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75 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 5 Recuperação de áreas degradadas em setores específicos Tendo em vista as definições, os aspectos legais e os procedimen- tos relativos à recuperação de áreas degradadas estudados nos capí- tulos anteriores, este tem por objetivo apresentar casos mais práticos e direcionados a atividades específicas. Serão aqui apresentados, com maior detalhamento, os setores de mineração, agropecuário, energético e de resíduos sólidos. Considerando que existem procedimentos gerais para a elaboração e implantação de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), é preciso observar também as particularidades e os danos ambientais originados de cada atividade distinta e em cada fase da sua implantação e operação; dessa forma, o PRAD deve ser direcionado por essas particularidades, seguindo sempre a legislação em vigor. 76 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Setor minerário A atividade de mineração é caracterizada pela extração de algum tipo de material (minério) de um substrato, solo ou rocha. Quando há con- centração de um componente que seja passível de exploração em deter- minada região, caracteriza-se, deste modo, uma jazida. A mineração da jazida ocorre por meio da remoção deste material para beneficiamento e comercialização. Apesar de haver algumas variações de acordo com o mineral a ser extraído, esta atividade pode ser compreendida basica- mente a partir de dois processos: a extração do minério e o seu beneficia- mento. Quando há necessidade de tratamentos posteriores do material, estes ocorrem em outras plantas instaladas em locais, geralmente, fora das áreas de mineração. Considerando que qualquer atividade industrial possui potencial de causar danos ambientais, na mineração, o PRAD é majoritariamente vol- tado à área de extração, conhecida como área de lavra; é nesta fase que ocorrem os impactos negativos observados com maior intensidade. Para que o PRAD possa ser aplicado de maneira adequada, primeiro é preciso entender os principais componentes deste setor: a área de lavra, o pro- cesso de beneficiamento e a disposição de resíduos ou rejeitos (BITAR; BRAGA, 1995). Área de lavra: é o local de onde o minério bruto é removido, pode ocorrer na forma de cavas (secas ou inundadas), na forma de frentes de lavra (taludes ou bancadas), trincheiras e galerias subterrâneas. A figura 1 apresenta uma área de lavra constituída de cavas, trin- cheiras e bancadas, que são os formatos de exploração mais comuns nesta atividade. 77Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 1 – Lavra de mineração Área de infraestrutura: é a área onde estão alocadas as instalações físicas de operação da mineração e onde ocorre o processo de bene- ficiamento. Nesta etapa, geralmente acontece a moagem do material bruto, a separação e, em alguns casos, a lavagem para solubilização de algum constituinte de interesse ou remoção de impurezas. A figura 2 apresenta a infraestrutura para o beneficiamento de brita, que geral- mente é originada da mineração de rochas de basalto. Figura 2 – Beneficiamento da brita 78 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Área de disposição de rejeitos: locais construídos e destinados ao ar- mazenamento e disposição dos rejeitos ou estéreis da mineração oriun- dos do processo de beneficiamento. Esses rejeitos podem ser dispostos em pilhas de estéreis, quando o material é de teor mais sólido e oferece menor risco de contaminação do solo e água, ou são encaminhados e ar- mazenados em bacias de decantação, comumente configuradas na for- ma de grandes barragens quando os rejeitos apresentam característica mais líquida, o que é possível observar na figura 3. Figura 3 – Bacia de decantação de rejeito A partir da compreensão de cada componente da atividade de mi- neração, torna-se possível identificar quais são os principais impactos ambientais oriundos deste setor que devem ser contemplados no mo- mento da elaboração do PRAD. Dentre os principais impactos, podemos citar: retirada da cobertura vegetal; alteração da superfície dos terrenos, configurando a alteração da paisagem decorrente principalmente da ati- vidade de lavra; aceleração de processos erosivos; alteração de cursos d’água; produção e disposição de rejeitos, causando assoreamento; vi- brações no solo; emissão de poluentes atmosféricos e poeiras, além de vibrações e ruídos. Essa degradação ambiental caracteriza os impactos 79Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ambientais considerados nas etapas de implantação e operação da ati- vidade; porém, além disso, é preciso considerar os impactos indiretos, que, além da poluição da água e do solo, deve levar em conta o risco de acidentes e a degradação do meio ambiente no caso de ruptura de barragens de rejeitos (BITAR, 1997). A exigência de recuperação ambiental em uma atividade de minera- ção começou a ser observada a partir da Constituição Federal de 1988 em seu art. 225, parágrafo 2o, que prevê que aquele que explorar recur- sos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei (BRASIL, 2016). A Política Nacional do Meio Ambiente tam- bém tem como um de seus princípios a recuperação de áreas degrada- das (BRASIL, 1981), sendo, no caso da mineração, regulamentada pelo Decreto no 97.632 de 1989, que prevê que os empreendimentos desti- nados à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresen- tação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), submeter o PRAD à aprovação do órgão ambiental competente. De acordo com este mesmo regulamento, até a data de sua publicação, os empreendimentos já existentes deveriam apresentar o PRAD para aprovação em até 180 dias; já nos novos empreendimen- tos, o PRAD deverá ser apresentado na avaliação do EIA/Rima. A recu- peração de uma área degradada pela mineração deve ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de estabilidade do meio ambiente (BRASIL, 1989). A elaboração do PRAD, como já visto nos capítulos anteriores, deve seguir procedimentos e normas de acordo com a atividade, a localização e a esfera de competência do órgão ambiental fiscalizador e licenciador do empreendimento. Ao analisar especificamente a recuperação de uma área de mineração, existem algumas normas que padronizam e orientam os processosde recuperação ou reabilitação. Neste caso, as normas apli- cadas são NBR 13030 de 1999 e NBR 13028 e 13029 de 2017. 80 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .A NBR 13030 de 1999 traz definições específicas para a área de mi- neração e sua recuperação. Ela aborda o que é estritamente necessário para a reabilitação de uma área afetada pela mineração, como a delimi- tação da área de influência da atividade, o atendimento das exigências legais em termos de qualidade do ambiente e as justificativas funda- mentadas sobre as ações integrantes do projeto com recomendações específicas. É necessário também considerar amplamente as carac- terísticas do ecossistema local e determinar previamente o uso futuro declarado, incluindo um programa de monitoramento dos resultados. Todo projeto de reabilitação deve levar em consideração as fases de planejamento, implantação, lavra, suspensão temporária ou definitiva da atividade e abandono do empreendimento. Para guiar a elaboração do projeto, esta norma traz em seu Anexo A um roteiro bastante didático que inclui o que deve ser considerado em cada etapa de planejamento do PRAD. Na primeira fase de elaboração do documento, deve-se proceder à caracterização geral do empreendi- mento, compreendendo a localização, o tipo de material a ser extraído, a forma de extração, o sistema de beneficiamento, maquinários envol- vidos, etc. A segunda etapa refere-se à caracterização ambiental local, que deve abranger a área de influência direta e indireta do empreen- dimento, descrevendo as características dos meios físico, biológico e socioeconômico, possibilitando, assim, a identificação e a previsão dos impactos ambientais relacionados a cada compartimento. Um importante fator que influencia tanto a atividade de lavra como os danos e as alternativas a serem adotadas na reabilitação é a con- formação topográfica e paisagística do terreno; sendo uma vez modi- ficada, torna-se muito difícil retomar o seu desenho original. Além dos impactos identificados e previstos, um plano emergencial para casos de acidentes deve constar em um PRAD, identificando quais ações se- rão adotadas para um cenário acidental, geralmente caracterizado pelo rompimento da barragem de contenção dos rejeitos. Por fim, em um PRAD, deve estar claro o uso futuro declarado ou pretendido após o 81Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. encerramento da atividade, bem como o período de monitoramento de todo o processo. O fluxograma da figura 4 apresenta, de forma mais didática, as etapas de elaboração do PRAD aplicado à mineração. Figura 4 – Resumo das etapas de um PRAD aplicado à mineração PRAD mineração Lavra • Caracterização do empreendimento • Diagnóstico ambiental • Impactos ambientais • Aptidão e intenção de uso futuro • Conformação topográfica e paisagística • Ações emergenciais em caso de risco de acidentes • Renúncia do título de lavra • Cronograma e programa de monitoramento • Equipe técnica habilitada • Referência normativa legal • Desenhos • Mapas • Fotografias • Custos • Cronograma Beneficiamento Rejeito Outras duas normas devem ser observadas para implantação desta atividade, a NBR 13028 de 2017, que se refere à elaboração e apresen- tação de projeto de disposição de rejeitos de beneficiamento em bar- ramento – procedimento, e a NBR 13029 de 2017, que orienta a ela- boração e apresentação de projeto de disposição de estéril em pilha – procedimento. De acordo com as definições sobre recuperação, restauração e rea- bilitação de uma área degradada, no caso de mineração, deve-se consi- derar um projeto de reabilitação da área, conforme visto no capítulo 1, assumindo que o uso futuro será sempre diferente do uso original, en- contrado antes dos processos de degradação. Dentro do plano de área degradada, além do uso futuro ou da correção da degradação ao final da atividade, considerando a vida útil do empreendimento, diante de um 82 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .planejamento prévio, pode ser considerada a reabilitação simultânea à extração, que ocorre nas áreas das cavas já abandonadas e com o objetivo de introduzir o conceito de reabilitação no dia a dia da minera- ção; com isso, as áreas que já foram exauridas já são reabilitadas, en- quanto novas áreas dão continuidade ao processo da extração mineral (REZENDE, 2016). NA PRÁTICA Como esta seção abordou a reabilitação de áreas degradadas pela ativi- dade de mineração, alguns exemplos práticos de áreas reabilitadas que podem ser citados são: Parque Ibirapuera (antiga cava de areia transfor- mada em lago); raia olímpica da USP (antiga cava de areia transformada em lago); Pedreira Itaquera (disposição de resíduos inertes); Pedreira Massaguaçu, Caraguatatuba (revegetação, incluída na Serra do Mar) (BITAR, 1997). 2 Setor agropecuário O setor agropecuário brasileiro contempla as atividades de produção de alimentos através de diversas culturas vegetais e de produção de carnes, através da criação de animais confinados ou em pastagens. De acordo com o Cepea, em 2017, esse setor contribuiu com 24% do PIB nacional e ocupou 21% da extensão territorial brasileira, entre lavouras e pastagens (CEPEA, 2018). Apesar da sua grande importância para a economia, esta é uma das atividades que mais trazem prejuízos ao meio ambiente, considerando o seu sistema de manejo predominante- mente extensivo e em forma de grandes monoculturas. A utilização de grandes áreas voltadas para produção de alimen- tos e pastagem tem trazido resultados bastante negativos em termos de impactos ambientais. Essa atividade representa um grave fator de 83Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. degradação, principalmente do solo, resultando quase sempre em acen- tuado processo de erosão hídrica ou eólica, na compactação do solo, na contaminação e no assoreamento dos recursos hídricos, na redução da flora e fauna, em alterações dos microclimas locais e dos ciclos biogeo- químicos (ciclo do carbono, da água, do nitrogênio), além de implicar supressão de áreas de vegetação nativa. A compactação do solo é vista como um dos maiores fatores de degradação em um sistema agrope- cuário, causada pela movimentação excessiva das mais diversas má- quinas agrícolas e pelo pisoteamento do solo pelo gado (PEZARICO et al., 2013). O método mais largamente utilizado no Brasil e que tem demons- trado bons resultados na recuperação de áreas degradadas pela prática da agropecuária é a implantação de sistemas agroflorestais (SAF). Esses sistemas consideram uma ampla variedade de uso da terra em que são conjugadas plantações de árvores e arbustos de forma interativa com os cultivos agrícolas e as pastagens, visando constituir um sistemade manejo sustentável do solo. O objetivo destes sistemas é criar diferentes estratos vegetais, além de propor- cionar o desenvolvimento de um bosque natural, em que árvores e arbustos atuam como fixadores de nitrogênio, complementando a função de ciclagem de nutrientes e contribuindo para a estabilidade do sistema. Os SAFs podem ser aplicados a diversas modalidades de agricultura e à pecuária, além de áreas que sofreram desmata- mentos, proporcionando bastante versatilidade em sua aplicação (RIBASKI; MONTOYA; RODIGHERI, 2001). Entre os benefícios dos SAFs, destacam-se o melhor controle de temperatura, da umidade relativa do ar e da umidade do solo, regu- lando o sistema climático que sofre muitas alterações em regiões de áreas muito abertas e sem árvores. A presença do componente arbó- reo ao longo do plantio de espécies menores e uniformes contribui para a regularização da temperatura do ar, reduzindo sua variação ao 84 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .longo do dia, tornando o ambiente mais estável, trazendo benefícios para as outras plantas e animais que habitam este sistema. O micro- clima existente debaixo da copa das árvores traz benéficos para esses animais, principalmente os bovinos, que tendem a pastejar nas horas mais frescas do dia, mantendo-se confortáveis à sombra, ao contrário da exposição à insolação direta ou às baixas temperaturas do inverno (MONTOYA VILCAHUAMAN; BAGGIO, 1992). A existência de vegetação arbórea inserida em meio aos sistemas agrícolas auxilia na regulação do balanço hídrico do solo, contribuindo para a elevação da umidade disponível para as plantas. Esse aumen- to no teor de umidade favorece a atividade microbiana, resultando na aceleração da decomposição da matéria orgânica, que, consequente- mente, possibilita o aumento da sua mineralização e incorporação ao substrato (PEZARICO et al., 2013). Com relação aos solos, as espécies arbóreas trazem benefícios oriundos de numerosos processos, principalmente quando são usa- das em SAFs onde são cultivadas na mesma área. As árvores influen- ciam na quantidade e na disponibilidade de nutrientes dentro da zona de atuação do sistema de raízes das culturas associadas, através do acréscimo de nitrogênio, da redução das perdas de nutrientes por pro- cessos como lixiviação e erosão e do aumento da disponibilidade de nutrientes pela maior liberação de matéria orgânica do solo (RIBASKI; MONTOYA; RODIGHERI, 2001). A utilização de sistemas agroflorestais na recuperação de áreas degradadas baseia-se no princípio da sucessão ecológica, que con- siste na implantação de espécies pioneiras, secundárias e climácicas, propondo uma mudança temporal na composição das espécies e da estrutura das comunidades da área. É o processo que ocorre median- te a substituição de espécies em relação às condições do substrato, à irradiação luminosa e à competitividade, culminando em sistemas 85Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. mais estruturados, diversos e complexos, com maior qualidade do solo e do ambiente em geral, contribuindo assim para o incremento da produtividade. A rotatividade de culturas plantadas favorece a dinâ- mica da microfauna local, provoca o aumento da aeração e diminui os processos de compactação, alterando de tempos em tempos a fun- ção do solo e promovendo maior equilíbrio físico e biológico (CURCIO et al., 1998). A recuperação de uma área degradada pela agropecuária visa con- jugar o retorno do equilíbrio do ecossistema local com a produção de alimentos, aumentando a qualidade do solo e dos recursos hídricos e estimulando o manejo da agricultura de forma sustentável, reduzin- do a quantidade de áreas improdutivas e otimizando a produção em áreas já consolidadas por esta atividade. 3 Setor energético No Brasil, o setor energético é composto por duas vertentes prin- cipais: a produção de combustíveis e a geração de energia elétrica. A produção de combustível envolve atividades de prospecção e extração de petróleo, além das atividades industriais de refino, produção de eta- nol a partir da cana-de-açúcar, de biodiesel e biomassa. Estes setores contribuem para a degradação do meio ambiente de inúmeras manei- ras, considerando os danos nos processos de extração e produção da matéria-prima, mais especificamente a degradação da qualidade do ar a partir das emissões atmosféricas, que é considerado o maior impacto ambiental deste tipo de atividade, somado ao vazamento de produtos químicos, causando a contaminação do solo. A figura 5 mostra a parti- cipação de cada setor na produção de energia no país. 86 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Figura 5 – Produção de energia por fontes no Brasil Hidráulica Biomassa Eólica Gás natural Derivados do petróleo Nuclear Solar Carvão 0,01% 68,1% 8,2% 5,4% 9,1% 2,4% 2,6% 4,2% Fonte: adaptado de Brasil (2017). De outro lado, existe a necessidade de geração de energia elétrica, cuja instalação, apesar da predominância das fontes renováveis neste setor, seja eólica, solar ou principalmente a hidrelétrica, também causa danos significativos, como supressão da vegetação, redução da biodi- versidade, mudança da paisagem natural e retificação de cursos d’água. No caso das hidrelétricas, o principal impacto advém do alagamento de grandes áreas para a constituição dos lagos represados que provocam a redução da biodiversidade terrestre e aquática, supressão significativa de vegetação nativa e remoção de muitas famílias tradicionais que habi- tam o entorno dos cursos d’água. 87Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. O Brasil possui uma matriz de energia elétrica que conta com a par- ticipação de 77,1% da hidroeletricidade. Energia proveniente de 140 usi- nas em operação, e, ainda, com perspectiva de aumento do uso dessa fonte. Ao longo dos últimos trinta anos, o país evitou a emissão de cerca de 800 milhões de toneladas de CO2 por meio do uso de etanol como substituto ou aditivo da gasolina (BRASIL, 2017). Como as atividades do setor energético são muito distintas e todas estão sujeitas a processos de licenciamento, devendo passar por rigo- rosa avaliação de impactos ambientais e execução de medidas miti- gadoras, foco maior na evolução da recuperação de áreas degradadas tem sido dado nas plantas que provocam degradação de grandes áreas em termos físicos e biológicos. Desconsiderando a poluição do ar e fo- cando no caso de áreas degradadas, o modo de produção de energia que traz prejuízos significativos tanto na área em que é instalada como em uma grande parcela do seu entorno, considerada área de influên- cia do projeto, tem sido voltado às construções de grandes centrais hi- drelétricas. As medidas de recuperação desses ambientessão, em sua grande maioria, projetadas na forma de recomposição e compensação florestal. No Brasil, as técnicas utilizadas estão voltadas para o plantio de espécies nativas visando à construção de corredores ecológicos com o objetivo de devolver a biodiversidade de fauna e flora para a região afetada. Com a necessidade de recuperação de grandes passivos am- bientais, medidas mais abrangentes têm sido difíceis de mostrarem-se exequíveis, devido ao grande período de vida útil do empreendimento. Desta forma, fica impossível avaliar a recuperação do ambiente degra- dado, tendo em vista que a atividade, uma vez iniciada, tem sido am- pliada em sua capacidade sem prazo previsto para o encerramento. A recuperação de áreas degradadas pode ser entendida como a sua restituição à paisagem local, tanto sobre o ponto de vista cênico como funcional. Além disso, outro problema relacionado a este cenário é a transferência da população residente nestas regiões, que é obrigada a 88 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .migrar para outros lugares e desenvolver nova forma de subsistência (ZANDONADI; PAYOLLA; CAÍRES, 2007). 4 Setor de resíduos sólidos O setor de resíduos sólidos é um dos que mais apresentam desafios em termos de gestão pública, uma vez que os resíduos são inerentes à atividade humana, desde os primórdios das civilizações. Todo o sistema que envolve a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos, como co- leta, transporte, acondicionamento, tratamento, destinação e disposição final, deve ser contemplado dentro do tema do saneamento ambiental, somado ao abastecimento de água potável, ao esgotamento sanitário e à drenagem de águas pluviais. Estima-se que cada cidadão brasileiro gera em média 1,04 kg de resíduo por dia (ABRELPE, 2017). A geração é o início da cadeia de problemas, que é seguida pelos sistemas de coleta, métodos de tratamento e de disposição final; este último tem elevado potencial de causar impactos ao meio ambiente e à saúde pública. Tendo em vista as características dos resíduos sólidos em termos de periculosidade e de biodegradabilidade, os sistemas de tratamento devem atender a uma série de normas e procedimentos para que mi- nimizem os danos ao meio ambiente. Para isso, como parte do licen- ciamento ambiental pertinente a estas atividades, a elaboração de um PRAD passa a ser exigida e torna-se de fundamental importância para garantir a reabilitação da região afetada. Os municípios brasileiros, em sua maioria, possuem grande deman- da por sistemas de saneamento de resíduos sólidos urbanos. Estudos demonstram que no Brasil, apesar do crescente número de aterros sani- tários instalados e em operação, após a publicação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, ainda persiste a deposição em “lixões” como for- ma mais comum de destinação final dos resíduos sólidos coletados, o que implica a ocorrência de problemas sociais, econômicos, sanitários, de poluição e de contaminação do meio (CASTILHOS JR. et al., 2002). 89Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Os problemas da disposição inadequada de resíduos estão associa- dos à proliferação de vetores causadores de doenças (moscas, mos- quitos, baratas, ratos), geração de gases que causam odores desagra- dáveis e intensificação do efeito estufa e, principalmente, poluição do solo e das águas superficiais e subterrâneas pela geração e infiltração de lixiviado. Nos casos de lançamento de resíduos em encostas, exis- te a possibilidade de ainda provocar a instabilidade dos taludes pela sobrecarga e absorção temporária da água da chuva, desencadeando deslizamentos. Em termos sociais, os lixões a céu aberto interferem na estrutura local, pois a área torna-se atraente para as populações de bai- xa renda do entorno, que buscam, na separação e comercialização de materiais recicláveis, uma alternativa de trabalho, apesar das condições insalubres e sub-humanas da atividade. Ainda assim, esta atividade pro- voca, em suas imediações, emissão de odores desagradáveis, modifi- cação da paisagem natural e desvalorização imobiliária da vizinhança (LANZA et al., 2010). Com o objetivo de substituir esta forma inadequada de disposição em lixões, tornou-se obrigatória, a partir de 2010, a disposição dos resí- duos sólidos urbanos em aterros sanitários, construídos de forma a mi- nimizar todos esses impactos decorrentes da disposição, proibindo as- sim essa forma de destinação e propondo prazo de encerramento para os lixões ainda em operação (BRASIL, 2010). Com essa obrigatoriedade, cabe observar que, para a construção de aterros sanitários, conside- rados grandes obras de engenharia, estes devem ser licenciados de acordo com padrões rigorosos de implantação e operação, sendo ainda exigida, quando da elaboração do EIA/Rima, a apresentação do PRAD para a aprovação do empreendimento. Portanto, o aterro sanitário deve contar com todos os sistemas de proteção ao meio ambiente, incluindo, no mínimo: impermeabilização de base e laterais; recobrimento diário dos resíduos; cobertura final das plataformas de resíduos; coleta e dre- nagem de lixiviados; coleta e tratamentos dos gases; drenagem superfi- cial; tratamento de lixiviados e monitoramento ambiental. 90 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Embora consistindo em uma técnica simples, os aterros sanitários exigem cuidados especiais e procedimentos específicos. A avaliação do impacto ambiental local e sobre a área de influência nas fases de im- plantação, operação e monitoramento deve ser sempre considerada na elaboração dos estudos técnicos. De acordo com a norma orientadora para a construção de aterros sanitários, recomenda-se a sua construção com vida útil mínima de dez anos. O monitoramento deve prolongar-se, pelo menos, por mais dez anos após o seu encerramento (ABNT, 1992). Os lixões, os aterros controlados e sanitários não são os únicos meios de degradação do ambiente neste setor, pois ainda existem os aterros de material inerte, aterro de resíduos perigosos, tratamentos de resíduos de serviços de saúde, compostagem, reciclagem, incineração, entre outros. Porém, a disposição em lixões representa o maior dos problemas, e, como substituição a esta técnica, os aterros sanitários serão abordados de maneira mais detalhada nesta seção. O quadro 1 apresenta as principais características dos diferentes sistemas de dis- posição de resíduos sólidos citados. Quadro 1 – Principais características dos sistemas de disposição de resíduos sólidos existentes no Brasil SISTEMAS DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS LIXÃO ATERRO CONTROLADO ATERRO SANITÁRIO Proibido por lei Proibido por lei Permitido por lei Sem impermeabilização de base Com cobertura diária Requer impermeabilização de base Sem proteção do solo e da água Sem impermeabilização de base Drenagem e tratamento de lixiviado Extremamente poluente Sem drenagem de lixiviado Drenagem e queima de biogás Proliferação de vetores Sem drenagem de biogás Coberturadiária e final Estimula a catação de materiais Muito poluente Sistema adequado para disposição de resíduos sólidos urbanos (RSU) A área deve ser reabilitada A área deve ser reabilitada A área deve ser reabilitada (cont.) 91Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ATERRO DE INERTES ATERRO CLASSE I Permitido por lei Permitido por lei Disposição de entulho de construção civil Aterro para resíduos perigosos Não permite disposição de RSU Requer impermeabilização de base mais resistente que a do aterro sanitário Não requer impermeabilização de base Drenagem e tratamento de biogás e lixiviado Não gera lixiviado e biogás Geralmente ocorre em valas com uma camada de concreto situada abaixo da geomembrana Substitui o “bota-fora” Adequado para disposição de alguns tipos de resíduos industriais A área deve ser reabilitada São executados em pequena áreas que podem não permitir a reabilitação O encerramento das atividades de um lixão deve ser precedido de um projeto de recuperação ambiental, incluindo investigação geoam- biental local e da sua área de influência, contando com monitoramen- to da qualidade do ar, das águas superficiais e subterrâneas durante o tempo que durar o processo de liberação de gases e de lixiviado. As ações corretivas para as áreas degradadas por lixões que encerraram as atividades de disposição de resíduos contam, no mínimo, com: • delimitação da área, que deve ser cercada completamente para impedir a entrada de animais e pessoas; • realização de sondagens para definir a espessura da camada de lixo ao longo da área degradada; • movimentação e conformação da massa de lixo: os taludes de- vem ficar com declividade da ordem de 1:3; • cobertura final dos resíduos expostos com uma camada de solo argiloso de 0,50 m de espessura e uma camada de solo vegetal de 0,60 m de espessura sobre a camada de argila; 92 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • plantio de espécies nativas de raízes curtas, preferencialmente gramíneas; • construção de valetas para a drenagem superficial ao pé dos taludes; • execução de um ou mais poços verticais para a drenagem de gases; • aproveitamento dos furos de sondagens e implantação de poços de monitoramento (sendo no mínimo dois a montante do lixão recuperado e dois a jusante); • monitoramento das águas superficiais (VAN ELK, 2007). A escolha da melhor técnica a ser utilizada deverá ser pautada por um estudo prévio detalhado do local que avalie as condições físicas e o comprometimento ambiental da área. Esse estudo deve contemplar, no mínimo, a realização de levantamento planialtimétrico do terreno, es- tudos de sondagem e caracterização geotécnica, análises de águas su- perficiais e subterrâneas, entre outros. Esses estudos e projetos deverão ser submetidos ao órgão ambiental juntamente com a documentação pertinente ao processo de licenciamento do novo local para disposição final ou tratamento dos resíduos sólidos urbanos. É importante destacar que, em todos os casos, as medidas de en- genharia e de controle ambiental devem, necessariamente, fazer par- te de um documento elaborado por profissional habilitado. Este docu- mento, denominado PRAD, deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações: 1. caracterização e identificação do empreendimento e dos respon- sáveis pelo projeto; 2. levantamento topográfico cadastral com indicação dos cursos d’água, poços ou cisternas e edificações existentes no raio de até 500 m; 3. caracterização geológica e geotécnica da área; 93Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 4. diagnóstico ambiental simplificado, com a descrição dos aspectos físicos e socioeconômicos da área de entorno do depósito de lixo; 5. caracterização das águas subterrâneas em pelo menos dois pon- tos, um a montante e um a jusante do depósito maciço de lixo; 6. memorial descritivo das propostas para os processos de recu- peração, contendo orientações para execução dos serviços de conformação geométrica, selagem do lixão, drenagem das águas pluviais, drenagem dos gases, drenagem e tratamento dos lixivia- dos, cobertura vegetal e isolamento da área; 7. definição das alternativas de uso futuro da área; 8. definição de um programa de monitoramento da estabilidade do maciço e do estado de manutenção dos sistemas de drenagem (pluvial, gases e lixiviados), qualidade das águas superficiais e subterrâneas, crescimento e controle da cobertura vegetal, siste- mas de sinalização e isolamento da área; 9. custos estimados e cronograma de execução. A proposta para o uso futuro das áreas reabilitadas deve considerar que, nos locais onde os resíduos permaneçam aterrados, continuarão ocorrendo processos de decomposição mesmo após o encerramento das atividades, por períodos relativamente longos, que podem ser supe- riores a dez anos. Assim, depois da reabilitação das áreas, os sistemas de drenagem superficial de águas pluviais, tratamento dos gases, coleta e tratamento dos lixiviados e monitoramento da qualidade do solo e da água subterrânea devem ser mantidos por um período que será definido pelo órgão ambiental e em função das características locais. A escolha do uso futuro da área deverá ser definida com base nos estudos realizados e na aptidão da região, levando-se em consideração a proteção à saúde humana e ao meio ambiente, e deverá ser aprovada pelo órgão ambiental competente. Recomenda-se a implantação de 94 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .áreas verdes com a composição de equipamentos comunitários, como praças esportivas e campos de futebol, nos casos de locais próximos a áreas urbanizadas. A implantação de parques e espaços mais aber- tos poderá beneficiar um maior número de pessoas, disponibilizando acesso a uma área verde, com trabalho paisagístico de implantação de gramados e arbustos de árvores (LANZA et al., 2010). Considerações finais Este capítulo abordou os quatro setores que mais contribuem para a degradação do meio ambiente e aos quais os PRADs são amplamen- te aplicados. Além dos procedimentos padronizados exigidos pelos ór- gãos ambientais e pelas normas orientadoras, ficou claro que é impor- tante compreender todas as etapas das atividades que fazem parte do empreendimento e associá-las aos respectivos impactos que podem ser originados a partir de cada uma delas. O PRAD deve ser direcio- nado a cada setor específico e deve propor as medidas de correção, prevenção e monitoramento adequadas e de acordo com o uso futuro pretendido para a área a ser recuperada, observando-se que, em alguns casos, uma vez instalada a atividade, é possível devolver o equilíbrio ao ambiente, mas não dotá-lo das mesmas condições originais existentes antes da sua implantação.Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil em 2016. São Paulo: ABRELPE, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8419: Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos – Procedimento. Rio de Janeiro, 1992. 95Recuperação de áreas degradadas em setores específicos M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. ______. NBR 13028: Elaboração e apresentação de projeto de disposição de re- jeitos de beneficiamento, em barramento, em mineração. Rio de Janeiro, 2017a. ______. NBR 13029: Elaboração e apresentação de projeto de disposição de es- téril em pilha, em mineração – Procedimento. Rio de Janeiro, 2017b. ______. NBR 13030: Elaboração e apresentação de projeto de reabilitação de áreas degradadas pela mineração. Rio de Janeiro, 1999. BITAR, Omar Yazbek. Avaliação da recuperação de áreas degradadas por mi- neração na Região Metropolitana de São Paulo. 1997. 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Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 1981. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 30 abr. 2018. ______. Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 ago. 2010. Seção 1, p. 3-7. ______. Ministério de Minas e Energia. Balanço energético nacional: relatório sín- tese 2016. Empresa de Pesquisas Energéticas. Rio de Janeiro, 2017. 96 Plano de recuperação de áreas degradadas Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. 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