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Expressão Gráfica Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Dercy Pereira Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Composição • Composição; • A Abordagem do Campo Compositivo; • Espaço Positivo e Espaço Negativo; • Composição e Projeto. • Contextualizar os princípios fundamentais do universo compositivo; • Desenvolvimento de consciência espacial; • Aproximação com os princípios fundamentais que regem a organização dos elementos na superfície plana; • Ativar o pensamento compositivo. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Composição Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Composição Composição O processo de composição é o passo mais crucial na solução dos pro- blemas visuais. Os resultados das decisões compositivas determinam o objetivo e o significado da manifestação visual e têm fortes implicações com relação ao que é recebido pelo espectador. (DONDIS, 1997 p. 29) Nesta unidade trataremos dos princípios fundamentais de composição na ex- pressão gráfica. Trataremos do assunto a partir de dois pontos de vista distintos, pensaremos a relação com o campo em si, entendo o campo como lugar em que o desenho acontece, podendo ser uma simples folha de papel, a tela do computador etc. De outra ordem, observaremos as relações que ocorrem no processo de cons- trução do desenho com ele mesmo através dos princípios operativos que dão senti- do à forma. Historicamente “o termo composição, entendido como harmonização sistemática de cada elemento em um quadro tendo em vista obter o efeito global desejado, foi inventado por Alberti em 1435 .... Alberti encontrou o seu modelo na crítica literária clássica dos humanistas, para os quais composição designava a maneira como uma oração era construída...” (Baxandall, 1991 pag. 209). Como já vimos anteriormente, expressão gráfica é desenho e o ato de desenhar envolve o pensar em imagens e a sua harmonização no campo. Qualquer desenho guarda a potência de expressar ideias através de imagens visuais, porém a transpo- sição do que está diante dos olhos ou do universo imaginado para uma superfície plana necessita da organização coerente dos elementos representados para que se construa o sentido pretendido. As anotações gráficas guardam grande potência por oferecer a possibilidade de comunicação através de código não verbal. Desde o início, os sinais gráficos rom- peram com as barreiras impostas pelos códigos verbais e da escrita, tornando-se códigos de comunicação universais, dessa forma, quando produzimos uma imagem em uma superfície qualquer, construímos um texto visual. Com o passar do tempo e consequente desenvolvimento do código, passamos a empregá-lo em frentes específicas, colocando-o à disposição da ciência e da arte. Embora sejam duas vias distintas, durante um período muito grande da história, arte e ciência caminha- ram juntas e o desenho transitou entre os dois universos de maneira equivalente. Vinculado ao universo da arte, esteve subordinado a linguagens entendidas mais relevantes como a pintura e a escultura, linguagens que por um período muito extenso da História perseguiram a construção de imagens naturalistas que traduzis- sem com fidelidade o que estava diante dos olhos. Períodos como “Quattrocento” e “Renascimento” catalisaram com muita po- tência esta vontade, nestes períodos o desenho foi utilizado como lugar de pas- sagem, os estudos compositivos e a testagem da forma aconteciam primeiro no desenho e depois ganhavam o preenchimento da cor, no caso da pintura, ou um 8 9 corpo tridimensional no caso da escultura. Em paralelo, o desenho foi utilizado para o desenvolvimento e documentação de projetos científicos ou para o registro de estudos de anatomia (como nas Figuras 1 e link a seguir). Figura 1 – Leonardo da Vinci, projeto de máquina voadora Fonte: filosofia.seed.pr.gov.br Leonardo da Vinci, estudo de anatomia: https://goo.gl/jSPd8i Ex pl or Nestes períodos e nos que que sucederam, tanto o campo de representação assim como a maneira em que foi abordado, estiveram subordinados a princípios matemáticos. O campo de representação, o papel, a tela etc., estiveram subordi- nados a proporção áurea, mais especificamente a um retângulo áureo ou retângulo de ouro, conforme Figura 2, considerado proporcionalmente adequado e de gran- de valor estético por artistas e arquitetos. Figura 2 – Retângulo áureo 9 UNIDADE Composição Importante! Por um período extenso de nossa existência nos direcionamos para um suporte qualquer com a expectativa de representar o que estava diante de nossos olhos e que a nature- za, fonte inspiradora, também atuou como referência para a elaboração da estrutura compositiva entendida como perfeita, a proporção áurea. A partir de um olhar atento, observou-se que muitas coisas a nossa volta respondiam a padrões áureos e não sabía- mos. Os padrões de proporção podem ser percebidos na configuração de um couve-flor, na constituição das folhas de distintas plantas, na proporção entre as falanges de nossos dedos ou no desenho de algumas conchas. A proporção áurea passou a ser aplicada nas composições com o objetivo de atingir a mesma harmonia, equilíbrio e beleza encontra- dos de forma espontânea na natureza. Você Sabia? Como podemos perceber, a preocupação em produzir uma composição harmô- nica construiu vínculos estreitos entre o campo de representação e o que acontecia sobre ele, se valendo de regras de construção matemáticas. A organização do cam- po ocorria em função da divisão de quadrantes e da fundamentação conceitual que a composição apresentava, por exemplo, um tema religioso. A partir do retângulo áureo, através de linhas imaginárias, determinam-se os eixos principais de força e significado da composição. Dependendo da composição, o espaço era ocupado de maneira hierárquica como nas composições religiosas que mencionamos a pouco. Figura 3 – Ilustração Dercy Pereira A representação da figura humana também esteve subordinada a proporções matemáticas, estabelecendo uma espécie de regra de construção (conforme Figuras 4 e 5) que convencionava a proporção da figura humana a partir da me- dida de sete cabeças e meia, tornando-se referência para os artistasdo período. 10 11 Figura 4 – Leonardo da Vinci, estudos da proporção de uma cabeça Fonte: leonardoda-vinci.org Figura 5 – Leonardo da Vinci, O Homem de Vitruvio Fonte: Wikimedia Commons Os artistas e arquitetos utilizavam as regras matemáticas de construção com o objetivo de produzirem composições em sua maioria simétricas (como na Figuras 6 e 7), enten- dendo que uma composição simétrica oferecia maior estabilidade e equilíbrio ao campo. Figura 6 – Partenon Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons 11 UNIDADE Composição Figura 7 – Antonello da Messina Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons Até hoje estamos subordinados a proporção áurea e por consequência a su- portes com formatos retangulares, referência direta ao retângulo áureo. A folha do caderno, a revista, o jornal, a tela da TV, o plano de projeção do cinema são exemplos que herdaram este formato. A proporção áurea é aplicada em composi- ções planas, na produção de uma peça gráfica, na construção da identidade visual de uma marca (link a seguir), no desenho de um mobiliário (Figura 8) e até mesmo em layouts de websites. Reprodução/Internet. Logo da Apple proporcional: https://goo.gl/BQUhGe Ex pl or Figura 8 – Charles Eames, cadeira Plywood, 1946 12 13 A Abordagem do Campo Compositivo Bom, agora que contextualizamos no texto acima um componente fundamental do jogo compositivo: o campo de representação. Entendo fundamental porque é sobre ele, independente de sua natureza, uma folha de papel ou tela de um com- putador, que a composição se estabelece. Fundamental porque é sobre ele, inde- pendente de sua natureza, uma folha de papel ou tela de um computador, que a composição se estabelece. Vamos avançar em direção aos elementos reguladores que sustentam e procuram estabelecer ordem em uma composição. Quando pensamos em composição, estamos tratando de sintaxe, da maneira em que organizamos as informações no campo. O autor Rudolf Arnheim, um teórico da percepção visual, em seu livro Arte e percepção visual, traça o seguinte paralelo: ele compara o campo de representação a um espelho d’agua. Assim, a abordagem do campo de representação não pode ocorrer de maneira inconsequente, toda e qualquer informação contém um peso visual e vai atuar no campo produzindo um estimulo visual. Quando pensamos a relação do desenho com ele mesmo, observando a sua lógica própria, estamos nos atendo às questões formais, observamos que tipo de resposta perceptiva pode provocar. Equilíbrio, tensão, espaço positivo e espaço negativo, etc., são alguns elementos visuais que operam durante o processo de estruturação de uma composição. O equilíbrio pro- põe uma relação harmoniosa das partes com o todo, a noção de equilíbrio só ga- nhará sentido se observarmos a composição como um todo. A mais importante influência tanto psicológica como física sobre a per- cepção humana é a necessidade que o homem tem de equilíbrio, de ter os pés firmemente plantados no solo e saber que vai permanecer ereto em qualquer circunstância, em qualquer atitude, com um certo grau de certeza. O equilíbrio é, então, a referência visual mais forte e firme do homem, sua base consciente e inconsciente para fazer avaliações visuais. (DONDIS, 1997 PG. 32.) Este é o principio mais elementar, aborda o equilíbrio como sensação perceptiva que se manifesta através da relação entre os eixos horizontal vertical, tendo como base a interseção regular dos planos que formam um ângulo de 90 graus. Na cons- trução de uma composição, a referência imediata para se atingir estabilidade estão nas linhas que margeiam as extremidades do campo compositivo. Como falamos anteriormente, o campo compositivo, seja ele de qual natureza for, tende normal- mente a regularidade, sendo que o mais recorrente é o formato retangular. 13 UNIDADE Composição Figura 9 Figura 10 Quando pensamos a nossa relação com o mundo, o equilíbrio pode se mani- festar através de uma estrutura simétrica estática como na Figura 9 ou através da compensação e contrapeso como na Figura 10. Ambas estão sustentadas por uma linha de eixo que tem por objetivo manter o corpo em equilíbrio. Em uma composição podemos aplicar os mesmos princípios, porém temos que considerar que a organização espacial, e por consequência o equilíbrio, se dará atra- vés da quantidade de elementos, de sua natureza formal, que tipo de informação será articulada e de sua cor (como nas Figura 11 e 12). Este talvez não seja o momento e nem a disciplina adequada para um aprofundamento sobre cor, porém não dá para pensar o universo compositivo separado do cromático. Durante a elaboração de uma composição, a cor é um fator importante a ser considerado. A cor tem peso e lan- çando um olhar panorâmico sobre o tema, percebemos que o universo cromático é composto por cores primárias, secundárias e terciárias. Estes três grupos compõem o que chamamos de círculo cromático. As primárias são as cores puras, denominadas geradoras por possibilitar através da mistura a composição de todos os outros tons. Dessa forma, as cores secundárias nascem da mistura de primária com primária e as terciárias surgem da mistura de primária com secundária. O círculo cromático é composto por 12 cores e em sua configuração podemos classificar um grupo de cores frias e um de cores quentes. Bom, você pode es- tar se perguntando qual a importância destas informações na elaboração de uma composição. Então, como falamos anteriormente, a cor tem peso, o que classifica uma cor para ela ser quente ou fria de modo geral é a sua intensidade luminosa, o quanto ela absorve e reflete de luz. Assim, em uma composição, uma cor luminosa vai vibrar mais em detrimento de uma cor fria, tornando-se mais perceptível. Todas as informações dispostas sobre uma determinada superfície atuarão com estímulos visuais. Sabemos que a visão está subordinada a estímulos luminosos. 14 15 Basicamente, o ato de ver envolve uma resposta a luz. Em outras palavras, o elemento mais importante e necessário da experiência visual é de natu- reza tonal. Todos os outros elementos visuais nos são revelados através da luz, mas são secundários em relação ao elemento tonal, que é, de fato, a luz ou a ausência dela. O que a luz nos revela e oferece é a substância através da qual o homem configura e imagina aquilo que reconhece e iden- tifica no meio ambiente, isto é, todos os outros elementos visuais: linha, cor, forma, direção, textura, escala, dimensão, movimento. Que elementos dominam quais manifestações visuais é algo determinado pela natureza daquilo que está sendo concebido, ou no caso da natureza, daquilo que existe. (DONDIS, 1997 pg. 30) A fisiologia uniformiza o sistema de recepção para todos que têm a condição da visão dentro da normalidade física e o processo de recepção funciona do mesmo modo, através dos estímulos luminosos capturados pela retina. Porém, o significado da informação absorvida dependerá de espectador para espectador. Percebemos, desta forma, que na construção de uma informação visual lidamos com dois atores distintos. O primeiro é objetivo e fala da condição fisiológica que em certa medida uniformiza o processo de recepção, de outra ordem temos fatores subjetivos que estão condicionados ao repertorio individual. Assim, uma mesma cor não é per- cebida da mesma maneira por pessoas diferentes, pois, apesar da fisiologia atuar da mesma maneira para todos, a memória afetiva e gosto pessoal são fatores que restringem a leitura e construção de significado ao âmbito particular. Figura 11 Figura 12 O peso visual dos elementos determinará a potência perceptiva, a sensação visual que a informação vai provocar. Por exemplo: elementos maiores ou escuros têm maior peso visual do que elementos menores e mais claros. A centralização das informações no campo é a maneira mais fácil de se obter equilíbrio percepti- vo. Identificamos dois tipos de equilíbrio; o simétrico e o assimétrico. Simétrico se estrutura pelo espelhamento das imagens e possibilitaa construção de estabilidade visual. Assimétrico se estrutura a partir da distribuição de informações com pesos visuais diferentes no campo. 15 UNIDADE Composição Espaço Positivo e Espaço Negativo Espaço positivo e espaço negativo propõe uma relação entre figura e não figura. Como espaço positivo temos as coisas do mundo, palpáveis reais. Como espaço negativo temos os intervalos entre as coisas, os espaços vazios. O entendimento da composição se dará pelo entendimento do que é e do que não é figura. Estamos habituados a ver os formatos das coisas em detrimento dos espaços existentes en- tre elas. É importante entender que para representar uma figura, espaço positivo e espaço negativo devem ser considerados, devem ser lidos. O espaço negativo, vazio, determinará a escala e distância entre as coisas do mundo. Figura 13 Figura 14 A articulação de uma imagem no plano se da através de uma série de fatores. Temos os aspectos práticos que envolvem escolhas relacionadas a natureza do mate- rial se utilizaremos lápis ou caneta, se trabalharemos sobre um determinado tipo de papel. Mas como podemos perceber, também temos fatores conceituais. A procura por uma composição visualmente equilibrada movimenta uma série de fatores, a dis- posição dos elementos no campo constrói valores perceptivos, ou seja, movimenta a maneira em que nossos olhos e nosso cérebro processarão tais informações. É de fundamental importância o conhecimento dos princípios que regem e es- truturam conceitualmente o pensamento compositivo. Normalmente elaboramos composições porque temos um propósito, o registro de uma ideia, de uma imagem visual que esteja diante dos olhos, anotações de projeto etc. A ocupação do campo pode se dar através de um único elemento propondo uma composição com formas singulares, através da repetição da mesma forma, através de formas compostas, da variação de sentido, da exploração de gradação etc. 16 17 Composição e Projeto Bom, até o momento fizemos uma abordagem do tema objetivando contextua- lizar dois aspectos fundamentais do universo compositivo. Falamos do campo, do lugar em que a composição se estabelece e em contrapartida tratamos de alguns aspectos perceptivos ou da maneira em que as informações são dispostas no cam- po e como são lidas. Mas é importante lembrar que para nós: Desenhar é um sistema de projeto. Nem a escolha apropriada do ponto de observação, nem a beleza da técnica são suficientes sem a preocupação com a composição. Ao compor um desenho, manipulamos os elementos gráficos fundamentais – retas, formas e tonalidades – em padrões de figura e fundo coerentes, que expressam informações visuais. Por meio da orga- nização e do relacionamento destes elementos, definimos tanto o conteúdo quanto o contexto de um desenho. Planejar esta composição é, portanto, uma questão fundamental para a mensagem comunicada.” (D. K. CHING, 2012 p. 341) Falamos anteriormente que neste lugar as ações não são inconsequentes, o desenho desempenha um papel fundamental para estruturar o pensamento e dar visibilidade às formas. Conforme citação, é um sistema de projeto. Para iniciar, é fundamental que o formato do campo esteja coerente com o que vai acontecer em sua superfície, abarcando as imagens propriamente ditas e as informações textuais que complementarão as descrições do projeto. Quando produzimos uma imagem, ela é na maior parte das vezes a representação gráfica que apresenta uma visão em escala reduzida de uma ideia proposta. Sabemos que “Em primeiro lugar, existe uma relação óbvia entre a escala de desenho e o tamanho da superfície do desenho. Quanto maior for um projeto, menor será a sua representação na folha ou prancha: quanto menor for o projeto, maior poderá ser sua escala.” (D. K. CHING, 2012 p. 344). Não existe uma metodologia que uniformize o processo de concepção e for- matação de uma ideia. Cada projeto apresenta características particulares e por consequência um nível de exigência com relação ao seu detalhamento. De modo geral, a configuração de um projeto se dá através de uma visão panorâmica da ideia e de detalhamentos. O detalhamento apresenta uma vista aproximada mais complexa, oferecendo maior entendimento sobre a natureza do objeto. O grau de detalhamento vai diferenciar um desenho esquemático, superficial, de um que ofe- reça um alto grau de legibilidade e consequentemente maior compreensão sobre a natureza projetada. 17 UNIDADE Composição Quando falamos em projeto, deixamos de falar da parte e passamos a abordar o todo, pois este todo projetual constrói um lastro que nasce como ideia, começa a se organizar no plano através dos primeiros croquis e vai ganhando complexi- dade à medida que evolui em desenhos mais elaborados. Durante este percurso procurei abordar o universo compositivo levando em consideração dois aspectos fundamentais: o campo de representação e os fatores perceptivos, porém gostaria de concluir esta unidade deixando claro que não há regras absolutas. Quando fa- lamos do campo de representação, é inegável que ainda estamos subordinados ao retângulo áureo é só observarmos os formatos que manipulamos cotidianamente, porém isto não significa que seja uma regra. Devemos ter em mente que a escolha do formato deve estar coerente com o que pretendemos propor ao outro como experiência visual. Do mesmo modo, quando tratamos dos aspectos perceptivos, temos princípios estruturais que estão impregnados em nossa maneira de ver e se relacionar com o mundo. Na questão do equilíbrio, por exemplo, temos claro que um estrutura simétrica invariavelmente nos remetera a uma situação de equilí- brio, porém não é necessário estar aprisionado pelas regras perceptivas, podemos subverter os valores e apresentar situações que da mesma forma que o campo de representação proponha situações visuais inusitadas. Importante! Lembre-se: é muito importante pesquisar, se aproximar da teoria que da sustentação ao lugar. Observe composições, procure identificar a natureza da composição, é através da prática que fixarmos os conteúdos. Importante! 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Desenho para arquitetos CHING, Francis D. K. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman 2012. 1° recurso online ISBN 9788540701915. Vídeos Phi Ratio - Sequência de Fibonacci - Proporção Áurea https://youtu.be/2VuS8JOkr7s Retângulo de Ouro - Golden rectangle https://youtu.be/FF2FE5Jikhg Leitura Retângulo áureo e divisão áurea https://goo.gl/XVdPPa 19 UNIDADE Composição Referências BAXANDALL, M. O olhar renascente, pintura e experiência social na Itália da Renascença. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. CHING, F. D. F. Desenho para arquitetos. Porto Alegre: Bookman, 2012. DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 20
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