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Saúde Coletiva III Educação em saúde Vulnerabilidades e reflexões O ser humano vulnerável é aquele que, conforme conceito compartilhado pelas áreas da saúde e assistência social, está mais suscetível uma vez que possui desvantagens para a mobilidade social, não alcançando patamares mais elevados de qualidade de vida em sociedade em sua função de cidadania fragilizada. O estudo de vulnerabilidade associa situações e contextos individuais e, sobretudo, coletivos. A saúde reconhece as preponderâncias das conjunturas macrossociais sem desconsiderar a dimensão pessoal requisitada para o enfrentamento das situações de vulnerabilizantes. Quais populações estão em vulnerabilidade social no Brasil hoje? Coronavírus Economia estagnada Desemprego Crescimento da informalidade Perda de direitos sociais Desastres ambientais Perdas por desmoronamento Educação em saúde Historicidade e bases conceituais Os primeiros conceitos sobre educação em saúde surgiram no final do século XIX e no inicio do século XX, quando o Brasil passava por um crescimento urbano, apresentando condições sanitárias ameaçadoras e o aparecimento de surtos epidêmicos. Nesse momento, conhecido como um período higienista, a Educação em Saúde era realizada por um processo formador de condutas saudáveis, por meio de discurso e práticas calcados em modelos de caráter coercitivo. Atualmente ainda há uma herança do modelo cartesiano, o qual influencia o pensamento médico, desenvolvendo enfoque reducionista e mecanicista que defende a ideia de que educar é para apenas prevenir. Diante desse paradigma biomédico, as práticas educativas em saúde tendem a reduzir-se as atividades preventivas, de cunho meramente informativo e coercitivo. Qual ES é mais eficaz? Educação Bancária- transmissão de conhecimentos VULNERABILIDADE TRAZ À CONSCIÊNCIA NOSSA CONDIÇÃO DE HUMANIDADE DOENÇAS, SOFRIMENTOS E MORTE NOS COLOCAM DIANTE DA RADICALIDADE DE NOSSA FINITUDE O SENTIDO DE VULNERABILIDADE VEM DA PERCEPÇÃO DE QUE A VIDA É "PRECIOSAMENTE PRECÁRIA" Educação Libertadora- Transformação da realidade. Velhos e novos paradigmas Educação Bancária- Focalizando na doença e a intervenção curativa Referencial biologicista Informações verticalizadas Ditam comportamentos Não problematizadoras. Educação Libertadora- Educação em saúde, crítica e transformadora. Direcionada à promoção da saúde Ações educativas e participativas Movimentos populares, surge como produto o SUS Controle social Educar é humanizar Segundo Paulo Freire, o caminho para o trabalho de libertação está no diálogo, possibilita a conscientização com o objetivo de formar cidadãos da práxis progressistas, transformadores da ordem social, econômica e política injusta. Deve ser vista como direito social e um pré- requisito para a expansão dos demais direitos, aprender implica construir e não adquirir conhecimentos Significa desenvolver habilidades pessoais e sociais e não adaptar ou reproduzir comportamentos. Educação popular em saúde Influenciado pelo ideário de Paulo Freire desenvolveu-se o campo da Educação Popular em Saúde, no entanto, sempre marginalmente à sombra da Educação em Saúde Tradicional. Empoderamento Foi mencionado por Paulo Freire e é verbete constante no dicionário Paulo Freire. Empoderamento faz parte da teorização sobre mobilização e participação social, inclusive em abordagens que assumem contra-hegemônicas. O termo, no entanto é escorregadio, frequente no discurso neoliberal com o sentido falacioso de transferir poder para populações vulneráveis. No contexto neoliberal O empoderamento implica culpabilização e convencimento da população para que utilize recursos próprios na resolução de problemas sanitários e sociais, reduzindo-se a responsabilidade do Estado. Na perspectiva da Promoção de Saúde Em sua relação com o neoliberalismo, empoderamento significa o assenhoramento de grupos marginalizados e vulnerabilizados e pode ser visto como uma nova forma de tutela sobre a maioria da população.