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Série de Publicações ILSI Brasil Volume 2 Toxicologia e Avaliação do Risco Avaliação do Consumo de Alimentos In natura da População Brasileira por Meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares - Bloco de Consumo Alimentar Pessoal (POF 2008/2009) Força-tarefa Agroquímicos Grupo POF ILSI Brasil Maio 2015 Mariana Castello Novo Pais, Laura Brisighelo Valerio Coordenadora científica: Cristiana Leslie Correa (IBTox). Colaboradores científicos: Alessandra Brito (UnB), Elizabeth Nascimento (USP), Eloísa Dutra Caldas (UnB), Félix Reyes (UNICAMP), Flavio Zambrone (IBTox), Regina Mara Fisberg (USP), Rosângela Alves Pereira (UFRJ). Colaboradores estatísticos e de programação: Carlos Alberto da Silva Ledo e Paulo Taro Yatsuzuka Grupo de Trabalho POF/Força Tarefa Agroquímicos do ILSI: Mariela Berezovsky (ILSI), Bruna Bronzeri (ILSI), Ana Carolina Aguirre (Syngenta), Augusto Crivellari (Monsanto), Bianca Jones (BASF), Andreia Jardim (Bayer), Heloisa Kalvan (DuPont), Marcia Kamitsuji Pala (Ihara), Simone Guimarães (BASF). © 2015 ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil ILSI BRASIL INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL Rua Hungria, 664 - conj.113 01455-904 - São Paulo - SP - Brasil Tel./Fax: 55 (11) 3035 5585 e-mail: ilsibr@ilsi.org.br © 2014 ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil ISBN: 978-85-86126-51-2 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 3 1. INTRODUÇÃO O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão responsável pelo desenvolvimento e publicação das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) que permitem avaliar, entre outros dados, a tendência do consumo alimentar, de forma indireta, por meio da estimativa de despesas efetuadas com a aquisição de alimentos para consumo no domicílio. A primeira POF desenvolvida pelo IBGE foi denominada Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), correspondendo aos anos de 1974 e 1975, com âmbito territorial nacional com exceção das áreas rurais das regiões Norte e Centro-Oeste. Após essa versão inicial, aconteceram mais quatro pesquisas de orçamentos familiares: entre 1987-1988; 1995-1996; 2002-2003 e a última versão, referente aos anos de 2008-2009 (IBGE, 2011). ENDEF (1974-75) POF (1987-88) POF (1995-96) POF (2002-03) POF (2008-09) Figura 1. Histórico das Pesquisas de Orçamentos Familiares publicadas pelo IBGE. As versões anteriores à POF 2008-2009, no que diz respeito ao consumo alimentar, possuíam limitações para uso dos dados, uma vez que não apresentavam informações sobre o consumo efetivo individual, a distribuição intrafamiliar dos alimentos e a quantidade consumida fora do domicílio, tendo coletado apenas dados de aquisição domiciliar de alimentos, possibilitando apenas estimar e inferir sobre tendências no consumo da população. Portanto, as POFs anteriores contemplam o consumo familiar sob a ótica do orçamento domiciliar e não do perfil de consumo individual. Por sua vez, a POF 2008-2009 incorpora informações sobre o consumo alimentar pessoal no Brasil por grandes regiões. Com a divulgação dos resultados do estudo: Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil (POF 2008-2009) pelo IBGE, realizado em parceria com Ministério da Saúde, foi possível obter pela primeira vez informações sobre o consumo efetivo individual de alimentos dentro e fora do domicílio, por brasileiros com 10 anos ou mais. Para tanto, os indivíduos participantes da pesquisa (34.003 moradores de 13.569 domicílios) foram orientados a registrar detalhadamente os alimentos consumidos, a forma de preparo (cru, cozido, frito, assado etc.), a quantidade consumida, o horário e onde o consumo ocorreu, dentro ou fora do domicílio (IBGE, 2011). Entretanto, a forma com que os dados foram publicados pelo IBGE na edição de 2008-2009 não permite sua utilização imediata para realizar avaliações que necessitem dos dados de consumo dos alimentos em sua forma in natura, uma vez que os alimentos foram citados em sua forma final de consumo. Portanto, além de esta versão fornecer dados claros sobre o consumo de alimentos in natura, oferece também informações acerca do consumo de alimentos preparados e processados. Assim sendo, quando há a necessidade de obter os dados de consumo per capita dos alimentos in natura, tanto os consumidos desta forma quanto a porcentagem advinda de algum alimento 4 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) preparado ou processado devem ser levados em consideração. Por fim, as quantidades de cada item das receitas, correspondente aos ingredientes in natura, seriam somados à quantidade deste mesmo alimento consumido diretamente in natura. Com este objetivo, a força tarefa de Agroquímicos (FT) do ILSI criou um Grupo de Trabalho (GT) denominado GT-POF. Este grupo de trabalho foi composto por membros da indústria agroquímica e contou com o auxílio de um consultor, um estatístico e um programador, contratados para desenvolver o projeto, e colaboradores científicos representando a academia. A partir do momento em que se obtêm os dados do consumo individual diário efetivo dos alimentos in natura, torna-se possível utilizá-los em diversas áreas, desde a avaliação do risco de resíduos de praguicidas por meio da dieta até a ingestão de componentes nutricionais. 2. OBJETIVO 2.1. Objetivo geral Compilar dados da pesquisa de orçamentos familiares de 2008-2009, publicada pelo IBGE, para obter o consumo médio diário de alimento in natura, per capita, da população brasileira (faixa etária igual ou superior a dez anos), dentro e fora do ambiente domiciliar. 2.2. Objetivos específicos • Desmembrar os alimentos preparados, citados na pesquisa, em porcentagem de ingredientes de acordo com uma receita de referência Os ingredientes que compõem cada alimento preparado foram pesquisados nas referências e considerados, proporcionalmente, para que ao final se obtivessem 100 g do alimento em sua forma de consumo. • Estimar os alimentos in natura a partir dos alimentos processados Alguns alimentos não possuem modo de preparo descrito e são oriundos de um alimento in natura que passou por processamento industrial. Para esses alimentos, apenas correlacionaram-nos aos seus alimentos in natura, sem, no entanto, perder a rastreabilidade deste processado. • Estabelecer premissas a serem consideradas caso a caso Alguns itens, como produtos industrializados, preconizaram um estudo detalhado e minucioso quanto ao seu desmembramento. Com apoio dos colaboradores, cada caso foi analisado e solucionado individualmente. • Extrair e adequar os dados de consumo da pesquisa de orçamentos familiares (POF) – 2008-2009 para obtenção das médias de consumo O consumo dos alimentos pela população brasileira é estimado pelo IBGE em uma pesquisa de orçamentos familiares (POF). Tais dados de consumo, referentes aos anos de 2008 e 2009, estão POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 5 disponíveis sob a forma de microdados no site do IBGE. As variáveis de importância requeridas para este projeto foram extraídas e trabalhadas através de programa estatístico para obtenção das médias de consumo. • Associar os ingredientes das receitas com a tabela de consumo Após a etapa de desmembramento das receitas, a planilha elaborada com tais dados foi associada à tabela com os dados de consumo relatados na pesquisa de orçamentos familiares (POF 2008/09). • Estimar o consumo médio diário per capita de cada alimento in natura, por grandes regiões Ao associar os dados das receitas com os dados de consumo, obteve-se o valor médio diário per capita de consumo de cada alimento in natura por grandes regiões. Essas estimativas são fornecidas através de um programa desenvolvido para este projeto. 3. METODOLOGIA Este trabalho baseou-se na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008-2009, do IBGE, utilizando o banco de dados de alimentos e preparações (anexo 1 da POF2008-2009 – Classificação dos grupos segundo o cadastro de alimentos e preparações) e a descrição dos itens (tabela4 – Código e descrição da fonte de referência da composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível, disponível na publicação “Tabela de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil”), que foram posteriormente desmembrados em proporção de ingredientes (IBGE, 2011). As receitas contidas na tabela de descrição dos itens são as receitas que foram citadas na pesquisa como consumidas pela população. Tais itens englobam: alimentos in natura, alimentos preparados e alimentos processados. 3.1. Classificação e Desmembramento dos Itens constantes na POF Este trabalho teve início em novembro de 2013, quando foi estabelecida a forma de organização dos dados para posterior utilização em programa estatístico. Portanto, para desenvolver esta etapa, foi elaborada uma tabela no software Excel, conforme exemplificado na figura 2 onde foram compilados todos os itens e suas descrições publicados pelo IBGE na POF 2008-2009 (em cinza, figura 2). Cada item foi desmembrado (em laranja, figura 2) em proporções de ingredientes (g) visando ao final à obtenção de 100 g de alimento preparado. COD_ITEM DESC_ITEM QTDADE FINAL DESC_ PREPARO COD_ PREP INGRED_1 QTDE_1 INGRED_2 QTDE_2 INGRED_3 QTDE_3 6903601 BRIGADEIRO 100 Não se aplica 99 LEITE CONDENSADO 110 CHOCOLATE PÓ 5 MARGARINA 2 Figura 2. Exemplo de desmembramento do item “brigadeiro” presente na POF 2008-2009. 6 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) Nesta etapa os alimentos foram divididos em três grandes grupos, os preparados, os processados e os alimentos in natura, conforme figura 3. Figura 3. Exemplo do desmembramento do item “bolo de laranja” nos grupos de alimentos: preparados, processados e in natura. a. Alimentos in natura Os alimentos in natura são aqueles em que o consumo não possui nenhuma forma de processamento ou preparo. Estão inclusos neste grupo as frutas, as verduras e os vegetais consumidos diretamente. b. Alimentos preparados Os alimentos preparados são aqueles que possibilitam o desmembramento em proporções de ingredientes iniciais a partir de uma receita e um modo de preparo padronizado. Pode-se utilizar como exemplo de alimento preparado o bolo de banana. Neste exemplo, conforme a figura 4, para preparar 100 g de bolo de banana, partiu-se de 34 g de banana, 24 g de farinha de trigo, 15 g de ovo de galinha, 20 g de açúcar, 30 g de leite e 8 g de manteiga. Note-se que a soma dos ingredientes iniciais ultrapassa 100 g, pois o objetivo do trabalho é a obtenção das quantidades utilizadas dos alimentos in natura, antes do processo de cocção, isso ocorre devido à perda de líquido quando o alimento é submetido a este processo. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 7 Figura 4. Exemplo de desmembramento de um alimento preparado: bolo de banana. c. Alimentos processados Enquanto para os alimentos preparados têm-se ingredientes em proporções, para os alimentos processados não se utilizam diversos ingredientes em sua preparação. Neste caso, somente o alimento in natura é que passa por diversos processos e origina um novo alimento. Portanto, no caso dos alimentos processados, optou-se por correlacionar ao seu respectivo alimento in natura; por exemplo, na fabricação do bolo de banana, utilizou-se a farinha de trigo, que é um alimento processado advindo do trigo (in natura), conforme ilustrado na figura 4. Nesta etapa, atentou-se por manter a rastreabilidade dos dados, ou seja, mantendo-se o nome do item consumido e somente correlacionando-o com o seu precursor. No caso ilustrado na figura 5, o consumo de farinha de trigo será sempre computado como “farinha de trigo”. Figura 5. Exemplo de alimento processado: trigo. 100g de farinha de trigo 100g de trigo 8 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) 3.2. Considerações Ao longo do trabalho, tornou-se necessário estabelecer premissas para alguns itens contidos na lista de alimentos citados no inquérito alimentar da POF, principalmente no caso dos produtos industrializados e para questões referentes aos modos de preparo, sempre com respaldo dos colaboradores científicos. Tais considerações estão descritas a seguir. • Quanto ao modo de preparo dos alimentos, por existirem diversos modos de preparo para um mesmo item, optou-se por considerá-lo no momento do desmembramento das receitas. Por exemplo, para peixe de água salgada, existem diversos modos de preparo: frito, cozido, empanado, ao molho vermelho, entre outros, e para cada modo de preparo diferente, uma receita diferente foi aplicada. • A quantidade de água, sal e outros itens sintéticos, como fermento em pó, não foi considerada para o desmembramento das receitas. • Para alimentos com modo de preparo que resulta em perda ou ganho de massa, foi aplicado o respectivo fator de cocção, com o objetivo de obter o real valor deste item em sua forma crua, isto é, antes do preparo. Para a carne bovina cozida, por exemplo, deve-se dividir a quantidade consumida por 0,70 para obter o valor da carne crua (FISBERG; VILLAR, 2002). • No caso de ingredientes diferentes para a mesma receita, decidiu-se por utilizar as principais referências bibliográficas (item 3.3) para a tomada de decisão. Caso a receita não fosse encontrada nestas referências, outras fontes de informação foram utilizadas (item 3.3). • Para os alimentos processados, como é o caso de açúcar, queijo, farinha de milho, farinha de trigo, entre outros, optou-se por manter o nome do alimento processado, apenas correlacionando-o com seu alimento in natura de origem. Por exemplo, para o açúcar manteve-se o nome “açúcar” e adicionou-se a palavra “cana” para correlacioná-lo a seu alimento de origem. Assim, para os diversos tipos de queijos com a denominação específica, foi adicionada a palavra: “leite” ao final, para associá-los ao consumo de leite; por exemplo: queijo prato – leite. O mesmo procedimento aplicou-se à manteiga e ao creme de leite como um derivado do leite: manteiga – leite; creme de leite – leite. • Para os alimentos industrializados como Toddynho, Neston, Mucilon, Confete, Kinder ovo, Ovomaltine, Yakult, suco Ades e outros, que constam na descrição dos itens, foram consideradas informações constantes nos rótulos dos produtos e, quando necessário, receitas caseiras foram utilizadas para auxiliar no seu desmembramento. • Para alimentos ensacados, como é o caso dos salgadinhos chips, chips light e Baconzitos, um levantamento realizado pelos professores doutores Felix Reyes e Yoon Kil Chang, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp/SP), concluiu que para os chips salgadinhos a matéria-prima seria farinha de milho em torno de 90-95%. Já para os chips salgadinhos light, seria a batata, em uma concentração de 80%, e para o Baconzitos, farinha de trigo, em concentração de 95%. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 9 • Existem diversos tipos de cortes de carnes na pesquisa. Por exemplo, tem-se: alcatra, picanha, acém e outros. Neste caso, decidiu-se por agrupá-las por animal de origem e, portanto, todos os cortes citados foram classificados como “carne bovina”. Isso foi realizado para todos os outros animais. • Os produtos orgânicos não foram excluídos da pesquisa, mas sim desmembrados como alimentos orgânicos. • Óleo vegetal foi definido como óleo de soja, de acordo com informações obtidas pela Cargil (indústria alimentícia), a qual relata que o óleo proveniente da soja é o líder em produção e venda no país. Por esse mesmo motivo, a margarina, produto de origem vegetal, foi associada à utilização do óleo de soja. • As geleias, os iogurtes e os doces de frutas, aos quais não foi especificado o sabor, considerou- se sabor morango, devido à sua liderança de mercado quando comparado aos demais sabores, conforme posicionado pelo Dr. José Ricardo Bessa de Carvalho, Gerente de Mercado da empresa DSM Nutritional Products. • Os diversos tipos de peixes foram classificados da seguinte maneira: peixe de água doce, peixe de água salgada e peixe não especificado.• A composição dos refrigerantes foi considerada de acordo com as informações da embalagem. Foi avaliada a composição nutricional, e a porcentagem de carboidrato descrita foi considerada como açúcar. Os refrigerantes light e diet, devido à falta de produtos naturais em sua composição, foram excluídos desta pesquisa. • As bebidas alcoólicas destiladas foram excluídas deste trabalho, uma vez que, segundo o Prof. Dr. Felix Reyes (Unicamp/SP), após as etapas de lavagem, fermentação, destilação e envelhecimento, não remanescem micronutrientes e tampouco resíduos de agroquímicos no produto final. • Bebidas fermentadas: para aquelas produzidas à base de frutas, como o vinho, a champanhe e a sidra, optou-se por considerar 100% a fruta de origem. Para a cerveja, em especial, por tratar-se de um fermentado em que mais de 80% da composição é água e seguindo o decreto Nº 6.871, de 4 de junho de 2009, que regulamenta a Lei no 8.918, de 14 de julho de 1994, optou-se por considerar em sua composição: 20% malte, dos quais 55% seriam provenientes da cevada, 22,5% do arroz e 22,5% do milho (cereais mais relevantes na fabricação da cerveja, de acordo com o Dr. José Ricardo Bessa de Carvalho, Gerente de Mercado da empresa DSM Nutritional Products). • Os diversos tipos de chás foram agrupados em uma única categoria, com a denominação chás, uma vez que alguns não foram descritos quanto à planta de origem (erva-cidreira, camomila, erva- doce etc.). • Para o caso dos chicletes e balas, optou-se por avaliar a composição nutricional e considerar a porcentagem de carboidrato como açúcar e, no caso de light ou diet, desconsiderá-los da pesquisa. • Para a bebida energética Red Bull (citada na pesquisa), foram considerados 11 g de açúcar provenientes da cana. Sabe-se que em alguns países este açúcar é oriundo da beterraba, porém considerou-se que este consumo, no universo analisado, é desprezível. 10 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) 3.3. Referências utilizadas na Etapa de Desmembramento Para desmembrar as receitas padrão presentes na pesquisa de orçamentos familiares do IBGE, com o objetivo de identificar a proporção de cada ingrediente que compõe os alimentos preparados, utilizou-se, primeiramente, três importantes referências bibliográficas que se aplicam diretamente ao propósito do projeto (ANJOS, 2012; ARAÚJO; GUERRA, 2007; BOWMAN et al., 2008), seguidas de outras referências bibliográficas, artigos publicados (BRASIL, 2002; 2009; 2011; 2013a; 2013b; 2014; CARLOS et al., 2008; CASADEI; PACE, 2013; DODD et al., 2006; EDUARDO; LANNES, 2004) e, por último, websites de indústrias alimentícias ou ligadas ao setor, conforme Anexo A. Além das referências citadas, foi necessária a utilização pontual de alguns websites conhecidos por apresentarem receitas típicas regionais. Todos estes e demais websites foram referenciados adequadamente no programa desenvolvido: ILSI - Análise do consumo alimentar médio per capita da população brasileira. 3.4. Extração dos Dados de Consumo A parte de extração e validação dos dados do projeto foi desenvolvida pelo Dr. Carlos Ledo, estatístico do Embrapa e professor permanente dos cursos de Pós-Graduação em Ciências Agrárias e Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Os dados coletados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 serviram de base para este estudo e estão disponibilizados no site do IBGE (IBGE, 2014). Foram coletados dados de consumo alimentar pessoal de todos os moradores com 10 anos de idade ou mais nos 13.569 domicílios selecionados, durante dois dias não consecutivos. Na tabela 1 são apresentados os números de domicílios entrevistados e de pessoas na subamostra, segundo as Unidades da Federação, Grandes Regiões e Brasil (IBGE, 2011). Aspectos do planejamento da amostra, dimensionamento da amostra, seleção da amostra, dimensionamento e seleção da subamostra de domicílios, expansão da subamostra e obtenção e precisão das estimativas da POF 2008-2009 são apresentados pelo IBGE (2011). POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 11 Tabela 1. Número de domicílios entrevistados na subamostra e o número de pessoas na subamostra, segundo as Unidades da Federação, Grandes Regiões e Brasil. Unidade da Federação Código Número de domicílios Número de pessoas Rondônia 11 230 569 Acre 12 235 608 Amazonas 13 402 1.105 Roraima 14 149 329 Pará 15 470 1.266 Amapá 16 161 499 Tocantins 17 333 898 Maranhão 21 599 1.526 Piauí 22 548 1.551 Ceará 23 441 1.175 Rio Grande do Norte 24 330 874 Paraíba 25 342 959 Pernambuco 26 582 1.499 Alagoas 27 649 1.642 Sergipe 28 449 1.150 Bahia 29 850 2.239 Minas Gerais 31 1.238 2.960 Espírito Santo 32 376 841 Rio de Janeiro 33 512 1.228 São Paulo 35 938 2.273 Paraná 41 635 1.558 Santa Catarina 42 548 1.349 Rio Grande do Sul 43 535 1.260 Mato Grosso do Sul 50 591 1.402 Mato Grosso 51 543 1.213 Goiás 52 749 1.754 Distrito Federal 53 134 276 Grandes Regiões Código Número de domicílios Número de pessoas Norte 1 1.980 5.274 Nordeste 2 4.790 12.615 Sudeste 3 3.064 7.302 Sul 4 1.718 4.167 Centro Oeste 5 2.017 4.645 Brasil 13.569 34.003 Fonte: IBGE, 2011. 12 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) O arquivo contendo os dados de consumo alimentar, denominado pelo IBGE como T_ CONSUMO_S.txt, apresenta dados numéricos com 152 caracteres e 735.814 registros (figura 6). A delimitação e o tamanho das colunas (quantidade de caracteres) foram realizados com o auxílio do programa SAS – Statistical Analysis System, de acordo com o documento “Descrição dos Registros POF 2008-2009”, disponível em IBGE (2014). Figura 6. Aparência do arquivo original de dados T_CONSUMO_S.txt disponibilizado pelo IBGE. Para a obtenção de cada unidade de consumo em um único campo, foram agregados os dados contidos nas variáveis: número sequencial, divisor do número sequencial, número do domicílio, número da unidade de consumo e número do informante, passando a ser denominado de código do informante (CI). Das 27 variáveis descritas no documento “Descrição dos Registros POF 2008- 2009” (IBGE, 2014), foram utilizadas para este estudo apenas as variáveis Unidade da Federação (UF), código do informante (CI), código do tipo de alimento (CODAL), código da forma de preparação (FORMAP), número do quadro (QUAD), horário do consumo (HORAR), fator de expansão 2 (FAT2) e quantidade final em gramas (QTDE). Foi também criada uma nova variável designada QF, que se refere ao produto das variáveis quantidade final em gramas (QTDE) e fator de expansão 2 (FAT2). A descrição das variáveis utilizadas para o cálculo das estimativas de consumo alimentar médio per capita está apresentada na tabela 2. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 13 Tabela 2. Siglas, variáveis utilizadas para o cálculo das estimativas de consumo alimentar médio per capita e sua descrição, a partir da POF 2008-2009. Sigla Variável Descrição UF Unidade da Federação Identifica o código da Unidade da Federação. CI Código do informante Código que identifica o morador, sua unidade de consumo,seu domicílio e seu setor da amostra. CODAL Código do tipo de alimento Identifica o código do tipo de alimento consumido. FORMAP Código da forma de preparação Identifica o código referente à forma de preparação sob a qualo alimento se encontrava no momento em que foi consumido. QUAD Número do quadro Quadros destinados ao preenchimento das informações sobre os alimentos e as bebidas consumidas no Bloco de Consumo Alimentar Pessoal e refere-se ao consumo no primeiro dia de registro (quadro 71) e/ou no segundo dia (quadro 72). HORAR Horário do consumo Identifica o horário mais próximo àquele em quese deu o consumo do alimento. FAT2 Fator de expansão 2 Identifica o fator de expansão ajustado às previsões de totais (para 15 de janeiro de 2009) de algumas variáveis do Universo, segundo alguns domínios de interesse. QTDE Quantidade final em gramas Quantidade final de alimentos consumidaem gramas. QF Quantidade final em gramas expandida para o Universo da pesquisa Produto das variáveis QTDE x FAT2. Na figura 7, é apresentada uma aparência do arquivo após tratamento com auxílio do programa estatístico. No arquivo apresentado, as quantidades de um mesmo tipo de alimento consumido mais de uma vez ao longo do primeiro e/ou segundo dia de registro (HORAR) foram somadas, de forma a se ter a quantidade total de alimentos consumida em cada um dos quadros de registro. 14 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) Figura 7. Aparência do arquivo de consumo alimentar após tratamento pelo programa estatístico. Foi estimado o consumo alimentar médio diário per capita para as Grandes Regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) considerando os 1.120 itens alimentares por forma de preparação sob a qual o alimento se encontrava no momento que foi consumido (cru, cozido, grelhado/brasa/churrasco, assado, frito, empanado/à milanesa, refogado, molho vermelho, molho branco, ao alho e óleo, com manteiga/óleo, ao vinagrete, ensopado, mingau, sopa e não se aplica). Inicialmente, considerou-se estimar os consumos médios diários per capita por Unidade de Federação. Entretanto, em alguns Estados, devido ao número reduzido de pessoas na subamostra e ao pequeno registro de consumo de determinados alimentos, preferiu-se a obtenção das estimativas por Grandes Regiões visando à obtenção de estimativas mais consistentes. Segundo informações do IBGE, o desenho da amostra das duas últimas POFs foi estruturado de tal modo que propicia a publicação de resultados nos seguintes níveis: Brasil, Grandes Regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste) e também por situações urbana e rural (IBGE, 2011). Foram adotadas duas metodologias para a obtenção das estimativas de consumos médios diários per capita: MET 01 – Dados de Consumo do Primeiro Dia e MET 02 – Dados de Consumo Considerando os Dois Dias Reportados – Reporte da Variação Intrapessoal. A primeira metodologia foi baseada naquela empregada pelo IBGE em que se consideram apenas os dados do primeiro dia de registro (quadro 71 apresentado na figura 6). Essa metodologia foi considerada visto que procedimentos estatísticos utilizados na estimativa de consumo usual, a partir da repetição de diário alimentar ou recordatório de 24-horas, não permitem a estimativa do consumo usual de alimentos consumidos episodicamente (Kipnis et al., 2009), além da consideração de que o primeiro dia de registro apresenta melhor qualidade da informação do que POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 15 os dias subsequentes (Sawaya et al., 1996; Subar et al., 2003). Por fim, está demonstrado que, para caracterizar médias de consumo populacionais, métodos que envolvem a descrição de um dia de consumo são apropriados, desde que a amostra seja representativa de toda população estudada e os dias da semana sejam igualmente representados (Kroes, 2002; Dodd et al., 2006). Quando a variabilidade intrapessoal e a distribuição dos consumos individuais forem requeridas, um levantamento de pelo menos dois dias não consecutivos dos referidos métodos (diário ou registro alimentar e o recordatório de 24 horas) deve ser realizado (Kroes, 2002; Dodd et al., 2006). Sendo assim, para as análises em que a variabilidade intrapessoal é importante, a segunda metodologia (MET 02 – Dados de Consumo Considerando os Dois Dias Reportados – Reporte da Variação Intrapessoal) considerou os dados do primeiro (quadro 71) e do segundo dia de registro (quadro 72). Inicialmente, para o cálculo das estimativas de consumo médio, foi necessário promover a expansão do dado amostral. Cada domicílio pertencente à subamostra da POF representa um determinado número de domicílios da população de onde a amostra original foi retirada. Dessa forma, cada domicílio da subamostra está associado a um peso amostral (fator de expansão) que permite a obtenção de estimativas das quantidades de interesse para o universo da pesquisa (IBGE, 2011). A estimativa do consumo alimentar médio diário per capita para a população expandida foi feita pelo somatório dos produtos da quantidade final consumida (QTDE) pelo peso amostral ou fator de expansão (FAT2) associado a cada informante (CI), ou seja, o somatório dos QFs. Em seguida, o resultado é dividido pelo número de indivíduos de cada uma das Grandes Regiões que corresponde à soma dos fatores de expansão associados a cada informante. Os resultados para a soma dos fatores de expansão para Unidade da Federação, Grandes Regiões e Brasil podem ser vistos na tabela 3. Para o caso da metodologia em que se consideraram os dados do primeiro e do segundo dia de registro (quadros 71 e 72), os números de indivíduos da população foram multiplicados por 2 (para obtenção do total da população nos dois dias de pesquisa). Estimou-se, também, os desvios padrões ponderados pelos fatores de expansão associados a cada estimativa. As fórmulas para os cálculos estão apresentadas a seguir. (1) em que: cma Consumo alimentar médio per capita para um determinado alimento (codificado, de acordo com o IBGE, exemplo: Carne moída – cód. 7104301) em uma determinada forma de preparo (codificada, de acordo com o IBGE, exemplo: cozido – cód. 2) para uma Grande Região (g/dia) considerando os consumos realizados nos quadros 71 e 72. QFi Produto da quantidade final consumida (QTDEi) pelo peso amostral ou fator de expansão (FAT2i) associado à cada informante i em uma determinada Grande Região, i = 1, ..., n. FAT2i Peso amostral ou fator de expansão associado a cada informante i. n Total de informantes i associado a uma Grande Região. 16 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) (2) em que: cmb Consumo alimentar médio per capita para um determinado alimento (codificado, de acordo com o IBGE, exemplo: Carne moída – cód. 7104301) em uma determinada forma de preparo (codificada, de acordo com o IBGE, exemplo: cozido – cód. 2) para uma Grande Região (g/dia) considerando os consumos realizados apenas no quadro 71. Os demais termos são definidos como anteriormente. Tabela 3. Soma dos fatores de expansão utilizados para o cálculo do consumo alimentar médio diário per capita (g/dia) segundo as Unidade da Federação (UF), Grandes Regiões e Brasil, para a população com idade ≥ 10 anos. Unidade da Federação Código Soma dos fatores de expansão1 Rondônia 11 1.218.773,02 Acre 12 529.066,18 Amazonas 13 2.646.982,38 Roraima 14 315.565,57 Pará 15 5.909.440,44 Amapá 16 490.528,00 Tocantins 17 1.061.620,62 Maranhão 21 5.035.610,55 Piauí 22 2.616.566,65 Ceará 23 6.984.322,37 Rio Grande do Norte 24 2.643.798,48 Paraíba 25 3.190.196,87 Pernambuco 26 7.281.804,57 Alagoas 27 2.574.576,11 Sergipe 28 1.675.389,36 Bahia 29 12.198.245,47 Minas Gerais 31 17.002.601,65 Espírito Santo 32 2.963.839,77 Rio de Janeiro 33 13.698.353,00 São Paulo 35 35.261.412,81 Paraná 41 9.085.555,00 Santa Catarina 42 5.173.652,71 Rio Grande do Sul 43 9.330.650,73 Mato Grosso do Sul 50 1.982.539,76 Mato Grosso 51 2.531.394,18 Goiás 52 4.967.946,59 Distrito Federal 53 2.140.661,48 Grandes Regiões Código Soma dos fatores de expansão1 Norte 1 12.171.976,22 Nordeste 2 44.200.510,44 Sudeste 3 68.926.207,24 Sul 4 23.589.858,43 Centro-Oeste 5 11.622.542,01 Brasil 160.511.094,33 1Estimativas para o total de pessoas equivalentes às respectivas projeções populacionais obtidas para 15 de janeiro de 2009. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 17 3.5. Validação dos Dados Extraídos Para a validação da extração dos dados de consumo disponíveis no site do IBGE, bem como a validação das estimativas de consumo obtidas por meio do uso da metodologia do IBGE, foram feitas comparações entre os valores obtidos com os valores publicados pelo IBGE no documento Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil. O total de pessoas moradoras que preencheram o Bloco de Consumo Alimentar Pessoal (tabela 4) foi comparado com as informações presentes na tabela1 – Número de domicílios entrevistados na subamostra e o número de pessoas na subamostra, segundo as Unidades da Federação, Grandes Regiões e Brasil, deste documento. Para isso, a frequência dos fatores de expansão para cada UF foram calculadas, resultando no mesmo número de pessoas na subamostra (tabela 4). A soma dos fatores de expansão, igual a 160 511 094, também resulta na estimativa da população com 10 anos de idade ou mais residentes no Brasil publicada pelo IBGE. Tabela 4. Frequência (total de moradores) e soma dos fatores de expansão para cada UF. REGIÃO UF FREQ FATOR EXPANSÃO POR UF Norte 11 569 1218773,0191554100 Norte 12 608 529066,1779349910 Norte 13 1105 2646982,3839466200 Norte 14 329 315565,5723280100 Norte 15 1266 5909440,4371297500 Norte 16 499 490528,0011302200 Norte 17 898 1061620,6239582400 Nordeste 21 1526 5035610,5529670200 Nordeste 22 1551 2616566,6534497700 Nordeste 23 1175 6984322,3707153300 Nordeste 24 874 2643798,4801981800 Nordeste 25 959 3190196,8713858500 Nordeste 26 1499 7281804,5720502200 Nordeste 27 1642 2574576,1068923200 Nordeste 28 1150 1675389,3610015900 Nordeste 29 2239 12198245,4717555000 Sudeste 31 2960 17002601,6520598000 Sudeste 32 841 2963839,7691321400 Sudeste 33 1228 13698353,0040728000 Sudeste 35 2273 35261412,8106126000 Sul 41 1558 9085554,9986205000 Sul 42 1349 5173652,7061046500 Sul 43 1260 9330650,7270797500 Centro-Oeste 50 1402 1982539,7556072400 Centro-Oeste 51 1213 2531394,1821636500 Centro-Oeste 52 1754 4967946,5871470000 Centro-Oeste 53 276 2140661,4832251100 Total 34003 160511094,3318240000 18 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) A quantidade de alimentos presentes na extração foi de 1120 alimentos, enquanto na publicação do IBGE observa-se um total de 1121 alimentos. Analisando-se os dados de consumo, nota-se que o item açafrão, presente na publicação da POF (IBGE, 2011), não foi relatado por nenhum morador. Algumas estimativas de consumo médio per capita utilizando a metodologia do IBGE também foram comparadas ao que foi publicado na tabela 1.4 Prevalência de consumo alimentar e consumo alimentar médio per capita por grandes regiões, segundo os alimentos – Brasil – período 2008- 2009, do documento do IBGE, conforme apresentado na tabela 5. Tabela 5. Tabela comparativa do consumo médio diário per capita obtido pela extração com os dados publicados pelo IBGE na POF 2008-2009. Alimentos Consumo alimentar médio per capita (g/dia) Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Cenoura 0,2 0,2 1,3 1,3 1,2 Estimativa obtida com Metod. IBGE (Met. 1) 0,2 0,2 1,3 1,3 1,2 Chuchu 0,1 0,2 1,2 1,2 0,6 Estimativa obtida com Metod. IBGE (Met. 1) 0,1 0,2 1,2 1,2 0,6 Açaí 28,4 1,1 1,1 0,1 Estimativa obtida com Metod. IBGE (Met. 1) 28,4 1,1 1,1 0,1 Melancia 5,7 5,4 3,3 3,8 4,2 Estimativa obtida com Metod. IBGE (Met. 1) 5,7 5,4 3,2 3,8 4,2 Uva 0,5 0,9 1,1 2,4 1,0 Estimativa obtida com Metod. IBGE (Met. 1) 0,5 0,9 1,1 2,4 1,0 Salada de frutas 1,8 1,5 1,9 3,9 3,6 Estimativa obtida com Metod. IBGE (Met. 1) 1,8 1,5 1,9 3,9 3,6 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 19 3.6. Programação dos Dados A parte de programação foi desenvolvida por Paulo Taro Yatsuzuka, especialista no desenvolvimento de software com banco de dados da Well Done Automação. As planilhas de consumo alimentar médio per capita para cada uma das Grandes Regiões, utilizando as duas metodologias, foram cruzadas com a planilha de desmembramento das receitas (e sub- receitas), visando à obtenção do consumo médio per capita final de cada alimento, considerando seu consumo direto acrescido ou não de seu consumo indireto. Para isso foi desenvolvido um programa com a plataforma Delphi 2010 que utiliza como banco de dados o Microsoft Access. Dentro do Access, montou-se uma estrutura do banco de dados, conforme figura 8, em que as planilhas de consumo e a de desdobramento das receitas foram importadas. Para a obtenção das estimativas de interesse, foram efetuados cálculos: • do consumo utilizando-se Met 1 e Met 2 para cada receita, calculando-se o consumo de cada ingrediente; • para cada ingrediente consumido, verificar se ele é um alimento in natura. Se não for, trata-se portando de uma sub-receita. Sendo sub-receita, conferir os ingredientes e o consumo de cada um. As telas de consulta foram criadas e através delas pôde-se certificar que os números apresentados estavam coerentes com os dados das planilhas. Figura 8. Estrutura do banco de dados criada no Microsoft Access. 20 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) 4. RESULTADOS Os alimentos in natura obtidos a partir do desmembramento dos itens citados na pesquisa foram agrupados por classes de produtos e são apresentados na tabela 6. Os alimentos in natura presentes em cada classe estão detalhados no Anexo B. Este servirá de apoio para busca de dados de consumo dos alimentos. Tabela 6. Classes de produtos obtidos a partir do desmembramento dos alimentos processados e preparados, citados na POF 2008-2009. CLASSES DE PRODUTOS CONSIDERADAS A - FRUTAS B - LATICÍNIOS C - AÇÚCAR E PRODUTO DE CONFEITARIA D - OLEAGINOSAS E - TEMPEROS, ESPECIARIAS E CONDIMENTOS F - GRÃOS E CEREAIS G - RAÍZES E TUBÉRCULOS H - FARINHAS E FÉCULAS I - VERDURAS E HORTALIÇAS J - PESCADOS, CARNES E VÍSCERAS K - LEGUMES L - OVOS M - BEBIDAS O - ÓLEOS E GORDURAS P - CONSERVAS E ENLATADOS A partir da pesquisa da POF e do desmembramento das receitas, criou-se um programa – ILSI - Análise do consumo alimentar médio per capita da população brasileira –, apresentado na figura 9, no qual é possível obter informações referentes ao consumo diário das receitas e de cada alimento in natura que as compõem, por grandes regiões. Este programa encontra-se disponível no site do ILSI (www.ilsi.org.br) e é passível de revisões e alterações que contribuírem para o melhoramento desta ferramenta. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 21 Figura 9. Programa desenvolvido para suportar o banco de dados de análise de consumo alimentar da população brasileira. O processo de busca de dados deste sistema é bem simplificado, o que facilita o encontro das informações. Para qualquer campo do programa, ao clicar com o botão direito do mouse, é possível extrair o resultado em formato Excel. Cada aba refere-se a um tipo de busca; assim, temos: Consumo de alimentos in natura: onde encontramos os dados do consumo médio de alimentos em sua forma in natura, sem preparo. Esta busca é feita através do nome ou de parte do nome do alimento. Pode-se optar por selecionar alguns parâmetros, como a região de consumo e a metodologia utilizada (Met 1 ou Met 2). Por meio deste campo, é possível abrir uma lista detalhada com todos os alimentos e a receita ou sub-receita a partir da qual se deu o consumo, conforme a figura 10; ou obter uma lista resumida, somente com a quantidade de alimento consumido por região, de acordo com a figura 11. Nesta última lista, optou-se por identificar as regiões com maior consumo através de um asterisco (*). 22 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) Figura 10. Campo “Consumo de Alimentos in natura” ilustrando a “lista detalhada”, contendo a receita ou sub-receita que contribuiu para este consumo. Figura 11. Campo “Consumo de Alimentos in natura” ilustrando a “lista resumida”, por região e metodologia, ressaltando a região com maior consumo. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 23 1- Consumo por Receita: Neste campo, a busca do consumo médio pode ser feita através das receitas fornecidas pelo IBGE ou das sub-receitas obtidas por meio dos desmembramentos. O sistema das buscas é o mesmo do campo anterior “Consumo de Alimentos in natura” 2- Receitas: Não se trata de consumo, mas das receitas propriamente ditas, considerando as quantidades de cada ingrediente para 100 gramas de produto preparado. Neste campo, pode-se realizar a busca por nome da receita e modo de preparo. No canto direito, aparecem as referências de cada receita desmembrada, conforme figura12. Figura 12. Campo “Receitas” mostrando as quantidades dos ingredientes em sua forma in natura, de cada receita citada na POF 2008-2009, baseando-se em 100g de alimento preparado. 3- Sub-receitas: Não se trata de consumo, mas das sub-receitas propriamente ditas, considerando as quantidades de ingredientes para 100 gramas de produto preparado. As sub-receitas também são desmembradas em ingredientes finais, apesar de serem “ingredientes” das receitas citadas na POF. Nesta aba, temos a busca por nome da sub-receita. 4- Alimentos in natura: Esta é o último campo e traz apenas os códigos e o tipo de alimento in natura que poderá ser pesquisado na primeira aba, portanto, todos os alimentos consumidos pela população brasileira, conforme figura 13. 24 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) Figura 13. Campo com os “alimentos in natura”, código e tipo; servindo como banco de dados para dar suporte à busca do consumo de alimentos in natura. 5. CONCLUSÃO A pesquisa de Orçamentos Familiares referente aos anos de 2008-2009 publicou dados de consumo alimentar per capita, considerando os alimentos em sua forma de consumo, o que dificulta a utilização dos dados para realizar avaliações que necessitem dos dados de consumo dos alimentos em sua forma in natura. Portanto, a criação de um banco de dados que forneça valores de consumo médio diário por alimento é de grande relevância tanto para o interesse agronômico quanto nutricional. A extração dos dados de consumo foi validada por análise comparativa e pôde-se concluir que obteve dados fidedignos aos publicados pelo IBGE na POF 2008-2009. Através desta ferramenta, é possível estabelecer valores reais de consumo médio diário per capita para todos os alimentos, considerando seu consumo in natura e a contribuição deste alimento na composição das receitas consumidas, além de fornecer dados de consumo advindos de commodities de origem animal. POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 25 6. REFERÊNCIAS 1. AGUIAR ACB, OLIVEIRA HSD, GRASSIOLLI SM. Manual de contagem de carboidratos. Porto Alegre: ICD; 2011. 2. ANJOS MCR. Relação de Fatores de Correção e índice de conversão (cocção) de alimentos. Universidade Federal do Paraná; 2012. 3. ARAUJO MOD, GUERRA TMM. Alimentos Per Capita. 3.ed. Natal: Editora da UFRN; 2007. P. 1-324. 4. BOWMAN SA, MARTIN CL, CARLSON JL, CLEMENS JC, LIN B-H, MOSHFEGH AJ. Food Intakes Converted to Retail Commodities Databases: 2003-08: Methodology and User Guide; 2013. 5. BRASIL. Consulta pública. Portaria n. 8, de 17 de janeiro de 2014. Acesso em 02 de junho de 2014. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index. jsp?data=22/01/2014&jornal=1&pagina=13&totalArquivos=82>. 6. BRASIL. Decreto Nº 6.871, de 4 de junho de 2009. Regulamenta a Lei no 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas; 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2009/Decreto/D6871.htm>. Acesso em 26 de junho de 2014. 7. BRASIL. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária. Árvore do conhecimento: cana-de-açúcar; 2013a. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de- acucar/arvore/CONTAG01_102_22122006154841.html>. Acesso em 07 de novembro de 2013. 8. BRASIL. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária. Árvore do conhecimento: manteiga; 2013b. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_ alimentos/arvore/CONT000girl7f3902wx5ok05vadr1ty2i4zd.html>. Acesso em 08 de novembro de 2013. 9. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. Alimentos regionais brasileiros/Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição. 1.ed.Brasília: Ministério da Saúde; 2002. 10. BRASIL. UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos/NEPA – UNICAMP. 4. ed. rev. e ampl. Campinas: NEPAUNICAMP; 2011. 26 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) 11. CARLOS JV, ROLIM S, BUENO MP, FISBERG RM. Porcionamento dos principais alimentos e preparações consumidos por adultos e idosos residentes no município de São Paulo. Rev Nutr, Campinas 2008 jul./ago;21(4):383-391. 12. CASADEI E, PACE FA. Pimenta capsicum sp. Uma das especiarias mais consumidas no mundo. CEAGESP; 2005. Acesso em 11 de dezembro de 2013. Disponível em: <http://www. hortibrasil.org.br/jnw/images/stories/biblioteca/apresentacoes/01_03_2010/Pimenta.pdf> 13. DODD KW, GUENTHER PM, FREEDMAN LS, SUBAR AF, KIPNIS V, MIDTHUNE D et al. Statistical methods for estimating usual intake of nutrients and foods: a review of the theory. J Am Diet Assoc 2006 Oct;106(10):1640-50. 14. EDUARDO MF, LANNES SCL. Achocolatados: análise química. Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences 2004 jul/set;40(3). 15. FISBERG RM, VILLAR BS. Manual de Receitas e Medidas Caseiras para Cálculo de Inquéritos Alimentares: Manual elaborado para auxiliar o processamento de dados de inquéritos alimentares. 1. ed. São Paulo: Editora Signus; 2002. P. 1-71. 16. HADDAD FF. Barras alimentícias de sabor salgado com diferentes ligantes. Universidade Federal de Lavras; 2013. 17. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 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ABIA – Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação: http://www.abia.org.br AJINOMOTO – http://www.saboresajinomoto.com.br BATAVO – Empresa Alimentícia: http://www.batavo.com.br CEAGESP – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo: http://www.ceagesp.gov.br/ CEASA – Centro de Distribuição e Abastecimento de Campinas: http://www.ceasacampinas.com.br CEFSA – Centro Educacional de Fundação Salvador Arena: http://www.cefsa.org.br CEPLAC – Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira: http://www.ceplac.gov.br DANONE – http://www.danone.com.br/ DSM Produtos Nutricionais Brasil Ltda. – http://www.dsm.com EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária: https://www.embrapa.br/ HERSHEYS – Empresa Alimentícia: http://www.hersheys.com.br KINDER – http://www.kinderovo.com.br LACTA – http://lacta.com.br/ NDS – Nutrition Data System: http://www.ncc.umn.edu/ NESTLÉ – Produtos Alimentícios: https://www.nestle.com.br OVOMALTINE – http://www.ovomaltine.com.br SADIA – Empresa Alimentícia: http://www.sadia.com.br SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro Empresas: http://bis.sebrae.com.br SUSTAGEM – http://www.sustagen.com.br/ TODDYNHO – www.toddynho.com.br YAKULT – http://www.yakult.com.br/ POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 29 Anexo B. Alimentos in natura obtidos a partir do desmembramento dos alimentos processados e preparados, citados na POF 2008-2009. A- FRUTAS CÓDIGO ABACATE INA001 ABACAXI INA002 ABACAXI ORGÂNICO INA003 ABIU INA004 AÇAÍ INA005 ACAJÁ INA006 ACAJÁ (CAJÁ) INA007 ACEROLA INA008 ACEROLA ORGÂNICA INA009 AMEIXA INA010 AMEIXA SECA INA011 AMORA INA012 ANANÁS (ABACAXI) INA013 ARAÇÁ INA014 ARAÇÁ-AÇU (GOIABA) INA015 ATA (PINHA) INA016 ATEMOIA INA017 BACABA INA018 BACABUÇU (BACABA) INA019 BACURI INA020 BANANA INA021 BANANA DA TERRA INA022 BANANA D’ÁGUA INA023 BANANA NANICA INA024 BANANA PRATA INA025 BERGAMOTA (TANGERINA) INA026 BIRIBA (PINHA) INA027 BURITI INA028 BUTIÁ INA029 CACAU INA030 CAJÁ MANGA (CAJÁ) INA031 CAJARANA (CAJÁ) INA032 CAJU INA033 CANA DE AÇÚCAR INA034 CAQUI INA035 CARAMBOLA INA036 CASCA LIMÃO INA037 CEREJA INA038 CIRIGUELA INA039 COCO INA040 COCO BAHIA INA041 30 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) COCO MUCAJA INA042 CUPUAÇU INA043 DAMASCO SECO INA044 FIGO INA045 FRUTA DE CONDE (PINHA) INA046 FRUTA PÃO INA047 GOIABA INA048 GOIABA ORGÂNICA INA049 GRAVIOLA INA050 GROSELHA INA051 GUARANÁ INA052 IMBU (UMBU) INA053 INGÁ INA054 JABOTICABA INA055 JACA INA056 JAMBO INA057 JAMELÃO INA058 JENIPAPO INA059 JUÇARA (AÇAÍ) INA060 JURUBEBA INA061 JUSSARA (AÇAÍ) INA062 KIWI INA063 LARANJA INA064 LARANJA DA TERRA INA065 LARANJA ORGÂNICA INA066 LARANJA POLPA INA067 LARANJINHA JAPONESA INA068 LIMA INA069 LIMÃO INA070 LIMÃO CRAVO INA071 MAÇÃ INA072 MAMÃO INA073 MAMÃO PAPAIA INA074 MANGA INA075 MANGA ORGÂNICA INA076 MANGABA INA077 MANGUITO (MANGA) INA078 MARACUJÁ INA079 MARACUJÁ ORGÂNICO INA080 MARI INA081 MARICOTA (TANGERINA) INA082 MARMELO INA083 MELANCIA INA084 MELÃO INA085 MEXERICA (TANGERINA) INA086 MIMOSA (TANGERINA) INA087 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 31 MORANGO INA088 MORANGO ORGÂNICO INA089 MURICI INA090 NECTARINA INA091 NÉSPERA INA092 PATAUÁ INA093 PEQUI INA094 PERA INA095 PÊSSEGO INA096 PÊSSEGO ORGÂNICO INA097 PINHA INA098 PISTACHE INA099 PITANGA INA100 PITOMBA INA101 PUPUNHA INA102 ROMA INA103 SAPOTI INA104 TAMARINDO INA105 TANGERINA INA106 TANJA (TANGERINA) INA107 TAPEREBA (CAJÁ) INA108 UAÇAÍ (AÇAÍ) INA109 UMBU INA110 UVA INA111 UVA PASSA INA112 UXI INA113 ZIMBRO INA114 B- LATICÍNIOS CÓDIGO LEITE DE CABRA INB001 LEITE DE COCO INB002 LEITE DE VACA INB003 LEITE DE VACA DESNATADO INB004 LEITE DE VACA DESNATADO PÓ INB005 LEITE DE VACA INTEGRAL INB006 LEITE DE VACA INTEGRAL PÓ INB007 LEITE DE VACA INTEGRAL ORGÂNICO INB008 LEITE DE VACA ORGÂNICO INB009 LEITE DE VACA ORGANICO PÓ INB010 LEITE DE VACA PASTEURIZADO INB011 LEITE DE VACA PÓ INB012 LEITE DE VACA SEMIDESNATADO INB013 MANTEIGA – LEITE INB014 MANTEIGA LIGHT – LEITE INB015 NATA LEITE INB016 QUEIJO – LEITE INB017 32 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) QUEIJO AMERICANO – LEITE INB018 QUEIJO CANASTRA – LEITE INB019 QUEIJO DE BÚFALA – LEITE INB020 QUEIJO DE COALHO – LEITE INB021 QUEIJO DE COALHO FRESCAL ORGÂNICO – LEITE INB022 QUEIJO DE COALHO LIGHT – LEITE INB023 QUEIJO DE COLONIA – LEITE INB024 QUEIJO DE MANTEIGA – LEITE INB025 QUEIJO DE MINAS – LEITE INB026 QUEIJO DE MINAS FRESCAL ORGÂNICO – LEITE INB027 QUEIJO DE MINAS LIGHT – LEITE INB028 QUEIJO DO REINO – LEITE INB029 QUEIJO GORGONZOLA – LEITE INB030 QUEIJO LIGHT – LEITE INB031 QUEIJO MEIA CURA – LEITE INB032 QUEIJO MINAS – LEITE INB033 QUEIJO MUSSARELA – LEITE INB034 QUEIJO MUSSARELA DE BÚFALA – LEITE INB035 QUEIJO MUSSARELA LIGHT – LEITE INB036 QUEIJO NAO ESPECIFICADO – LEITE INB037 QUEIJO NAO ESPECIFICADO LIGHT – LEITE INB038 QUEIJO PARMESÃO – LEITE INB039 QUEIJO PRATO – LEITE INB040 QUEIJO PRATO LIGHT – LEITE INB041 QUEIJO PROVOLONE – LEITE INB042 QUEIJO RICOTA – LEITE INB043 QUEIJO RICOTA LIGHT – LEITE INB044 CREME DE LEITE – LEITE INB045 CREME DE LEITE LIGHT – LEITE INB046 CREME DE LEITE ORGÂNICO – LEITE INB047 C- AÇÚCAR E PRODUTO DE CONFEITARIA CÓDIGO AÇÚCAR CANA INC001 AÇÚCAR CANA CONFEITEIRO INC002 AÇÚCAR CANA CRISTAL INC003 AÇÚCAR CANA DEMERARA INC004 AÇÚCAR CANA LIGHT INC005 AÇÚCAR CANA MASCAVO INC006 AÇÚCAR CANA REFINADO INC007 ALFENIM DE CANA DE AÇÚCAR INC008 MEL INC009 MELADO – CANA INC010 MILHO GLUCOSE INC011 RAPADURA CANA INC012 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 33 D- OLEAGINOSAS CÓDIGO AMÊNDOA IND001 AMENDOIM IND002 AVELÃ IND003 CASTANHA IND004 CASTANHA DA ÍNDIA IND005 CASTANHA DE CAJU IND006 CASTANHA DO PARÁ IND007 CASTANHA PORTUGUESA IND008 NOZ IND009 PINHÃO IND010 TUCUMÃ IND011 E- TEMPEROS, ESPECIARIAS E CONDIMENTOS CÓDIGO ALECRIM INE001 CACAU PÓ INE002 CAMINHO INE003 CANELA INE004 CANELA PÓ INE005 CEBOLINHA INE006 CHEIRO VERDE INE007 COENTRO INE008 COLORAU INE009 COMINHO INE010 CRAVO INE011 ERVA DOCE INE012 ESS. BAUNILHA INE013 HORTELÃ INE014 LOURO INE015 MANJERICÃO INE016 MANJERONA INE017 MOSTARDA GRÃO INE018 NOZ MOSCADA INE019 ORÉGANO INE020 PÁPRICA INE021 PIMENTA INE022 PIMENTA BRANCA INE023 PIMENTA DE CHEIRO INE024 PIMENTA DEDO DE MOÇA INE025 PIMENTA DO REINO INE026 PIMENTA GRÃO INE027 PIMENTA MALAGUETA INE028 PIMENTA PÓ INE029 34 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) PIMENTA PRETA INE030 PIMENTA VERMELHA INE031 SALSA (SALSINHA) INE032 SALSINHA INE033 SOJA MOLHO INE034 TOMILHO INE035 URUCUM INE036 VINAGRE – MAÇÃ INE037 VINAGRE – UVA INE038 F- GRÃOS E CEREAIS CÓDIGO ABÓBORA SEMENTE INF001 ARROZ INF002 ARROZ BRANCO INF003 ARROZ FARINHA INF004 ARROZ INTEGRAL INF005 ARROZ INTEGRAL ORGÂNICO INF006 ARROZ ORGÂNICO INF007 ARROZ POLIDO INF008 CAFÉ GRÃO INF009 CAFÉ PÓ INF010 CEVADA PÓ INF011 ERVILHA GRÃO INF012 FAVA INF013 FEIJÃO INF014 FEIJÃO BRANCO INF015 FEIJÃO DE CORDA INF016 FEIJÃO FRADINHO INF017 FEIJÃO ORGÂNICO INF018 FEIJÃO PRETO INF019 FEIJÃO ROXINHO INF020 FEIJÃO VERDE INF021 FEIJÃO VERDE ORGÂNICO INF022 GERGELIM INF023 GERGELIM SEMENTE INF024 GIRASSOL SEMENTE INF025 GRÃO DE BICO INF026 LENTILHA INF027 LINHAÇA SEMENTE INF028 MANGALÔ INF029 MILHO INF030 MILHO CANJICA INF031 MILHO GRÃO INF032 MILHO MUGUNZAINF033 PAPOULA SEMENTE INF034 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 35 QUINOA INF035 QUIRERA INF036 SOJA INF037 SOJA GRÃO INF038 SOJA GRÃO ORGÂNICO INF039 G- RAÍZES E TUBERCÚLOS CÓDIGO AIPIM (MANDIOCA) ING001 AIPIM FOLHA (MANDIOCA FOLHA) ING002 ALHO ING003 BATATA ING004 BATATA BAROA ING005 BATATA DOCE ING006 BATATA INGLESA ING007 BATATA INGLESA ORGÂNICA ING008 BATATA NÃO ESPECIFICADA ING009 BETERRABA ING010 BETERRABA ORGÂNICA ING011 CARÁ ING012 CENOURA ING013 CENOURA ORGÂNICA ING014 CURCUMA ING015 GENGIBRE ING016 INHAME ING017 INHAME CARAQUENTO (CARÁ) ING018 MACAXEIRA (MANDIOCA) ING019 MACAXEIRA FOLHA (MANDIOCA) ING020 MANDIOCA ING021 MANDIOCA BRAVA ING022 MANDIOQUINHA ING023 NABO ING024 RABANETE ING025 H- FARINHAS E FÉCULAS CÓDIGO AMIDO MILHO INH001 ARROZ FLOCOS INH002 AVEIA FARINHA INH003 AVEIA FLOCOS INH004 GÉRMEN DE TRIGO INH005 MANDIOCA FARINHA INH006 MANDIOCA FÉCULA INH007 MANDIOCA GOMA INH008 MANDIOCA POLVILHO INH009 MILHO FARINHA INH010 MILHO FLOCO INH011 36 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) MILHO FUBÁ INH012 SOJA FIBRA INH013 SOJA PROTEÍNA INH014 TRIGO FARINHA INH015 TRIGO FARINHA INTEGRAL INH016 TRIGO FARINHA ROSCA INH017 TRIGO FIBRA INH018 I- VERDURAS E HORTALIÇAS CÓDIGO AÇAFRÃO INI001 ACELGA INI002 AGRIÃO INI003 AIPO (SALSÃO) INI004 ALCACHOFRA INI005 ALFACE INI006 ALFACE ORGÂNICA INI007 ALFAVACA INI008 ALGA MARINHA INI009 ALHO PORÓ INI010 ALMEIRÃO INI011 ASPARGO INI012 BETERRABA BRANCA (ACELGA) INI013 BREDO INI014 BRÓCOLIS INI015 BROTO DE ALFAFA INI016 BROTO DE FEIJÃO INI017 CARIRU INI018 CATALONHA INI019 CHICÓRIA INI020 COUVE INI021 COUVE FLOR INI022 ESCAROLA INI023 ESPINAFRE INI024 JAMBU INI025 LÍNGUA DE VACA VERDURA INI026 MOSTARDA (VERDURA) INI027 RADITE (ALMEIRÃO) INI028 REPOLHO INI029 RÚCULA INI030 SALSÃO (AIPO) INI031 SERRALHA INI032 TAIOBA INI033 TOMATE INI034 TOMATE CEREJA INI035 TOMATE ORGÂNICO INI036 VINAGREIRA INI037 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 37 J- PESCADOS, CARNES E VÍSCERAS CÓDIGO CARNE BOVINA INJ001 CARNE BOVINA BANHA INJ002 CARNE BOVINA FÍGADO INJ003 CARNE BOVINA MIOLO INJ004 CARNE BOVINA MIÚDO INJ005 CARNE BOVINA ORGÂNICA INJ006 CARNE BOVINA PÉ INJ007 CARNE BOVINA VÍSCERA INJ008 CARNE CAPRINA INJ009 CARNE DA PACA INJ010 CARNE DE BODE INJ011 CARNE DE CABRITO INJ012 CARNE DE CAPIVARA INJ013 CARNE DE CARNEIRO INJ014 CARNE DE CHÉSTER INJ015 CARNE DE CODORNA INJ016 CARNE DE COTIA INJ017 CARNE DE FRANGO INJ018 CARNE DE FRANGO FÍGADO INJ019 CARNE DE FRANGO FILÉ INJ020 CARNE DE FRANGO MIÚDO INJ021 CARNE DE FRANGO ORGÂNICO INJ022 CARNE DE FRANGO PEITO INJ023 CARNE DE JABUTI INJ024 CARNE DE JACARÉ INJ025 CARNE DE LEITÃO INJ026 CARNE DE LULA INJ027 CARNE DE MARISCO CAMARÃO INJ028 CARNE DE MARISCO CARANGUEJO INJ029 CARNE DE MARISCO MEXILHÃO INJ030 CARNE DE MARISCO OSTRA INJ031 CARNE DE MARISCO SIRI INJ032 CARNE DE MARISCO SURURU INJ033 CARNE DE MUTUM INJ034 CARNE DE NAMBU INJ035 CARNE DE OUTROS ANIMAIS INJ036 CARNE DE OVELHA INJ037 CARNE DE PATO INJ038 CARNE DE PEIXE DE ÁGUA DOCE INJ039 CARNE DE PEIXE DE ÁGUA SALGADA INJ040 CARNE DE PEIXE NÃO ESPECIFICADO INJ041 CARNE DE PERU INJ042 CARNE DE PERU PEITO INJ043 CARNE DE PORCO INJ044 38 Toxicologia e Avaliação do Risco / ILSI Brasil (2015) CARNE DE PORCO BANHA INJ045 CARNE DE PORCO BOFE INJ046 CARNE DE PORCO CALABRESA INJ047 CARNE DE PORCO CORAÇÃO INJ048 CARNE DE PORCO FÍGADO INJ049 CARNE DE PORCO GARGANTA INJ050 CARNE DE PORCO LÍNGUA INJ051 CARNE DE PORCO LINGUIÇA INJ052 CARNE DE PORCO LOMBO INJ053 CARNE DE PORCO MIÚDO INJ054 CARNE DE PORCO MORTADELA INJ055 CARNE DE PORCO PAIO INJ056 CARNE DE PORCO PÉ INJ057 CARNE DE PORCO PRESUNTO INJ058 CARNE DE PORCO SALAME INJ059 CARNE DE PORCO SALAMINHO INJ060 CARNE DE PORCO VÍSCERA INJ061 CARNE DE SALMÃO INJ062 CARNE DE SALSICHA INJ063 CARNE DE SALSICHA DE FRANGO INJ064 CARNE DE TATU INJ065 CARNE DE TATU ORGÂNICO INJ066 CARNE NÃO ESPECIFICADA INJ067 OVA DE PEIXE INJ068 K- LEGUMES CÓDIGO ABÓBORA INK001 ABOBRINHA INK002 BERINJELA INK003 BERTALHA INK004 CEBOLA INK005 CEBOLA ROXA INK006 CHUCHU INK007 ERVILHA INK008 ERVILHA VAGEM INK009 JERIMUM (ABÓBORA) INK010 JILÓ INK011 MAXIXE INK012 MORANGA (ABÓBORA) INK013 PALMA INK014 PALMITO INK015 PEPINO INK016 PEPINO JAPONÊS INK017 PIMENTÃO INK018 PIMENTÃO ORGÂNICO INK019 PIMENTÃO VERDE INK020 POF 2008/2009 / ILSI Brasil (2015) 39 PIMENTÃO VERMELHO INK021 QUIABO INK022 QUIBEBE (ABÓBORA) INK023 VAGEM INK024 L- OVOS CÓDIGO OVO CODORNA INL001 OVO GALINHA INL002 M- BEBIDAS CÓDIGO CALDO DE CANA INM001 CHÁ INM002 CHÁ LIGHT INM003 CHÁ ORGÂNICO INM004 CHAMPANHE – UVA INM005 SIDRA – MAÇÃ INM006 VINHO – UVA INM007 VINHO BRANCO – UVA INM008 VINHO TINTO – UVA INM009 VINHO TINTO SECO – UVA INM010 O- ÓLEOS E GORDURAS CÓDIGO AZEITE (AZEITONA) INO001 AZEITE DENDÊ (PALMA) INO002 AZEITE DENDÊ P/FRITAR (PALMA) INO003 GORDURA DE SOJA INO004 MANTEIGA DE CACAU INO005 MARGARINA - ÓLEO DE SOJA INO006 MARGARINA FOLHADA - ÓLEO DE SOJA INO007 MARGARINA LIGHT - ÓLEO DE SOJA INO008 ÓLEO DE CANOLA INO009 ÓLEO DE DENDÊ (PALMA) INO010 ÓLEO DE GIRASSOL INO011 ÓLEO DE MILHO INO012 ÓLEO DE SOJA INO013 ÓLEO DE SOJA P/ FRITAR INO014 ÓLEO NÃO ESPECIFICADO INO015 P- CONSERVAS E ENLATADOS CÓDIGO ALCAPARRA INP001 AZEITONA INP002 AZEITONA PRETA INP003 CHUCRUTE (REPOLHO) INP004 AZEITONA VERDE INP005 CHAMPIGNON (COGUMELO) INP006 COGUMELO INP007 ILSI Brasil International Life Sciences Institute do Brasil Rua Hungria, 664 - conj. 113 - 01455-904 - São Paulo - SP - Brasil Tel./Fax: 55 (11) 3035-5585 - e-mail: ilsibr@ilsi.org.br
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