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DIVISÕES ANATÔMICAS DO SISTEMA NERVOSO ANATÔMICA EMBRIOLÓGICA FUNCIONAL SEGMENTAR ANATÔMICA SNC ENCÉFALO E MEDULA ENCÉFALO: CÉREBRO, DIENCÉFALO, CEREBELO, TRONCO ENCEFÁLICO CÉREBRO: TELÉNCEFALO. Hemisférios e Lobos DIENCÉFALO: TÁLAMO E HIPOTÁLAMO TRONCO ENCEFÁLICO: MESENCÉFALO, PONTE E BULBO SNP Todo o tecido nervoso fora do SNC Permite a transferência dos estímulos das experiências sensoriais em impulsos nervosos e encaminhamento ao SNC para processamento, mediação de reflexos, permite o retorno dessa informação processada para função motora, seja contração muscular, tudo mediado ao SNP. Informação chega ao SNP passa ao SNC, volta ao SNP FORMADO POR: GÂNGLIOS TERMINAÇÕES NERVOSAS NERVOS: CRANIANOS E ESPINHAL GÂNGLIOS Conjunto de corpos de neurônios. Caracterizados como: Sensitivo ou motor AFERENTE-SENSORIAL- RECEBE E IMPULSIONA AO SNC EFERÊNTE- FUNÇÃO MOTORA / MÚSCULO EFETOR Pseudounipolar, multipolar DIVISÃO Gânglio da raiz dorsal dos nervos espinais (Pseudounipolar, cercados de células satélites) Gânglio dos nervos cranianos Gânglios autonômicos (simpáticos e parassimpáticos- multipolares) NERVOS É um feixe composto por centenas de milhares de axônios, associados a seu tecido conjuntivo e seus vasos sanguíneos, que se situa fora do encéfalo e da medula espinal Doze pares de nervos cranianos emergem do encéfalo e 31 pares de nervos espinais emergem da medula espinal. ATENTAR: NERVO VAGO E ACESSÓRIO Substância cinza: H, corpos de neurônios Substância branca, sem corpos Mielina produzida no SNP é a célula de Schwann- do SNC- OLIGODENTRÓCITOS EMBRIOLÓGICA Originada do folheto embrionário: ECTODERMA Início na 3ª semana: ectoderma se transforma em neuroectoderma Originado da PLACA NEURAL 17ª s Sulco Neural (18ª s): Tubo neural- SNC- Prosencéfalo , Mesencéfalo e Rombencéfalo Tubo Neural- Crista Neural: SNP- Gânglio – Nervos- Medula da glândula suprarrenal- meninges- melanócitos- Células de Schawann- Células C da tireóide- Ondoblastos Porção anterior: segmento ceálico e porterior segmento dorsal = medula Espaço vazio do tubo origina: SISTEMA VENTRICULAR 25ª semana: FECHAMENTO DO TUBO Formação de vesículas: primárias e secundárias CAVIDADE DO TUBO NEURAL 2 ventrículos lareais III ventrículo IV ventrículo produz líquor- proteção mecânica ARQUEDUTO MESENCEFÁLICO CANAL CENTRAL DA MEDULA DIVISÃO SEGMENTAR SEGMENTAR: SNP + PARTES DO SNC QUE POSSUI RELAÇÃO DIRETA COM OS NERVOS TÍPICOS: MEDULA ESPINAL E TRONCO ENCEFÁLICO SUPRA-SEGMENTAR: CÉREBRO E CEREBELO MENINGES QUE REVESTEM O SNC DURA- MÁTER ARACNÓIDE PIA-MÁTER CICULAÇÃO DO LÍQUOR Produção pelo plexo corióide e reabsorção pelas granulações aracnoides Trata-se de um líquido claro, de baixa densidade (1,004 a 1,008), com raras células descamadas e dois a cinco linfócitos por mililitro. COMPOSTO POR: ÁGUA, PROTEÍNA, GLICOSE, ANÍOS, ÁCIDO LÁTICO, LEUCÓCITOS Produzido de modo contínuo Absorvido pelas vilosidades aracnóides, passando para os seios venosos. 1 - os plexos corióides elaboram o LCR e representam sua principal fonte; 2 - há pequena formação de LCR nos espaços perivasculares do sistema nervoso central; 3 - o LCR formado nos plexos corióides dos ventrículos laterais passa para o terceiro ventrículo pelos buracos de Monro e, pelo aqueduto de Sylvius, vai para o quarto ventrículo e, dêste, passando pelos orifícios de Luschka e Magendie, se escoa para o espaço subaracnóideo; 4 - há formação de LCR também nos plexos corióides dos terceiro e quarto ventrículos; 5 - a partir da cisterna magna, já no espaço subaracnóideo, o LCR banha a medula e, circulando rostralmente, atinge as cisternas da base do cérebro e o espaço subaracnóideo periencefálico; 6 - a absorção do LCR se faz especialmente pelas vilosidades aracnóideas que penetram nos seios venosos intracranianos e, em menor quantidade, através das bainhas pia-aracnóideas que envolvem as raízes raquianas e dos nervos cranianos, atingindo, por essa via, os vasos linfáticos situados fora das meninges. COMPREENDER O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO (DIVISÃO FUNCIONAL) DIVISÃO FUNCIONAL DO SN SOMÁTICO Controle motor voluntário dos músculos esqueléticos, estímulos sensitivos conscientes da periferia corporal e de suas adjacências AFERENTE E EFERENTE VISCERAL Vegetativo/autônomo Dividido em simpático e parassimpático; controle involuntário e inconsciente dos órgãos internos e de suas funções (respiração, digestão, circulação). AFERENTE E EFERENTE EFERENTE: SNA VIAS LOCAIS ONDE PERCORRE OS IMPULSOS E INFORMAÇÕES PELOS NERVOS E ESTRUTURAS SO SNC (TRACTOS, FASCÍCULOS E LEMNISCOS) obs: TRACTOS - conj de axônios e neurônios. Aferentes- sensitivas- da periferia para o centri Eferentes- motoras- do centro para periferia CARACTERIZAR HISTOLOGICAMENTE O SISTEMA NERVOSO MENINGES QUE REVESTEM O SNC DURA- MÁTER ARACNÓIDE PIA-MÁTER HISTOLOGIA Detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais representados por calor, luz, energia mecânica e modificações químicas do ambiente externo e interno; Organizar e coordenar direta ou indiretamente o funcionamento de quase todas as funções do organismo, entre as quais as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas; Estabiliza as condições intrínseca de hormônios e do organismo, como a pressão sanguínea, tensão de O2 e de CO2, teor de glicose. COMPONENTES Neurônios: responde a estímulos Células da glia/ Neuroglia: sustentação, nutrição, defesa do tecido MORFOLOGIA DO NEURÔNIO CORPO OU PERICÁRDIO Núcleo esférico com cromatina frouxa Nucléolo evidente Corpúsculos de Nissl – REG e polirribossomas livres Aparelho de Golgi-vários Mitocôndrias – também no terminal axônico Neurofilamentos e microtúbulos: sustentação e movimentos Seta verde: indica o núcleo Seta branca: nucléolo Seta amarela: corpúsculos de Nissl é o centro trófico da célula, onde se se concentram organelas, e que também é capaz de receber estímulos. DENDRITOS Prolongamentos especializados na função de receber os estímulos. AXÔNIOS Prolongamento único, especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glândulas). A porção final do axônio em geral é muito ramificada e recebe o nome de telodendro. TIPOSDE NEURÔNIOS// PROLONGAMENTOS Multipolares: possuem vários dendritos e um axônio. Compreendem a maioria dos neurônios do sistema nervoso. Bipolar: apresentam um dendrito e um axônio. Localização: Gânglio coclear e vestibular, retina e mucosa olfatória. Pseudounipolares: do corpo celular deste neurônio parte um prolongamento curto, o qual logo se divide em dois ramos. Localização: Gânglios espinhais da raiz dorsal - Gânglios Sensitivos. SINAPSE Local de transmissão de um potencial de ação neuronal para outra célula excitável (neurônio, músculo, glândula TIPOS DE SINAPSE ELÉTRICA: SEM MEDIADORES QUÍMICOS – NENHUMA MODULAÇÃO RÁPIDA QUÍMICA: PRESENÇA DE MEDIADORES QUÍMICOS, CONTROLE E MODULAÇAO DA TRANSMISSÃO LENTA COMPONENTES Membrana pré-sináptica Membrana pós-sináptica Fenda sináptica Neurotransmissor Receptor FUNÇÕES SINÁPTICAS TRANSMISSÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS PARA OUTRA CÉLULA BLOQUEIO DOS IMPULSOS NERVOSOS PARA OUTRA CÉLULA SINAPSES: ENTRE NEURÔNIOS // NEURÔNIO E CÉLULA MUSCULAR CÉLULAS DA NEURÓGLIA Oligodendrócitos: células pequenas que são ativas na formação e manutenção da mielina no SNC. Astrócitos: proporciona suporte físico e metabólico para os neurônios. Induzem e mantém a barreira hematoencefálica. Observam- se dois tipos: astrócitos protoplasmáticosque localizam na substância cinzenta do SNC. Apresentam prolongamentos mais curtos e mais espessos e astrócitos fibrosos que localizam na substância branca, apresentam prolongamentos delgados e longos. Micróglia: são pouco numerosas e podem estar presentes tanto na substância cinzenta como na branca. Originam de monócitos e representam um macrófago. Podem aumentar em casos de lesões. Células ependimárias: são células cubóides ou prismáticas, mantém um arranjo epitelial. Revestem as cavidades do encéfalo e da medula espinal. DISTRIBUIÇÃO MICROSCÓPICA DOS COMPONENTES DO TECIDO NERVOSO SUBSTÂNCIA BRANCA: AXÔNIOS MIELINIZADOS E CÉLULAS DA GLIA SUBSTÂNCIA CINZENTA: CORPOS DE NEURÔNIOS, PROLONGAMENTOS INICIAIS DO AXÔNIO (AXÔNIOS AMIELINIZADOS), CÉLULAS DA GLIA MEDULA ESPINAL Substância cinzenta: é assim chamada porque mostra essa coloração quando observada macroscópicamente. Estão concentrados corpos celulares de neurônios, fibras amielínicas, além de células da glia como os oligodendrócitos, astrócitos protoplasmáticos e micróglia. Substância branca: seu nome origina da presença de um material esbranquiçado a mielina. É constituída de fibras nervosas mielínicas, contém células da glia, como, oligodendrócitos, astrócitos fibrosos e micróglia. FIBRAS NERVOSAS Formação: Axônio + Bainha Envoltória- Grupos de fibras nervosas formam os feixes ou tratos do sistema nervoso central e os nervos no sistema periférico. Fibra ou Bainha amielínica: as fibras amielínicas periféricas são envolvidas pelas células de Schwann e uma única célula envolve vários axônios. No SNC os axônios amielínicos ficam lives entre outros elementos neurais e os prolongamentos das células da glia. Fibras mielínicas – nos axônios mais calibrosos a célula envoltória forma uma dobra enrolada em espiral ao redor do axônio. Quanto mais calibroso o axônio, maior o número de envoltórios concêntricos. Formado por: - prolongamentos do oligodendrócito no S N C - célula de Schwann no S N P NÓDULO DE RANVIER A bainha de mielina se não é contínua, interrompendo em intervalos regulares. Esses locais de interrupção chamam-se nódulos de Ranvier, e o segmento presente entre dois nódulos chama-se internódulo. MENINGES FUNÇÃO NA PROTEÇÃO DOS CENTROS NERVOSOS Dura-máter: é a meninge mais externa, constituída por tecido conectivo denso, contínuo com o periósteo dos ossos da caixa craniana. A dura-máter que envolve a medula espinal, é separada do periósteo das vértebras, formando o espaço peridural. Este espaço contém veias de parede muito delgadas, tecido conectivo frouxo e tecido adiposo. A parte da dura- máter em contato com a aracnóide constitui um local de fácil clivagem, onde muitas vezes, em situações patológicas, pode acumular-se sangue externamente à aracnóide, no chamado espaço subdural. Este espaço não existe em condições normais. Aracnóide: apresenta duas partes, uma em contato com a dura-máter, sob forma de uma membrana de tecido conectivo e outra constituída de traves que ligam a aracnóide à pia-máter. As cavidades entre as traves conectivas formam o espaço subaracnóideo, que contém líquido cefalorraquidiano Pia-máter: uma camada de tecido conectivo delicada, que adere diretamente sobre o tecido nervoso, é muito vascularizada. Os vasos sanguíneos penetram no tecido nervoso revestidos pela pia-máter por espaços perivasculares. A pia-máter desaparece antes que os vasos transformem em capilares. IDENTIFICAR ESTRUTURAS DE PROTEÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CICULAÇÃO DO LÍQUOR Produção pelo plexo corióide e reabsorção pelas granulações aracnoides Trata-se de um líquido claro, de baixa densidade (1,004 a 1,008), com raras células descamadas e dois a cinco linfócitos por mililitro. COMPOSTO POR: ÁGUA, PROTEÍNA, GLICOSE, ANÍOS, ÁCIDO LÁTICO, LEUCÓCITOS Produzido de modo contínuo Absorvido pelas vilosidades aracnóides, passando para os seios venosos. 1 - os plexos corióides elaboram o LCR e representam sua principal fonte; 2 - há pequena formação de LCR nos espaços perivasculares do sistema nervoso central; 3 - o LCR formado nos plexos corióides dos ventrículos laterais passa para o terceiro ventrículo pelos buracos de Monro e, pelo aqueduto de Sylvius, vai para o quarto ventrículo e, dêste, passando pelos orifícios de Luschka e Magendie, se escoa para o espaço subaracnóideo; 4 - há formação de LCR também nos plexos corióides dos terceiro e quarto ventrículos; 5 - a partir da cisterna magna, já no espaço subaracnóideo, o LCR banha a medula e, circulando rostralmente, atinge as cisternas da base do cérebro e o espaço subaracnóideo periencefálico; 6 - a absorção do LCR se faz especialmente pelas vilosidades aracnóideas que penetram nos seios venosos intracranianos e, em menor quantidade, através das bainhas pia-aracnóideas que envolvem as raízes raquianas e dos nervos cranianos, atingindo, por essa via, os vasos linfáticos situados fora das meninges. GERAÇÃO E PROPAGAÇÃO DE POTENCIAL DE AÇÃO DO SN As células nervosas e musculares são descritas como tecidos excitáveis devido à sua habilidade de propagar sinais elétricos rápidos como resposta a um estímulo. Dois fatores influenciam o potencial de membrana: 1- A distribuição desigual de íons através da membrana celular. Em geral, o sódio (Na_), o cloreto (Cl−) e o cálcio (Ca2_) estão mais concentrados no líquido extracelular do que no citosol. O potássio (K_) é mais concentrado no citosol do que no líquido extracelular. 2- Diferenças de permeabilidade de membrana para esses íons. A membrana celular em repouso é muito mais permeável ao K_ do que ao Na_ ou ao Ca2_. Isso torna o K_ o íon que mais contribui para a manutenção do potencial de membrana em repouso. Quando utilizamos as concentrações estimadas de K_, tanto intracelular quanto extracelularmente na equação de Nernst, a equação prevê um potencial de equilíbrio para o potássio ou EK de − 90 mV Entretanto, o valor médio do potencial de membrana em repouso dos neurônios é de – 70 mV (dentro da célula, em relação ao lado externo), sendo mais positivo do que o previsto pelo potencial de equilíbrio do potássio. Isso significa que outros íons devem estar contribuindo para o potencial de membrana. Os neurônios em repouso são levemente permeáveis ao Na_, e o vazamento de íons positivos de Na_ torna o potencial de repouso um pouco mais positivo, em relação ao o que aconteceria caso a célula fosse permeável apenas ao K_. A equação de GHK calcula o potencial de membrana utilizando vários íons Se a membrana não é permeável a um íon, o valor de permeabilidade daquele íon é zero, e o íon sai da equação. Por exemplo, células em repouso normalmente não são permeáveis ao Ca2_ e, portanto, o cálcio não faz parte da equação GHK. A equação prevê que o potencial de membrana em repouso é baseado em determinadas concentrações iônicas e permeabilidades de membrana. Observe que, se as permeabilidades para o Na_ e o Cl– forem 0, a equação reverte novamente à equação de Nernst para o K_. A equação de GHK explica como a leve permeabilidade da célula ao sódio torna o potencial de membrana em repouso mais positivo do que o EK determinado com a equação de Nernst. A equação de GHK também pode ser usada para prever o que acontece com o potencial de membrana quando as concentrações dos íons ou a permeabilidade da membrana mudam. O MOVIMENTO DOS ÍONS GERA SINAIS ELÉTRICOS O potencial de membrana em repouso das células vivas é determinado primeiramente pelo gradiente de concentração do K_ e a permeabilidade em repouso da célula ao K_, Na_ e Cl–. Uma mudança tanto no gradiente de concentração de K_ como na permeabilidade iônica altera o potencial de membrana. Se você sabe os valores numéricospara as concentrações e permeabilidades iônicas, pode utilizar a equação de GHK para calcular o novo potencial de membrana. Em repouso, a membrana celular de um neurônio é levemente permeável ao Na_. Se a membrana aumentar subitamente a sua permeabilidade ao Na_, o sódio entra na célula, a favor do seu gradiente eletroquímico (p. 156). A adição do Na_ positivamente carregado ao líquido intracelular despolariza a membrana celular e gera um sinal elétrico. O movimento de íons através da membrana também pode hiperpolarizar a célula. Se a membrana celular subitamente se torna mais permeável ao K_, sua carga positiva é perdida de dentro da célula e esta se torna mais negativa (hiperpolariza). Uma célula também pode hiperpolarizar, se íons carregados negativamente, como o Cl_, entrarem na célula a partir do líquido extracelular. É importante saber que uma mudança no potencial de membrana de – 70 mV para um valor positivo, como _ 30 mV, não significa que os gradientes de concentração dos íons se inverteram. Uma mudança significativa no potencial de membrana ocorre com o movimento de pouquíssimos íons. Por exemplo, para mudar o potencial de membrana em 100 mV, apenas 1 de cada 100 mil íons K_ precisam entrar ou sair da célula. Essa é uma fração muito pequena do número total de K_ presente na célula, que a concentração intracelular de potássio permanece essencialmente inalterada mesmo com a alteração do potencial de membrana em 100 mV. Para conseguir avaliar como uma mudança tão pequena pode ter um efeito tão grande, imagine um grão de areia entrando no seu olho. Existem milhares de grãos de areia na praia, então a perda de um grão não é significativa, assim como a movimentação de um único K_ através da membrana não altera significativamente a concentração de potássio. Entretanto, o sinal elétrico criado pelo movimento de poucos íons K_ através da membrana tem um efeito significativo no potencial de membrana da célula, assim como um único grão de areia em seu olho causa um desconforto significante. CANAIS COM PORTÃO CONTROLAM A PERMEABILIDADE IÔNICA DO NEURÔNIO Como uma célula muda a sua permeabilidade iônica? A maneira mais simples é abrir ou fechar canais existentes na membrana. Os neurônios contêm uma grande variedade de canais iônicos com portão que alternam entre os estados aberto e fechado, dependendo das condições intracelulares e extracelulares. Um método mais lento de mudar a permeabilidade da membrana é inserir novos canais na membrana ou remover alguns canais existentes. Os canais iônicos, em geral, são denominados de acordo com os principais íons que passam através deles. Existem quatro tipos principais de canais iônicos seletivos no neurônio: (1) canais de Na_, (2) canais de K_, (3) canais de Ca2_ e (4) canais de Cl–. Outros canais são menos seletivos, como, por exemplo, os canais catiônicos monovalentes que permitem a passagem de Na_ e K_. A facilidade com que os íons fluem através um canal é denominada condutância do canal (G). A condutância de um canal varia com o estado de abertura deste e com a isoforma da proteína do canal. Alguns canais iônicos, como os canais de vazamento de potássio, que são o maior determinante do potencial de membrana em repouso, permanecem a maior parte do tempo abertos. Outros canais têm portões que abrem ou fecham em resposta a um estímulo em particular. A grande maioria dos canais com portão é classificada dentro de uma destas três categorias: 1. Os canais iônicos controlados mecanicamente são encontrados em neurônios sensoriais e se abrem em resposta a forças físicas, como pressão ou estiramento. 2. Os canais iônicos dependentes de ligante da maioria dos neurônios respondem a uma grande variedade de ligantes, como neurotransmissores e neuro moduladores extracelulares ou moléculas sinalizadoras intracelulares. 3. Os canais iônicos dependentes de voltagem respondem a mudanças no potencial de membrana da célula. Os canais de Na_ e K_ dependentes de voltagem possuem um importante papel na inicialização e na condução dos sinais elétricos ao longo do axônio. A velocidade com que o portão de um canal abre e fecha também difere entre os diferentes tipos de canais. A abertura de canal que permite a passagem do fluxo de íons é chamada de ativação do canal. Por exemplo, os canais de Na_ e K_ presentes nos axônios são ambos ativados pela despolarização celular. O canal de Na_ se abre rapidamente, mas os canais de K_ são mais lentos. O resultado é um fluxo inicial de Na_ pela membrana, posteriormente seguido pelo fluxo de K_. Muitos canais que abrem em resposta à despolarização se fecham somente quando a célula repolariza. O portão da proteína canal tem uma carga elétrica que muda as posições do portão entre aberto e fechado quando o potencial de membrana é modificado. É como se fosse uma porta com mola: ela se abre quando você empurra e, então, se fecha quando você larga. Alguns canais também são inativados espontaneamente. Mesmo que o estímulo ativador que os abriu continue, o canal “pausa” e fecha-se. AS CANALOPATIAS SÃO DOENÇAS HEREDITÁRIAS OCASIONADAS POR MUTAÇÕES NAS PROTEÍNAS DOS CANAIS IÔNICOS. LEI DE OHM Quando os canais iônicos se abrem, os íons podem mover-se para dentro ou para fora da célula. O fluxo de carga elétrica carregada por um íon é chamado de corrente de um íon, abreviada como Iíon. A direção do movimento iônico depende do gradiente eletroquímico do íon (combinação do elétrico com a concentração). Íons potássio, em geral, movem-se para fora da célula. O Na_, o Cl_ e o Ca2_ geralmente fluem para dentro da célula. O fluxo de íons através da membrana despolariza ou hiperpolariza a célula, gerando um sinal elétrico. O fluxo corrente, seja através de uma membrana ou dentro de uma célula, obedece a uma regra, chamada de lei de Ohm. A lei de Ohm diz que o fluxo corrente (I) é diretamente proporcional à diferença do potencial elétrico (em volts, V) entre dois pontos e inversamente proporcional à resistência (R) do sistema ao fluxo corrente: I _ V _ 1/R ou I _ V/R. Em outras palavras, conforme a resistência R aumenta, o fluxo corrente I diminui. A eletricidade é uma forma de energia e, como todas as outras formas de energia, ela se dissipa conforme encontra resistência. Como uma analogia, imagine uma bola rolando pelo chão. Uma bola que rola em um piso liso de maneira encontra menos resistência do que uma bola rolando em um piso com carpete. Se você jogar a bola com a mesma quantidade de energia, aquela que encontrar menor resistência retém energia por mais tempo e percorre uma distância maior. A bicamada fosfolipídica da membrana celular geralmente é um ótimo isolante, e a membrana sem nenhum canal iônico aberto possui alta resistência e baixa condutância. Se os canais iônicos abrirem, íons (corrente) fluem através da membrana se houver um gradiente eletroquímico para eles. Portanto, a abertura dos canais iônicos reduz a resistência da membrana. As alterações de voltagem ao longo da membrana podem ser classificadas em dois tipos básicos de sinais elétricos: potenciais graduados e potenciais de ação. Os potenciais graduados são sinais de força variável que percorrem distâncias curtas e perdem força à medida que percorrem a célula. Eles são utilizados para a comunicação por distâncias curtas. Se um potencial graduado despolarizante é forte o suficiente quando atinge a região integradora de um neurônio, ele inicia um potencial de ação. Os potenciais de ação são grandes despolarizações muito breves que percorrem longas distâncias por um neurônio sem perder força. A sua função é a rápida sinalização por longas distâncias, como do seu dedo do pé até o seu cérebro A despolarização abre os canais de Na_ dependentes de voltagem, o sódio entra no axônio e o segmento inicial do axônio despolariza 2 . As cargas positivas provenientes da zona de gatilho despolarizada se espalham porum fluxo corrente local para porções adjacentes da membrana, repelidas pelos íons Na_ que entraram no citoplasma e atraídas pelas cargas negativas do potencial de membrana em repouso. O fluxo corrente local em direção ao terminal axonal (à direita inicia a condução do potencial de ação. Quando a membrana localizada distalmente à zona de gatilho despolariza devido ao fluxo de corrente local, os seus canais de Na+ abrem-se, permitindo a entrada de sódio na célula. Isso inicia o ciclo de retroalimentação positiva: a despolarização abre os canais de sódio, Na_ entra na célula, ocasionando uma maior despolarização e abrindo mais canais de Na_ na membrana adjacente. TIPOS DE ESTÍMULOS E SINAPSES QUÍMICAS E ELÉTRICAS Sinapses elétricas As sinapses elétricas transmitem um sinal elétrico, ou corrente, diretamente do citoplasma de uma célula para outra através de poros presentes nas proteínas das junções comunicantes. A informação pode fluir em ambas as direções em quase todas as junções comunicantes, porém, em alguns casos, a corrente pode fluir em apenas uma direção (uma sinapse retificadora). As sinapses elétricas existem principalmente em neurônios do SNC. Elas também são encontradas nas células da glia, em músculos cardíaco e liso e em células não excitáveis que usam sinais elétricos, como a célula _-pancreática. A principal vantagem das sinapses elétricas é a condução rápida e bidirecional dos sinais célula a célula para sincronizar as atividades de uma rede celular. As junções comunicantes também permitem que as moléculas sinalizadoras químicas se difundam entre células vizinhas. Sinapses químicas A maior parte das sinapses no sistema nervoso são sinapses químicas, as quais utilizam moléculas neurócrinas para transportar a informação de uma célula à outra. Nas sinapses químicas, o sinal elétrico da célula pré-sináptica é convertido em um sinal neurócrino que atravessa a fenda sináptica e se liga a um receptor na sua célula-alvo. TIPOS DE NEUROTRANSMISSORES IMPULSO NERVOSO DE NEURÔNIO ENTRE AXÔNIO MIELINIZADO E AMIELINIZADO Os potenciais de ação aparentemente saltam de um nódulo de Ranvier para o outro. Apenas os nódulos possuem canais de Na+ dependentes de voltagem
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