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Sociologia - Trabalho - MÍDIA E PODER

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MÍDIA E PODER
São Luís – Ma
2021
Universidade Estadual do Maranhão
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Curso de Ciências Sociais
Disciplina: Mídia e Poder
Professora: Rosirene
Aluna: Bianca Estefanny 
Democracia e mídia: intermediações entre o público e o privado
A democracia implica sobretudo a soberania popular e a distribuição equitativa dos poderes Legislativo, Executivo e o Judiciário, e também há o conhecido como Quarto poder, que seria os meios de comunicação. Para que a democracia seja exercida verdadeiramente em uma sociedade, é necessário que haja democracia no ato de se comunicar, ou seja, todo cidadão tem direitos e deveres, podendo e devendo ter a oportunidade de se manifestar na construção dessa sociedade democrática cujo um dos ideais principais é a liberdade de expressão.
Esses meios de comunicação mais conhecidos como mídia, representam uma forma de poder extremamente importante seja para a manutenção da democracia, de empresas, seja de interesse público ou privado. Isso se dá porque a mídia tem o poder de influir na formação de agendas públicas e governamentais, intermediar relações entre diversos grupos, influenciar a opinião de inúmeras pessoas, e trazer lucro para aqueles que se beneficiam de seu poder. Dessa forma, o autor Francisco C. P. Fonseca tem a mídia como uma mercadoria, devido ao seu caráter capitalista nesse processo de servir a instituições ou grupos privados dando-lhes audiência e vendas.
Por conta desse imenso poder que a mídia tem, se faz necessário perguntar-se sobre a veracidade das informações que recebemos hoje, porque o processo de informar, segundo Fonseca, depende de um conjunto de variáveis, tais como a visão do consumidor das notícias, das fontes, e do próprio “processo produtivo” das notícias. Nota-se que tratando da mídia, não existe apenas uma verdade, apenas interpretações diferentes sobre determinados fatos. 
Além disso, a internet por exemplo, tem o poder de expor publicamente a vida privada de alguns famosos, podendo destruir carreiras e causar estragos morais em suas vidas. Um outro exemplo de como a mídia, especialmente a internet pode ser utilizada para distribuir ódio e violência, é tratado nos filmes “o dilema das redes” e “redes de ódio”, quando um dos protagonistas utiliza a sua inteligência e a internet de modo egoísta para se promover e destruir a reputação de outras pessoas. 
Também se vê uma enorme influência da mídia na política. Os políticos, bem como os empresários, trabalham com a credibilidade, e esse é o capital simbólico com a qual a mídia trabalha, seja para construir, seja para destruir, como é o caso dos escândalos políticos e dos boicotes a empresas.
Como dizia Thompson, vivemos hoje em uma sociedade midiada e uma cultura midiada: não há instância da nossa sociedade que não tenha nenhuma relação profunda com a mídia e que não esteja contaminada por ela, desde a economia, a educação, a religião, e até mesmo a política.
Por isso Gramsci nos ensina que, pelo fato de a luta pelo controle e democratização da mídia ter assumido os contornos de uma “guerra de posições”, deve-se atuar em todos os campos possíveis, pois a mídia é um agente privado que tem como objetivo obter lucro.
Com isso, é conveniente para alguns grupos que detém o controle sobre a mídia manter a maioria das pessoas na desinformação, porque, como diz George Orwell, se lazer e segurança fossem desfrutados por todos igualmente, a massa que é embrutecida aprenderia a pensar por si e aconteceria uma espécie de revolta dessa massa contra a minoria privilegiada.
Apesar de polêmico, Olavo de Carvalho escreveu algo que podemos refletir em nosso contexto atual: “os meios de difusão tornaram-se meios de ocultação numa escala tal que já não há nenhum exagero em dizer que a mídia popular tem hoje por missão principal ou única tornar a verdade inverossímil ou inalcançável. Qualquer pessoa que tenha os jornais e a TV como sua fonte principal de informação está excluída da possibilidade de julgar razoavelmente a veracidade e a importância relativa das notícias”.
Portanto, apesar de estarmos em uma democracia, é de suma importância que saibamos filtrar as informações que recebemos, e que tenhamos a consciência de que estas mesmas podem e na maioria das vezes são manipuladas para manter os interesses dos detentores desse poder, que apesar de serem do setor privado, se utilizam do público para tal feito. 
REFERÊNCIAS
FONSECA, Francisco C. P. Mídia e democracia: falsas confluências.
THOMPSON, J. B. A mídia e a modernidade. Uma teoria social da mídia. Petrópolis: Vozes, 1998.
GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere. 5 v. Rio de Janeiro: 2001, Civilização brasileira.
ORWELL, George. 1984. São Paulo: IBEP, 2003.
CARVALHO, de Olavo. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota. Rio de Janeiro: Record, 2013.

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