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_Sindrome do Panico

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1 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
Tratamento da 
Síndrome do Pânico 
 
 
 
2 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
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Entendemos que nem todo mundo que está lendo este livro realmente comprou ele. Pedimos 
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completamente para melhor, se você de fato obteve-o ilegalmente. Para os que compraram, 
agradecemos sinceramente pela contribuição para novas soluções aos mais diversos problemas 
relacionados à saúde e bem-estar. 
Por favor, não envie este e-book para seus amigos. Acredito que você agirá com integridade e 
irá indicar nosso website, onde eles possam efetuar a compra de uma cópia original deste 
produto. 
Lembre-se que nós valorizamos aquilo que nós investimos tempo e dinheiro. Se você gastou 
parte de seu suado salário neste produto, você vai apreciá-lo ao máximo. Se não investiu nada, 
os ensinamentos deste livro serão deixados para depois e este arquivo vai acabar se perdendo 
em seu HD. 
Acreditamos que você fez a escolha certa. 
 
 
3 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
Índice 
Índice ..........................................................................................................................................3 
Introdução ..................................................................................................................................5 
Capítulo 1 – Ansiedade e Pânico ..................................................................................................8 
Definição de Ansiedade ...........................................................................................................8 
Reação de Luta/Fuga ...............................................................................................................8 
As Manifestações Físicas de um Ataque de Pânico ...................................................................9 
Nervosismo e Efeitos Químicos ............................................................................................9 
Efeitos Cardiovasculares ....................................................................................................11 
Efeitos Respiratórios ..........................................................................................................12 
Outros Efeitos Físicos dos Ataques de Pânico ........................................................................13 
Manifestações Psíquicas ....................................................................................................13 
Capítulo 2 – Interpretando o Pânico ..........................................................................................16 
Mitos e Erros de Interpretação ..............................................................................................16 
Perdendo o Controle .............................................................................................................17 
Desmaiando em Público ........................................................................................................18 
Ataques do Coração...............................................................................................................18 
Irrealidade/Estado de Desconexão ........................................................................................20 
Capítulo 3 – A Técnica do “Movimento Único” ..........................................................................21 
Capítulo 4 – Medos e Soluções ..................................................................................................38 
Dirigindo com a Ansiedade ....................................................................................................38 
O Movimento Único para Motoristas .................................................................................40 
 
4 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
Medo de Sair de Casa ............................................................................................................44 
Estudo de Caso Agorafóbico – A 'Movimento Único' de Syivia............................................46 
Medo de Voar ........................................................................................................................48 
Estudo de Caso – O Medo de Voar de Stephen...................................................................52 
Medo de Falar em Público .....................................................................................................54 
Estudo de Caso – Experiência de Falar em Público de Robert .............................................57 
Capítulo 5 – Juntando Tudo… ....................................................................................................60 
Tratando a Ansiedade Generalizada ......................................................................................62 
Lidando com Pensamentos Indesejados ................................................................................63 
A Mudança de Atitude ...........................................................................................................63 
Ferramenta de Visualização para Acabar com o Pensamento Ansioso ................................70 
Dieta ......................................................................................................................................75 
Água ..................................................................................................................................75 
Dieta (Alimentação) ...........................................................................................................76 
Exercício ................................................................................................................................81 
Distração ...............................................................................................................................84 
Terapia do Campo do Pensamento (TFT) ...............................................................................86 
Capítulo 6 – Medicar ou Não .....................................................................................................92 
Capítulo 7 – Despertando Seu Potencial Escondido ...................................................................95 
Conclusão .................................................................................................................................98 
Referências ...............................................................................................................................99 
 
 
5 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
Introdução 
Parado na fila do supermercado após uma longa espera, mas agora há apenas um cliente a ser 
atendido no caixa antes de você. Espere aí, que sensação foi essa? Uma sensação desagradável 
forma-se em sua garganta, você sente o seu peito apertar, uma repentina falta de ar e veja só - 
o seu coração deixa de dar uma das batidas. "Deus, por favor, aqui não!" 
Uma rápida conferida no território - é ameaçador? Quatro rostos hostis fazem fila atrás de 
você, uma pessoa na frente. Alfinetes e agulhas parecem perfurar seu braço esquerdo, você se 
sente levemente tonto e então vem a explosão de medo que você mais temia. Você está 
prestes a ter um ataque de pânico. Não há dúvida alguma de que este será um dos grandes. 
Tudo bem, concentre-se: Lembre-se do que lhe foi ensinado e agora é a hora de aplicar as 
técnicas de superação. Comece os exercícios de respiração profunda que seu médico 
recomendou: "Inspire pelo nariz, expire pela boca". Mantenha pensamentos relaxantes, e 
novamente, enquanto inspira, pense "relaxe" e então expire. Mas parece não estar surtindo 
qualquer efeito positivo; na verdade, concentrar-se na respiração o deixa paranóico e aindamais tenso. 
Tudo bem, técnica de superação número 2: 
Relaxe os músculos gradativamente. Tensione os ombros, segure por 10 segundos e solte. 
Tente mais uma vez. Nenhuma diferença ainda. A ansiedade está piorando e o próprio fato de 
você não ter mais nenhuma técnica de superação o deixa ainda mais em pânico. Se pelo menos 
você estivesse perto de seus familiares ou se um amigo íntimo estivesse ao seu lado para lhe 
ajudar a sentir-se mais confiante em lidar com esta situação. 
Agora a adrenalina está percorrendo seu corpo com força total, seu corpo está formigando com 
sensações desconfortáveis e a assustadora sensação de perda total do controle toma conta de 
 
6 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
suas emoções. Ninguém à sua volta tem idéia do absoluto terror que você está sentindo. Para 
eles é apenas um dia normal e mais uma fila frustrantemente lenta no supermercado. 
Você não tem mais opções. É hora do Plano C. A mais básica de todas as técnicas de superação 
é "fugir". Peça licença e saia da fila; você se sente um pouco envergonhado já que agora é a sua 
vez de pagar. O atendente do caixa olha perplexo enquanto você deixa suas compras para trás 
e se dirige à porta. Não há tempo para pedidos de desculpas. Você precisa ficar sozinho e, 
então, sai do supermercado e entra em seu carro para ir embora. Será que este é o mais 
intenso de todos? Aquele que você receia que lhe faça extrapolar seus limites físicos e mentais. 
Dez minutos depois o pânico desaparece. 
São 10h30min da manhã. Como você irá enfrentar o resto do dia? Esta situação lhe parece de 
alguma forma familiar? Talvez as sensações corporais tenham sido um pouco diferentes. Talvez 
sua primeira vez tenha sido em um avião, na cadeira do dentista ou mesmo em casa, enquanto 
não fazia nada em particular. Se você alguma vez já teve o que hoje é conhecido como "ataque 
de pânico", conforte-se no fato de que você não está, de forma alguma, sozinho. 
Um ataque de pânico sempre vem acompanhado de uma sensação aguda de uma ameaça 
iminente. Você sente que vai enlouquecer ou que alguma das funções vitais do seu corpo vai 
parar de funcionar e que vai morrer ali mesmo, em meio aos enlatados e às comidas 
congeladas. Você não está, de maneira alguma, sozinho; você nem mesmo é um em um milhão. 
Nos Estados Unidos, estima-se que quase 5% da população sofrem, de alguma forma, do 
problema. Para alguns, os ataques de pânico podem ser raros; para outros podem se tornar tão 
freqüentes que os impede de sair de suas próprias casas. Crises freqüentes desse tipo, na 
maioria das vezes, evoluem até o que os médicos chamam de "distúrbio de ansiedade". 
Um dos primeiros passos para recuperar o controle da sua vida é conseguir informações úteis. 
Este livro lhe dará isto e muito mais. O início de sua recuperação começa aqui. Você aprenderá 
que existem grandes chances de os ciclos de pânico em sua vida sumirem completamente. No 
entanto, não quero fazer declarações exageradas sobre as técnicas deste livro (outras pessoas 
 
7 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
gentilmente já o fizeram por mim). O ponto principal é que sua vida pode voltar a ser como era 
antes. Na verdade, ao seguir e aplicar as técnicas aqui descritas, você aprenderá não apenas a 
recuperar a vida tranqüila que já teve, mas ganhará também uma nova confiança para viver. A 
resposta para uma vida livre de "pânico" ou "ataques de ansiedade" está em suas mãos. 
Neste livro é mostrado que a sua experiência com o pânico será a própria chave para sua 
coragem e sucesso. O medo que você sente, quando "dominado" e não "controlado", é na 
verdade seu melhor aliado. É o combustível para que você dirija a sua nova vida. Tenha certeza 
- Você está lendo agora o material completo que será o catalisador para sua recuperação. As 
únicas questões que ficam são: Por que não lhe deram a resposta antes? Por que você perdeu 
tanto tempo vivendo com medo? 
Irei revelar uma técnica simples chamada de "Movimento Único" que irá atacar o ponto central 
dos seus ataques de pânico. Em seguida, eu lhe ensinarei as quatro ferramentas para criar uma 
vigorosa área neutra de proteção entre você e sua ansiedade; que irá lhe garantir livrar-se do 
longo desconforto e da ansiedade, reclamação freqüente das pessoas que sofrem de ansiedade 
extrema e ataques de pânico. 
Primeiro, vamos começar a estrada à recuperação, examinando o que é um ataque de pânico e 
um pouco da terminologia comumente usada quando se refere a esses ataques. Muitos de 
vocês devem ter lido quase toda a literatura possível relacionada ao pânico e à ansiedade, mas 
eu lhes peço que leiam este material até o fim e não pulem partes, pois garanto que ele oferece 
algo muito eficiente e útil no controle destas condições. 
 
8 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
Capítulo 1 – Ansiedade e Pânico 
Ataques de pânico são causados por extrema ansiedade. Isto é óbvio. A ansiedade é 
provavelmente a mais básica de todas as emoções. Enquanto ela, por si só, for apenas uma 
sensação desagradável, não apresenta perigo algum. Um dos maiores mitos em torno do 
assunto é que este sentimento é prejudicial e pode levar a várias condições que põem a vida 
em risco. 
Definição de Ansiedade 
A ansiedade é definida como um estado de apreensão ou medo, provocado pela antecipação 
de uma ameaça, incidente ou situação, sejam elas reais ou imaginárias. É uma das emoções 
humanas mais comummente sentidas durante a vida. No entanto, a maioria das pessoas que 
nunca teve um ataque de pânico, ou extrema ansiedade, não consegue compreender a 
natureza assustadora dessa experiência. Tontura extrema, visão embaçada, formigamento, 
falta de ar - e isso é apenas o começo! Quando estas sensações acontecem e as pessoas não 
sabem a razão, acham que contraíram uma doença ou algum grave problema mental. A ameaça 
de perder completamente o controle parece bastante real e, naturalmente, assustadora. 
Reação de Luta/Fuga 
Tenho certeza de que a maioria de vocês já ouviu falar da reação de luta/fuga como uma 
explicação para o seu problema. Você já fez a ligação entre esta reação e as sensações 
incomuns que sente durante e depois de um ataque de pânico? 
A ansiedade é uma resposta ao perigo ou a uma ameaça. É denominada assim porque todos os 
seus efeitos servem para fazer-nos lutar ou fugir do perigo. Portanto, o único propósito da 
ansiedade é proteger o indivíduo do mal. Era vital para a sobrevivência diária de nossos 
 
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Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
ancestrais, quando enfrentavam algum perigo, uma resposta automática que os fazia tomarem 
uma atitude imediata, como atacar ou correr. Mesmo no movimentado mundo de hoje, este é 
um mecanismo necessário. É bastante útil quando se tem que responder a uma ameaça real de 
maneira muito rápida. 
A ansiedade é um mecanismo intuitivo que nos protege do perigo. Curiosamente, é um 
mecanismo que protege, mas não prejudica — um ponto importante que discutiremos mais 
tarde. 
As Manifestações Físicas de um Ataque de Pânico 
Nervosismo e Efeitos Químicos 
Quando confrontado com o perigo, o cérebro envia sinais para uma seção do sistema nervoso. 
Este sistema é o responsável pela adequação do corpo à execução de uma ação e também o 
acalma e restaura o equilíbrio. Para realizar estas duas funções vitais, o sistema nervoso 
autônomo tem duas subdivisões, o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso 
parassimpático. O sistema nervoso simpático é o que tendemos a conhecer melhor, já que é o 
responsável por fazer nosso corpo funcionar a fim de agir, nos prepara para a reação de "luta 
ou fuga". Já o sistema nervoso parassimpático é o que amamos profundamente, pois ele atende 
como nosso sistema de recuperação, retornando o corpo ao seu estado normal. Quando 
qualquer um desses sistemas é ativado, eles estimulam todo o corpo, que temum efeito de 
"tudo ou nada". Isto explica o porquê do indivíduo sofrer uma série de diferentes sensações 
pelo corpo quando um ataque de pânico acontece. 
O sistema simpático é responsável por liberar adrenalina a partir das glândulas adrenais nos 
rins. Estas pequenas glândulas localizam-se logo acima dos rins. O que muitos não sabem, 
entretanto, é que as glândulas adrenais também liberam adrenalina por conta própria, 
funcionando como mensageiras químicas do corpo para que a atividade continue. Quando um 
 
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Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
ataque de pânico tem início, este sistema não se desliga tão facilmente quanto foi ligado. Até 
que estes mensageiros percorram o corpo todo, há sempre um período de aparente aumento 
ou constância da ansiedade. Depois de um período de tempo, o sistema nervoso 
parassimpático entra em ação. Seu papel é fazer com que o corpo retorne ao seu 
funcionamento normal, uma vez que o perigo detectado não exista mais. O sistema 
parassimpático é aquele que todos conhecemos e amamos por que ele nos traz de volta a um 
estado de calma e relaxamento. 
Quando nos empenhamos em uma estratégia de superação aprendida, como por exemplo, uma 
técnica de relaxamento, estamos na verdade estimulando o sistema nervoso parassimpático a 
entrar em ação. É sempre bom ter-se em mente que o sistema entrará em ação em algum 
momento, quer queira ou não. O corpo não pode continuar numa espiral crescente e constante 
de ansiedade. Chega um ponto onde ele deve simplesmente agir e contribuir, relaxando o 
corpo. Este é um dos muitos sistemas intuitivos de proteção do corpo para a nossa 
sobrevivência. 
Você pode dar o melhor de si durante os pensamentos preocupantes, mantendo o sistema 
nervoso parassimpático funcionando, mas eventualmente ele pára. Com o tempo, ele fica um 
pouco mais esperto do que nós e percebe que, na verdade, não há perigo algum. Nosso corpo é 
incrivelmente inteligente—a ciência moderna está sempre descobrindo fantásticos padrões de 
inteligência que ocorrem através das células do nosso corpo. O corpo humano parece ter 
infinitas maneiras de lidar com as mais complicadas funções, sem que percebamos. Fique 
tranqüilo tendo a certeza de que a meta principal de seu corpo é mantê-lo vivo e bem. 
Não está convencido ainda? 
Tente prender sua respiração pelo máximo de tempo possível. Não importa o quão forte seja a 
sua determinação, ela nunca anulará a vontade do corpo. Esta é uma boa notícia—não importa 
o quanto você tente se convencer de que morrerá de um ataque de pânico, isto não irá 
acontecer. Seu corpo irá 
 
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Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
superar este medo e buscar um estado de equilíbrio. Não há registro algum de alguém que 
tenha morrido de um ataque de pânico. Lembre-se disto na próxima vez que tiver uma dessas 
crises. A sua mente pode fazer com que as sensações continuem por mais tempo do que o 
corpo esperava, mas eventualmente tudo voltará a um estado de equilíbrio. Na verdade, 
equilíbrio (homeostácia) é o que o seu corpo tentará constantemente alcançar. 
Para seu corpo, a interferência não é diferente do que as sensações de estar se exercitando 
intensamente. Nosso corpo não se alarma com estes sintomas. Por que deveria? Ele conhece 
sua capacidade. É o nosso pensamento consciente que entra em pânico, que exagera e grita, 
completamente aterrorizado! Temos a tendência a temer o pior e exagerar nas nossas próprias 
sensações. Uma batida mais rápida do coração torna-se um ataque cardíaco. Uma mente 
hiperativa parece, e muito, com esquizofrenia. É nossa culpa? Na verdade não—estamos 
simplesmente fazendo um diagnóstico com informações errôneas. 
Efeitos Cardiovasculares 
A atividade no sistema nervoso simpático aumenta nossa freqüência cardíaca, acelera a 
corrente sangüínea do corpo, garante que todas as regiões estejam abastecidas de oxigênio e 
que produtos desnecessários sejam removidos. Isto acontece para que o corpo seja preparado 
para ação. 
Um fascinante atributo do mecanismo de "luta ou fuga" é que o sangue (que é direcionado das 
áreas onde não é necessário no momento através da constrição dos vasos sangüíneos) é trazido 
até regiões onde se precisa dele urgentemente. Por exemplo, se houver um ataque físico o 
sangue é drenado da pele, dedos da mão e dos pés para que menos sangue seja perdido, são 
levados até as "áreas ativas" como as coxas e os bíceps a fim de que o corpo se prepare para 
ação. É por esta razão que muitos sentem dormência e formigamento durante os ataques de 
pânico, normalmente interpretados como algum grave risco de saúde, como o anúncio de um 
ataque cardíaco. Curiosamente, a maioria das pessoas que sofrem de ansiedade 
 
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Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
freqüentemente sente que tem problemas de coração. Se você está realmente preocupado de 
que este seja o seu caso, consulte um médico. Pelo menos assim você pode descansar sua 
mente. 
Efeitos Respiratórios 
Um dos efeitos mais assustadores de um ataque de pânico é o medo de se sufocar ou de não 
conseguir respirar. É muito comum durante um ataque de pânico sentir um aperto no peito e 
na garganta. Tenho certeza de que todos apresentam algum medo de perder o controle da 
respiração. Por experiência própria, a ansiedade cresce a partir do medo de que sua respiração 
irá parar e você será incapaz de recuperá-la. Um ataque de pânico pode parar a nossa 
respiração? Não. 
Um ataque de pânico está associado ao aumento da velocidade e profundidade da respiração. 
Isto tem uma importância óbvia para a defesa do organismo, já que os tecidos precisam receber 
mais oxigênio a fim de se prepararem para agir. As sensações provocadas por esse aumento na 
respiração, entretanto, podem incluir dispnéia (falta de ar), hiperventilação (excesso de 
respiração), sensações de asfixia, esganamento e até dores e sensação de aperto no peito. O 
problema real é que tais sensações são estranhas para nós e não parecem naturais. 
Como eu mesmo já tive ataques extremos de pânico, lembro-me de não conseguir, em muitas 
ocasiões, confiar que meu corpo fosse respirar automaticamente e que por isso eu teria que 
fazê-lo manualmente, dizendo a mim mesmo quando inspirar e quando expirar. É claro que 
isto não supriu as necessidades de oxigênio do meu corpo e a sensação então aumentou junto 
à ansiedade. Somente quando empreguei a técnica que descreverei mais tarde, é que permite 
que o corpo faça o que faz de melhor — comandar todo o show. 
Um importante efeito colateral do aumento da respiração (especialmente se nenhuma 
atividade real acontecer) é que o suprimento de sangue à cabeça diminui. Embora esta 
redução seja minúscula e nem um pouco perigosa, provoca uma série de sintomas 
 
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Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
desagradáveis, porém inofensivos. Estes incluem tontura, visão embaçada, confusão, senso de 
irrealidade, além de vermelhidão e aumento da temperatura da pele. 
Outros Efeitos Físicos dos Ataques de Pânico 
Uma série de outros efeitos é provocada pela ativação do sistema nervoso simpático, nenhum 
deles é de maneira alguma, nocivo. Por exemplo, as pupilas se dilatam para permitir uma maior 
passagem de luz, podendo resultar em visão embaçada ou na impressão de "ver estrelas", etc. 
Há uma redução na salivação provocando boca seca. Há também uma diminuição na atividade 
do sistema digestivo, o que freqüentemente produz náuseas, sentimento de peso no estômago 
e até mesmo constipação (prisão de ventre). Finalmente, muitos dos grupos musculares se 
tencionam preparando-se para a reação de "luta/fuga", provocando sentimentos subjetivos de 
tensão que muitas vezes tornam-se dores e desconfortos reais, como tremedeiras e convulsões. 
De uma maneira geral, a reação de luta/fuga resulta numa ativação completa de todo o 
metabolismo do corpo. Desta formaa sensação normalmente é de se estar quente e corado, e 
já que este processo consome muita energia, a pessoa geralmente se sente cansada e 
esgotada. 
Manifestações Psíquicas 
O objetivo da reação de luta/fuga é deixar o indivíduo ciente do perigo em potencial que pode 
se apresentar. Portanto, quando ativado, a prioridade mental é procurar potenciais ameaças. 
Neste estado a pessoa fica altamente nervosa, por assim dizer. É muito difícil concentrar-se em 
alguma atividade específica, já que a mente foi condicionada a procurar todas as potenciais 
ameaças e não desistir até que tenham sido identificadas. Assim que o pânico acontece, muitas 
pessoas procuram pela saída mais fácil e rápida do lugar onde se encontram, como 
simplesmente abandonar a fila do banco e sair andando. Em algumas situações a ansiedade 
 
14 
Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
pode aumentar se sentirmos que a saída brusca pode causar algum tipo de constrangimento 
social. 
Se você tiver um ataque de pânico no local de trabalho, mas sentir que deve seguir em frente 
com a tarefa que estava realizando, é bastante compreensível que você tenha muita dificuldade 
em se concentrar. É muito comum sentir-se agitado e inquieto numa situação destas. Muitos 
indivíduos com quem trabalhei e que sofreram com ataques de pânico ao longo dos anos, 
apontam que luz artificial—como a que vem dos monitores de computador e telas de 
televisão—podem, muitas vezes, causar ou piorar um ataque de pânico, particularmente se a 
pessoa estiver se sentindo cansada ou exausta. Vale a pena ter isto em mente se você trabalha 
por longos períodos em um computador. Avisos regulares de descanso devem ser colocados em 
seu computador para que você se lembre de sair da mesa e respirar ar puro quando possível. 
Em outras situações, se durante um ataque de pânico uma ameaça externa não pode ser 
normalmente encontrada, a cabeça volta-se para o interior do indivíduo e começa a observar as 
possíveis doenças físicas ou mentais que possam estar sofrendo. Isto abrange desde achar que 
foi algo que você comeu no almoço até a possibilidade de uma parada cardíaca em andamento. 
A pergunta imediata é: Por que a reação de luta/fuga é ativada durante um ataque de pânico 
mesmo quando aparentemente não há nada a se temer? 
Analisando de perto, temos a impressão de que o que nos causa medo são as próprias 
sensações—tememos que o corpo esteja perdendo o controle. Estes sintomas físicos 
inesperados provocam o medo ou pânico de algo estar terrivelmente errado. Para começar, por 
que você sofre os sintomas físicos da reação de luta/fuga se não está com medo? Existem 
muitas maneiras pelas quais estes sintomas podem se manifestar, não apenas através do medo. 
Por exemplo, pode ser que você tenha ficado estressado de uma maneira geral por alguma 
razão em sua vida e este estresse resulte em um aumento da produção de adrenalina e outras 
substâncias que, de vez em quando, provocam sintomas. Este aumento da adrenalina pode ser 
mantido quimicamente no corpo, mesmo muito tempo depois de o estresse ter passado. Outra 
 
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Tratamento do Síndrome do Pânico – www.SindromeDoPanico.net 
possibilidade é a dieta, que afeta diretamente nosso nível de estresse. Cafeína, álcool e açúcar 
em excesso são conhecidos por estressar o corpo (O Capítulo 5 apresenta uma discussão 
completa sobre a dieta e sua importância). 
Emoções mal resolvidas são apontadas, muitas vezes, como possíveis causadoras de ataques de 
pânico. Mas é importante ressaltar que eliminar os ataques de pânico da sua vida não requer 
necessariamente analisar sua psique e vasculhar o seu subconsciente. A técnica do "Movimento 
único" lhe ensinará a lidar com o momento presente e neutralizar o ataque, além de remover a 
base que dá início à ansiedade inicial. 
Antes de passar para o ponto-chave examinaremos alguns dos mitos comuns e erros de 
interpretação sobre o distúrbio de ansiedade. 
 
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Capítulo 2 – Interpretando o Pânico 
Mitos e Erros de Interpretação 
"Estou enlouquecendo?" 
É compreensível que qualquer pessoa tema estar enlouquecendo quando tem os primeiros 
ataques de pânico. O verdadeiro conhecimento da população sobre as doenças mentais é 
pouquíssimo, o que normalmente provoca conclusões extremas. Estas conclusões geralmente 
são baseadas em más informações e imaginação exagerada. 
O problema de saúde mental mais conhecido é a esquizofrenia — até mesmo a palavra em si 
causa terror ao cidadão comum. A esquizofrenia é um distúrbio grave caracterizado por 
sintomas severos como pensamentos e comunicação verbal desarticulados, fala rápida e 
incompreensível, ilusões, crenças estranhas (por exemplo, os esquizofrênicos muitas vezes 
afirmam ouvir vozes interiores) e alucinações. Além disso, esta doença é amplamente aceita 
como uma doença genética, com grande incidência em membros da mesma família. 
A esquizofrenia geralmente começa muito gradualmente e não de forma abrupta (como um 
ataque de pânico). Sem contar que, por ser uma doença hereditária, apenas certa proporção da 
população pode se tornar esquizofrênica, enquanto em outras pessoas estresse algum pode 
desencadeá-la. Outro ponto importante é que as pessoas que se tornam esquizofrênicas 
comumente apresentarão alguns sintomas leves durante a maioria de suas vidas (como 
pensamentos incomuns, discursos retóricos, etc.). Portanto, se isto ainda não foi percebido em 
você, as chances são de que você não venha a se tornar um esquizofrênico. Isto é ainda mais 
verdadeiro se você tem mais de 25 anos, já que a esquizofrenia geralmente se manifesta entre 
a adolescência e os 23 anos. 
 
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Perdendo o Controle 
Durante um ataque de pânico, algumas pessoas tendem a acreditar que vão "perder o 
controle". Esta perda de controle pode ser corporal, ou seja, que todos os seus órgãos vitais vão 
parar completamente de funcionar levando o corpo à desordem total, ou que o indivíduo vai 
mentalmente perder o senso de realidade. Geralmente são aqueles que odeiam 
constrangimentos sociais quem sofrem mais deste medo. 
Perder controle pode significar desde atropelar com seu carro um pedestre inocente até pegar 
uma faca e matar a pessoa mais próxima e que você mais ama (não que todos nós não 
pensemos nisso de vez em quando!). Não se preocupe! Por mais assustadores que estes 
pensamentos possam ser, você não cometerá nenhum desses atos. Relaxe. Você só está tendo 
tais pensamentos porque seu corpo se sente fora de controle. Sua mente pensa que se seu 
corpo está fora de controle, ela é a próxima da lista. Você não irá perdê-lo. Na verdade tenho 
certeza de que em todos os ataques de pânico que você possa ter tido em lugares públicos, 
ninguém percebeu o seu desconforto. Somos, por natureza, animais sociais e tememos ser 
vistos em qualquer tipo de situação constrangedora. Pular da sua cadeira em uma reunião de 
negócios e gritar por uma ambulância pode passar pela sua cabeça, mas é improvável que 
aconteça. No final das contas, mesmo que nós realmente tenhamos vergonha na frente dos 
outros, isto realmente importa? Temos que aprender a sermos gentis conosco. Sendo assim, 
qual o problema se causarmos uma cena e um grande constrangimento? A vida é muito curta 
para se manter as aparências o tempo todo. Na verdade, quanto mais honesto você for com os 
seus medos, menos pressão você submeterá a si mesmo. 
 
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Desmaiando em Público 
O centro do medo de desmaiar em público é que nos tornamos repentinamente muito 
vulneráveis, especialmente se estivermos sozinhos. Quem irá nos cuidar enquanto estamos 
deitados, esparramados na calçada? 
Também tememos a idéia de desmaiar por medo de nunca mais acordar e entrar em coma. 
Desmaios são causados por falta de sangueno cérebro. Quando desmaiamos, o corpo vai ao 
chão e permite que o sangue seja facilmente levado ao cérebro—o que é, novamente, outro 
dos inteligentes mecanismos de segurança do corpo. Desmaiar durante um ataque de pânico é 
bastante incomum devido à grande quantidade de sangue que está circulando. Seu coração 
normalmente bate rápido e há pouca preocupação com o fato do cérebro não receber 
suprimento fresco. A tontura muitas vezes sentida durante um ataque de pânico e causada pelo 
aumento da respiração e ainda que cause confusão no indivíduo, é inofensiva e não leva ao 
desmaio. 
Ataques do Coração 
Este é realmente um assunto delicado e praticamente todo mundo que já teve um ataque de 
pânico, em algum momento, temerá pela saúde do seu coração. Vamos analisar os fatos sobre 
as doenças cardíacas e ver de que forma diferem dos ataques de pânico. 
Os sintomas principais das doenças cardíacas são: falta de ar e dores no peito, além de 
palpitações ocasionais e desmaios. Tais sintomas estão geralmente relacionados à quantidade 
executada de esforço físico. Isto é, quanto mais você se exercita, piores os sintomas e 
exercitando-se menos eles melhoram. 
Os sintomas normalmente vão embora rapidamente assim que o indivíduo descansa. Bem 
diferente dos sintomas associados aos ataques de pânico. Certamente, sintomas de pânico 
 
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podem ocorrer durante o exercício, mas são diferentes dos sintomas de um ataque do coração, 
pois ocorrem freqüentemente quando se está parado. Mais importante ainda, doenças 
cardíacas quase sempre produzirão grandes mudanças elétricas no coração, que são 
obviamente percebidas em um Eletrocardiograma (ECG). Em ataques de pânico a única 
mudança que aparece no ECG é um pequeno aumento da freqüência cardíaca. 
Algumas vezes os indivíduos passam por preocupações com seus corações similares às 
preocupações com suas respirações. As pessoas se convencem de que ao se preocupar 
bastante com seus corações, ou se concentrarem demasiadamente nas ações cardíacas, ele se 
confundirá de alguma forma e se esquecerá de bater corretamente. É muito comum entre as 
pessoas que sofrem ataque de pânico checar regularmente seus corações em intervalos, para 
ter certeza de que eles ainda estejam batendo. 
É verdade que, mentalmente, todos podemos afetar o padrão das batidas dos nossos corações. 
Quando você se concentra muito pode perceber uma ou duas batidas irregulares. Não há nada 
de preocupante nisto. Lembre-se de que nosso corpo tem uma inteligência interna incrível e 
dizer ao seu coração, em pânico, que ele pode parar não significa que irá prestar atenção. 
Aprenda a ficar mais confortável com o seu coração, deixe que ele faça o trabalho dele. Escute 
seu coração quando relaxado e quando estiver se exercitando. Quanto mais confortável você 
estiver com a diversidade e abrangência de suas batidas, mais confiante será durante uma 
atividade intensa. 
Se você está preocupado com problemas cardíacos, presenteie-se com um ECG e tire isso da 
cabeça. Caso você já tenha feito um ECG e o médico lhe disse que está tudo bem, pode 
seguramente assumir que não tem problemas cardíacos. Ainda, se seus sintomas acontecem a 
qualquer hora e não apenas sob esforço, é mais uma evidência da ausência de distúrbios 
cardíacos. 
 
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Irrealidade/Estado de Desconexão 
Há um sintoma não mencionado freqüentemente na literatura sobre ataques de pânico 
(induzido pela ansiedade extrema) que eu gostaria de discutir. É a sensação de irrealidade. 
Muitas pessoas ficam agoniadas com esta sensação e acham que estão enlouquecendo. 
Pessoas que têm ataques de pânico relatam sentirem-se desconectadas de seu mundo, ou a 
sensação de que nada é real. A sensação é descrita como se o mundo nada mais fosse do que a 
projeção de um filme. 
Esta situação é bastante angustiante, pois muitas vezes leva o indivíduo a acreditar que algum 
dano permanente foi causado ao seu cérebro, provocando tais sensações. Um exemplo típico é 
quando o indivíduo está conversando com alguém e repentinamente sente-se totalmente 
isolado e excluído da situação. Uma vez que a sensação surge, pode ser tão impactante que 
demora dias para que o estranho sentimento desapareça. Menciono isto porque normalmente 
não se fala sobre esta condição e também para reafirmar àqueles de vocês que possam ter tido 
esta sensação, que é apenas um efeito colateral da ansiedade extrema e que irá passar assim 
que o corpo aprender a relaxar. Uma vez que o corpo volte ao normal e disperse as substâncias 
químicas produzidas em excesso pelas glândulas adrenais, esta sensação estranha irá dissipar-
se. Dê tempo ao tempo e este sentimento sumirá enquanto você passa de uma vida de 
ansiedade para uma vida muito mais tranqüila. 
Analisamos as características comuns dos ataques de pânico. Agora, vamos ver como 
neutralizá-lo. 
 
 
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Capítulo 3 – A Técnica do 
“Movimento Único” 
Todos estão cientes do quão assustador um ataque de pânico pode ser. Nossa cabeça viaja na 
possibilidade de uma mente e um corpo fora de controle. Colocamos em uso todos os 
mecanismos de superação que temos e, quando eles falham, nos sentimos vulneráveis e 
sozinhos com diversas sensações corporais desconcertantes e pensamentos aterrorizantes. 
Permitam-me dividir com vocês minha visão de como os ataques de pânico mudaram por 
completo a minha vida—de uma vida de medo para uma de coragem e autoconfiança 
verdadeira. A técnica é sutil e mesmo assim quero que vocês a considerem cuidadosamente, 
pois ela não só eliminou totalmente os ataques de pânico da minha vida, mas também das 
vidas de muitos que sofriam do mesmo mal há tempos. É diferente de qualquer outro 
tratamento de distúrbio de ansiedade que eu já me deparei, pois ataca diretamente o âmago 
da ansiedade e dos ataques de pânico. 
A abordagem tradicional para lidar com distúrbios de ansiedade é falha. As pessoas são 
constantemente ensinadas a usar o confronto e a superação para "derrubar" suas ansiedades. 
Existem inúmeras técnicas de superação que são recomendadas e ensinadas como "armas" 
para vencer os perigosíssimos "ataques de pânico". Até mesmo o termo "ataque de pânico" é 
sugestivo para batalhas e conflitos. Ataques de pânico são descritos como uma força externa 
que visa derrotar e levar ao isolamento aqueles que os têm. A verdadeira realidade do assunto 
é que não há um ataque real nem um atacante. Ataques de pânico não são ameaçadores ou 
perigosos; são uma percepção ampliada de uma série de sensações corporais. Mas onde está a 
verdadeira resposta para uma vida sem pânico? Está em uma batalha contínua para frustrar o 
avanço da ansiedade ou quem sofre com isso tem que se resignar a viver pra sempre com esta 
condição perturbadora pelo resto da vida? 
 
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A resposta foi descoberta observando a natureza. Esta é uma ótima professora, observe como 
ela lida com forças opostas. A árvore se inclina com o vento, o rio corre em torno da pedra, o 
verão abre caminho para o outono. A natureza nunca luta, nunca resiste, tudo flui com uma 
aceitação inata e aí está a chave para lidar com os ataques de pânico. 
Nossos instintos primordiais nos dizem para nos afastarmos e nos protegermos do medo. Ou 
lutamos com nossas melhores técnicas de superação ou nos fechamos e corremos para um 
refúgio seguro. Todas estas ações criam uma luta interna. Como um cabo-de-guerra no caso de 
um ataque de pânico, juntamos nossas forças e lutamos contra a ansiedade com resistência 
máxima, tentamos superar/lidar com a situação provocando ainda mais estresse interno, medo 
e conflito. Pensamos de maneira nervosa, "E se eu perder esta luta?" "O que acontecerá se a 
ansiedade me vencer? Serei hospitalizado,ou pior, ficarei louco?" Enquanto enfrentamos estes 
pensamentos, apertamos nossa captação mental e nos afastamos da ameaça através da 
tentativa de suprimir estas sensações. Podemos tomar remédios calmantes, iniciar uma série 
de exercícios de superação ou até mesmo beber um pouco de álcool para suprimir esses 
sentimentos assustadores que estão percorrendo nosso corpo. 
Algumas vezes, quando temos sorte, estamos em boas condições para lutar e o medo 
aparentemente desaparece. Outras vezes, perdemos feio e experimentamos ataques de pânico 
com força máxima enquanto o medo destrói nossas emoções fazendo que nos sintamos 
vulneráveis e amedrontados. Não importa a forma que aconteça, sempre somos deixados com 
um último e recorrente pensamento: "Quando acontecerá novamente? Quando terei que 
combater este terror de novo?" 
Assim que os intrigantes sinais de um ataque de pânico aparecem, como a aceleração da 
respiração ou o aumento da freqüência cardíaca, imediatamente tentamos cortar e controlar as 
sensações na esperança de forçar um estado de relativa tranqüilidade. Aqueles que sofrem de 
ataques regulares de pânico muitas vezes mencionam que o seu medo predominante é o de 
perder o controle do corpo e da mente. 
 
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Fazemos o melhor que podemos para controlar a situação e, ao fazer isso, não permitimos que 
nosso corpo flua nas funções corporais ampliadas causadas pela reação de lutar ou fugir. 
Fechamos-nos e tencionamos nossos músculos, ainda que estejamos nos preparando para uma 
colisão psicológica. Esta preparação para colisão é similar àquela que nosso corpo realiza para 
uma colisão física da vida real, como um acidente de carro. 
Usando uma simples analogia de um acidente de carro, podemos observar o iminente perigo 
adiante na estrada e respondemos com reflexos automáticos a partir da adrenalina liberada na 
corrente sangüínea. Então, aplicamos toda e qualquer manobra de fuga que pudermos a fim de 
evitar a ameaça extremamente real de um impacto físico. A diferença principal para um ataque 
de pânico é que não há ameaça real. Ao invés de uma rápida explosão de ansiedade que 
normalmente se dissiparia assim que a ameaça terminasse, uma pessoa sofrendo de ataques de 
pânico revê a ameaça observada várias e várias vezes em câmera lenta, levando-a a um estado 
prolongado de ansiedade extrema. 
Antes de apresentar-lhe a técnica do "Movimento único", é importante entender: Nunca existe 
uma colisão prejudicial psicológica ou física durante um ataque de pânico. Pode parecer que 
exista uma ameaça real e presente, como no exemplo do acidente de carro. Lembre a si mesmo 
de todas as ocasiões anteriores em que você saiu ileso dos ataques de pânico. Pense em todos 
os ataques de pânico que você viveu e como você sempre chegou do outro lado — 
possivelmente apavorado, porém vivo e inteiro, sem ter sofrido nenhum mal em seu corpo, 
excepto pelo possível cansaço. A real questão aqui, que causa a maior parte da angústia e 
compreensível agonia, é o medo de o dano que um ataque de pânico supostamente causa. 
Então onde isso nos leva? A primeira pista para uma recuperação bem-sucedida está em nossa 
capacidade de ativar um ataque de pânico, de se comprometer totalmente com a experiência. 
Para usar um clichê, precisamos "fluir com ele", tornando-nos observadores do medo e da 
ansiedade, não vítimas. O medo e o pânico vivido durante ansiedade extrema é resultado de o 
indivíduo reagindo às suas emoções e identificando-se com o aviso de um "ataque", 
 
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acreditando numa real e iminente ameaça física ou psicológica. Então o primeiro ponto para a 
compreensão é que não há pânico se não há ameaça. 
Você percebe que há uma grande semelhança entre um ataque de pânico e uma volta em uma 
montanha-russa? Os dois são experiências estimulantes que excitam nosso sistema nervoso e 
aumentam nossa percepção corporal. A montanha russa, no entanto, não nos causa tanto 
pânico, pois estamos bem cientes de que não corremos risco de vida e logo pararemos em 
segurança. Esta é a mesma atitude que precisamos adoptar ao enfrentarmos os ataques de 
pânico. O que difere é apenas a nossa interpretação. Estamos procurando mudar essa 
interpretação. O que isto significa em termos práticos? Significa que se você aceitar o medo e 
deixar as emoções e sensações correrem livremente através de si, em vez de se fechar frente a 
um iminente ataque de pânico, seu medo imediatamente diminui. As sensações que 
normalmente o apavoram, não passam disso, sensações, e nada mais, como suor nas mãos, 
tontura, palpitações, falta de ar, etc. o incomodará. Sim, são sensações desconfortáveis, mas o 
ponto-chave para esta abordagem é que elas não levam a um ataque de pânico. 
Não que você nunca vá se sentir ansioso; certo nível de ansiedade faz parte do dia-a-dia. A 
diferença é que a sua ansiedade ocasional vai se desenvolver até uma experiência de maior 
ansiedade. O sentimento esporádico de ansiedade é bom e vivido por todos. Sua nova resposta 
é colocar-se em sintonia com todas as pessoas que nunca tiveram ataques de pânico porque 
seus sentimentos não se desenvolvem até uma sensação exagerada e irracional de medo. 
Então por onde começamos? Já que não há perigo, não há ameaça real. Esta compreensão 
simples, mas verdadeira, combinada com a técnica do "Movimento Único" descrita abaixo 
serão as ferramentas pelas quais você aprenderá a neutralizar os ataques de pânico em 
segundos! 
Vamos analisar, então, o primeiro passo para neutralizar um ataque de pânico. 
 
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- Abraçar e aceitar o medo para que as emoções corram livremente e se dissipem, ao invés de 
trancar-se em um ciclo vicioso de ansiedade recorrente. Em outras palavras, observe e não 
reaja. 
A faísca inicial que dispara um ataque de pânico origina-se a partir de um conflito interno, 
localizado, normalmente, no fundo do nosso subconsciente. O que causou este conflito inicial é 
irrelevante, já que varia muito para cada um e é desnecessário saber disso para eliminar os 
ataques de pânico. De todo o jeito, visite um psicoterapeuta e descubra a raiz da ansiedade, 
mas esteja ciente de que isto apenas lhe dará a percepção do gatilho original, e não 
necessariamente resultará na cura da sua condição. O que estamos procurando é um 
reconhecimento consciente do ataque de pânico e uma nova e mais forte resposta para ele 
quando surgir. Uma reação que anulará o ataque de pânico quando estiver chegando e 
eliminará o padrão dos ataques recorrentes. 
Durante os momentos iniciais de um ataque de pânico, você perceberá alguns padrões 
familiares. Para muitos, pode ser simplesmente um sentimento de desconforto ou aperto no 
estômago, uma respiração mais curta ou pressão no peito. Os sintomas normalmente começam 
em um nível muito subtil, algumas vezes horas ou dias antes do verdadeiro ataque, 
dependendo da situação. Quando você sentir as sensações iniciais que geralmente 
acompanham uma crise, pare o que estiver fazendo e, se possível, encontre um lugar 
confortável para si mesmo e fique sozinho. Desta vez, porém, você não está preparando a cena 
para entrar em uma batalha como antes, mas está preparando o espaço — um espaço de 
aceitação para convidar e dar as boas vindas ao medo e à ansiedade. 
Abrace o medo quando surgir dentro de você. Envie uma pequena mensagem mental dizendo 
que você está feliz com a visita dele, você estará enviando um “seja bem-vindo" aconchegante. 
Envie uma mensagem de que você está convidando este sentimento para dentro do seu corpo 
e sua mente. Trate-o como um velho amigo que está vindo lhe visitar. Você o está recebendo 
mais perto para conhecê-lo e observá-lo. Não é anormal estar se sentindo um pouco 
apreensivo a esta altura, já que esta nova abordagem pode parecer estranha— convidar a 
 
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ansiedade para que chegue mais perto. Você está na verdade convidando e saudando o pânico 
que normalmente o perturba e assusta. 
– Seja firme. Apenas observe enquanto o sentimento de medo surge e se aproxima. 
Se você é do tipo visual, pode querer dar à ansiedade uma imagem mental como uma criança 
irritante ou um personagem engraçado de desenho animado. 
Deixe o medo tomar conta de você. Sinta toda e cada sensação em detalhes. Não estamos 
tentando fugir do ataque de pânico desta vez — de fato, estamos na verdade tentando abraçá-
lo completamente. 
Mantenha-se com as sensações e as observe como se observasse uma onda no oceano 
enquanto ela quebra e surge de novo por todo o seu corpo. O período de tempo estimado para 
cada ataque de pânico individual é de cerca de vinte minutos. 
Chegará uma hora em que você pode observar e experimentar até um ponto, e então ficará 
impressionado, você pode querer lutar contra ou retirar-se em segurança. Isto é compreensível, 
pois as sensações podem ser muito desconfortáveis. Entretanto, este é o ponto vital do 
processo. Sinaliza o momento para o uso da técnica que fez toda a diferença na minha vida — o 
"Movimento Único". Neste momento-chave, quando você sentir que tudo está perdido e que 
não consegue mais continuar a observar e experimentar as fortes sensações, identifique a fonte 
da sua ansiedade e exija mais. 
MAIS? 
Você está pensando, "Só pode ser brincadeira!", "Eu mal aguento isso, quanto mais uma dose 
extra". 
Exija mais! Grite se quiser, mas deixe sua ansiedade saber que você está fazendo uma firme 
exigência de querer experimentar o pior que ela pode lhe oferecer! O pedido de mais é a mais 
poderosa declaração que você pode fazer, em meio a um ataque de pânico com força total. 
 
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Envia uma declaração clara e forte que, por trás de tudo, você está desafiando o blefe do medo, 
você ainda está realmente no controle e sempre esteve. Até então, você estava apenas 
observando. Como ao andar de montanha-russa você estava se permitindo sentir aquela 
experiência, as sensações de medo. Você foi um participante pago e por vontade própria, não 
uma vítima. Agora você está conscientemente se movendo em direcção ao medo, exigindo que 
ele lhe mostre mais destas incomuns sensações físicas que você está passando. 
Aqui estão algumas frases que você pode usar e repetir pra si mesmo: 
"Sinto-me ansioso, mas agora me mostre como é estar muito, muito ansioso" "Mostre-me como 
é sentir minha garganta e meu peito ainda mais apertados" 
"Posso sentir meu estômago embrulhado, mas eu quero saber como seria se ficasse ainda pior, 
consegue deixá-lo pior? Isto é o pior que pode fazer?" "Percebo todo o tipo de pensamentos 
assustadores passando pela minha cabeça; torne-os mais rápidos, existem mais desses 
pensamentos assustadores?" 
Esta exigência é algo que o medo não consegue cumprir. Você está voluntariamente se 
movendo na mesma direcção que as sensações, não dando chance para que o medo possa criar 
o conflito mental e a ansiedade. Isto atinge a ansiedade em cheio, pois não há mais combustível 
para manter a campanha do terror. O fusível que estava perigosamente perto de explodir em 
um ataque de pânico extremo é eliminado. A novidade é que esta atitude desafia o blefe do 
medo e é neste momento que ele, até então controlando toda a experiência, revela a verdade 
por trás da situação — desde o começo nunca houve nada a temer realmente. A ameaça era 
uma farsa. O ataque de pânico fracassou, nunca houve uma ameaça real e tangível. 
Seu medo não tem escolha, a não ser retirar-se. Você não lhe deu espaço para manobrar. 
Pode ajudar exigir mais de uma maneira agressiva. As sensações, claro, são desagradáveis e 
ninguém está tentando fingir o contrário — mas isto não tem que lhe impedir de experimentá-
las por completo. Na verdade você sempre as vivenciou por inteiro, mas desta vez está 
 
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participando porque quer. O que você está fazendo é declarando com confiança em si mesmo 
e, ao seu corpo, ser capaz de viver esta e qualquer quantidade de ansiedade extrema que possa 
surgir em seu caminho porque você sabe a verdade. Não há nada a temer. Eu sugiro mudança 
nestas últimas linhas, a idéia não está clara, coerente. 
Insista em pedir mais. 
O medo não sabe como lidar com essa exigência; fica completamente confuso com essa nova 
reação, não tem outra opção a não ser entrar em colapso consigo mesmo e desaparecer. O 
medo alimenta a ausência do medo; Você está eliminando o combustível que move um ataque 
de pânico. Agora não há conflito, nada com o que alimentá-lo. Como medida extra (com o 
medo se extinguindo), silenciosamente diga a ele: "Isto é o melhor que pode fazer?" Convide-o 
a voltar! "Fique, você não tem mais nada com o que me aterrorizar?" Enquanto vai embora — e 
ele irá — despeça-se dele e novamente mantenha aberto o convite para que retorne. Você 
precisa acolher a ansiedade para que ela retorne a fim de acabar com pensamentos 
prolongados de um retorno inesperado. Você está falando do medo ou da ansiedade? Parece-
me que há uma diferença entre esses sentimentos, apesar de semelhantes. 
Quando feito corretamente, os resultados desta técnica são instantâneos. Você sentirá 
imediatamente o momento decisivo e o sistema nervoso parassimpático, do qual falamos 
anteriormente, entrar em ação restabelecendo a calma. É como se você tivesse passado para o 
outro lado do medo com confiança renovada. Não houve abismos nem penhascos para que 
você despencasse. Tudo não passou de uma série de sensações físicas. 
Pode ser que você perceba o medo tentando voltar, ou seja, alguma coisa aterrorizante, como 
um pensamento assustador passando pela sua cabeça. Não se preocupe. É apenas o ciclo de 
encerramento da ansiedade. Não deixe que tome conta de você. Observe-o da mesma forma 
que antes, como se olhasse para uma nuvem passando no céu e deixe que vá embora. Lembre-
se, observe e não reaja. Mantenha-se firme e continue a observar seu corpo e sua mente. Fique 
 
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tranqüilo sabendo que não importa o que venha a surgir em seu caminho você sabe como 
resolver. Deixe que esta seja sua oração diária. 
"Posso lidar com qualquer situação que a vida coloque em meu caminho" 
No início você provavelmente achará difícil acreditar em si mesmo para exigir mais, já que os 
ataques de pânico podem ter minado sua autoconfiança. Isto é mais do que natural—você 
pode flagrar-se pedindo mais e então imediatamente sair correndo com as mãos pra cima. Não 
deixe que qualquer empecilho o preocupe. Pratique e pratique. Se você não conseguir 
resultados imediatos, continue; quanto mais usar esta técnica mais você verá a força que ela 
tem. Com o tempo você chegará ao ponto de sentir um ataque de pânico chegando e lhe dar as 
boas vindas, com todo o seu corpo e mente de maneira sincera. Você entenderá, 
verdadeiramente, que não há nada com o que se preocupar. Você pedirá mentalmente para 
que sua ansiedade entre — mas desta vez ela não aparecerá. Você já notou que quando se 
sente relaxado não consegue provocar em si mesmo um ataque de pânico, não importa o 
quanto tente? Tampouco consegue forçar a si mesmo para que se sinta empolgado ou radiante. 
Por mais força que empregue você não consegue fazer o seu corpo ter um ataque de pânico. 
Agora você sabe o porquê. Mover-se em direção ao medo elimina a fonte que este exerce 
sobre você do seu poder. Ambíguo: a fonte do medo ou sua fonte? Você provavelmente está 
pensando: "De jeito nenhum! Não vou pedir por mais sensações de pânico, conhecendo a 
minha sorte, é exatamente isto que vou conseguir, finalmente chegarei e morrerei". Você teme 
que se realmente pedir por mais medo,mais ansiedade, esta exigência lhe criará mais 
problemas. 
Confie em si mesmo. Confie na capacidade de seu corpo em lidar com a situação. 
Aplique o que você leu aqui, pratique; será seu melhor aliado nos momentos mais 
assustadores. 
Vamos usar um exemplo e colocar isto em prática. 
 
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Você está em um trem e acabou de sentar-se. Foi um longo dia; você está cansado e pretende 
dormir durante o trajeto. O apito soa e a porta do trem se fecha com um som alto. Um 
pensamento de ansiedade passa pela sua cabeça. 
"E se eu tiver um ataque de pânico neste trem? Como irei superar? Não poderei descer do 
trem!" 
E então uma nova crise inicia-se. De repente seu peito sente um aperto; você percebe sua 
freqüência cardíaca aumentar. Rapidamente olha em volta. Algum rosto amistoso para que 
você possa se consolar? Nenhum. Os sintomas iniciais de um ataque de pânico começam. E aí 
vamos nós, analisaremos primeiro a forma com a qual você vem lidando com isto: 
À medida que sua freqüência cardíaca aumenta você fica nervoso. Deve ter aprendido algumas 
técnicas de respiração e então você as coloca em prática. Um dos problemas com as técnicas de 
respiração, apesar de serem úteis, é que os resultados nunca parecem ser rápidos ou evidentes 
o suficiente. Portanto, são raramente executados até o fim e mantidos. Muitas pessoas não 
gostam de concentrar-se em sua respiração, pois sentem que isto apenas causa uma sensação 
de sufocamento e mais intensidade de quê? Não fica claro. 
Então a respiração parece não estar funcionando. Provavelmente sua próxima ação é levantar-
se e dar uma volta. Entrar no banheiro, por exemplo, onde você pode ficar sozinho. Levantar-se 
e caminhar faz com que você se sinta menos encurralado. Você fecha a porta do banheiro e 
senta-se no vaso. 
Sente-se um pouco melhor. É bom estar sozinho—longe de qualquer um que possa vê-lo em 
desespero e fazendo papel de bobo. O problema é que você está começando a se sentir 
encurralado novamente e não há mais lugares para aonde correr. Você procura em seu bolso e 
pega seu relaxante de emergência para ataques de pânico. Não precisa ser necessariamente 
um medicamento; talvez uma pequena garrafa de bebida alcoólica ou até mesmo um rosário. 
Qualquer que seja a sua supressão, isto é o melhor que você pode fazer. Caso contrário você 
terá que usar a última estratégia de superação— puxar a corda de emergência e saltar do trem. 
 
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Esta situação, como a maioria dos ataques de pânico, é de agravamento da crise e exaustão das 
técnicas de superação. 
Agora vamos tentar o mesmo cenário com a nova compreensão: 
Quando você ouve a porta do trem se fechar, os pensamentos amedrontadores surgem desta 
vez, você não reage com terror, mas simplesmente observando — talvez uma leve excitação, já 
que lhe será oferecida uma nova oportunidade de aprender mais sobre seus ataques de pânico. 
Não estou dizendo que você não vai ter medo — isto é algo inevitável. Mas a diferença é que 
seja qual for as sensações que você vai experimentar, irá se dedicar a elas. Você é um 
sobrevivente. 
Seu coração está batendo mais rápido agora e você percebe sua respiração se tornado curta e 
rápida. Você decide continuar sentindo tudo isso — cem por cento. Uma idéia o arrepia e lhe 
diz para se levantar, andar por aí, ir ao banheiro. Você decide que não. Diz a si mesmo que caso 
se torne realmente intenso, talvez considere isto como uma última opção. Mas por enquanto, 
você resistirá onde está. 
Você está agora no momento de um ataque de pânico. Está ouvindo seus pensamentos 
apavorantes e mal sente as estranhas sensações físicas. Está satisfeito consigo mesmo. Percebe 
que está surfando na onda de ansiedade e nem mesmo começou a usar as técnicas de 
superação. Então ela se intensifica. Você começa a sentir um medo extremo em seu estômago, 
enquanto seu braço esquerdo parece ser espetado por alfinetes e agulhas. Você está atingindo 
o clímax da ansiedade. Examina todas as suas opções— grite, fuja ou peça mais. Então é isso 
que você faz — pede mais. Na verdade você exige, com firmeza, que o pânico aumente até que 
você experimente a abrangência total da emoção. Alguns segundos se passam. Sem aumento 
algum, você pede novamente — e mais uma vez, nada. Na verdade, as coisas começam a se 
acalmar. Seu coração não está acelerado como antes, o seu peito parece de alguma forma mais 
leve. Está chegando ao fim. Agora pode realmente sentir-se confiante! Você não só atravessou 
um ataque de pânico, mas também o acompanhou e o vivenciou por inteiro. Manteve seu 
 
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território, não de maneira agressiva, mas como um explorador, buscando sentir toda a 
extensão de suas experiências. Não ficou medo algum de um novo ataque de pânico em sua 
viagem de trem porque você está seguro de que caso apareça, irá suportá-lo como o anterior. 
Você fecha os olhos e relaxa confiante em seu assento. 
 
O que você está fazendo é encarando o medo sem confrontá-lo. Você está convidando-o à sua 
vida, tornando-o seu, dominando-o. 
É uma reviravolta total em tudo que já foi ensinado anteriormente. Normalmente nos dizem 
para combatermos as crises usando técnicas de superação e após um significativo período de 
tempo, você vencerá sua ansiedade. Contorne esta abordagem submissa. Vá para a linha de 
chegada. Tente o oposto total—auxilie seu medo, e então observe sua ansiedade perder a força 
rapidamente. 
Esta não é de maneira nenhuma uma técnica nova. Podemos ver como isto foi aplicado no 
passado em diversas áreas na busca de uma vida bem-sucedida. 
As milenares artes marciais chinesas como o aikidô, usam esta abordagem como autodefesa. 
Quando estavam frente a um agressor, os praticantes que iniciavam nestas escolas de defesa 
eram ensinados que a melhor de todas as maneiras para se defender era nunca reagir, em 
primeiro lugar. Simplesmente observe e se afaste. Caso um ataque persista depois de se ter 
tentado o caminho da não resistência, era ensinado aos iniciantes movimentos como o 
bloqueio das mãos, para canalizar a energia do agressor de uma forma inofensiva e deixar que 
siga seu caminho. Eventualmente o agressor (após ir ao chão por muitas e muitas vezes) desiste 
e recua. Ele se torna inofensivo. O perigo foi desarmado. 
Descrevo o medo de forma simples—como uma força externa, um invasor que vem visitar. A 
verdade é que fomos nós quem criamos tudo—um jogo com nós mesmos. O medo é uma 
reação exagerada às sensações corporais. Quero destacar o fato de que isto não é apenas um 
 
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processo onde simplesmente se observa a ansiedade ou, usando um termo popular, "fluindo" 
com a ansiedade. O método de aceitar e observar é mencionado e usado em outras abordagens 
cognitivas de como lidar com a ansiedade, mas se realiza apenas o primeiro passo da técnica do 
Movimento Único. 
Por si só, a observação não chega nem perto de ser forte o suficiente para parar o ataque em 
seu andamento. Apenas observar é como sentar imóvel em uma cerca. É uma posição de 
neutralidade, embora você possa ter notado, no passado, que permanecer neutro em direção à 
ansiedade não é algo comum. Para realmente eliminar de vez os ataques de pânico você 
precisa de um elemento extra. Você precisa de ação. Esta ação é interna e em direção à 
ansiedade e aos ataques de pânico. Pedir por mais é uma destas ações. Devido à sua natureza 
simples, é um conceito muitas vezes descartado ou negligenciado pelos médicos. 
Não se confunda com o jargão acadêmico usado para explicar seus distúrbios de ansiedade. O 
que os psicólogos e médicos não explicam a você é que o mecanismo da ansiedade não é um 
problema complexo. Sim, os problemas em sua vida ou as reações químicas do seu corpo que 
ocasionama ansiedade inicial podem ser complexos, mas ser capaz de entender e desarmar o 
mecanismo da ansiedade não é um processo complexo. "Os 33 Passos para Livrar-se da 
Ansiedade" não é uma solução. É simplesmente uma lista elaborada de habilidades de 
superação. Você só precisa de um passo, um movimento voltado para o âmago da ansiedade. 
Esta mudança de pensamento vai levar-lo aos resultados que está procurando. Lembre-se, a 
ansiedade não é algo lógico. Olhe para os medos que passam pela sua mente; eles não têm 
fundamento para serem validados, nem apresentam razão ou estrutura. 
Os ataques de pânico são totalmente ilógicos; não fazem sentido. Não há ameaça e mesmo 
assim você teme as sensações. O que você precisa é uma solução igualmente ilógica. Neste 
caso, significa fazer o contrário do que a sua mente lógica tem tentado fazer todo esse tempo 
ao lutar contra a ansiedade. 
Você precisa adotar o Movimento Único. 
 
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Resumindo, os passos discutidos são os seguintes: 
1. Quando o pânico chega onde quer que você esteja, simplesmente comece a observá-lo. 
Não tente evitar ou suprimir as sensações físicas. 
2. Participe o máximo possível da experiência, sinta todas as sensações enquanto elas 
percorrem seu corpo. Não rotule as sensações como boas ou ruins. 
3. Quando parecer que o pânico vai sair do controle e sua confiança na capacidade de 
observar o medo sumir utilize o "Movimento Único" convidando seu corpo a 
experimentar mais. Exija mais das estranhas sensações. 
4. Mantenha. Repita o processo; continue movendo-se em direção ao medo pedindo por 
mais. Em pouco tempo seu corpo voltará ao normal. 
O que acontece quimicamente quando você tem um ataque de pânico é que você pensa estou 
em extremo perigo'. Este pensamento ativa suas sinapses nervosas e lança a reação de lutar ou 
fugir. O pensamento original que provoca todo o processo vem das sensações físicas incomuns 
que falamos anteriormente. O que causa esta sensação inicial varia de pessoa para pessoa. Para 
alguns são problemas emocionais mal resolvidos, para outros é a alimentação ou mudanças no 
corpo. As causas ou origem das sensações não são o que nos preocupam agora; é a nossa 
reação a estas sensações que causam a ansiedade e o pânico. 
Então o pensamento dispara em sua cabeça que algo está fora de controle. Que algo realmente 
ruim está prestes a acontecer e você pode vir a sofrer algum dano terrível ou até mesmo o pior 
de todos os males, irreversível - a morte. Estes pensamentos aterrorizantes ativam o fusível de 
um iminente ataque de pânico. 
 Você anula esta ameaça imediatamente tirando a força destes pensamentos 
assustadores. 
 Você tira a força destes pensamentos usando o Movimento Único. Embrulhe sua cabeça 
com esta técnica e vá com tudo. 
 
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A diferença principal entre os que se curam dos ataques de pânico e os que não conseguem é 
na verdade muito simples. Os que conseguem Não têm medo dos ataques de pânico. Eles 
vêem as sensações físicas como sensações e não como algo para se assustar. Estou lhe 
mostrando como se tornar uma destas pessoas. 
Aqui está outra interessante maneira de analisar a técnica do Movimento Único: 
O truque para acabar com os ataques de pânico e ansiedade é querer ter um. - o desejo o 
manda embora. Você consegue ter um ataque de pânico neste exato segundo? Tente com 
afinco, aposto que não consegue. Você já ouviu o ditado “àquilo que você resiste, persiste”. 
Bom, este ditado aplica-se perfeitamente ao medo. Se você resiste à situação ou foge, o medo 
em questão persistirá. Como parar de resistir - vá imediatamente a sua direção e ao fazer isso, 
ele não conseguirá persistir. Na essência, isto significa que se você diariamente buscar um 
ataque de pânico, de forma voluntária, você não consegue tê-lo. Você pode não perceber, mas 
sempre decidiu entrar em pânico. Você faz a escolha ao pensar isto é além do meu controle', 
algo terrível está prestes a acontecer'. 
Para usar uma analogia visual; imagine que ter um ataque de pânico é como ficar à beira de um 
precipício. A ansiedade parece estar lhe empurrando para mais próximo da beirada. Cada uma 
das sensações incomuns confirma que algo terrível está para acontecer e você se sente cada 
vez mais perto do limite do abismo. Restam-lhe duas opções nesta situação. 
1. Você pode dar a volta e lutar para conseguir um caminho de recuo a um território 
seguro usando as técnicas e estratégias de superação que você aprendeu 
anteriormente. Pode procurar conforto em um amigo ou tomar uma dose de medicação 
a fim de ajudá-lo a sentir-se melhor. Basicamente você luta. 
2. Ou dois. Você usa a minha técnica. Bravamente você pula! 
Para ficar realmente livre do medo você deve metaforicamente pular'. Deve saltar do penhasco 
que tanto o assusta para dentro das coisas que você mais teme. 
 
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Como pular – Você pula chamando mais medo. 
Sua segurança garantida é o fato de que um ataque de pânico nunca lhe machucará. Isto é um 
fato médico. Você está seguro, as sensações são violentas, mas nenhum dano lhe será causado. 
Seu coração disparou, mas nenhum mal lhe acontecerá. O pulo nada mais é do que uma queda 
de meio metro! Você tem todos os arreios de segurança que precisa, pois nunca teve nada a 
temer, em primeiro lugar. O abismo que havia à sua frente era uma ilusão. Confie nesse 
conhecimento medico, assegure-se disto - pense em todos os ataques que teve que enfrentar e 
atravesse para o outro lado. 
Então agora vamos tratar cada uma das situações de ansiedade de maneira diferente. Você 
regularmente procura os ataques de pânico como um aventureiro. Esta busca pela ansiedade 
aplica-se quando você se vê em meio a um episódio de ansiedade, mas também ajuda a fazê-lo 
quando está se sentindo bem e descansado. Comece agora e o faça durante o resto do dia. Saia 
de casa desejando de verdade que você tenha um ataque de pânico! Parece um pouco maluco, 
mas tente. Sinta como esta nova forma de pensar o fortalece. Até agora você temia sua 
chegada, mas agora você a está buscando. O medo não tem onde se esconder agora que os 
papéis se inverteram. 
Quero que você pense na ansiedade como uma bolha que nos cerca. Quando estamos dentro 
desta bolha de medo, nossa percepção das coisas muda e sentimos nosso mundo ficar cada vez 
menor. Sentimos-nos literalmente desconectados do mundo que nos cerca enquanto o 
olhamos através dessa bolha de medo. A bolha de medo distorce os cenários do dia a dia. Para 
alguns, uma tarefa simples como fazer compras pode se tornar uma experiência aterrorizante. 
Usar o "Movimento Único" como descrito acima é bastante eficiente porque é como pegar um 
alfinete e estourar a bolha. Pop!—Explode a ilusão de uma ameaça real. O alfinete nesta 
situação imaginária é vontade ou desejo de desafiar o ataque de pânico, exigindo mais, 
pagando pra ver. É a confiança que você tem dentro de si mesmo que o faz sair da bolha de 
medo em direção à vida. 
 
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Pânico Fora, você está nas mais seguras das mãos! 
 
 
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Capítulo 4 – Medos e Soluções 
Neste capítulo, quero lhe dar alguns exemplos de como o Movimento Único pode ser aplicado 
em várias situações na vida real. Pode ser que você tenha uma situação específica que lhe causa 
pânico e não está certo de como a técnica pode ser aplicada apropriadamente. Espero que este 
capítulo esclareça algumas questões. 
Dirigindo com a Ansiedade 
Uma das perguntas mais comuns que me fazem é como aplicar a técnica do Movimento Único 
para superar a ansiedade quando se está dirigindo. Desde o medo se per pego no trânsito até o 
de ser pego ao atravessar pontes, as pessoas temem muitas coisas diferentesnesta área. 
Muitas vezes a ansiedade se origina a partir do medo de ficar preso no veículo durante um 
engarrafamento ou de perder o controle do carro e causar uma batida. 
Não é necessário dizer que, embora tenham lutado contra a fobia de dirigir por muitos anos, 
quase todas as pessoas que aconselhei não viram seus medos de um acidente se concretizar. 
Vamos analisar o medo primordial, de sofrer um acidente devido às distrações de um ataque de 
pânico enquanto dirige. A maioria das pessoas acaba provocando em si mesmas um estado de 
ansiedade extrema antes mesmo de tirarem o carro da garagem, imaginando situações onde 
"surtam", batem em outro veículo e causam acidentes envolvendo vários carros. Se você tem 
estas preocupações, a primeira coisa importante para começar é uma revisão do seu histórico 
como motorista. Você já foi um motorista irresponsável no passado? Você tem histórico de 
dirigir mal? A maioria dos que tem fobia de dirigir na verdade não tem nenhum registro de 
problemas no trânsito e nem mesmo estiveram em um pequeno acidente. Motoristas ansiosos 
não são um perigo mortal na estrada; pra ser sincero eles podem ser mais alertas do que 
muitos motoristas comuns que depois de um longo dia no trabalho estão verdadeiramente 
sonolentos ao volante. 
 
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 Conforme discutimos anteriormente, quando olhamos para a biologia da ansiedade, em 
virtude da sua condição, um motorista ansioso tem um alto nível de percepção sensorial. Este 
nível de percepção o mantém alerta para quaisquer potenciais perigos e concentrado na tarefa 
de dirigir, sem sonhar acordado, conversar ou fuçar o porta-luvas. É claro que isto não quer 
dizer que dirigir ansioso é o jeito ideal de ir para o trabalho, mas acredito ser importante 
ressaltar este ponto já que muitos se punem por ficarem ansiosos em seus carros. Se você é, de 
uma maneira geral, um bom motorista, então antes de entrar em seu carro tenha confiança 
nisto e reafirme este fato para si mesmo. Tendo certeza e reafirmando que você é um 
motorista capacitado vai de alguma forma suavizar esta preocupação. Esta auto-afirmação, 
junto à "técnica do Movimento Único para motoristas" (abaixo) o ajudará a ser novamente o 
motorista confiante que foi um dia. 
A segunda maior preocupação da maioria dos motoristas fóbicos é o medo de ficar preso no 
carro de alguma maneira. Quero dizer, ser pego no tráfico, numa Estrada de três pistas 
engarrafada, em pontes muito longas ou mesmo ao parar no sinal vermelho. Quando 
permitida, a mente acompanhará este medo e imaginará todos os tipos de situações mortais 
onde você pode vir a sentir-se encurralado ou preso em seu veículo sem nenhuma assistência 
caso tenha um grande ataque de pânico. 
O importante aqui é conter estes medos antes que criem raízes, oferecendo a si mesmo 
soluções viáveis para qualquer uma destas situações e não deixar que sua cabeça o engane 
fazendo-o acreditar que há uma armadilha a sua frente. Pense um pouco. Existe realmente 
alguma situação, como as descritas acima, onde você está preso e sem maneira alguma de 
escapar? 
Não, é claro que não. 
O tráfego sempre se movimenta, o engarrafamento não dura para sempre. Existe fluxo e 
sempre há uma saída. Isto pode significar ter que descobri-la saída por conta própria, mas 
nunca deixe que estes pensamentos o encurralem e o façam pensar que não há escapatória. 
 
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Quando você contra-ataca estes medos com soluções lógicas, mina o controle que ele tem 
sobre você. Você começa a enxergar o blefe usado para mantê-lo apavorado com o que pode 
potencialmente acontecer no tráfego. Sua mente pode se rebelar e criar o pior cenário possível, 
mas de novo, esta é realmente a armadilha apavorante que você imaginava? Tome cuidado 
para não deixar que estes pensamentos prendam a sua mente. Todos os dias os carros das 
pessoas quebram no trânsito. Estes motoristas não têm opção senão ligar as luzes de 
emergência e sair do veículo. Não vai a lugar algum. Aí está, esta é uma saída, embora seja 
extrema. Entretanto, ao usar a minha técnica nunca será preciso chegar a este ponto. Na 
verdade você aprender como dirigir pode mais uma vez ser uma experiência agradável. 
O Movimento Único para Motoristas 
Irei mostrar como aplicar o Movimento Único em situações onde se está dirigindo. Neste caso 
estamos procurando neutralizar o ataque de pânico enquanto se dirige um carro. Ao conduzir 
um veículo, o procedimento é exatamente o mesmo de quando se usa o Movimento Único 
conforme foi descrito no capítulo anterior, exceto o fato de existir um grau necessário de 
precaução. Eu explicarei. 
Sugiro que você comece saindo de carro na prática, possivelmente à noite ou no Domingo 
quando o tráfego é menor. Siga uma rota que o deixe ansioso; talvez isto signifique ir além da 
sua zona de segurança ou dirigir sobre uma ponte. Caso sinta-se muito nervoso, comece com 
um teste mais fácil. O importante, porém, é desafiar a si mesmo com um caminho que ao 
menos lhe cause algum grau de preocupação. Não levará muito tempo em sua viagem para que 
a ansiedade comece a se manifestar. Esta ansiedade pode ser baixa, mas se dirigir é realmente 
um problema, ela se manifestará gradualmente até os sentimentos de pânico. 
Ao sentir que o pânico surge, comece encorajando as sensações. Perceba o quão ansioso seu 
corpo se sente. Tenha interesse nas sensações incomuns que percorrem seu corpo e comece 
forçadamente a encorajar os ataques a aumentarem a força. Você está agora desafiando a 
 
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ansiedade a se revelar. Entre na ansiedade o máximo possível. Seu treinamento consiste em 
sair de carro para um "passeio teste" na esperança de ter um ataque de ansiedade. Esta é a sua 
meta. Antes mesmo de sair de casa você está caçando a ansiedade ao se preparar para a 
viagem, propositadamente. É uma mudança de situação porque quando se sente ansioso, você 
normalmente prefere nem pensar em dirigir. De início, os passeios para praticar podem ser 
feitos com outra pessoa, mas após algum tempo eu recomendo fazê-los sozinho, pois é assim 
que a verdadeira independência e liberdade são encontradas. Se você sempre pratica com 
outro indivíduo, pode formar a idéia de que é o seu passageiro quem faz com que se sinta 
seguro e não a nova confiança que encontrou. 
Existem algumas coisas que você precisa cuidar quando praticar. Tenha certeza de estar 
dirigindo a uma velocidade segura e mantenha a concentração na Estrada e no tráfego. Se você 
sentir-se tonto e desmaiar é melhor encostar e continuar com o Movimento Único com o carro 
estacionado; de qualquer forma você está perfeitamente seguro. Está seguro porque, na 
verdade, está em um elevado estado de percepção e, mantendo uma velocidade baixa, não 
representa perigo para si mesmo nem para outros carros. Está seguro porque as sensações 
estranhas nada mais são do que isto, "sensações"; não causará mal algum. Os pensamentos em 
sua cabeça que o aterrorizam são meras ilusões. 
Quando voltar para casa depois de um passeio bem-sucedido, você pode se ajudar mantendo 
um diário para acompanhar seu desempenho. Auxilia a reafirmar como você está progredindo 
bem e caso tenha um dia ruim na estrada, será capaz de retornar ao diário e lembrar que está 
verdadeiramente fazendo progressos. Tente afirmar para si mesmo que você está indo bem. 
Podemos ter uma ótima semana, um dia ruim e de repente é como se os seis dias bons nunca 
tivessem existido! Então tente se concentrar no sucesso para que ele cresça e se expanda pela 
sua vida. Isto se aplica a qualquer situação em que você tente superar a ansiedade. 
O Movimento Único lhe dará a capacidade de encarar o medo de qualquer situação na estrada. 
Mover-se em direção ao medo cancela a força ou o impacto da ansiedade. Isto requer um

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