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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Gestão de Estoques Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. José Joaquim do Nascimento Revisão Técnica: Prof. Dr. Antonio Carlos da F. Bragança Pinheiro Prof. Me. Maick Roberto Lopes Revisão Textual: Profa. Ms. Magnólia Gonçalves Mangolin 5 • Introdução • Sistemas de controle dos níveis de estoques • Técnica de controle de estoque: Ponto de Pedido - PP • Sistemas MRP • Estoque Mínimo (segurança) e Grau de Atendimentos Sistemas de Controle dos Níveis de Estoques Ao concluir este módulo você deve ser capaz de entender e compreender: » Quais são os principais sistemas de controle de estoque nas empresas; » Como identificar os estoques mínimos; » Quais as equações básicas que fundamentam o Lote Econômico de Compras. Trata-se de um item que compõe o estudo do tema Estoque nas empresas, tema que é visto como uns dos itens centrais da análise do estoque. Busque compreender a lógica dos sistemas de controles e pesquisar em livros e artigos acadêmicos para aprofundar seus conhecimentos. · O tema central desta unidade é sistema de controle de estoque. Leia com atenção, pois dois sistemas que apresentaremos será apenas conceitual e os outros necessitam de um esforço para resolver os cálculos. · A realização dos exercícios é fundamental para fixação e a aprendizagem da unidade. Além disso, sua participação nas atividades e nos fóruns é muito importante. • Sistema de controle de estoque: curva ABC • O Sistema de Controle de Estoque a partir do Lec: Modelo de Lote Econômico • Sistema de controle de estoque: modelo Just-in-Time • Ações básicas para um plano de controle de estoques 6 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Contextualização Existem vários de sistemas de controle de estoque operando nas empresas, atualmente, a partir de software e metodologias conhecidas e já muito difundidas. Os sistemas de controle de estoque, são ferramentas importantes para um controle mais eficaz e eles estão ligados a outros departamentos nas empresas permitindo que outras áreas conheçam como funcionam os estoques. Os níveis de estoques têm se tornado elemento importante para tomada de decisões e os sistemas de controles são vistos como ferramentas poderosas que apoiam decisões diversas. As empresas estão buscando melhorar suas performances no mercado e para tanto precisam otimizar recursos diversos. Tal otimização dependem das ferramentas de controle dos recursos. 7 Introdução Já sabemos que os estoques são recursos ociosos que possuem valor econômico e que eles representam um investimento destinado a incrementar as atividades de produção nas empresas. Para Ching (2010), a perspectiva atual da gestão de estoque moderna avalia e dimensiona convenientemente os estoques em bases científicas, substituindo o empirismo por soluções técnico-científicas. Já sabemos, portanto, que toda empresa deve gerenciar seus estoques definindo a forma mais conveniente, buscando, assim, saber quando e quanto comprar, de modo que obtenha com tal controle uma vantagem competitiva perante aos seus concorrentes (TADEU, 2011). Diálogo com o Autor Nigel Slack et al. (2009), enfatizam que o controle enfatiza em seus livros de gestão da produção que o controle dos estoques é de suma importância para o funcionamento da empresa, considerando tal relevância ao controle dos níveis de estoque exatamente porque o excesso de produtos estocados pode absorver uma considerável quantidade de capital, tomando- os custosos para a empresa. Diz ainda que o excesso de estoque pode gerar uma chance maior de perdas, por poderem se deteriorar, tornarem-se obsoletos ou apenas se perderem, além de ocuparem espaços valiosos nas empresas. Imagine as empresas de pequeno e médio porte que, geralmente, tem pouco espaço físico e realiza suas atividades de forma bastante “apertada” financeiramente (SLACK et al., 2009). Existe o outro lado para a questão apresentada anteriormente, sobre os níveis de estoques. Sabemos que um elevado estoque, pode proporcionar uma maior segurança para os vendedores de uma empresa comercial ou até industrial, já que em um determinado momento, o ambiente para muitas empresas podem apresentar incertezas diversas. Para Paolesch (2012), as incertezas e instabilidades nos ambientes econômicos podem levar às empresas mudanças bruscas de atividades, podendo ter uma alta demanda por um produto num mês e noutro quase nenhuma. Em Síntese Caro aluno, o problema que buscaremos entender é o controle dos níveis de estoque. Quanto de produtos os administradores devem deixar estocados, para que seja atendido da melhor maneira possível a demanda, tanto interna quanto externa. Vamos lá! Vamos começar estudar a questão do controle dos níveis de estoque, partindo de considerações simples. Imagine uma empresa de qualquer segmento, seja ele comercial, ou industrial. Agora, vamos pen- sar em um cliente que vai a procura de um determinado produto e não o encontra disponível. Nes- te momento, este cliente vai ao concorrente e encontra o produto disponível, efetuando a compra. Esta situação demonstra a importância de se ter um estoque mínimo, também chamado de estoque de segurança, de produtos, para evitar que não se tenha falta de produtos no estoque. 8 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Vamos avançar um pouco! Uma política de controle é fundamental pois é improvável que uma empresa consiga realizar sua atividade comercial ou produtiva sem sofrer influência de uma série de variáveis que impactam diretamente nos níveis de estoques (WANKE, 2011). Uma política de controle de estoques sugere considerarmos considerarmos os seguintes fatores: (TADEU, 2011). Alteração nas quantidades consumidas de um período para outro; O prazo solicitado pelo fornecedor para atender ao pedido; Problemas internos como a Rejeição por parte do Controle da Qualidade de um volume de produtos produzidos; Entrega de materiais diferente do solicitado por parte dos fornecedores; Apuração dos estoques com bastante diferença do apresentado em inventário, entre outros. Finalidade do controle de estoque para uma empresa A finalidade básica de uma empresa em controlar os estoques, é otimizar seus investimentos, aumentando o uso dos meios internos da empresa, diminuindo as necessidades de capital investido em produtos. A finalidade também diz respeito ao atendimento de metas de produção ou vendas das empresas, assim como atender a uma expectativa de gastos que são gerados com a estocagem dos produtos (TADEU, 2011). Não somente os recursos que estão empatados em produtos são preocupantes para empresas, mas também questões de natureza operacional interna e até questões externas vinculadas as condições do mercado fornecedor e até os concorrentes. Para Pozo (2007), quando a administração superior decide por uma lógica de controle, do estoque, obviamente variáveis que interferem nas decisões internas de diversos departamentos estão sendo consideradas. Variáveis como: Custos para manutenção; Demandas nos pontos de vendas; Disponibilidade de caixa na empresa; Ritmo da produção, entre outras questões gerenciais. A administração necessita estabelecer um padrão de controle, até mesmo para medir a performance do setor de materiais em diversos aspectos: operacionais, financeiros e gerenciais, é o que considera Novaes (2007). A figura 1 sugere que a compra de materiais ou mercadorias envolve diversos atores e se vinculam a diversas atividades dentro da companhia. 9 Figura 1 – Elementos Relacionados ao Estoque. Veja que há vários elementos, ou ainda áreas funcionando nas empresas, e todas ao planejarem consideram em seu planejamento questõesrelativos ao abastecimento de materiais. Os planos convergem com uma política de estoque que respeita aspectos importantes, que de maneira geral, podem ser: Tamanho da área necessária para guarda das mercadorias; Tipos de recursos necessários para estabelecer o controle; Indicadores de níveis de estoques determinados pela organização. Sistemas de Controle dos Níveis de Estoques Há várias técnicas de gestão de estoques, umas mais adotadas na indústria outras mais no comércio. As mais conhecidas são (NOVAES, 2007): Ponto de Pedido Classificação ABC Lote Econômico de Compras Ressuprimento JIT MRP Nosso estudo irá analisar as três técnicas iniciais e descrever as demais de forma sucinta. 10 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Técnica de controle de estoque: Ponto de Pedido - PP É muito usado por empresas, notadamente, as pequenas e até médio porte, em função da facilidade do controle. Este ponto indica, em termos de quantidade física, quando um determinado item ou mercadoria precisa de uma nova compra, ou ainda um novo pedido. Segundo Wanke (2011), este ponto indica qual o saldo do estoque que suporta o tempo necessário para reposição, ou seja, o tempo necessário para entrada de um novo produto. Podemos representar este ponto a partir de uma equação como a que apresento abaixo: Equação PP = (CMM x Tr) + Emin Em que: PP – Ponto do Pedido CMM – Consumo Médio Mensal Tr – Tempo de Reposição Emin – Estoque Mínimo ou estoque de segurança Exemplo Vamos supor que em uma empresa qualquer uma determinada peça tem consumo mensal de 100 unidades, porém o tempo de reposição desta peça é de 2 meses. Com estas informações podemos determinar o ponto de pedido, uma vez que o estoque mínimo deve ser de 30 unidades para um mês de consumo. PP = (CMM x Tr) + Emin PP = (100 x 2) + 30 PP = 230 unidades Vamos entender! Por que estamos multiplicado o consumo médio mensal por 2? Resposta. O consumo mensal é de 100 unidades, porém o tempo de reposição é de 2 meses. Como o ponto de pedido indica quando deve ser feito o novo pedido, neste exemplo, podemos dizer que deve ser quando o estoque for de 230 unidades. Tempo de Reposição de um Pedido (Tr) Para Viana (2002), esta é uma variável que compõe o ponto do pedido. Este tempo, sugere o quanto é gasto em termos de dias, desde a constatação de que o estoque deve ser reposto até a chegada da mercadoria ou material no ponto de estoque da empresa. 11 O tempo de reposição é composto por três atividades básicas: A emissão do pedido – gasta-se um tempo desde a emissão do pedido de compra até o pedido chegar ao fornecedor da mercadoria. Preparação do pedido – O fornecedor precisa de um tempo para fabricar o produto, para faturar o pedido de compra, entre outras, até deixar na condição de transportar a mercadoria. O transporte do pedido – é necessário considerar o tempo gasto no período em que a mercadoria se mantém no transporte (do momento que sai do fornecedor até o recebimento por parte da empresa compradora). Consumo Médio Mensal (CMM) É a quantidade média consumida de materiais ou mercadoria em um certo período de tempo. Pode ser determinada por uma equação simples, como a apresentada a seguir (VIANA, 2002): CMM = [C1 + C2 + C3 + ...+ Cn] / N Em que: C1+ C2 +C3 = Quantidade Consumida em cada período (mês). N = número de meses. O Consumo médio mensal é outro parâmetro do Ponto de Pedido que pode aparecer em questionamentos como segue o exemplo a seguir. Assim: Uma empresa do ramo automotivo usa uma determinada peça XYZ em seus carros montados e a mesma teve seu consumo no semestre como indicado na tabela a seguir. Se o tempo de reposição for de 45 dias, qual será o Ponto de Reposição? Jan. = 1000 Fev. = 900 Total Período = 6000 unidades Mar. = 700 CMM = 6000 / 6 = 1000 unidades por mês Abr. = 1.100 Mai. = 1.500 Jun. = 800 Vamos considerar o caso da empresa automotiva acima e dizer que a mesma consome outra peça ABC na quantidade de 3000 unidades por mês. O tempo de reposição (Tr) é 15 dias. Qual deve ser o Ponto de Pedido, considerando que a empresa deve ter um estoque mínimo de 10 dias de consumo? 12 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Resolução: CMM = 3000 Unidades por mês PP = (CMM x Tr) + Emin Tr. = 15 dias ou 0,50 mês PP = (3000 X 0,5) + 10 Emin = 10 dias de consumo PP = 1.500 + 10 = 1.510 unidades Intervalo de Ressuprimento (IR) É o tempo gasto em dois pedidos realizado pelo gestor de estoque. Ele pode ser fixo ou variável. Para Dias (2009), o gestor solicitar do fornecedor, a cada semana, quantidades diversas em função das necessidades da semana ou pode solicitar o ressuprimento em qualquer período, porém sempre a mesma quantidade, ou uma quantidade fixa. Este intervalo pode ser dimensionado em dias, semanas, meses ou ano (DIAS, 2009). Assim: IR = 12 / N meses ou IR = 360 / N dias. Sistema de controle de estoque: curva ABC Explore Comece este item com tranquilidade, após assistir ao vídeo através do link: www.youtube.com/watch?v=JIZqxuADAJM O sistema ABC de estoques é muito conhecido e tem seu mérito atribuído a Vilfredo Pareto. Como sistema baseia-se em uma classificação de produtos por classes ou níveis, daí o termo ABC porque as empresas ao classificarem a importância dos produtos consumidos ou na linha de produção ou no ponto de consumo, devem considerar que os mais importantes são os produtos de classificados como A, e os menos importantes são classificados como C. Os intermediários são os produtos de classe B (DIAS, 2009). A ideia da classificação ABC, é definir a quantidade de itens que são mais ou menos importantes para as empresas. Esta importância se dá visualizando, apenas, o aspecto financeiro do item. Os itens/prdutos classificados como “A”, normalmente, representa aproximadamente 80% do valor financeiro, porém, reflete por volta de 20% da quantidade estocada. 13 Já os produtos classificados como classe B, representam os produtos intermediários do estoque, ou seja, os que têm custos intermediários. Normalmente, são os produtos que compreendem de 20 a 90% do investimento em estoque da organização. Os produtos classificados como C, retratam um baixo investimento em estoque, porém, geralmente é a maior quantidade de produtos estocados. Cada segmento da curva sugere a classe de produtos e consequentemente o grau de atenção do gestor de estoque, porém de forma inversa. Veja que estamos relacionando as classes dos produtos ao valor financeiro que os produtos desta classe têm (Figura 2). Figura 2 – Curva ABC Para Martins e Alt (2002), uma vez considerada uma técnica de classificação para os produtos em estoques, as empresas podem optar por acompanhar periodicamente ou permanentemente (diariamente, ou semanalmente, por exemplo). A lógica é que os produtos classificados como A em que a empresa empata muito recurso, a atenção deve ser redobrada e o monitoramento deve ser permanente. Já os produtos de classe B podem ser controlados periodicamente, assim como os produtos de classe C. Há ainda técnicas simples como o método de duas gavetas que podem servir para os produtos de classe C, pois eles representam baixo valor investido nestes, embora sejam os de maiores consumo, como ressalta Pozo (2007). Então a empresa pode consumir tudo que está na primeira gaveta e começar a usar o que está na segunda gaveta, e é momento de realizar um pedido para reposição dos produtos. Veja as tabelas 1 e 2 que é sugestiva para o que comentamos, onde temos produtos com determinados preços e suas classificações em função dos seus respectivos preços. Produtos de classe A são mais caros e de classeC são mais baratos. 14 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Tabela 1 – Classificação ABC Produto “Valor Unitário (R$)” CMM “Custo total Mensal Valor Unitário x CMM” “% de representatividade do total” A001 93,00 3.200 297.600,00 30,42% B002 31,00 2.500 77.500,00 7,92% C003 212,00 320 67.840,00 6,93% D004 130,00 475 61.750,00 6,31% E005 618,00 300 185.400,00 18,95% F006 720,00 300 216.000,00 22,08% G007 0,25 25.000 6.250,00 0,64% H008 0,60 6.800 4.080,00 0,42% I009 1,25 15.000 18.750,00 1,92% J010 6,30 3.000 18.900,00 1,93% K011 5,40 600 3.240,00 0,33% L012 1,10 1.000 1.100,00 0,11% M013 25,40 700 17.780,00 1,82% N014 0,35 2.000 700,00 0,07% O015 3,50 400 1.400,00 0,14% SOMA 978.290,00 100,00% Tabela 2 - Classificação ABC Produto “Valor Unitário (R$)” CMM “Custo total Mensal Valor Unitário x CMM” “% de representatividade do total” % Acumulado “Classificação ABC” A001 93,00 3.200 297.600,00 30,42% 30,42% A F006 720,00 300 216.000,00 22,08% 52,50% A E005 618,00 300 185.400,00 18,95% 71,45% A B002 31,00 2.500 77.500,00 7,92% 79,37% A C003 212,00 320 67.840,00 6,93% 86,31% B D004 130,00 475 61.750,00 6,31% 92,62% B J010 6,30 3.000 18.900,00 1,93% 94,55% B I009 1,25 15.000 18.750,00 1,92% 96,47% C M013 25,40 700 17.780,00 1,82% 98,29% C G007 0,25 25.000 6.250,00 0,64% 98,92% C H008 0,60 6.800 4.080,00 0,42% 99,34% C K011 5,40 600 3.240,00 0,33% 99,67% C O015 3,50 400 1.400,00 0,14% 99,82% C L012 1,10 1.000 1.100,00 0,11% 99,93% C N014 0,35 2.000 700,00 0,07% 100,00% C SOMA 680.690,00 69,58% O procedimento para realizar a classificação segue na equação a seguir, uma vez que ao considerarmos a quantidade de produtos que pertencem a uma classe em função de seu preço basta dividirmos pelo total de produtos comprados e assim teremos sua classificação, se A, B ou C (POZO, 2007). 15 A classificação ABC típica pode ter esta configuração: 20% de produtos são de níveis A, que respondem por 60% do valor investidos. Os produtos classificados como B, significaram 30% do valor investido e os produtos de classe C, representaram algo em torno de 10% do valor investido. Veja que a relação não é quantitativa e sim financeira. O movimento quantitativo de produtos dentro do almoxarifado é de produtos de classe C, porém não são os que demandam mais preocupação como roubo, danos e avarias diversas (CHING, 2010). O Sistema de Controle de Estoque a partir do Lec: Modelo de Lote Econômico As empresas podem ainda estabelecer controle dos níveis de estoques adotando uma postura específica para as compras. Esta postura define a quantidade ideal para se comprar um determinado produto.” Estamos falando de uma quantidade ótima de produtos que deve existir no estoque a partir de lotes de compras ótimos. Este lote é conhecido como Lote Econômico de Compras – LEC (VIANA, 2002). O que os gestores estarão fazendo é dividirem os custos de estocagem nos custos. Para Viana (2002), a única variável que o modelo deixou de fora foi o custo do produto adquirido. O LEC tornou-se um modelo de compras ótimo muito conhecido e fundamentado em uma equação simples, como a apresentada a seguir. Q S O C = × ×2 Em que: · S=consumo em unidades por período (mês ou ano) · O= custo de pedido, por pedido · C= custo de carregamento por unidade, por período. Custo de Estocagem · Q= número de unidades do pedido (no nosso caso, o LEC). 16 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque A partir do momento que uma empresa tem calculado o seu lote econômico de compras, ela precisa determinar quando deve emitir os pedidos que encontrou como ótimo. Veja que estamos falando do Ponto de Pedido, item que discutimos logo no início deste módulo. Como mencionamos antes, o ponto de emissão de novo pedido reflete o número de dias necessários para emitir e receber um pedido e a utilização diária do item em estoque. Ponto de Emissão de novo pedido = Dias de prazo x Utilização diária De acordo com Tadeu (2011), caso a empresa tenha um ritmo de produção ou consumo elevado, basta considerar a utilização diária do produto e multiplicar pelos dias de prazo necessário para o ressuprimento e assim estará determinando o ponto do novo pedido. Para elucidar esta questão vamos a um exemplo simples. Atenção Imagine que uma empresa já sabe que precisa de 10 dias entre a emissão e o recebimento do pedido de um fornecedor. Porém consome 200 unidades por dia dos produtos que estão em estoque. Então qual é o ponto do novo pedido? Ponto de Emissão de novo pedido = Dias de prazo x Utilização diária Usando esta equação, temos: PP = 10 dias x 200 unidades / dia = 2000 unidades. As 2.000 unidades encontradas sugerem que quando o estoque estiver com esta quantidade deve-se realizar um novo pedido ao fornecedor do produto ou material. Veja que estamos falando do ponto de pedido e não do lote econômico. Para Tadeu (2011), o que não pode ocorrer são erros na estimativa, nem de consumo nem de prazo de entrega, para não gerar a falta de estoque para empresa ou gerar estoques excessivos. Nesta perspectiva o pedido chegará exatamente no momento em que o estoque zerar. Sabemos, no entanto, que os prazos determinados pelas empresas que fornecem produtos ou materiais falham assim como o quanto a empresa consome em um período também. Daí se justificar um estoque de segurança, um estoque mínimo que elimine problemas com tais falhas: prazos e taxas de consumo em períodos (WANKE, 2011). Pense Caro aluno, estamos tratando de um modelo, e, portanto, ele não é perfeito e adequado a qualquer tipo de situação sem restrições. Há uma série de restrições ao modelo, daí é importante que considere seus fatores para que ele seja útil. 17 Vamos voltar ao LEC, item que estávamos discutindo. Há outra forma de calcularmos o lote ótimo, como mostra a equação abaixo. LEC = (2.B.D / Pu.I)1/2 Em que: LEC: Lote Econômico de Compra B: Custo Unitário do Pedido D: Demanda Anual Pu: Preço Unitário do Item (valor da compra) I: Taxa de armazenamento dada em % ou valor do armazenamento para o período A equação do LEC ajuda bastante a identificar a quantidade ótima de compras, mas ela não informa outras questões relevantes para o gestor de estoque, apenas o quanto é ótimo comprar, a partir das informações de consumo dentro do período, tempo de armazenamento e custos do produto adquirido (WANKE, 2011). Vamos a um exemplo, usando o Case da empresa Vende Bem Ltda. que apresentou as seguintes informações e custos relativos: Total de Salários do setor de compras (anual) R$ 75.000,00 Despesas Operacionais do Setor de compras R$ 20.000,00 Custos de Inspeção e recebimento por pedido R$ 10,50 por pedido Média de pedidos por ano 10.000 unidades A tabela abaixo indica os dados da armazenagem: Demanda Anual (Consumo em um ano) 1.000 caixas Custo de Aquisição Taxa de armazenagem (I) 9% Preço unitário (caixa) R$ 10,00 Quando tivermos um problema em que os dados são apresentados do modo demonstrado anteriormente, o interessante é separarmos o que é custo fixo e custos variáveis. No caso anterior temos: Fixos: Salários anuais do setor e Despesas operacionais do Setor; Variáveis: Custos de inspeção e recebimento, pois só ocorrem se acontecer um pedido. Feito isto, vamos identificar os fatores que nos ajudam na determinação do custo do pedido. » Demanda ( D ) = 1.000 caixas; » Média de pedidos por ano: Cadência ( N ) = 10.000; » Taxa de Armazenagem ( I ) = 9%; » Preço Unitário ( Pu ) = R$ 10,00 » Tempo ( t ) será 1 pois referimo-nos aos dados anuais; 18 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Agora podemoscalcular o Lote Econômico de Compras, o lote ótimo para empresa. Só falta o custo do Pedido para então determinarmos o LEC. Vamos adotar o seguinte procedimento: Vamos somar os valores anuais dos custos fixos: 75.000,00 + 20.000,00 = 95.000,00; Estes valores são anuais e correspondem a um CTA (Custo Total Anual de Pedidos) então para podermos finalizar e obter o custo unitário do pedido vamos dividir esse valor pela cadência (N) = 95.000,00 / 10.000 = 9,5; R$ 9,50 será o custo fixo de um pedido. Somemos a ele o custo variável unitário, correspondente ao valor dos custos de inspeção e recebimento: R$ 9,50 + R$ 10,50 = R$ 20,00, pronto chegamos ao valor do parâmetro B da equação do Custo do Pedido. Vamos então ao cálculo do LEC, usando a equação indicada acima: Resolução: LEC = (2.B.D / Pu.I)1/2 LEC = (2*20,00*1.000 / 10,00*0,09)1/2 ; LEC = 211 caixas Vamos a outro Exemplo, porém você vai adotar a mesma equação e verificar se consegue encontrar o valor identificado como resposta correta. Uma empresa decide estabelecer o LEC para um produto de consumo diário. A quantidade consumida por ano é 100.000 unidades deste produto. Sendo que cada produto consumido custa em média 8,00 reais. Considerando que o custo do pedido foi de 32,00 reais por pedido e o custo para manter os estoques foi de 20% ao ano, qual deve ser o LEC - O Lote Econômico de Compra desta empresa? Resposta: 2.000 unidades por Lote. Veja se consegue demonstrar o cálculo. Podemos avançar mais um pouco e, usando informações da unidade Custo de Manutenção de Estoque, buscar resolver a questão a seguir. Observe que os resultados estão no final da questão: Uma empresa decide estabelecer o LEC para um item. A demanda anual é de 100.000 unidades, cada uma custando 8,00 reais. Digamos que o custo do pedido foi de 32,00 reais e o custo de manter estoques foi de 20% ao ano. Vamos calcular o LEC, o Número de Pedidos que a empresa fez por ano, O custo do pedido para empresa e assim como o custo de manter estoque e o custo total para o produto em questão. Veja se consegue a partir das informações abaixo: a) LEC = 2000 unidades b) O número de pedidos no ano = 50 Pedidos por ano c) O custo do pedido = 1.600 reais 19 d) Custo de manter estoques = 1.600 e) Custo Total do Estoque = 3.200,00 reais Trocando Ideias! Caro aluno, lembro ainda que é possível a realização do Lote Econômico de Fabricação (LEF). Embora importante, para determinação de quanto de materiais podemos ter no almoxarifado, não precisamos calcular novamente, basta você considerar que tal cálculo é voltado para estabelecer o fluxo ótimo entre as linhas de produção nas fábricas e os níveis de estoques que atendem as linhas de produção. Sistema de controle de estoque: modelo Just-in-Time (JIT) Considerar que uma empresa pode adotar um sistema de controle de estoque é compreensível. Mas qual é o adequado? Algumas empresas ao considerarem um sistema de produto que minimize custos pode adotar o sistema just-in-time (JIT) para controlar os seus estoques (VIANA, 2002). Para Ritzman e Krajewski (2004), o sistema Just in Time (JIT), como é conhecido, considera que não é possível manter produtos ou mercadorias paradas em estoques. As mesmas só devem ser solicitadas aos fornecedores no momento em que forem ser usadas ou vendidas para os consumidores. É claro que a empresa está minimizando os investimentos em estoques, pois é exatamente isto que o termo Just in time sugere, como salienta Pozo (2007). Somente no momento certo, ou exatamente no momento em que serão usados para produção, quando tratarmos de materiais, por exemplo. Para Tadeu (2011), o estoque de segurança não é considerado quando uma empresa adota este sistema de controle. Pense! Para que este sistema de controle funcione mesmo, imagine a coordenação que deve ser necessária entre o pessoal da empresa produtora, o pessoal da empresa fornecedora do material e os demais elementos envolvidos como as transportadoras, como salienta Fleury (2000). Nem podemos pensar em atrasos, pois o processo é interrompido. Certamente, poucas atividades produtivas podem usar este sistema, devido às diversas variáveis que prejudicam nossa logística, como a infraestrutura viária (FLEURY et al., 2000). Se o sistema Just in Time funcionar mesmo, ele faz com que as ineficiências produtivas venham à tona. Lembro que a existência de estoque pode esconder problemas de falta de eficiência produtiva e o JIT pode escancarar este problema na empresa (MARTINS & ALT, 2002). 20 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Sistemas MRP de controle de estoques Um outro sistema de controle de estoque é o MRP - Material Requirement Planning. Para Correa (2010), o MRP é um sistema básico usado entre departamentos de uma empresa para controle de recursos. É um sistema de comunicação entre equipes de áreas que possibilita o controle dos recursos usados nas atividades, porém importante porque ajudar a identificar quanto de recursos circula dentro da unidade produtiva, diz onde esta se encontra e informa os níveis mínimos de materiais ou produtos em estoques (MARTINS & ALT, 2002). Este sistema aplica os conceitos de Lote Econômico de Compras para sinalizar quais são as quantidades pedidas e pode indicar a lista de materiais, assim como a situação dos estoques em termos quantitativos, é claro, assim como o processo produtivo de cada material realizado pela empresa. Ainda, de acordo com Martins e Alt (2010), a lista de materiais nada mais é que uma relação de todas as peças e matérias-primas utilizadas para fabricar o produto acabado na unidade em questão. Considere que cada produto é composto por um conjunto de materiais e o software diz quais são, ou seja, os produtos são cadastrados e neste há a indicação de quanto de materiais é consumido por cada produto. Uma vez dito quantos produtos foram elaborados, o computador diz quanto de material foi consumido e portanto, quanto ainda existe no estoque. Para Ching (2010), um planejamento específico da produção ou de um pedido a ser produzido o sistema MRP é importante e muito valioso. Ele pode simular a quantidade de recursos necessários, comparando as necessidades de produção com o estoque disponível. Tendo como base o tempo necessário para que um produto em processamento passe pelos diversos estágios de produção assim como o prazo necessário para receber materiais, o sistema de computador (o MRP) determina quando deve ser emitido um novo pedido dos diversos itens da lista de materiais que compõe o produto (CHING, 2010). Fica fácil entendermos que o uso deste sistema para controlar os estoques, ou seja, os níveis de materiais ou produtos em estoques é muito bom. Daí dizer que ele é capaz de reduzir o investimento em estoques sem prejudicar a produção. Porém não podemos deixar de dizer que ele representa um custo para implantar e manter, mas é um dos mais baratos atualmente (CHING, 2010). Estoque Mínimo (segurança) e Grau de Atendimentos A discussão sobre estoque mínimo ou de segurança é importante, pois sugere prudência por parte dos gestores, conforme comenta Viana (2002). Vários fatores podem interromper um fluxo contínuo de entregas, assim como vários fatores podem levar uma linha de produção a consumir mais um material do que o previsto por um sistema de computador, entre outros motivos. Daí falarmos de estoque de segurança que deve ser considerado independente do sistema que possa ser usado na empresa (VIANA, 2002). 21 No que tange ao cálculo ele é simples. Veja abaixo, em formato de uma equação: Emin = CMM x K CMM = Consumo Médio Mensal. K = fator de segurança arbitrário - é proporcional ao grau de atendimento desejado aos clientes da empresa (G.A) para o produto demandado. Veja que o Grau de Atendimento desejado é 100% do que a empresadeseja menos o Risco de não atender (VIANA, 2002). G.A = 1 - RISCO Situação I Vamos considerar que o consumo médio mensal de uma determinada mercadoria é de 1000 unidades. Caso a empresa deseje um grau de atendimento de 60%, qual deve ser o estoque mínimo a existir no almoxarifado? Resolução: usando os dados informados temos: Estoque Mínimo (segurança) = 1000 x 0,60 = 600 unidades deve ser o estoque mínimo. O estoque mínimo e o grau de atendimento desejado pela empresa tem uma relação direta, de modo que se a empresa aumentar o grau de atendimento ela terá de aumentar o estoque mínimo. No exemplo anterior o grau de atendimento era 60%, mas se a empresa desejar aumentar para 90% a consequência será um aumento do estoque mínimo. Veja como fica: O aumento do percentual gerou um acréscimo no estoque de 50% do estoque mínimo anterior. Logo, de 300 unidades para 600 unidades, que resultou da equação: Variação do estoque = (300/600) x 100 = 50%. Vamos a outra situação em que a alteração do grau de risco seja menor e consequentemente o grau de atendimento seja maior. Digamos que a empresa deseja um grau de atendimento de 90% e, portanto, um grau de risco 10%. Considerando um consumo médio de 1000 unidades por mês, vamos ao cálculo. Consumo Médio Mensal = 1000 unidades da mercadoria Grau de Atendimento desejado pela empresa = 90% Estoque Mínimo = 1000 x 0,90 = 900 unidades 22 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Ações Básicas para um Plano de Controle de Estoques Pense Caso necessite criar um plano para controlar o estoque na empresa, você pode organizar e determinar níveis de estoque de segurança? Siga os procedimentos a seguir e considere estes como questões que dão base a uma estratégia. Assim: Determine quais produtos ou materiais devem permanecer em estoque, assim como a quantidade; Determine o ponto de pedido, e faça isto a partir de um controle permanente; Determine o estoque máximo para um determinado período; Determine o controle de estoque por um dos métodos, como a curva ABC já estudada; Adote o lote econômico de compras – LEC como uma ferramenta para aquisição de quantidades ótimas; Identifique e retire do estoque produtos danificados, pois não servem para uso. 23 Material Complementar Explore Assista ao vídeo e veja outra opinião de como se estabelece e controla os níveis de estoques. Link abaixo: www.youtube.com/watch?v=paBqnoyTjuA 24 Unidade: Sistemas de Controle dos Níveis de Estoque Referências BOWERSOX, D.J.; CLOSS, D.J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2004. BRUNI, A. L., FAMÁ, R. Gestão de Custos e Formação de Preços. Atlas, 2012. CORRÊA, H. L. Gestão de Redes de Suprimento: integrando cadeias de suprimento no mundo globalizado. São Paulo: Atlas, 2010. CHING, Y.H. Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FLEURY, P. F.; FIGUEIREDO, K. F.; WANKE, P. F. Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000. MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2002. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2007. POZO, H. Administração de materiais e patrimoniais: uma abordagem logística, 4. ed. São Paulo, Atlas 2007. PAOLESCH, B. Almoxarifado e Gestão de Estoques. São Paulo, Editora Erica, 2012. RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J. Administração da produção e operações. São Paulo: Pearson Education, 2004. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. TADEU, H. F. B. Gestão de Estoques: Fundamentos, Modelos Matemáticos e Melhores Práticas Aplicadas. Editora Cengage Learning. São Paulo, 2011. WANKE, P. F. Gestão de estoques na cadeia de suprimento: decisões e modelos quantitativos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2011. VIANA, J. J. Administração de Matérias. São Paulo: Atlas, 2002. Contabilidade Básica – José Carlos Marion. 25 Anotações
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