Buscar

Nomenclatura zoologica

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

 Cientistas usam a biologia comparada por vários motivos, mas os biólogos evolucionistas utilizam-na para
estudar as características dos organismos, de formas que lhes permitem estimar a história da vida.
 Os biólogos têm realizado estudos comparados de anatomia, morfologia, embriologia, fisiologia e
comportamento há mais de 150 anos.
 Nos últimos 20 anos, aproximadamente, a filogenética molecular comparada e a biologia evolutiva do
desenvolvimento (“EvoDevo”) têm desempenhado funções extremamente importantes.
 Como não podemos observar diretamente a história da vida (a não ser por registros paleontológicos),
precisamos confiar na força do método científico para reconstruí-la ou inferi-la.
Classificação Zoológica
 Na tentativa de entender a diversidade do mundo dos seres vivos, a biologia comparada lida com três
elementos distintos:
(1) descrições dos organismos, principalmente em termos de semelhanças e diferenças em seus atributos (inclusive suas
características genéticas);
(2) história filogenética dos organismos ao longo do tempo;
(3) história da distribuição dos organismos no espaço.
 Alguns biólogos comparativos classificam a si próprios como sistematas. Sistemática é a ciência que
documenta a diversidade biológica do planeta, reconstrói a história dessa biodiversidade e desenvolve
classificações naturais que reflitam sua história evolutiva.
Classificação Zoológica
 O campo da sistemática biológica passou por uma revolução em sua teoria e aplicação nos últimos 40 anos,
especialmente com respeito à reconstrução filogenética.
 É essencial que os estudantes de biologia tenham uma compreensão básica de como são elaboradas as
classificações e inferidas as relações filogenéticas; por isso, recomendamos enfaticamente que você reflita
cuidadosamente sobre os conceitos apresentados nesta aula introdutória.
Classificação Zoológica
“E você percebe que, todas as vezes que criei uma divisão adicional, surgiram mais caixas baseadas nessas
divisões, até que eu tinha uma enorme pirâmide de caixas. Finalmente, você entende que, enquanto eu
estava desmontando a motocicleta em peças cada vez menores, também estava construindo uma estrutura.
Essa estrutura de conceitos é formalmente conhecida como hierarquia e, desde os tempos antigos, tem sido
básica para todo o conhecimento ocidental.”
Robert M. Pirsig
Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas, 1974
Classificação biológica
 O termo classificação biológica tem dois significados:
1 - a expressão significa o processo de classificar, que consiste em delimitar, ordenar e classificar os
organismos em grupos.
2 - o termo expressa o produto desse processo, ou o esquema de classificação propriamente dito.
 O mundo dos seres vivos tem uma estrutura objetiva, que pode ser documentada e
descrita empiricamente. Um dos objetivos da biologia é descobrir e descrever essa
estrutura, e as classificações são um dos meios para isso. Realizar o processo de
classificação biológica é uma das principais tarefas do sistemata (ou taxonomista).
Classificação biológica
 A construção de uma classificação consiste em analisar padrões na distribuição das características entre os
organismos.
 Com base nessas análises, os espécimes são agrupados em espécies; as espécies relacionadas são
agrupadas em gêneros; os gêneros relacionados são agrupados para formar famílias; e assim por diante.
 O processo de agrupamento forma um sistema de subordinação ou de aninhamento, de táxons organizados
de forma hierárquica e que segue uma teoria básica.
 Quando os táxons são agrupados adequadamente de acordo com seu grau de similaridade compartilhada (i.
e., com base nas características derivadas compartilhadas), a hierarquia refletirá os padrões de
descendência evolutiva – o conceito de “descendência com modificação” de Darwin e Wallace.
Classificação Zoológica
 O conceito de similaridade é fundamental à taxonomia, ao processo de classificação e à biologia
comparada como um todo.
 Avaliada com base nas características compartilhadas pelos organismos, a similaridade geralmente é
aceita pelos biólogos como uma medida de relacionamento biológico (evolutivo) entre indivíduos e
táxons. O conceito de relacionamento ou parentesco genealógico encontra-se no cerne da sistemática e
da biologia evolutiva.
 Em geral, os padrões de relacionamento são representados pelos biólogos em diagramas ramificados
conhecidos como árvores (p. ex., árvores filogenéticas, genealógicas ou evolutivas).
Classificação Zoológica
 As classificações são necessárias por vários motivos, não
simplesmente para catalogar eficazmente a enorme quantidade
de espécies de organismos existentes na Terra.
 Existem cerca de dois milhões de espécies de procariotos e
eucariotos nomeadas e descritas (e inúmeras outras
permanecem não descritas).
 Apenas os insetos totalizam quase um milhão de espécies
nomeadas e mais de 350.000 dessas são besouros!
Classificação Zoológica
Classificação Zoológica
Como os seres vivos são classificados? Quem classifica? Como faço 
isso? Por que faz?
Primeiras tentativas de 
classificar os vivos 
Aristóteles (384-322 ac); 
Animais
eram arbitrariamente 
agrupados de acordo com 
similaridades superficiais
compartilhadas.
organismos não 
aparentados 
evolutivamente eram
colocados em um 
mesmo “grupo 
taxonômico” devido à 
convergência de
caracteres.

International Code of Zoological
Nomenclature (ICZN)
4ª Edição - 1999 - 1° de janeiro de 2000/ 
www.iczn.org/iczn/index.jsp
International Commission on
Zoological Nomenclature (1895) 
18 capítulos - 90 artigos
Origem
Gryllotalpa
gryllotalpa (Linnaeus, 
1758)
(“grilo toupeira”)
http://www.iczn.org/ICZNhomepage.htm
ICZN – logo
Congressos Internacionais 
de Zoologia
International Comision on
Zoological Nomenclature
International Union of
Biological Sciences
ICZN – “LEI”
10ª Edição
Systema Naturae
(Linnaeus,1758)
Reino, Classe, 
Ordem, Gênero e 
Espécie 
Animais: 2 volumes e 823 
páginas
Táxons
Categorias
ICZN –1901
Hugh Edwin Strickland (1811-1853)
1842Regras de Nomenclatura Zoológica:
Nomenclatura Zoológica
é o sistema de aplicação de nomes 
científicos a unidades taxonômicas 
(táxons) de animais extintos ou atuais
International Code of Zoological
Nomenclature (ICZN):
regras e recomendações
Taxonomia é a prática de 
reconhecer, nomear e ordenar os 
táxons em uma classificação 
consistente com algum tipo de 
parentesco entre os mesmos; é 
essencialmente descritiva
Sistemática é um estudo mais teórico e 
de escopo mais abrangente que a 
taxonomia, trata da transformação da 
forma através do espaço e do tempo e 
está ligada em grande parte ao 
conhecimento evolutivo
Classificação é o processo pelo qual 
os organismos são organizados em 
vários grupos chamados
táxons.
A posição relativa (ou rank) de um 
táxon é indicado pelo uso de 
“categorias”.
hierárquicas
Como as categorias correspondem a níveis aos 
quais os táxons estão associados dentro de uma 
classificação, elas são ditas
Teoria sintética da evolução
(erroneamente denominada “neodarwinista”)
Taxonomia numérica (fenética)
Sneath e Sokal (1973)
Taxonomia evolutiva (clássica, gradismo)
A partir de 1936: Theodosius Dobzhansky, Julian 
Huxley, Ernst Mayr, George G. Simpson e George L. 
Stebbins, S. Chetverikov, R. A. Fisher, J. B. S. Haldane, 
C. D. Darlington e S. Wright
Mayr e Simpson
Sistemática filogenética (cladismo)
Willi Hennig (1913-1976)
Relações 
colaterais, ou de
grupos-irmãos, não 
de ancestrais–
descendentes
Família → eliminação da terminação do nome do gênero-tipo e 
acréscimo do sufixo – idae
Subfamília → acréscimo do sufixo – inae
O ICZN apenas recomenda:
Superfamília → acréscimo do sufixo – oidea
A tradição, não o Código, adota, de um modo geral:
Tribo → acréscimo do sufixo – ini
Subtribo → acréscimo do sufixo – ina
Táxons
Nomes do grupo da família
o ICZN determina:
Grupo da
família
superfamília, família, subfamília, tribo e qualquer 
outra categoria abaixo de superfamília e acima de 
gênero que for conveniente adotar em determinada 
classificação
Grupo do gênero: gênero e subgênero
Grupo da espécie: espécie e subespécie
Categorias Hierárquicas
O ICZN se ocupa de táxons classificados 
em algumas categorias congregadas em 
três grupos, a saber:
No prefácio da 4ª edição do ICZN, lemos que 
a hierarquia lineana convencional não estará 
apta a sobreviver sozinha: ela terá que 
coexistir com as idéias e terminologia da 
sistemática filogenética (cladística). De uma 
perspectiva cladística, a nomenclatura
tradicional (proposta pelo ICZN) é vista como muito 
prescritiva e muito permissiva ao mesmo tempo. Muito 
prescritiva porque força todos os táxons (e seus nomes) 
a se encaixarem em categorias hierárquicas arbitrárias; 
muito permissiva porque é aplicável tanto a grupos 
monofiléticos como a parafiléticos. Mas lemos também 
que apesar dos novos desenvolvimentos, não será 
possível, ou desejável, se desfazer de 250 anos de 
taxonomia e nomenclatura zoológica lineana
The International Commission on 
Zoological Nomenclature intends 
ICZNwiki to be a tool for 
developing the
5th edition of the Code
International Code of Phylogenetic Nomenclature 
Version 4c
2010 
www.ohio.edu/phylocode/
Cladograma
hipotético 
mostrando as 
relações de 
parentesco 
entre 10 
espécies 
recentes, 
indicando os 
nove grupos 
monofiléticos
supraespecífi
cos
existentes 
para esses 
táxons
Grupos monofiléticos
Tetrapoda
Barcode
http://phe.rockefeller.edu/barcode/blog/
an emerging global standard for identifying
species
where we write about and illustrate the latest
news about DNA barcoding
a short DNA sequence, from a 
uniform locality on the genome, used
for identifying species
DNA barcoding is a technique for characterizing 
species of organisms using a short DNA 
sequence from a standard and agreed-upon 
position in the genome. DNA barcode 
sequences are very short relative to the entire 
genome and they can be obtained reasonably 
quickly and cheaply. The cytochrome c oxidase
subunit 1 mitochondrial region (COI) is emerging 
as the standard barcode region for higher 
animals. It is 648 nucleotide base pairs long in 
most groups, a very short sequence relative to 3 
billion base pairs in the human genome, for 
example.
Atualmente a taxonomia polifásica
é um consenso entre sistematas. A taxonomia 
polifásica integra dados fenotípicos, 
quimiotaxômicos, moleculares e genômicos com 
o objetivo de representar a biodiversidade nos 
seus diferentes níveis, isto é, de linhagem à 
supra-família 
Adendo: Taxonomia de procariontes
Família
Espécie
Linhagem
Gênero
Supra
Família
Técnica
RF
LP
LF
RF
A
RI
BO
TY
PI
NG
AF
LP
, A
P-
PC
R,
 A
RD
RA
, D
AF
, R
AP
D
PH
AG
E 
AN
D 
BA
CT
ER
IO
CI
N 
TY
PI
NG
SE
RO
LO
GY
M
LE
E,
 M
LS
T
SD
S 
- P
AG
E
DN
A
-D
NA
 H
YB
RI
D
IZ
AT
IO
NS
%
 G
+C
tD
NA
-P
CR
PO
LY
AM
IN
ES
, Q
UI
NO
NE
S
FA
M
E
CE
LL
 W
AL
L 
ST
RU
CT
UR
E
PH
EN
O
TY
PI
C 
AN
AL
YS
IS
DN
A-
rR
NA
HY
BR
ID
IZ
AT
IO
NS
rR
NA
SE
Q
UE
NC
IN
G
DN
A 
PR
O
BE
S,
 M
IC
RO
AR
RA
YS
DN
A 
SE
Q
UE
NC
IN
G
Família
Espécie
Linhagem
Gênero
Supra
Família
Técnica
RF
LP
LF
RF
A
RI
BO
TY
PI
NG
AF
LP
, A
P-
PC
R,
 A
RD
RA
, D
AF
, R
AP
D
PH
AG
E 
AN
D 
BA
CT
ER
IO
CI
N 
TY
PI
NG
SE
RO
LO
GY
M
LE
E,
 M
LS
T
SD
S 
- P
AG
E
DN
A
-D
NA
 H
YB
RI
D
IZ
AT
IO
NS
%
 G
+C
tD
NA
-P
CR
PO
LY
AM
IN
ES
, Q
UI
NO
NE
S
FA
M
E
CE
LL
 W
AL
L 
ST
RU
CT
UR
E
PH
EN
O
TY
PI
C 
AN
AL
YS
IS
DN
A-
rR
NA
HY
BR
ID
IZ
AT
IO
NS
rR
NA
SE
Q
UE
NC
IN
G
DN
A 
PR
O
BE
S,
 M
IC
RO
AR
RA
YS
DN
A 
SE
Q
UE
NC
IN
G
Adendo: Discriminação de diversas técnicas 
empregadas na
(adaptada de Vandamme et al., 1996)
taxonomia polifásica
Publishing taxonomic and systematics studies in 
the digital era faces major challenges and requires 
new approaches, many of which are currently 
stimulating spirited discussions amongst 
taxonomists and systematists. New amendments 
to the International Code of Zoological
ZooKeys
Nomenclature are expected to regulate electronic publishing of 
new taxa and create a standard form for their registration 
(ZooBank). Responding
to a perceived need, this editorial announces establishment of 
ZooKeys – a new online and print journal in zoological taxonomy 
and systematics, which aims to quickly respond and adapt to the 
newest developments in taxonomic publishing. Open Access is 
accepted as mandatory for ZooKeys. Th e rationale for and 
concept of ZooKeys is discussed in detail. Outras: Zootaxa etc
Paradoxalmente à necessidade cada vez mais sentida do sistemata, há um 
declínio do número destes em uma escala mundial (e.g., Hopkins & Freckleton, 
2002), o que impede o desenvolvimento de todas as outras áreas de estudo 
em biodiversidade. Este processo foi denominado de “impedimento 
taxonômico”, ou seja, a impossibilidade de cumprir a tarefa de descrever a 
biodiversidade devido ao baixo número de sistematas. Países em 
desenvolvimento, entre eles o Brasil, foram criticados quanto à sua função no 
processo de catalogação da biodiversidade (Geeta et al., 2004), muito embora 
contestações a esta posição tenham sido realizadas (Carvalho et al., 2005). 
Esforços mundiais têm por objetivo atenuar o impedimento taxonômico. A 
Systematics Agenda 2000 (1994; SA2000), por exemplo, estabeleceu entre os 
seus principais objetivos (i) descobrir, descrever e catalogar a diversidade 
global das espécies; (ii) analisar e sintetizar a informação derivada deste 
esforço num sistema classificatório que reflita a história da vida e (iii) organizar 
e tornar os dados obtidos acessíveis e adequados às necessidades da ciência 
(ver Migotto & Tiago, 1999).
“Impedimento Taxonômico”
Nome mais nome é igual a nome,
uns nomes menos, uns nomes mais.
Menos é mais ou menos,
nem todos os nomes são iguais.
Uma coisa é a coisa, par ou ímpar,
outra coisa é o nome, par e par,
retrato da coisa quando límpida,
coisa que as coisas deixam ao passar.
Nome de bicho, nome de mês, nome de estrela,
nome dos meus amores, nomes animais,
a soma de todos os nomes,
nunca vai dar uma coisa, nunca mais.
Cidades passam. Só os nomes vão ficar.
Que coisa dói dentro do nome
que não tem nome que conte
nem coisa pra se contar?
"The beginning of 
wisdom is to call things 
by their right names"
Chinese proverb
O valor do nome: sem ser a própria coisa que ele 
nomeia, é capaz de trazê-la até nós, pela escrita ou 
pela voz
Nomes a menos
LEMINSK, Paulo. Os melhores poemas de 
Paulo Leminsk. São Paulo, Global, 1996. 
p. 116

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina