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POLÍCIA FEDERAL CONCURSO PÚBLICO 2018 LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO. CADERNO DE PROVA OBJETIVA 1 Ao receber este caderno de provas, confira inicialmente se os seus dados pessoais e os dados referentes ao cargo ao qual você concorre, transcritos acima, estão corretos e coincidem com o que está registrado na sua folha de respostas. Confira, também, o seu nome em cada página numerada do seu caderno de provas. Em seguida, verifique se ele contém a quantidade de itens indicada em sua folha de respostas, correspondentes à prova objetiva. Caso o caderno esteja incompleto, tenha qualquer defeito ou apresente divergência quanto aos seus dados pessoais ou aos dados do cargo ao qual você concorre, solicite ao fiscal de sala mais próximo que tome as providências cabíveis, pois não serão aceitas reclamações posteriores nesse sentido. 2 Quando autorizado pelo chefe de sala, no momento da identificação, escreva, no espaço apropriado da folha de respostas, com a sua caligrafia usual, a seguinte frase: "É o seu esforço contínuo e determinado que quebra a resistência e vence os obstáculos." (Gabriel Granjeiro) Conforme previs to em edital, o descumprimento dessa instrução implicará a anulação da sua prova e a sua elimi- nação do concurso. 3 Durante a realização das provas, não se comunique com outros candidatos nem se levante sem autorização de fiscal de sala. 4 Não serão distribuídas folhas suplementares para rascunho. 5 Na duração das provas, está incluído o tempo destinado à identificação – que será feita no decorrer da prova – e ao preenchimento da folha de respostas. 6 Ao terminar as provas, chame o fiscal de sala mais próximo, devolva-lhe a sua folha de respostas e deixe o local de prova. 7 A desobediência a qualquer uma das determinações constantes em edital, no presente caderno ou na folha de respostas, poderá implicar a anulação da sua prova. OBSERVAÇÕES: Não serão conhecidos recursos em desacordo com o estabelecido em edital. É permitida a reprodução deste material apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte. INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 0(XX) 64 3448-0100 www.cespe.unb.br | sac@cebraspe.org.br NÍVEL SUPERIOR CARGO 1: DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 2 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 1 A supremacia do interesse público sobre o inte- resse particular, embora consista em um princí- pio implícito na Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos princípios que estão explícitos no referido texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade. 2 As pessoas físicas que espontaneamente as- sumem funções públicas em situações de ca- lamidade são consideradas particulares em colaboração com o poder público e integram a Administração Pública em sentido subjetivo. 3 A conduta de dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de ob- servar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade, constitui infração administrativa, mas não caracteriza conduta criminosa, por au- sência de previsão legal. 4 É dispensável a licitação para aquisição de ma- teriais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou repre- sentante comercial exclusivo, vedada a preferên- cia de marca, devendo a comprovação de exclu- sividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o servi- ço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. 5 São legitimados para a propositura de ação de improbidade administrativa o Ministério Público e a pessoa jurídica eventualmente lesada. 6 Com relação ao controle administrativo da Admi- nistração Pública, é possível afirmar-se que, com • De acordo com o comando a que cada um dos itens a seguir se refira, marque, na folha de respostas, para cada item: o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. A ausência de marcação ou a marcação de ambos os campos não serão apenadas, ou seja, não receberão pontuação negativa. Para as devidas marcações, use a folha de respostas, único documento válido para a correção das suas provas. • Nos itens que avaliam noções de informática, a menos que seja explicitamente informado o contrário, considere que todos os programas mencionados estão em configuração-padrão, em português, e que não há restrições de proteção, de funcionamento e de uso em relação aos programas, arquivos, diretó- rios, recursos e equipamentos mencionados. • Sempre que utilizadas, as siglas subsequentes devem ser interpretadas conforme a significação asso- ciada a cada uma delas, da seguinte forma: ADC = ação declaratória de constitucionalidade; ADPF = arguição de descumprimento de preceito fundamental; CF = Constituição Federal de 1988; CLT = Con- solidação das Leis do Trabalho; CNMP = Conselho Nacional do Ministério Público; CPC = Código de Processo Civil; MP = Ministério Público; MPDFT = Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios; MPT = Ministério Público do Trabalho; MPU = Ministério Público da União; OAB = Ordem dos Advogados do Brasil; STF = Supremo Tribunal Federal; STJ = Superior Tribunal de Justiça; TST = Tribunal Superior do Trabalho. relação à natureza do órgão controlador, tal contro- le se divide em legislativo, judicial e administrativo. Considerando o entendimento do STJ acerca da improbidade administrativa, julgue o item subse- quente. 7 O ato de improbidade administrativa violador do princípio da moralidade não requer a de- monstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, exigindo-se apenas a demonstração do dolo genérico. Considerando o entendimento do STJ acerca da improbidade administrativa, julgue o item subse- quente. 8 Não é permitida a utilização de prova empres- tada do processo penal nas ações de improbi- dade administrativa. 9 A Lei n. 13.303/2016, em seu artigo 3º, conceitua determinado ente da Administração Pública como “entidade dotada de personalidade jurídica de di- reito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é inte- gralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios”. Tal conceito corresponde ao conceito de empresa pública. 10 A Lei n. 8.429/1992 veda, expressamente, tran- sação, acordo ou conciliação nas ações de im- probidade administrativa. Acerca da responsabilidade do presidente da República, julgue o item que se segue. CONHECIMENTOS 3Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 11 Segundo recente orientação do STF, todos os agentes políticos se sujeitam a duplo regime de responsabilização, podendo ser processados por crimes de responsabilidade e por ações de im- probidade administrativa. Sobre o tratamento relativo à responsabilidade penal da pessoa jurídica e o meio ambiente, julgue o item. 12 Mesmo se sujeitando à responsabilização penal nos crimes ambientais, as pessoas jurídicas não podem figurar como pacientes no habeas corpus. Julgue o item a seguir, acerca do controle de constitucionalidade no âmbito estadual. 13 No plano estadual, o controle concentrado de constitucionalidade só pode utilizar como parâme- tro de confronto normas presentes na Constituição Estadual, não sendo cabível o ajuizamento da re- presentação de inconstitucionalidade tendo como paradigma dispositivo da Constituição Federal. Sobre o instituto da intervenção federal e o pro- cesso legislativo, analise a assertiva a seguir. 14 A intervenção federal, o estado de defesa e o es- tado de sítio figuram como limitações circunstan- ciais ao poder constituinte derivado reformador. Julgue o item que se segue sobre as funções essenciais à Justiça. 15 A Defensoria Pública é dotada de autonomiaadministrativa, funcional e orçamentária, sendo indevido procedimento de Governador de Esta- do que a coloque em posição de subordinação à Secretaria de Segurança Pública. Analise o item seguinte acerca da Segurança Pública na Constituição. 16 É compatível com a Constituição Federal a con- cessão de foro especial, na Constituição Estadu- al, a Delegados de Polícia Civil. Julgue o item seguinte, relativo à educação na Ordem Social. 17 Embora o Estado brasileiro seja laico, o STF en- tende pela possibilidade de ser ministrado o ensi- no religioso de natureza confessional, seguindo- -se ensinamentos de uma religião específica. Sobre os índios, julgue o item seguinte, conside- rando o texto constitucional e a orientação dominante no STF. 18 Segundo a jurisprudência do STF, a manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é requisito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de fronteira. Julgue o item que se segue sobre nacionalidade e extradição. 19 Havendo a opção pela nacionalidade brasileira, o nascido no exterior, filho de pai ou mãe brasileira, adquirirá a condição de nato de forma retroativa. Considerando o processo legislativo e sua inter- pretação jurisprudencial, julgue o item seguinte. 20 As medidas provisórias, caso não sejam apre- ciadas no prazo de sua validade, ter-se-ão por rejeitadas. Nessa hipótese, deverá o Congresso Nacional, no prazo de 60 dias, elaborar decre- to legislativo disciplinando as relações jurídicas ocorridas no período em que a MP esteve em vi- gor. Não sendo editado o referido decreto, a MP, mesmo rejeitada, poderá continuar a regular as relações jurídicas do período em que ela vigorou. De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes. 21 Caso um brasileiro seja executado por empre- sa estrangeira (cassino), por dívida de jogo, em ação promovida na jurisdição brasileira, esta ação não poderá ser procedente, pois o ordena- mento jurídico brasileiro dispõe que as dívidas de jogo e aposta não obrigam a pagamento (Có- digo Civil, art. 814). 22 A legislação brasileira, sobretudo a Lei de Intro- dução às Normas de Direito Brasileiro, admite o costume nas modalidades secundum legem e praeter legem, inclusive, quanto ao último, para efeito de integração das normas. Sobre a posse e a propriedade, julgue o item a seguir. 23 De acordo com a legislação brasileira e a juris- prudência do Superior Tribunal de Justiça, se um sujeito tem sob seu poder um imóvel público, no qual explora atividade comercial em decorrência de ato administrativo de autorização, eventual re- vogação do ato pela Administração e consequen- te tentativa de retomada lhe dará direito de inde- nização e retenção pelas benfeitorias realizadas. 24 A reconvenção admite ampliação objetiva, ou seja, ampliação do pedido, bem como ampliação subjetiva, ou seja, o ingresso de terceiro. Porém, 4 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 o Código de Processo Civil veda a formação de litisconsórcio ativo, admitindo-o somente em rela- ção ao polo passivo da demanda reconvencional. 25 A extinção de medida protetiva de urgência dian- te da homologação de acordo entre as partes não afasta a competência da Vara Especializada de Vio- lência Doméstica ou Familiar contra a Mulher para julgar ação de divórcio fundada na mesma situação de agressividade vivenciada pela vítima e que fora distribuída por dependência à medida extinta. 26 No entendimento do STJ, é possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os únicos sócios da pessoa jurídica devedora. 27 O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital não pode ser considerado título executivo extrajudicial. 28 Conforme jurisprudência do STJ, tendo sido de- clinados na petição inicial todos os dados pes- soais indispensáveis à correta identificação dos herdeiros, inclusive os seus respectivos endere- ços, devem ser eles citados pessoalmente por carta com aviso de recebimento, vedada a cita- ção por oficial de justiça. No que concerne ao direito empresarial, julgue os dois próximos itens. 29 O empresário individual, por possuir CNPJ (ca- dastro nacional de pessoa jurídica), é uma pes- soa jurídica após o registro público de empresas mercantis que fia a cargo da junta comercial. 30 Não havendo autorização expressa, o arrendante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Com relação à nota promissória e ao cheque, julgue o item abaixo. 31 O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. 32 O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. Acerca da falência e da recuperação de empre- sas, julgue os itens a seguir. 33 Compete ao juiz deixar de conceder a recupera- ção judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores. 34 O Comitê de credores terá por atribuições deli- berar sobre o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor, no processo de recupe- ração de empresas. 35 O administrador judicial poderá alugar ou cele- brar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê, gerando inclusive direito de preferência na com- pra em relação ao inquilino. A respeito do instituto da extradição, julgue o item subsequente de acordo com o entendimento do STF. 36 Constitui óbice ao deferimento do pedido de extradi- ção a inexistência, no ordenamento jurídico do Esta- do requerente, de sistema de progressão de regime de cumprimento de pena privativa de liberdade. 37 A existência de vínculos conjugais e(ou) familia- res do extraditando estrangeiro com pessoas de nacionalidade brasileira se qualifica como causa obstativa da extradição. 38 Não será excluído da detração o período em que o extraditando tiver ficado preso cautelar- mente no Brasil por crimes cometidos em terri- tório nacional que não estiverem elencados no pedido de extradição. 39 A extradição é um ato de cooperação interna- cional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. Pode ser solicitada a ex- tradição tanto para fins de instrução de processo penal a que responde a pessoa reclamada (ins- trutória) quanto para cumprimento de pena já im- posta (executória). A respeito das fontes do direito internacional público, julgue (C ou E) o item a seguir. 40 O Estatuto da Corte Internacional de Justiça re- conhece os princípios gerais de direito como fon- tes auxiliares do direito internacional. 41 Em 2016, entrou em vigor a convenção das Nações Unidas sobre atos unilaterais dos Esta- dos, fruto de projeto elaborado pela Comissão de Direito Internacional. 5Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 42 Os tratados incorporados ao sistema jurídico brasileiro, dependendo da matéria a que se refiram e do rito observado no Congresso Na- cional para a sua aprovação, podem ocupar três diferentes níveis hierárquicos: hierarquia equivalente à das leis ordinárias federais; hie- rarquia supralegal; ou hierarquia equivalente à das emendas constitucionais. 43 Considere um sequestro iniciado em 01/01/2018, tendo a vítima sido libertada em 01/12/2018, me- diante o pagamento do resgate. Em março, a lei que regulava o sequestro diminuiu a pena para a referida infração. Neste cenário, de acordo com o entendimento sumulado do STF, vale a lei ante- rior mais gravepara o caso, já que ela teve vigên- cia durante a permanência do delito. 44 Cabe legítima defesa real contra estado de ne- cessidade exculpante. 45 A absolvição para a hipótese de embriaguez com- pleta acidental é a própria, exceto em caso de drogadição, em que o juiz pode promover o enca- minhamento para tratamento médico adequado. 46 Nos delitos omissivos próprios, a vinculação entre a omissão e o resultado natural é dada a partir de critérios atributivos-normativos, que comandam ao garante a intervenção para evitar o resultado. 47 Segundo a teoria limitada da culpabilidade, o erro de proibição indireto é tratado na culpabilidade, e não na tipicidade. 48 A prescrição da pretensão punitiva retroativa não alcança mais o período pré-processual da perse- cução penal e não depende mais do trânsito em julgado para a acusação ou da impossibilidade de reforma do quantum de pena da sentença para cima para ser reconhecida. 49 Infração bagatelar imprópria é a que nasce rele- vante para o direito penal (porque há desvalor da conduta, bem como desvalor do resultado), mas depois se verifica que a incidência de qualquer pena no caso concreto apresenta-se totalmente desnecessária (desnecessidade da pena), em razão das drásticas consequências da infração para o próprio agente. Enquanto o princípio da in- significância encontra-se coligado com a infração bagatelar própria, o princípio da desnecessidade da pena é o que fundamenta a infração bagatelar imprópria. É por meio dele que se explica tam- bém, por exemplo, o perdão judicial. Com relação aos crimes previstos no CP, julgue o item que se segue. 50 Os delitos de inserção de dados falsos e de modi- ficação ou alteração de dados não autorizada em sistema de informações só se configuram se pra- ticados por funcionário público autorizado, com o fim específico de obter vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar dano, sendo as penas aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resultar dano para a Administração Pública ou para o administrado. Em cada item a seguir, é apresentada uma situa- ção hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base no direito penal. 51 Três criminosos interceptaram um carro-forte e dominaram os seguranças, reduzindo-lhes por completo qualquer possibilidade de resistência, mediante grave ameaça e emprego de armamen- to de elevado calibre. O grupo, entretanto, encon- trou vazio o cofre do veículo, pois, por erro de estratégia, efetuara a abordagem depois que os valores e documentos já haviam sido deixados na agência bancária. Por fim, os criminosos acaba- ram fugindo sem nada subtrair. Nessa situação, ante a inexistência de valores no veículo e ante a ausência de subtração de bens, elementos cons- titutivos dos delitos patrimoniais, ficou descarac- terizado o delito de roubo, subsistindo apenas o crime de constrangimento ilegal qualificado pelo concurso de pessoas e emprego de armas. 52 Considere que Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor, de sessenta e oito anos de idade, um relógio de alto valor. Nessa situa- ção, o autor não pode se beneficiar da escusa penal absolutória, em razão da idade da vítima. 53 Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabili- dade da menor de 14 anos de idade é considerada relativa diante de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso concreto, ser conside- rado o comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientização da menor. 54 De acordo com o melhor entendimento jurispru- dencial, para a aplicação da majorante do repou- so noturno, basta que a infração ocorra durante a noite, sendo irrelevante o fato de se tratar de residência habitada ou desabitada. 55 Em 2009, Lauro, mediante grave ameaça e com o intuito de obter para si indevida vantagem econômica, constrangeu César ao pagamento de importância correspondente a R$ 5.000,00. 6 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 César, diante dessa situação de constrangi- mento, houve por bem denunciar a conduta de Lauro antes mesmo de efetuar o pagamento da quantia exigida. Em sede de recurso especial, a defesa de Lauro argumentou que, segundo o en- tendimento sumulado do STJ, a legislação penal aplicável subordina a consumação do delito em questão à efetiva consecução do proveito econô- mico. Nessa situação, a tese da defesa de Lauro está em consonância com a jurisprudência da mencionada Corte Superior. 56 Mário, delegado de polícia, com o intuito de pro- teger um amigo, recusa-se a instaurar inquérito policial requisitado por promotor de justiça contra o referido amigo. Nessa hipótese, Mário praticou crime de desobediência. 57 A Lei de Interceptação Telefônica permite a inter- ceptação de comunicações telefônicas de qual- quer natureza, o que inclui o fluxo de comunica- ções em sistemas de informática e telemática. 58 A Lei de Drogas autoriza o Delegado de Polícia a proceder à imediata destruição das plantações ilícitas. 59 O Brasil adotou o sistema legal para definir quais crimes são hediondos. 60 Sobre os estudos da legislação que cria crime de tortura em nosso ordenamento pátrio e sobre o dolo nesses crimes, a finalidade especial é que distingue as diversas formas de tortura. 61 Os crimes de abuso de autoridade seguem os prazos prescricionais do Código Penal. 62 São crimes contra a economia popular, previstos na Lei n. 1.521/1951, fazer ou promover publici- dade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. 63 Sobre a Lei de Regime Especial de Regulariza- ção Cambial e Tributária (Lei n. 13.254/2016), a regularização de ativos mantidos em nome de in- terposta pessoa não estende a ela a extinção de punibilidade. 64 A respeito das condutas envolvendo armas de pressão e simulacros de arma de fogo, caso seja baixo o valor das armas de pressão importadas clandestinamente, admite-se a aplicação do prin- cípio da insignificância para afastar por completo a responsabilidade penal do agente. 65 Configura crime contra a ordem econômica e é fato típico ilícito e culpável a utilização de gás liquefeito de petróleo em motores de qualquer espécie, saunas, caldeiras e aquecimento de pis- cinas, ou para fins automotivos, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei. 66 Acerca da legislação eleitoral, promover desor- dem que prejudique os trabalhos eleitorais ca- racteriza contravenção penal de perturbação do sossego. 67 O Direito Penal é um direito de coação direta. Mes- mo assim, sendo o Estado o titular do direito de punir, não se admite a imposição imediata da san- ção penal, fazendo-se imprescindível um processo regular para a aplicação da lei ao caso concreto. 68 Não maculam o princípio do juiz natural a con- vocação de juízes de primeiro grau para com- por órgão julgador do tribunal respectivo, nem a previsão de órgão colegiado para o processo e julgamento, em primeiro grau de jurisdição, dos delitos cometidos por organizações criminosas. 69 Acerca dos princípios do processo penal, pode- -se afirmar que eles possuem uma função mera- mente programática, tais como verdadeiras dire- trizes ou parâmetros gerais destinados a orientar o legislador na sua tarefa de editar as leis, não possuindo eficácia imediata ou força normativa. 70 São características comuns do sistema acusa- tório: iniciativa probatória exclusiva das partes; igualdade de oportunidades; e neutralidade do juiz e sua passividade na coleta da prova. 71 O Supremo Tribunal Federal não admite o uso de interceptações telefônicas como prova empresta- da em processo administrativo disciplinar, ainda que autorizadas judicialmente para investigação criminal, em homenagem ao princípio da intimi- dade e à inviolabilidade das comunicações. 72 Brasilino foi eleito deputado federal no último pleito. Teve seu diploma expedido pela Justiça Eleitoral, mas ainda não entrou no exercício da funçãolegislativa, pois aguarda o início da próxi- ma legislatura. Sem embargo, a Polícia Federal deu seguimento ao inquérito que apura crimes fiscais supostamente cometidos por Brasilino, perante o mesmo juízo criminal em que tramitava o procedimento, não havendo falar-se, agora, em ilegalidade da investigação. 73 A videoconferência, que permite a realização de audiências com pessoas que não estejam no 7Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 mesmo ambiente físico, é admitida no processo penal. Mas só o acusado e o ofendido podem ser ouvidos mediante aquela, vedando-se a realiza- ção de videoconferência com as testemunhas, em homenagem aos princípios da busca da ver- dade real e da identidade física do juízo. 74 Em decorrência da Súmula Vinculante 24, não se tipifica crime material contra a ordem tributária an- tes do lançamento definitivo do tributo. No entan- to, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribu- nal de Justiça firmaram entendimento no sentido de que a consumação do crime de descaminho independe da constituição definitiva do crédito tri- butário, haja vista se tratar de crime formal. 75 A teor da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, constitui constrangimento ilegal a determi- nação de indiciamento formal dos acusados após o recebimento da denúncia, por ser ato próprio da fase inquisitorial da persecutio criminis, já superada. 76 Sobre o arquivamento do inquérito policial, cons- titui coisa julgada formal a decisão judicial que o determina em razão da ausência de pressupos- tos processuais ou condições para o exercício da ação penal, bem como da ausência de justa cau- sa para o exercício da ação penal. Coisa julgada formal e material, por sua vez, é constituída pela decisão de arquivamento fundada na atipicidade da conduta delitiva e na existência de manifestas causas excludentes de ilicitude, de culpabilidade ou extintiva da punibilidade. 77 Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal e não cabe à Justiça Estadual processar e julgar prefei- to por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. 78 A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento. Na contramão des- se procedimento, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal passou a adotar como regra o desmembramento dos inquéritos e ações penais originárias no tocante a coinvestigados ou cor- réus não detentores de foro por prerrogativa de função, admitindo-se, apenas excepcionalmente, a atração da competência originária quando se verifique que a separação seja apta a causar pre- juízo relevante, aferível em cada caso concreto. 79 Segundo a Constituição Federal de 1988, o Mu- nicípio reger-se-á por lei orgânica, atendidos os princípios estabelecidos naquela Carta Política, na Constituição do respectivo Estado e, entre ou- tros preceitos, o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça. Assim, caso denunciado por peculato de verbas públicas federais, o julga- mento do Prefeito ocorrerá perante o Tribunal de Justiça do respectivo Estado. 80 É concorrente a legitimidade do ofendido, me- diante queixa, e do Ministério Público, condicio- nada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra do servidor públi- co em razão do exercício de suas funções. 81 O art. 26 da Lei n. 7.492/1986 define a Justiça Fe- deral como competência de justiça para os crimes ali previstos, no entanto as finanças públicas po- dem ser transacionadas por bancos privados re- lacionados a dinheiro de ente político Estadual ou Municipal, razão pela qual este dispositivo não foi recepcionado pela Constituição em razão da com- petência da Justiça Federal possuir interpretação restritiva em seu elenco do art. 109 da CF/88. 82 O processo e julgamento do crime de genocídio é da Justiça Federal em razão de compromisso assumido pelo Brasil de se tornar signatário da Convenção Internacional para Prevenção e Re- pressão do Crime de Genocídio, promulgada pelo Brasil pelo Decreto n. 30.882/1952. 83 Quando um militar da ativa das forças armadas dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formali- dades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade e praticar crime do art. 89 da Lei n. 8.666/1993, será processado e julgado na Justiça Federal por não se tratar de crime militar, haja vista que não há crime correlato no Código Penal Militar. 84 O Estatuto do Índio, Lei n. 6.001/1973, ao tipi- ficar crimes contra os índios e contra a cultura indígena, não define um tipo especial de homi- cídio contra o índio, mas prevê causa especial de aumento de pena no caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, no qual o ofendido seja índio não integrado ou comunidade indígena, sendo competência da Justiça Federal processar e julgar autor de crime contra o índio, conforme art. 109, XI. 85 Segundo entendimento do STF, a escuta telefô- nica não segue as regras da Lei n. 9.296/1996, tendo em vista que se trata de procedimento de captação de conversa por terceiro, com conheci- mento de um dos interlocutores. 86 O art. 3º, II, da Lei n. 12.850/2013 prevê como meio de obtenção de prova a captação ambiental de si- 8 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 nais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos. Na vi- são do STF, a gravação ambiental se dá quando a gravação da conversação é realizada por um dos interlocutores, sem a ciência dos outros, enquanto participa de uma conversa, dispensa autorização judicial e é considerada uma prova lícita. 87 O crime de lavagem de capitais, segundo enten- dimento majoritário, afeta a ordem socioeconômi- ca e, secundariamente, a administração da jus- tiça. Com base nessa premissa, a competência para processar e julgar é da Justiça Federal. 88 A colaboração premiada é admitida apenas até a fase da sentença penal transitada em julgado. 89 O indiciamento pelo Delegado de Polícia, na condição de presidente da investigação criminal, desde que fundamentado, conforme art. 2º, § 6º, da Lei n. 12.830/2013, é ato privativo após aná- lise técnico-jurídica, sujeitando qualquer pessoa ao ato por se tratar de uma atividade de bacharel em direito típica de Estado. 90 São sanções disciplinares somente: a advertência verbal, repressão, suspensão ou restrição de direi- tos e inclusão no regime disciplinar diferenciado. Acerca do conceito, do método, dos objetos e da função da Criminologia e de acordo com os modelos teóricos desta, julgue os itens a seguir. 91 A Criminologia, como ciência, possui método, ob- jeto e função próprios, baseando suas análises sobre os aspectos do mundo fático. 92 A partir de uma visão moderna da Criminologia, podemos afirmar que são objetos da Criminolo- gia o estudo e análise do crime, do criminoso e o controle social, enquanto condicionante para a constituição do crime diante da determinante re- ação social. 93 Para a moderna Criminologia, o controle social, além de objeto da Criminologia, é elemento im- prescindível para constituir o crime, pois, sem reação social, não há que se falar em criminoso para a sociedade. Sobre a relação entre Criminologia, Política Cri- minal e Direito Penal, bem como sobre a prevenção da infração penal no Estado democrático de direito, julgue os itens a seguir. 94 A Política Criminal, na busca de medidas corretas de combate à criminalidade, a partir dos estudos desenvolvidos em Criminologia, avalia as ações executadas pelo Direito Penal, decidindo as medi- das a serem seguidas no combate à criminalidade. 95 Ações estatais de combate à fome e ao desem- prego são medidas que contribuem para a di- minuição da criminalidade em determinada so- ciedade, como também são ações que, a longo prazo,vão prevenir a ocorrência de mais crimes, portanto são programas considerados de preven- ção secundária e primária, concomitantemente. 96 A prevenção especial positiva seria uma vertente da prevenção terciária, ou seja, aquela voltada para o público carcerário. Acerca das teorias sociológicas, sob o enfoque da Criminologia Contemporânea, julgue os itens a seguir. 97 A Criminologia Crítica permite refletir sobre as formas institucionais da violência, do âmbito po- lítico-econômico da (re)produção das desigual- dades à gestão das massas excedentes através do sistema penal, mediante o processo de crimi- nalização primária, com a criação das normas, de forma desigual na sociedade, bem como me- diante o processo de criminalização secundária, quando da identificação das condutas tidas por desviantes, ambos seletivos. 98 Dentre as concepções de Criminologia Contem- porânea, estão inseridas a Criminologia Queer e a Criminologia Feminista, às quais a percepção dos mecanismos formais e informais de legitima- ção do exercício das violências permite apontar uma identidade em comum no surgimento teóri- co, a concepção da sociedade baseada no falo- centrismo, ou seja, o ideal do macho. 99 A Criminologia Cultural, uma das vertentes das teorias do conflito oriunda da Criminologia Críti- ca, tem a concepção de que a classe dominante possui o monopólio dos meios de comunicação e, assim, implanta o pânico moral dentro da socie- dade, utilizando esta como massa de manobra, de acordo com o modelo de segurança cidadã. Acerca do Regime Próprio de Previdência dos Servi- dores Públicos, julgue o item a seguir. 100 Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- nicípios, incluídas suas autarquias, fundações, em- presas públicas e sociedades de economia mista, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 9Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 Sobre a seguridade social, julgue o item a seguir. 101 Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos se- guintes objetivos relacionados ao seu financia- mento: irredutibilidade do valor dos benefícios; equidade na forma de participação no custeio e diversidade da base de financiamento. Considerando a jurisprudência do Supremo Tribu- nal Federal, julgue o item a seguir. 102 É viável o recálculo do valor da aposentadoria por meio da chamada desaposentação. Considerando o texto acima, julgue o item a seguir. 103 São isentas de contribuição para a seguridade so- cial as entidades beneficentes de assistência social. Em relação ao custeio da seguridade social, e de acordo com a Lei n. 8.212/1991, julgue o item que se segue. 104 Considera-se empresa a firma individual ou so- ciedade que assume o risco de atividade econô- mica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da Administra- ção Pública direta, indireta e fundacional. De acordo com a Lei n. 8.212/1991, julgue o item a seguir. 105 Constituem outras receitas da Seguridade Social 50% (cinquenta por cento) do resultado dos lei- lões dos bens apreendidos pelo Departamento da Polícia Federal. Acerca do regramento constitucional da previdên- cia complementar, julgue o item seguinte. 106 As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entida- des de previdência privada integram o contrato de trabalho dos participantes. Acerca dos crimes contra a previdência social, julgue o item a seguir. 107 Constitui apropriação indébita previdenciária apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção. Em relação aos segurados obrigatórios da Previ- dência Social, julgue os itens que se seguem. 108 O servidor público estatutário que esteja vincu- lado a um Regime Próprio de Previdência Social – RPPS poderá aderir ao Regime Geral de Previ- dência Social – RGPS, na qualidade de segurado facultativo. 109 Na hipótese de um servidor público, ampara- do por um regime próprio de previdência social – RPPS, ser requisitado para outro órgão cujo regime previdenciário não permita a filiação, ele permanecerá vinculado ao regime de origem. Antônio Pedrosa Filho foi empregado da Cons- trutora Líder Ltda. no período de 03 de abril de 2000 até 09 de novembro de 2014, momento em que foi demitido e recebeu o pagamento das verbas rescisó- rias sob homologação do sindicato representativo de sua categoria profissional. Na data de 07 de outubro de 2017, quando se dirigia para uma entrevista de emprego indicada pelo Sistema Nacional de Emprego – SINE, Antônio sofreu um acidente de trânsito que lhe acarretou incapacidade total e provisória para o desempenho de qualquer atividade laboral. A partir do quadro fático relatado anteriormente, julgue os itens que seguem. 110 Antônio fará jus a receber o benefício de auxílio- -acidente, o qual abrange os casos de acidentes de qualquer natureza, nele compreendidos os eventos infortunísticos ocorridos no trânsito. 111 Antônio fará jus a receber o benefício de auxílio- -doença, pois o evento infortunístico se verificou durante o período de graça previsto no art. 15 da Lei n. 8.213/1991. A partir do entendimento jurisprudencial consa- grado nos Tribunais Superiores acerca da matéria pre- videnciária, julgue os itens que se seguem. 112 A aposentadoria especial dos profissionais da área de docência pressupõe o tempo de serviço prestado dentro da sala de aula, o que abrange as situações dos professores que desempenham funções de direção da unidade escolar, bem como de coordenação e assessoramento peda- gógico. 113 O requisito de baixa renda para fins do benefício previdenciário de auxílio-reclusão leva em consi- deração a renda dos dependentes destinatários da proteção social. Levando-se em consideração as regras previden- ciárias atinentes à cumulação de benefícios, julgue os itens que se seguem. 10 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 114 O aposentado que retornar à atividade e, na con- dição de segurado da Previdência Social, contrair uma incapacidade total e provisória para o tra- balho, faz jus a perceber o benefício de auxílio- -doença. 115 Na hipótese de uma segurada estar recebendo auxílio-doença, a superveniência de uma gravi- dez e, consequentemente, do direito ao benefício de salário-maternidade acarretará a suspensão daquele benefício, pois a Lei n. 8.213/1991 não permite a percepção cumulativa de tais presta- ções sociais. Com base na CF, na LRF, na interpretação dou- trinária da legislação financeira e na jurisprudência do STF sobre a matéria, julgue o item a seguir. 116 O Poder Legislativo não pode rejeitar o projeto de lei orçamentária. À luz da Lei Complementar n. 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF), julgue o item que se segue. 117 O Banco Central do Brasil está impedido de comprar diretamente títulos emitidos pela União, salvo para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira. 118 Conforme o princípio da irretroatividade da lei tri- butária, não se admite a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos em período anterior à vigência da lei que os instituiu ou au- mentou. Entretanto, o Código Tributário Nacional admite a aplicação retroativa de lei que estabeleça penalidade menos severa que a prevista na norma vigente ao tempo da prática do ato a que se refere, desde que não tenha havido julgamento definitivo. 119 Por dispositivo legal expresso, a obrigação de re- colhimento de determinado imposto foi atribuída a pessoadiversa do contribuinte, devendo esse pa- gamento ser feito antecipadamente, em momento prévio à ocorrência do fato gerador, previsto para ocorrer no futuro. Com relação a essa situação, julgue o item seguinte. Não ocorrendo o fato gera- dor, o contribuinte substituído terá direito à restitui- ção do valor do imposto pago. Porém, ocorrendo o fato gerador com base de cálculo inferior à previs- ta, não será obrigatória a restituição da diferença paga a maior, conforme jurisprudência do STF. Carlos ajuizou, em 2006, ação contra Paulo, na qual pleiteou indenização por danos materiais e morais. Após sentença transitada em julgado, ele obteve julgamento de procedência total dos pedidos formulados, razão pela qual recebeu, a título de inde- nização por danos morais, o valor de R$ 50.000, sendo R$ 20.000 a título de danos morais próprios e R$ 30.000 a título de danos estéticos. Pelos danos mate- riais, Carlos recebeu R$ 30.000, dos quais R$ 10.000 correspondem a danos emergentes e R$ 20.000 a lucros cessantes. No tempo devido, ele declarou os valores recebidos e efetuou o recolhimento do imposto de renda correspondente. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir. 120 A extinção do crédito tributário ocorrerá cinco anos após o pagamento do tributo realizado por Carlos, quando ocorrer a homologação tácita da declaração e do pagamento realizado, visto que o imposto de renda é espécie tributária sujeita a lançamento por homologação. 11 CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 MINISTÉRIO EXTRAORDINÁRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA (MESP) POLÍCIA FEDERAL (PF) DIRETORIA DE GESTÃO DE PESSOAL (DGP) EDITAL Nº 1 – DGP/PF, DE 14 DE JUNHO DE 2018 Aplicação: 2018 Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Gabarito Questão Questão Questão Questão Questão Questão Gabarito Gabarito Gabarito Gabarito Gabarito Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C E E E C C C E C C E C E C C E C C C C 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 E C E E C C E C E E C C E E E E E E C E 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 E C E C C C E E C E E C E C E E C C C C 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 C C E E C E E C E C E E E C C C E C E C 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 E E E E C C E E E E C C C C C C C C C E 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 E E E C E E E E C E C C E E C E C C C E 12 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 1 A supremacia do interesse público sobre o inte- resse particular, embora consista em um princí- pio implícito na Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos princípios que estão explícitos no referido texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade. Certo. Todos os princípios possuem o mesmo grau de im- portância, de modo que não existe hierarquia entre princípios. 2 As pessoas físicas que espontaneamente as- sumem funções públicas em situações de ca- lamidade são consideradas particulares em colaboração com o poder público e integram a Administração Pública em sentido subjetivo. Errado. As pessoas físicas que espontaneamente assumem funções públicas em situações de calamidade são consideradas particulares em colaboração com o po- der público. Contudo, a Administração Pública só é composta por aquelas pessoas, órgãos e entidades previstos em lei. 3 A conduta de dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de ob- servar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade, constitui infração administrativa, mas não caracteriza conduta criminosa, por au- sência de previsão legal. Errado. O art. 89 da Lei n. 8.666/1993 prevê como crime a conduta de dispensar ou inexigir licitação fora das hi- póteses previstas em lei, ou deixar de observar as for- malidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade. 4 É dispensável a licitação para aquisição de ma- teriais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou repre- sentante comercial exclusivo, vedada a preferên- cia de marca, devendo a comprovação de exclu- sividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o servi- ço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes. Errado. A alternativa refere-se à hipótese de inexigibilidade de licitação. 5 São legitimados para a propositura de ação de improbidade administrativa o Ministério Público e a pessoa jurídica eventualmente lesada. Certo. O art. 17, caput, da Lei de Improbidade Administrati- va estabelece que a ação principal, que terá o rito or- dinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. 6 Com relação ao controle administrativo da Admi- nistração Pública, é possível afirmar-se que, com relação à natureza do órgão controlador, tal contro- le se divide em legislativo, judicial e administrativo. Certo. Com relação à natureza do órgão, tem-se: contro- le LEGISLATIVO (realizado diretamente pelo Poder Legislativo ou mediante auxílio do Tribunal de Con- tas); controle JUDICIAL (realizado pelo Poder Judi- ciário); e controle ADMINISTRATIVO (o qual decorre da autotutela, mediante provocação ou de ofício). Considerando o entendimento do STJ acerca da improbidade administrativa, julgue o item subse- quente. 7 O ato de improbidade administrativa violador do princípio da moralidade não requer a de- monstração específica de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, exigindo-se apenas a demonstração do dolo genérico. Certo. O ato de improbidade administrativa previsto no art. 11 da Lei n. 8.429/1992 não requer a demonstração de dano ao erário ou de enriquecimento ilícito, mas exige a demonstração de dolo, o qual, contudo, não neces- sita ser específico, sendo suficiente o dolo genérico. Considerando o entendimento do STJ acerca da improbidade administrativa, julgue o item subse- quente. 8 Não é permitida a utilização de prova empres- tada do processo penal nas ações de improbi- dade administrativa. Errado. Nas ações de improbidade administrativa, é admissí- vel a utilização da prova emprestada, colhida na per- GABARITO COMENTADO CONHECIMENTOS 13Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 secução penal, desde que assegurados o contraditó- rio e a ampla defesa. 9 A Lei n. 13.303/2016, em seu artigo 3º, conceitua determinado ente da Administração Pública como “entidade dotada de personalidade jurídica de di- reito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é inte- gralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios”. Tal conceito corresponde ao conceito de empresa pública. Certo. Vide texto legal: Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de perso- nalidade jurídica de direito privado, com criação auto- rizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital so- cial é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 10 A Lei n. 8.429/1992 veda, expressamente, tran- sação, acordo ou conciliação nas ações de im- probidade administrativa. Certo. O art. 17, § 1º, estabelece ser vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade ad- ministrativa. Acerca da responsabilidade do presidente da República, julgue o item que se segue. 11 Segundo recente orientação do STF, todos os agentes políticos se sujeitam a duplo regime de responsabilização, podendo ser processados por crimes de responsabilidade e por ações de im- probidade administrativa. Errado. O STF realmente entendeu pela possibilidadede os agentes políticos estarem sujeitos tanto a crimes de responsabilidade quanto a ações de improbidade. No entanto, o Presidente da República fica sujeito a tra- tamento diferente, pois o artigo 85, V, da Constituição considera crime de responsabilidade atos que aten- tem contra a probidade da Administração. Sobre o tratamento relativo à responsabilidade penal da pessoa jurídica e o meio ambiente, julgue o item. 12 Mesmo se sujeitando à responsabilização penal nos crimes ambientais, as pessoas jurídicas não podem figurar como pacientes no habeas corpus. Certo. De um lado, é certo que os direitos e garantias funda- mentais podem ser estendidos aos estrangeiros e às pessoas jurídicas, no que couber. Contudo, conside- rando que as PJs não contam com direito de locomo- ção, descabe figurar como paciente no HC. Julgue o item a seguir, acerca do controle de constitucionalidade no âmbito estadual. 13 No plano estadual, o controle concentrado de constitucionalidade só pode utilizar como parâme- tro de confronto normas presentes na Constituição Estadual, não sendo cabível o ajuizamento da re- presentação de inconstitucionalidade tendo como paradigma dispositivo da Constituição Federal. Errado. Rompendo com a lógica anterior, o STF atualmente aceita que a representação de inconstitucionalidade perante o TJ tenha como parâmetro de confronto dis- positivos da Constituição Estadual e também da Cons- tituição Federal, que sejam de reprodução obrigatória. Sobre o instituto da intervenção federal e o pro- cesso legislativo, analise a assertiva a seguir. 14 A intervenção federal, o estado de defesa e o es- tado de sítio figuram como limitações circunstan- ciais ao poder constituinte derivado reformador. Certo. O poder constituinte derivado reformador é a possibili- dade de modificar a Constituição Federal por meio das emendas à Constituição. As emendas têm algumas limitações – materiais, formais ou procedimentais, cir- cunstanciais e implícitas. Em determinadas circunstân- cias de instabilidade institucional (intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio), não pode haver emendas à Constituição. Por tal razão, parou a tramita- ção da Reforma da Previdência quando foi decretada a intervenção federal na segurança pública do RJ. Julgue o item que se segue sobre as funções essenciais à Justiça. 15 A Defensoria Pública é dotada de autonomia administrativa, funcional e orçamentária, sendo indevido procedimento de Governador de Esta- do que a coloque em posição de subordinação à Secretaria de Segurança Pública. Certo. Desde a EC n. 45/2004, as Defensorias Estaduais go- zam de autonomia AFO (administrativa, funcional e or- çamentária). Essa autonomia foi estendida à DPU e à DPDF pela EC n. 74/2013. Nesse contexto, os Gover- 14 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 nadores só podem efetuar cortes no orçamento elabo- rado pela instituição caso ele esteja em desacordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO. Além disso, também não poderia o Chefe do Executivo inserir a De- fensoria em posição de subordinação à Secretaria de Segurança Pública, sob pena de ferir a autonomia. Analise o item seguinte acerca da Segurança Pública na Constituição. 16 É compatível com a Constituição Federal a con- cessão de foro especial, na Constituição Estadu- al, a Delegados de Polícia Civil. Errado. Ainda que não haja simetria com o modelo federal, o STF entende ser válido o deferimento de foro especial a autoridades estaduais. É o que acontece na CE/GO, que atribuiu foro perante o Tribunal de Justiça para Defensores Públicos e para Procuradores de Estado. No entanto, essa possibilidade não se estende aos Delegados de Polícia. Julgue o item seguinte, relativo à educação na Ordem Social. 17 Embora o Estado brasileiro seja laico, o STF en- tende pela possibilidade de ser ministrado o ensi- no religioso de natureza confessional, seguindo- -se ensinamentos de uma religião específica. Certo. Essa foi a tese vencedora quando do julgamento da ADI 4.439, bastante cobrada nas provas recentes do CESPE. Segundo o entendimento prevalente, ficou autorizada a contratação de representantes de religi- ões para ministrar as aulas. É bom lembrar também que o julgamento só tratou do ensino religioso em es- colas públicas, pois nas particulares a matéria fica a critério de cada instituição. Sobre os índios, julgue o item seguinte, conside- rando o texto constitucional e a orientação dominante no STF. 18 Segundo a jurisprudência do STF, a manifestação do Conselho de Defesa Nacional não é requisito de validade da demarcação de terras indígenas, mesmo daquelas situadas em região de fronteira. Certo. O entendimento foi firmado pelo STF no MS 25.483. Julgue o item que se segue sobre nacionalidade e extradição. 19 Havendo a opção pela nacionalidade brasileira, o nascido no exterior, filho de pai ou mãe brasileira, adquirirá a condição de nato de forma retroativa. Certo. A partir do momento em que é feita a opção pela nacio- nalidade (obrigatoriamente após a maioridade), a pes- soa que nasceu no exterior e é filha de pai ou de mãe brasileira passa a ser considerada brasileira nata, condi- ção que retroage ao nascimento. Assim, eventual pedido de extradição formulado por outro país deve ser extinto. Considerando o processo legislativo e sua inter- pretação jurisprudencial, julgue o item seguinte. 20 As medidas provisórias, caso não sejam apre- ciadas no prazo de sua validade, ter-se-ão por rejeitadas. Nessa hipótese, deverá o Congresso Nacional, no prazo de 60 dias, elaborar decre- to legislativo disciplinando as relações jurídicas ocorridas no período em que a MP esteve em vi- gor. Não sendo editado o referido decreto, a MP, mesmo rejeitada, poderá continuar a regular as relações jurídicas do período em que ela vigorou. Certo. Procedimento extraído da interpretação conjunta dos §§ 3º, 11 e 12 do artigo 62 da Constituição Federal. Essa sobrevida da MP rejeitada é bastante criticada pela doutrina. De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes. 21 Caso um brasileiro seja executado por empre- sa estrangeira (cassino), por dívida de jogo, em ação promovida na jurisdição brasileira, esta ação não poderá ser procedente, pois o ordena- mento jurídico brasileiro dispõe que as dívidas de jogo e aposta não obrigam a pagamento (Có- digo Civil, art. 814). Errado. De acordo com o art. 9º da LINDB, “para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”. Em caso semelhante, o STJ (REsp 1628974/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe 25/08/2017) decidiu que o cassino norte-america- no pode cobrar a dívida legalmente constituída naque- le país em ação promovida no Brasil. 22 A legislação brasileira, sobretudo a Lei de Intro- dução às Normas de Direito Brasileiro, admite o costume nas modalidades secundum legem e praeter legem, inclusive, quanto ao último, para efeito de integração das normas. 15Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 Certo. O costume secundum legem é aquele que foi absorvi- do pela lei, enquanto o costume prater legem é aquele que não é previsto na lei, mas que, por outro lado, não a confronta e, por isso, pode ser admitido como regra de integração em caso de lacuna. Sobre a posse e a propriedade, julgue o item a seguir. 23 De acordo com a legislação brasileira e a juris- prudência do Superior Tribunal de Justiça, se um sujeito tem sob seu poder um imóvel público, no qual explora atividade comercial em decorrência de ato administrativo de autorização, eventual re- vogação do ato pela Administração e consequen- te tentativa de retomada lhe dará direito de inde- nização e retenção pelas benfeitorias realizadas. Errado.De acordo com a jurisprudência do STJ (vg REsp 932.971/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/05/2011, DJe 26/05/2011), a ocupação de bem público configura mera detenção, nos termos do art. 1.208 do Código Civil. Portanto, sem posse, não há que se falar em di- reitos de indenização e retenção por benfeitorias. 24 A reconvenção admite ampliação objetiva, ou seja, ampliação do pedido, bem como ampliação subjetiva, ou seja, o ingresso de terceiro. Porém, o Código de Processo Civil veda a formação de litisconsórcio ativo, admitindo-o somente em rela- ção ao polo passivo da demanda reconvencional. Errado. Conforme artigo 343, § 3º, a reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. 25 A extinção de medida protetiva de urgência dian- te da homologação de acordo entre as partes não afasta a competência da Vara Especializada de Vio- lência Doméstica ou Familiar contra a Mulher para julgar ação de divórcio fundada na mesma situação de agressividade vivenciada pela vítima e que fora distribuída por dependência à medida extinta. Certo. Informativo 572 do STJ: A extinção de medida pro- tetiva de urgência diante da homologação de acordo entre as partes não afasta a competência da Vara Es- pecializada de Violência Doméstica ou Familiar contra a Mulher para julgar ação de divórcio fundada na mes- ma situação de agressividade vivenciada pela vítima e que fora distribuída por dependência à medida extinta. STJ. 3ª Turma. REsp 1.496.030-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 6/10/2015. 26 No entendimento do STJ, é possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os únicos sócios da pessoa jurídica devedora. Certo. Informativo 627 do STJ: É possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os únicos sócios da pessoa jurídica devedora. 27 O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital não pode ser considerado título executivo extrajudicial. Errado. Informativo 627 do STJ: O contrato eletrônico de mú- tuo com assinatura digital pode ser considerado título executivo extrajudicial. 28 Conforme jurisprudência do STJ, tendo sido de- clinados na petição inicial todos os dados pes- soais indispensáveis à correta identificação dos herdeiros, inclusive os seus respectivos endere- ços, devem ser eles citados pessoalmente por carta com aviso de recebimento, vedada a cita- ção por oficial de justiça. Certo. Informativo 626 do STJ: Tendo sido declinados na pe- tição inicial todos os dados pessoais indispensáveis à correta identificação dos herdeiros, inclusive os seus respectivos endereços, devem ser eles citados pesso- almente por carta com aviso de recebimento, vedada a citação por oficial de justiça. No que concerne ao direito empresarial, julgue os dois próximos itens. 29 O empresário individual, por possuir CNPJ (ca- dastro nacional de pessoa jurídica), é uma pes- soa jurídica após o registro público de empresas mercantis que fia a cargo da junta comercial. Errado. O empresário individual é pessoa física ou natural equi- parado apenas para fins tributários a pessoa jurídica. Referência Bibliográfica: AQUINO, Leonardo Gomes de. Curso de direito empresarial: teoria da empresa e direito societário. 2ª ed. Brasília: Editora Kiron, 2018. 30 Não havendo autorização expressa, o arrendante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. 16 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 Errado. Art. 1.147 do CC. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer con- corrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usu- fruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. Com relação à nota promissória e ao cheque, julgue o item abaixo. 31 O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula. Certo. Súmula 503 do STJ. 32 O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título. Certo. Súmula 504 do STJ. Acerca da falência e da recuperação de empre- sas, julgue os itens a seguir. 33 Compete ao juiz deixar de conceder a recupera- ção judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores. Errado. Enunciado n. 46 da I Jornada de Direito Comercial do CJF: Não compete ao juiz deixar de conceder a recu- peração judicial ou de homologar a extrajudicial com fundamento na análise econômico-financeira do plano de recuperação aprovado pelos credores. 34 O Comitê de credores terá por atribuições deli- berar sobre o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor, no processo de recupe- ração de empresas. Errado. Lei n. 11.101/2005, Art. 35. A assembleia geral de cre- dores terá por atribuições deliberar sobre (...) e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor. 35 O administrador judicial poderá alugar ou cele- brar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê, gerando inclusive direito de preferência na com- pra em relação ao inquilino. Errado. Lei n. 11.101/2005, Art. 114. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê. (...) § 1º O contrato disposto no caput deste artigo não gera direito de preferência na compra e não pode importar disposição total ou parcial dos bens. A respeito do instituto da extradição, julgue o item subsequente de acordo com o entendimento do STF. 36 Constitui óbice ao deferimento do pedido de extradi- ção a inexistência, no ordenamento jurídico do Esta- do requerente, de sistema de progressão de regime de cumprimento de pena privativa de liberdade. Errado. Visto que a inexistência de sistema de progressão de regime de cumprimento de pena não está prevista en- tre as causas de indeferimento de pedido de extradi- ção no artigo 82 da Lei n. 13.445/2017. Art. 82. Não se concederá a extradição quando: I – o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato; II – o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III – o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; IV – a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; V – o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI – a punibilidade estiver extinta pela prescrição, se- gundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; VII – o fato constituir crime político ou de opinião; VIII – o extraditando tiver de responder, no Estado re- querente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou IX – o extraditando for beneficiário de refúgio, nos ter- mos da Lei n. 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial. Além disso, a jurisprudência já se posicionou nesse mesmo sentido: 3. Não constitui óbice à extradição a ausência do regi- me de progressão de pena no ordenamento jurídico do Estado Requerente. A República Federativa do Brasil não pode exigir, para o deferimento do pedido extra- dicional, a aplicação de institutos próprios do direito penal e processual brasileiros. (Ext 1454, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 18/04/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-114 DIVULG 30-05-2017) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9474.htm 17Cargo1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 37 A existência de vínculos conjugais e(ou) familia- res do extraditando estrangeiro com pessoas de nacionalidade brasileira se qualifica como causa obstativa da extradição. Errado. Vide Súmula 421 do STF: Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasi- leira ou ter filho brasileiro. 38 Não será excluído da detração o período em que o extraditando tiver ficado preso cautelar- mente no Brasil por crimes cometidos em terri- tório nacional que não estiverem elencados no pedido de extradição. Errado. Visto que apenas o período de prisão cautelar por efei- to do processo de extradição que deve ser excluído do cômputo do tempo a ser cumprido no país que solicita a extradição em decorrência do artigo 96, II, da Lei n. 13.445/2017: Art. 96. Não será efetivada a entrega do extraditando sem que o Estado requerente assuma o compromisso de: II – computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi im- posta por força da extradição;” Vide jurisprudência nesse entendimento: – EXT 1.434/Espanha, rel. min. Celso de Mello, Se- gunda Turma, julgada em 6.12.2016. 7. Extradição julgada procedente, mediante compromisso de com- putar o tempo de prisão posterior ao cumprimento da pena imposta no Brasil. – Ext 1288, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Se- gunda Turma, julgado em 21/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 31-03-2017 PUBLIC 03-04-2017) 39 A extradição é um ato de cooperação interna- cional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. Pode ser solicitada a ex- tradição tanto para fins de instrução de processo penal a que responde a pessoa reclamada (ins- trutória) quanto para cumprimento de pena já im- posta (executória). Certo. A partir do conceito previsto no artigo 81 da Lei n. 13.445/2017, “a extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso”. A respeito das fontes do direito internacional público, julgue (C ou E) o item a seguir. 40 O Estatuto da Corte Internacional de Justiça re- conhece os princípios gerais de direito como fon- tes auxiliares do direito internacional. Errado. Visto que, de acordo com o artigo 38 do Estatuto da CIJ, os meios auxiliares para a determinação das re- gras de direito são as decisões judiciárias e a doutrina. In verbis: Art. 38. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a. as convenções internacionais, quer gerais, quer es- peciais, que estabeleçam regras expressamente reco- nhecidas pelos Estados litigantes; b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pe- las nações civilizadas; d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as deci- sões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualifi- cados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 41 Em 2016, entrou em vigor a convenção das Nações Unidas sobre atos unilaterais dos Esta- dos, fruto de projeto elaborado pela Comissão de Direito Internacional. Errado. Atos unilaterais são admitidos como fontes do direito internacional público independentemente de regula- ção por Convenção das Nações Unidas. 42 Os tratados incorporados ao sistema jurídico brasileiro, dependendo da matéria a que se refiram e do rito observado no Congresso Na- cional para a sua aprovação, podem ocupar três diferentes níveis hierárquicos: hierarquia equivalente à das leis ordinárias federais; hie- rarquia supralegal; ou hierarquia equivalente à das emendas constitucionais. Certo. De acordo com o art. 5º, § 3º, da CF, tratados e con- venções sobre direitos humanos que forem aprova- dos em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas consti- tucionais. Todavia, os tratados em direitos humanos anteriores à EC n. 45/2004, que inseriu esse parágrafo 3º ao art. 5º, ou que não alcancem tal quórum de apro- vação serão considerados supralegais, ficando abaixo da Constituição e acima das regras infraconstitucio- nais. Já os tratados em geral, caso ratificados, são in- seridos com status de lei ordinária federal. 18 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 43 Considere um sequestro iniciado em 01/01/2018, tendo a vítima sido libertada em 01/12/2018, me- diante o pagamento do resgate. Em março, a lei que regulava o sequestro diminuiu a pena para a referida infração. Neste cenário, de acordo com o entendimento sumulado do STF, vale a lei ante- rior mais grave para o caso, já que ela teve vigên- cia durante a permanência do delito. Errado. Súmula 711/STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. A súmula dá a impressão de que, se mais de uma lei regulou o delito durante a continuidade ou a perma- nência, valerá sempre a lei mais grave, já que obriga- toriamente ela teve vigência anterior à cessação da continuidade ou da permanência, tanto nas situações de novatio legis in pejus quanto na situação de nova- tio legis in mellius. Mas a súmula se refere especifica- mente à lei que entrou em vigor durante a continuida- de ou permanência; a que tinha vigor antes, apesar de sua vigência ser obviamente anterior à cessação da continuidade ou da permanência, não é alcançada pela regra da súmula. Obs. 1: A súmula só se aplica se a sucessão de leis durante a continuidade ou permanência caracterizar NOVATIO LEGIS IN PEJUS; Obs. 2: Se houver sucessão de leis penais durante a continuidade ou permanência, mas for hipótese de NOVATIO LEGIS IM MELIUS, não vale a lei anterior mais grave, e sim a regra do CP; Obs. 3: Em suma, sempre que se tratar de crime con- tinuado ou permanente e houver sucessão de leis penais durante a continuidade ou permanência, vale sempre a ÚLTIMA LEI. 44 Cabe legítima defesa real contra estado de ne- cessidade exculpante. Certo. A legítima defesa pressupõe agressão injusta, e a “in- justiça” da agressão é retirada da sua contrariedade ao direito (ilicitude). Caso o fato seja ilícito, porém to- lerado, por não ser reprovável, ainda assim contra ele caberá a legítima defesa. 45 A absolvição para a hipótese de embriaguez com- pleta acidental é a própria, exceto em caso de drogadição, em que o juiz pode promover o enca- minhamento para tratamento médico adequado. Certo. Em conformidade com a Lei n. 11.343/2006, que, em seu art. 45, aduz: “É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tem- po da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previs- to neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado”. 46 Nos delitos omissivos próprios, a vinculação entre a omissão e o resultado natural é dada a partir de critérios atributivos-normativos, que comandam ao garante a intervenção para evitar o resultado. Certo. Nos delitos omissivos impróprios, a vinculação en- tre a omissão e o resultado natural é dada a partir de critérios atributivos-normativos, que comandam ao ga- rante a intervenção para evitar o resultado, conformeart. 13, § 2º, do CP. Nos delitos omissivos próprios, o infrator responde apenas pelo desvalor da conduta. 47 Segundo a teoria limitada da culpabilidade, o erro de proibição indireto é tratado na culpabilidade, e não na tipicidade. Errado. Existem dois tipos de discriminantes putativas: o erro de proibição indireto (art. 21) e o erro de tipo permissi- vo (art. 20, § 1º). Pela teoria extremada da culpabilida- de, ambos são espécies de erro de proibição, uma vez que, nos dois, o infrator age com dolo (veja o exemplo em que, por representar mal a situação, o pai atira no próprio filho imaginando ser um ladrão a invadir sua casa – ele atira dolosamente para matar imaginando ser sua conduta amparada pela legítima defesa). O agente erra sobre a ilicitude de seu comportamento e sabe perfeitamente que realiza a conduta típica, tanto do ponto de vista objetivo como subjetivo: o agente sabe o que faz, mas supõe erroneamente que estaria permitido. Neste caso, para os adeptos da teoria ex- tremada da culpabilidade, fica evidente a manutenção da tipicidade e a exclusão (erro inevitável – isenção de pena), ou a diminuição (erro evitável – diminuição de pena) da reprovabilidade. Já para os adeptos da teoria limitada da culpabilidade, o erro de proibição indireto é erro de proibição, mas o erro de tipo permissivo é erro de tipo (resolvido na tipicidade), uma vez que o indiví- duo quer agir conforme a norma (sua representação, apesar de equivocada de fato, está juridicamente cor- reta). A tese é simples: no erro de proibição, a pessoa acerta no fato e erra no direito; e, no erro de tipo, a pessoa acerta no direito e erra no fato, e é justamente 19Cargo 1: Delegado de Polícia Federal Nome do candidato: Futuro(a) Delegado CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 isso que acontece no erro de tipo permissivo (pessoa representa mal o fato, mas corretamente o direito). As- sim, tanto na hipótese de errônea representação da si- tuação típica quanto da situação justificante, haverá a exclusão do dolo e eventual punição pela modalidade culposa, caso verificado que o erro da representação surgiu da verificação imprudente da realidade. 48 A prescrição da pretensão punitiva retroativa não alcança mais o período pré-processual da perse- cução penal e não depende mais do trânsito em julgado para a acusação ou da impossibilidade de reforma do quantum de pena da sentença para cima para ser reconhecida. Errado. Após a Lei n. 12.234/2010, que alterou o § 1º do art. 110 do CP, a prescrição da pretensão punitiva retroativa não alcança mais o período pré-processual da perse- cução penal. No entanto, o mesmo dispositivo afirma: “A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa”. 49 Infração bagatelar imprópria é a que nasce rele- vante para o direito penal (porque há desvalor da conduta, bem como desvalor do resultado), mas depois se verifica que a incidência de qualquer pena no caso concreto apresenta-se totalmente desnecessária (desnecessidade da pena), em razão das drásticas consequências da infração para o próprio agente. Enquanto o princípio da in- significância encontra-se coligado com a infração bagatelar própria, o princípio da desnecessidade da pena é o que fundamenta a infração bagatelar imprópria. É por meio dele que se explica tam- bém, por exemplo, o perdão judicial. Certo. A doutrina convencionou separar dois tipos diferentes de bagatela: 1. bagatela própria: fato que, apesar de típico, é irrelevante pela diminuta lesão ao bem jurídi- co (furto de shampoo em supermercado); 2. bagate- la imprópria: embora haja relevância penal no fato, a pena é desnecessária na situação concreta (como no § 5º do art. 121 do CP). Com relação aos crimes previstos no CP, julgue o item que se segue. 50 Os delitos de inserção de dados falsos e de modi- ficação ou alteração de dados não autorizada em sistema de informações só se configuram se pra- ticados por funcionário público autorizado, com o fim específico de obter vantagem indevida para si ou para outrem, ou para causar dano, sendo as penas aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resultar dano para a Administração Pública ou para o administrado. Errado. O fim específico de agir somente é necessário no cri- me do art. 313-A (crime de inserção de dados falsos), sendo prescindível no crime do art. 313-B (crime de modificação ou alteração de dados não autorizadas nos sistemas de informações). O aumento de pena, por seu turno, somente se aplica no art. 313-B, pois o dano à Administração Pública já é inerente ao art. 313-A. Em cada item a seguir, é apresentada uma situa- ção hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada com base no direito penal. 51 Três criminosos interceptaram um carro-forte e dominaram os seguranças, reduzindo-lhes por completo qualquer possibilidade de resistência, mediante grave ameaça e emprego de armamen- to de elevado calibre. O grupo, entretanto, encon- trou vazio o cofre do veículo, pois, por erro de estratégia, efetuara a abordagem depois que os valores e documentos já haviam sido deixados na agência bancária. Por fim, os criminosos acaba- ram fugindo sem nada subtrair. Nessa situação, ante a inexistência de valores no veículo e ante a ausência de subtração de bens, elementos cons- titutivos dos delitos patrimoniais, ficou descarac- terizado o delito de roubo, subsistindo apenas o crime de constrangimento ilegal qualificado pelo concurso de pessoas e emprego de armas. Errado. A ausência de valores não configura crime impossível, por impropriedade absoluta do objeto. No caso enun- ciado, o resultado pretendido não foi alcançado por circunstâncias alheias à vontade e ao plano criminoso, razão pela qual temos o delito de roubo com causa de aumento de pena na modalidade tentada (art. 157, § 2º, I, II, III, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal). 52 Considere que Marcos, penalmente imputável, subtraia de seu genitor, de sessenta e oito anos de idade, um relógio de alto valor. Nessa situa- ção, o autor não pode se beneficiar da escusa penal absolutória, em razão da idade da vítima. Certo. A questão se encontra correta em razão do art. 183, inciso II, do CPB: Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos an- teriores: 20 Nome do candidato: Futuro(a) Delegado Cargo 1: Delegado de Polícia Federal CESPE | CEBRASPE – POLÍCIA FEDERAL (PF) – Aplicação: 2018 I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II – ao estranho que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. 53 Nos crimes contra a dignidade sexual, a vulnerabili- dade da menor de 14 anos de idade é considerada relativa diante de seu consentimento para a prática sexual, devendo, no caso concreto, ser conside- rado o comportamento sexual da vítima, sua vida social e o grau de conscientização da menor. Errado. Não há que se relativizar a vulnerabilidade da menor de 14 anos. 54 De acordo com o melhor entendimento jurispru- dencial, para a aplicação da majorante do repou- so noturno, basta que a infração ocorra durante a noite, sendo irrelevante o fato de se tratar de residência habitada ou desabitada. Certo. Não há necessidade de a residência estar habitada para a configuração da majorante. Tem-se como refe- rência apenas o momento (noite) de repouso. 55 Em 2009, Lauro, mediante grave ameaça e com o intuito de obter para si indevida vantagem econômica, constrangeu César ao pagamento de importância correspondente a R$ 5.000,00. César, diante dessa situação de constrangi- mento, houve por bem denunciar a conduta de Lauro antes mesmo de efetuar o pagamento da quantia exigida. Em sede de recurso especial, a
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