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1 2 Ascaris lumbricoides Os Ascaris são conhecidos, popularmente, como lombrigas ou bichas. Localizam-se de preferência no duodeno e no jejuno, onde produzem um quadro clínico variado denominado ascaríase. 3 Ascaris lumbricoides: A, fêmea; B, macho São vermes longos, cilíndricos e com extremos afilados, sobretudo anterior- mente. A extremidade posterior das fêmeas é quase reta, enquanto a dos machos é enrolada ventralmente em espiral. Ascaris lumbricoides 4 Ascaris lumbricoides Em geral, há em torno de 6 vermes por paciente. Mas esse número pode elevar-se a 500 ou 700 em alguns casos. Na maioria das vezes, a infecção é leve e clinicamente benigna. Ascaris lumbricoides – Doc. de G. Chaia. 5 Em crianças: obstrução intestinal por um bolo de ascaris, determinando um quadro de abdômen agudo. 6 Fisiologia dos Ascaris Crianças muito parasitadas podem eliminar alguns pela boca ou pelas narinas. Mantêm-se em atividade constante, quase sempre movendo-se contra a corrente peristáltica. As fêmeas devem ser fecundadas várias vezes. Cada uma produz até 200.000 ovos por dia. 7 Fisiologia dos Ascaris (A): ovos férteis No solo, embrionam em 2 semanas (entre 20 e 30ºC) e se tornam infectantes dentro de outra semana (B). Podem permanecer aí infectantes durante um ou mais anos. Os ovos de Ascaris são abundantes no chão do peridomicílio poluído com fezes humanas, e podem ser suspensos no ar, com a poeira, pela ação dos ventos. Quando isoladas ou mais numerosas que os machos, as fêmeas podem por ovos inférteis, mais alongados (C), que não embrionam. 8 A infecção por Ascaris 1- No INTESTINO do hospedeiro, os ovos embrionados são induzidos a eclodir (D) pela ação do CO 2 e de outros fatores, liberando uma larva de 3º estágio. 2- Entra na circulação, fígado, coração, pulmão; As larvas de 4º estágio penetram nos alvéolos, onde ocorre a 5ª muda. 3- Ocorre a mudança fisiológica e morfológica (habitat anaeróbio); 9 Medindo agora 1 a 2 mm (E), são arrastadas pela corrente de muco dos bronquíolos e brôn- quios, sobem pela traquéia e laringe, sendo deglutidas com as secreções brônquicas. Ao chegarem ao intestino, dá-se a última muda que as transforma em adultos jovens. O crescimento continua até a maturidade, ao fim de 2 meses. 10 11 12 Resistência aos Ascaris Instalados no intestino, o Ascaris tem uma longevidade estimada em 1 a 2 anos. Em geral, apenas uma de cada seis pessoas parasitadas apresenta manifesta- ções clínicas decorrentes do parasitismo. A razão está no pequeno número de vermes que elas carregam. 13 Resistência aos Ascaris Na fase invasiva, as lesões dependem do número de larvas, do tecido em que se encontrem e da resposta do hospedeiro. Nos pulmões ocorrerá a síndrome de Loeffler, com febre, tosse, alta eosinofilia; Normalmente, esses sintomas desaparecem em poucos dias sem deixar traços. Mas, em crianças pequenas e em pessoas hipersensíveis, a gravidade pode ser alta. 14 Sintomatologia Os ascaris podem permanecer nos intestinos sem molestar o paciente, sendo descobertos, ocasionalmente, quando um deles for expulso com as fezes. Nos casos sintomáticos, as manifestações mais freqüentes são: • desconforto abdominal, dor epigástrica, • cólicas intermitentes e má digestão; • náuseas, • anorexia e emagrecimento. 15 Também costuma haver irritabilidade, sono intranqüilo, ranger de dentes à noite e coceira no nariz. Pessoas hipersensíveis podem apresentar quadros alérgicos, como urticária, edemas e crises de asma que se curam com anti-helmínticos. Em populações de baixa renda e crianças desnutridas, os parasitos agravam o mau estado nutricional. 16 Complicações na fase crônica Segundo as estatísticas hospitalares, cerca de 45% das obstruções por bolo de Ascaris ocorrem em crianças com menos de 2 anos de idade. Peça com obstrução intestinal por Ascaris 17 18 Localizações ectópicas A capacidade migratória dos Ascaris leva-os, por vezes, a penetrar no apêndice (causando apendicite). Penetram nas vias biliares, simulan- do os quadros de colecistite; e nas vias pancreáticas, produzindo pan- creatite aguda, sempre fatal. Outros quadros obstrutivos graves ocorrem quando, subindo pelo esô- fago, os vermes penetram na laringe ou nos brônquios. Imagem negativa de um ascaris, em estômago contendo contraste radiológico. 19 Diagnóstico da ascaríase Os quadros clínicos não permitem distinguir a ascaríase de outras helmintíases intestinais. A menos que um verme tenha sido eliminado durante uma defecação ou vomitado, É o exame parasitológico das fezes a melhor forma de se diagnosticar. Ovos de áscaris vistos ao microscópio: 1 e 2, normais; 3 e 4 inférteis (OMS). Barras negras = 25 µm. 1 2 3 4 20 Tratamento da ascaríase Albendazol – bloqueia a captação de glicose e aminoácidos pelos helmintos. Dose única de 400 mg VO. Cura > 90%. Mebendazol – Idem. Cura próxima de 100%. Praticamente sem efeitos colaterais. 100 mg a cada 12 h./3 dias. Levamisol – inibidor da fumarato-redutase. 80 mg (crianças) 150 mg (adultos). Cura > 90%. 21 Pamoato de pirantel – inibição da colinesterase. 10 mg/kg. Náuseas e vômitos, cefaléia, erupção cutânea. Cura > 90%. Piperazina – produz paralisia neuro-muscular do helminto e permite sua expulsão passiva. 100 mg/kg por 5 dias (máx. 3 g crianças e 4g para adultos). Na obstrução intestinal por Ascaris, passar sonda nasogástrica, administrar no máximo 6 g de piperazina e 50 ml de óleo mineral. Se não houver resolução da oclusão, recomenda-se tratamento cirúrgico. Todas estas drogas são contra-indicadas na gestação. Essas drogas não agem sobre larvas ou adultos fora dos intestinos.
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