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OUTRAS QUESTÕES_LINGUAGEM_LITERÁRIA

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Antiode
Poesia, não será esse
o sentido em que
ainda te escrevo:
flor! (Te escrevo:
flor! Não uma
flor, nem aquela
flor-Virtude – em disfarçados urinóis).
Flor é a palavra
flor; verso inscrito
no verso, como as
manhãs no tempo.
Flor é o salto
da ave para o voo:
o salto fora do sono
quando seu tecido
se rompe; é uma explosão
posta a funcionar,
como uma máquina,
uma jarra de flores.
MELO NETO, J. C. Psicologia da composição Rio de Janeiro Nova Fronteira, 1997 (fragmento)
A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de
uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a fim de assumir novos significados.
um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX.
uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética.
uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução Industrial.
um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.
OFF PRICE 
Que a sorte me livre do mercado 
e que me deixe 
continuar fazendo (sem o saber)
 fora de esquema 
 meu poema 
inesperado 
 e que eu possa 
 cada vez mais desaprender 
 de pensar o pensado
e assim poder 
reinventar o certo pelo errado 
(Ferreira Gullar. Em alguma parte alguma. p.35.)
Assinale a opção que indica a temática central do poema. 
O preço abusivo dos livros no mercado. 
A indefinição entre o certo e o errado.
 A relação do artista com o dinheiro. 
O desejo de autonomia no fazer poético.
Texto 1 
O amigo da casa 
 A própria menina se prende muito a ele, que ainda lhe trouxe a última boneca, embora agora ela se ponha mocinha: encolhe-se na poltrona da sala sob a luz do abajur e lê a revista de quadrinhos. Ele é alemão como o dono da casa. Tem apartamento no hotel da praia e joga tênis no clube, saltando com energia para dentro do campo, a raquete na mão. Assiste às partidas girando no copo de uísque os cubos de gelo. É o amigo da casa. Depois do jantar, passeia com a mãe da menina pelo caminho de pedra do jardim: as duas cabeças – a loira e a preta de cabelos aparados – vão e vêm, a dele já com entradas da calva. Ele chupa o cachimbo de fumo cheiroso, que o moço de bordo vai deixar no escritório. 
 O dono da casa é Seu Feldmann. Dirige o seu pequeno automóvel e é muito delicado. Cumprimenta sempre todos os vizinhos, até mesmo os mais canalhas como Seu Deca, fiscal da Alfândega. 
 Seu Feldmann cumprimenta. Bate com a cabeça. Compra marcos a bordo e no banco para a sua viagem regular à Alemanha. Viaja em companhia do comandante do cargueiro, em camarote especial. Então respira o ar marítimo no alto do convés, os braços muito brancos e descarnados, na camisa leve de mangas curtas. 
 A fortuna de origem é da mulher: as velhas casas no centro da cidade, os antigos armazéns, o sítio da serra, de onde ela desce aos domingos em companhia do outro, que é o amigo da casa, e da menina. 
 Saem os dois à noite e ele para o seu próprio automóvel sob os coqueiros na praia. Decerto brigaram mais uma vez, porque ela volta para casa de olhos vermelhos, enrolando nos dedos o lencinho bordado. Recolhe-se a seu quarto (ela e seu Feldmann dormem em quartos separados). Trila o apito do guarda. Os faróis do automóvel na rua pincelam de luz as paredes, tiram reflexo do espelho. Ela permanece insone: o vidro de sua janela é um retângulo de luz na noite.
 (Moreira Campos. In Obra Completa – contos II. 1969. p. 120-122. Originalmente publicado na obra O puxador de terço. Texto adaptado.)
03. O título de um texto é um ingrediente importante para o processo da leitura. Um bom título deve ter a força de atrair o leitor, de causar-lhe algum estranhamento. Pode dar pistas sobre o conteúdo do texto, mas não deve ser muito explícito. A ambiguidade também é um ingrediente que pode ter efeito positivo num título. Atente à análise do título do texto 1. 
O título do conto (Texto 1) deve surpreender o leitor, que tem arquivada na memória linguística a expressão “o amigo” sempre relacionada ao homem e, raramente, a um animal irracional (como o cachorro), portanto a um ser vivo. O estranhamento causado pelo título pode ser um incentivo à leitura. 
Ao intitular o conto de “O amigo da casa”, o enunciador empregou uma estrutura metonímica. A metonímia é uma “figura de retórica que consiste no uso de uma palavra fora de seu contexto semântico normal por ter uma significação de relação objetiva, de contiguidade, material ou conceitual, com o conteúdo ou referente ocasionalmente pensado” (Houaiss). 
A outra qualidade do título consiste em ser ambíguo: o vocábulo “amigo”, além de significar aquele “que ama, que demonstra afeto, amizade”, pode significar, no uso informal da língua, “amante, amásio”. Essa ambiguidade poderá despertar a curiosidade do leitor e leva-lo à leitura.
Está correto o que se diz em 
I e II apenas. 
II e III apenas. 
I e III apenas. 
I, II e III. 
05. Atente ao que se diz sobre a apresentação das duas personagens – “o amigo da casa” e “o dono da casa”.
 I. O enunciador faz um confronto tendencioso entre os dois, levando sutilmente o leitor a pensar na superioridade de um e, consequentemente, na inferioridade do outro. 
II. Na caracterização dos dois, o enunciador trabalha basicamente com elementos concretos. Deixa ao leitor a tarefa de inferir, das ações e do comportamento dessas personagens, o que se lhes vai no interior. 
III. O narrador, ao apresentar as personagens, o faz da perspectiva de uma dessas personagens, mostrando-se imparcial, como todos os narradores que narram em terceira pessoa. Está correto o que se diz apenas em 
II e III. 
I e III. 
I e II. 
III. 
Coluna I Coluna II
1. indulgência ( ) deslealdade
2. vigor ( ) arrogância
3. Essência ( ) intolerância
4. Modéstia ( ) futilidade
5. afabilidade ( ) aparência
6 seriedade ( ) rigidez
7. Confiabilidade ( ) debilidade 
06. Para a maioria dos estudiosos da literatura, o texto literário é estruturado em pares de oposição: vida/morte; amor/ódio, etc. Essas oposições constam no texto claramente ou implicitamente. E não é necessário que os dois termos da oposição estejam na superfície linguística do texto. Se o texto fala somente de morte, a vida está, por oposição, implícita nele. Abaixo você encontrará duas colunas. Na coluna I, haverá um termo que formará, com um termo presente na coluna II, uma oposição. Essas oposições constam no texto claramente ou implicitamente. Nessa perspectiva, numere a coluna II de acordo com a I. 
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: 
1, 4, 7, 2, 3, 5, 6. 
2, 7, 4, 5, 6, 1, 3. 
4, 2, 5, 1, 3, 6, 7. 
7, 4, 1, 6, 3, 5, 2. 
Moderna e Eterna
 Cem anos após inaugurar a primeira exposição modernista do Brasil, que serviu de embrião para a Semana de 1922, Anita Malfatti ganha uma grande mostra, em São Paulo, sobre seu legado. 
 Uma semana após inaugurar aquela que seria a primeira exposição de arte moderna no Brasil, no dia 12 de dezembro de 1917, Anita Malfatti (1889-1964) teve cinco telas devolvidas por seus compradores, além de receber dezenas de bilhetes anônimos falando mal de suas obras. O motivo? A crítica feroz do influente escritor Monteiro Lobato (1882-1948), que comparou o trabalho da paulistana “aos desenhos de internos dos manicômios”. A mostra de Malfatti serviu de embrião para a revolução artística que culminaria na Semana de Arte Moderna de 1922, protagonizada por ela, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia – conhecidos como o Grupo dos Cinco. [...]Graças à crítica de Lobato, Anita tornou-se a mártir do modernismo brasileiro”, explica a curadoura Regina Teixeira de Barros. Foi depois da publicação do artigo do escritor que começaram a se reunir em torno dela jovens poetas e artistas inconformados com a linguagem tradicional que dominava o cenário cultural da época.[...] 
 Aos 20 anos mudou-se para a Alemanha, onde se apaixonou pelo expressionismo. Depois seguiu para os Estados Unidos, terra natal de sua mãe, pintora nas horas vagas e a primeira a incentivar a filha a seguir o sonho de ser artista. Casada com o engenheiro italiano Samuelli Malfatti, Elizabeth Krug viajava com a filha desde pequena pela Europa, não apenas para iniciá-la no mundo das artes, mas por causa de um problema congênito de Anita – uma atrofia no braço e na mão direita. [...]
 Ela não se deixou abater. Aprendeu a pintar com a mão esquerda, algo marcante em sua personalidade. Conforme crescia, experimentava voluntariamente a fome, a cegueira e a sede, na busca de sensações físicas de “superação do eu”, como ela mesma descrevia. Um dos fatos insuperáveis, no entanto, foi sua paixão nem tão secreta assim pelo grande amigo Mário de Andrade. Homossexual convicto, o modernista nunca correspondeu (sic) o amor de Anita. Após a Semana de 1922 (e apesar de sua profunda admiração pela amiga), Mário decidiu não apoiá-la quando, nas décadas de 30 e 40, a artista decidiu inspirar-se nas pinturas da academia em suas novas produções. “Ela fraquejou, sua mão, indecisa, se perdeu”, comentou ele à época. Mário recusou também as pinturas de Anita para o Salão de Belas Artes, o que provocou uma fissura na relação dos dois. [...]
(Ana Carolina Ralston. Vogue. Fevereiro de 2016. p. 86-87.)
Comentário de Mário de Andrade, quando nas décadas de 30 e 40 Malfatti decidiu inspirar-se nas pinturas da academia em suas novas produções: “Ela fraquejou, sua mão, indecisa, se perdeu” . Atente ao que se diz a seguir a respeito do comentário de Mário de Andrade. 
O poeta reporta-se, unicamente, à doença congênita que Anita sofria — uma atrofia no braço e na mão direita. Essa primeira leitura constrói o sentido literal.
 Mário de Andrade alude, somente, ao que, para ele, fora um retrocesso: a busca de inspiração, por Anita, na velha pintura acadêmica, a qual não introduz nas artes plásticas nada de novo, nada de revolucionário. 
O poeta constrói um jogo de palavras em que os mesmos vocábulos indicam a doença física da pintora e o que, para Mário de Andrade, foi um retrocesso artístico dela. Fazem-se, assim, ao mesmo tempo, leituras diferentes, mas que não se contradizem.
Está correto o que se afirma somente em 
 I. 
 II e III. 
 I e II. 
 III.

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