procedimento relativamente inócuo X Complicações graves e até fatais (Ellet et al., 20015) Complicações Comuns Gimenes e Reis, 2015 • Obstrução da sonda; • Estase gástrica; • Distensão abdominal; • Deslocamento da sonda; • Aspiração traqueobrônquica; • Vômito; • Diarreia; • e pneumonia aspirativa. Falhas Técnicas Gimenes e Reis, 2015 • Falha no controle rigoroso da velocidade de infusão da dieta. o Ausência de bomba de infusão para garantir a velocidade e o tempo de infusão prescritos • Manutenção inadequada da velocidade de infusão, no caso de gotejamento gravitacional; • Manutenção inadequada da cabeceira do leito elevada. • Ausência da higienização das mãos antes de manipularem as sondas. • Falha na lavagem da extensão do tubo com água filtrada em intervalos regulares quando o método de infusão contínua é empregado. • Participação insuficiente do enfermeiro Principais Intervenções de Enfermagem Gimenes e Reis, 2015 • Controlar rigorosamente a velocidade de infusão da dieta; • Manter a cabeceira do leito elevada; • e administrar medicamentos pró-cinéticos, conforme prescrição Falhas Técnicas de Preparo e de Administração de Medicamentos via SE Gimenes e Reis, 2015 • Desconhecimento referente às formulações farmacêuticas e sua correlação com o posicionamento da sonda no trato gastrointestinal. o Conhecimento é de responsabilidade do médico? • Dúvidas quanto às técnicas corretas de preparo e de administração de medicamentos por sonda, e cuidados necessários para mantê-la desobstruída. • Diferença entre o que é preconizado pela literatura e o que se realiza na prática clínica no que diz respeito ao manuseio e aos cuidados com as sondas. Recomendações Gerais Gimenes e Reis, 2015 • Uniformidade das ações da equipe de enfermagem quanto ao manuseio seguro das sondas para alimentação. • Investimento substancial em recursos humanos em favor da qualidade assistencial. • Criação de estratégias que incentivem a formação de enfermeiros especialistas em terapia nutricional. • Elaboração de protocolos e guias sobre boas práticas no suporte nutricional, bem como sobre o preparo e a administração de medicamentos por sonda. • Estudo sobre diferentes diâmetros das sondas e o volume de água necessário para a manutenção de sua permeabilidade, bem como a frequência de lavagem da sonda. Recomendações Quanto ao Preparo e Administração de Medicações via SE Mota et al., 2010 1. Preparar cada medicamento em separado 2. Utilizar, preferencialmente, formulações farmacêuticas líquidas e diluindo-as em 10 a 20mL de água 3. Os comprimidos devem ser triturados até que se obtenha um pó fino, mas sem golpes fortes, e depois dissolvidos em 10 a 20mL de água 4. Em geral, não se deve triturar os grânulos contidos nas cápsulas, pois suas formulações podem conter uma cobertura específica para liberação enteral do princípio ativo 5. As formulações farmacêuticas sólidas e de liberação programada não devem ser trituradas, assim como as formulações para uso sublingual Técnica de Passagem da Sonda 1. O ideal é que o paciente fique em jejum por pelo menos 4 horas antes da passagem da sonda enteral, pois a presença de alimentos no estômago pode causar vômitos durante o procedimento. 2. Deve-se orientar paciente e familiares sobre a necessidade de receber os nutrientes pela via enteral, mostrando a sonda e os incentivando a manipulá-la. 3. Perguntar ao cliente ou acompanhante sobre problemas como dificuldade para respirar ou desvio de septo. 4. Obter autorização do paciente ou do acompanhante para realização do procedimento. 5. Verificar o uso de prótese dentária móveis, solicitando ao cliente para retirá-las 6. Verificar o procedimento conforme a prescrição 7. Reunir o material necessário 8. Isolar a cama com biombo 9. Higienizaras mãos Materiais Vide manual de procedimento no portal. Mensuração da Parte a ser inserida no Paciente Figura: Demonstração da mensuração da sonda segundo o modelo clássico da literatura. SNG: Ponta do nariz – Lóbulo da orelha – Apêndice xifoide. SNE: Ponta do nariz – Lóbulo da orelha – Apêndice xifoide – Cicatriz umbilical. Considerações feitas pela publicação de Santos (2016) sobre a mensuração de sonda enterais: • SNG no corpo gástrico ou nas demais regiões, o método EXU apresentou melhores resultados em relação ao método NEX+XU. • Localizada nas regiões de maior ou menor risco, os métodos EXU e NEX+XU apresentaram melhores resultados em relação ao método NEX. • Os métodos EXU e NEX+XU oferecem menor risco ao paciente quando comparados ao método NEX. o O método EXU mostrou-se superior ao método NEX+XU Obs.: ponta do nariz (N), lóbulo da orelha (E), apêndice xifoide (X) e cicatriz umbilical (U). Preparo para Técnica de Passagem da Sonda 1. O ideal é que o paciente fique em jejum por pelo menos 4 horas antes da passagem da sonda enteral, pois a presença de alimentos no estômago pode causar vômitos durante o procedimento. 2. Deve-se orientar paciente e familiares sobre a necessidade de receber os nutrientes pela via enteral, mostrando a sonda e os incentivando a manipulá-la. 3. Perguntar ao cliente ou acompanhante sobre problemas como dificuldade para respirar ou desvio de septo. 4. Obter autorização do paciente ou do acompanhante para realização do procedimento. 5. Verificar o uso de prótese dentária móveis, solicitando ao cliente para retirá-las6. Verificar o procedimento conforme a prescrição 7. Reunir o material necessário 8. Isolar a cama com biombo 9. Higienizaras mãos Sondagem Vesical A sondagem vesical é a introdução de uma sonda ou cateter na bexiga, que pode ser realizada através da uretra ou por via supra púbica, e tem por finalidade a remoção da urina. Pode ser dividida como: • Alívio • Demora Indicações de Usos • Retenção urinária (bexiga palpável, proeminente) • Alívio para obstrução física do fluxo urinário, como no caso de cálculos, tumores vesicais e espessamento da próstata. • Esvaziamento vesical em pacientes em pré e pós-operatório • Instilação de medicamentos para terapia intravesical local e contrastes para realização de exames • Remoção de sangue e coágulos • Monitoramento de débito urinário horário • Obtenção de urina asséptica para exame • Incontinência urinária • Pacientes inconscientes ou que sofreram lesão medular Tipos de Cateteres Tubos de plástico ou borracha, com cerca de 40 cm. Diâmetro de acordo com escala francesa, de modo que cada unidade equivale a 1/3 mm. A - Ponta simples; B - Ponta aberta; C - Ponta de C ou de ou Tiemann; D - Ponta de asa ou Malecot; E - Ponta de cogumelo ou de Pezzer; F - Ponta de Foley. 1 - Drenagem de urina; 2 - Balão inflável. Figura: Tamanho: unidades francesas (Fr) 8 a 16 Considerações Importantes sobre SV Mota et al., 2010 • Infecções do trato urinário corresponde de 38,5 a 40% de todas as infecções nosocomiais, sendo 70 a 88% diretamente relacionadas ao cateterismo vesical e 5 a 10% após cistoscopias ou procedimentos cirúrgicos com manuseio do trato urinário. • A bacteriúria assintomática em pacientes que fazem uso de cateteres varia de 70 a 98%. • Infecção sintomática do TU: 10 a 35% ➢ pacientes com cateteres de demora • Necessidade de vigilância e medidas efetivas de precaução pela enfermagem. A revisão de literatura de Magalhães SR, Melo EM, Lopes VP et al., 2014 inferem que: • O período de cateterismo relativamente curto (em media 3,5 dias) não produz infecção no trato urinário (ITU), sendo importante o uso do cateter de demora peno menor intervalo de tempo possível. • É fundamental investir nas estratégias de prevenção e atualização dos conhecimentos da equipe, para otimizar a assistência. • Os enfermeiros reconhecem que a longa duração e falhas na manipulação do cateter como fatores ligados à ocorrência de ITU. • A necessidade de construção e validação de três indicadores referentes à indicação, permanência, manutenção e infraestrutura para cateter vesical. • Há necessidade de investimentos na educação continuada para que medidas eficazes de controle de infecções urinárias sejam adotadas. • Relevâncias dos cuidados com a higiene das mãos, assepsia do cateter e sistema de drenagem. • Os cateteres com antimicrobianos podem impedir a bacteriúria em pacientes hospitalizados, dependendo dos revestimentos antimicrobianos. • A utilização de catetes com liga de prata em pacientes hospitalizados em uso de sondagem reduz a incidência de ITU, além de gerar redução dos custos. • Há uma incidência de ITU associada ao cateter de demora em 73,3%; metade dos casos ocorreu em duas semanas. O papel do enfermeiro na prevenção de infecção do trato urinário Cardoso e Maia, 2014 Competências do Enfermeiro • Ter técnicas, teórica e práticas baseadas em pesquisa científicas. • Planejar estratégias para prevenir a infecção inclusive para o do trato urinário. • Educar, orientar a equipe de enfermagem relacionada aos cuidados prestados. • Delegar e monitorar a execução das técnicas se está sendo realizada. Supervisionar e acompanhar suas realizações. • Incentivar a equipe a participar de cursos, treinamentos oferecidos de aperfeiçoamento, teórico e prático. Sempre que possível ou se fizer necessário. Reforçar a importância de conhecer os riscos que o procedimento apresenta para o paciente, criando protocolos de intervenções. • Ficar atento ao uso prolongado do cateter vesical. Intervenções relacionada a prevenção de ITU • Se adaptando a prática de higienização das mãos, que deve ser realizada antes e após todos os procedimentos. • Uso de técnica asséptica na instalação e manutenção do cateter vesical. • Realizar uma ótima higiene íntima. • Evitar que a bolsa coletora fique em contato com o chão. • Ficar atento a não tracionar o cateter. • Esvaziar a bolsa sempre que necessário. • Participar dos cursos oferecidos de aperfeiçoamento teórico e prático. Técnica de Sondagem Vesical Materiais Vide manual de procedimentos no portal. Figura: A ilustração mostra a organização do carrinho para execução do de cateterismo vesical com um sistema de irrigação (equipo e soro no canto superior esquerdo). Conhecimentos anatômicos femininos prévios. Posicionamento do paciente feminino Posicionamento da paciente em posição de litotomia ou com pernas afastadas e pés juntos. OBSERVAÇÕES 1. Poderá ocorrer fluxo de urina antes que o balão tenha entrado completamente na bexiga. 2. Se o cateter for inserido acidentalmente na vagina, ele de verá ser descartado e um novo será utilizado para o procedimento. 3. Ao atingir o nível do esfíncter externo, poderá haver certa resistência. 4. JAMAIS force o cateter através da uretra. 5. Não infle o balão até que haja retorno de urina. 6. Balões parcialmente inflados podem levar ao deslocamento do cateter. 7. Não se deve utilizar solução salina ou ar para inflar o balão Conhecimentos anatômicos masculinos prévios. Posicionamento do paciente masculino • Posicionamento do paciente em posição supina (decúbito dorsal), pernas afastadas. • Fazer a retração do prepúcio em pacientes não circuncisados. OBSERVAÇÕES Fluxo de urina lento ou inexistente: • Cateter obstruído • Cateter em posição incorreta • Bexiga vazia Complicações Relacionadas ao Cateterismo Vesical • Infecção urinária o Escherichia coli e espécies de Klebsiella, Proteus, Pseudomonas, Enterobacter, Serratiae Candida • Hemorragia • Bexiganeurogênica • Trauma tissular • Formaçãode cálculosnabexiga Remoção do Cateter • Desinfle o balão completamente. • Puxe suavemente o cateter. Efeitos adversos possíveis após a remoção do cateterismo de demora: • Instabilidade do músculo detrusor pós-cateterismo • Reeducação da bexiga. Cateterismo Suprapúbico Permite a drenagem vesical ao inserir-se uma sonda ou tubo dentro da bexiga através de uma punção ou incisão supra púbica. Indicações • Lesões ou estenoses uretrais • Obstrução prostática • Após cirurgia ginecológica ou outra cirurgia abdominal • Fraturas pélvicas • Mulheres com destruição uretral secundárias às sondas uretrais de demora. Vantagens do cateterismo suprapúbico • Em geral, pacientes podem urinar mais cedo depois da cirurgia que aqueles com sondas, e eles podem ser mais confortáveis. • Possibilita maior mobilidade • Permite instrumentação da urina residual sem a instrumentação uretral. • Menor risco de infecção vesical Bibliografia • Brunner & Suddarth, tratado de enfermagem médico-cirúrgica; 2011. • Magalhães SR, Melo EM, Lopes VP et al. Evidências para a prevenção de infecção no cateterismo vesical: revisão integrativa. Rev. Enferm. UFPE on line., Recife, 8(4):1057-63, abr., 2014. • Cardoso SAC, Maia LFS. Cateterismo vesical de demora na UTI adulto: o papel do enfermeiro na prevenção de infecção do trato urinário. São Paulo: Revista Recien. 2014; 4(12):5-14.• Gimenes FRE; Reis RK. Manuseio de sonda enteral: uma revisão integrativa da literatura. Prática Hospitalar • Ano XVII • Nº 97 • Jan-Fev/2015. • Mota LS et al. Avaliação do conhecimento do enfermeiro de unidade de terapia intensiva sobre administração de medicamentos por sonda nasogástrica e nasoenteralRev. Latino-Am. Enfermagem 18(5):[08 telas] set-out 2010. • Santos SCVO. Validação do método preditivo para introdução da sonda nasogástrica na alimentação em adultos: ensaio clínico randomizado. Tese de doutorado Campinas, SP : [s.n.], 2016.
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