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CAPÍTULO 3
ICMS NORMAL
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Conhecer as alíquotas do ICMS sobre operaçõesdiversas.
  Entender o efeito tributário das compras de material de consumo, para revenda 
e imobilizado.
  Identifi car os principais tipos de créditos de ICMS nas entradas.
  Analisar a infl uência dos descontos sobre a base de cálculo do ICMS.
  Calcular a não-cumulatividade do ICMS.
46
Contabilidade fi scal
47
ICMS NORMALCapítulo 3
CONTEXTUALIZAÇÃO
O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e 
sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação ICMS é o principal imposto de competência estadual.
Os principais fatos geradores são as operações relativas à circulação 
de mercadorias, as prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e as prestações onerosas de serviços de comunicação, por 
qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a 
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza. 
Mas o ICMS também incide, entre outras hipóteses, sobre a entrada de bem ou 
mercadoria importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não 
seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a fi nalidade.
ICMS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE 
VENDA
O ICMS é considerado um imposto por dentro, pois seu valor está incluído no 
valor dos produtos, mercadorias ou dos serviços constantes da nota fi s cal. 
Exemplo 1: Determinada mercadoria custou R$ 1.000,00, mas terá 
a incidência de ICMS de 17% quando for vendida. Sendo assim, terá que ser 
embutido no preço de venda o percentual do ICMS, uma vez que o consumidor 
fi nal arcará com esse imposto. Pergunta-se: qual valor de venda dessa mercadoria 
se fosse vendida pelo preço de custo?
Resposta: Se aplicarmos os 17% diretamente sobre os R$ 1.000,00 o preço 
de venda fi caria em R$ 1.170,00, porém, o ICMS deve ser calculado sobre o valor 
da venda e não sobre o custo da mercadoria, dessa forma o preço teria que ser de 
R$ 1.204,80 para que fosse vendida pelo preço de custo. Observe o cálculo abaixo:
Calculando o preço de venda:
Forma errada Forma correta
Custo da Mercadoria 1.000,00 1.000,00
+ ICMS 17% 170,00 204,80
= Preço de Venda 1.170,00 1.204,80
48
Contabilidade fi scal
Quando a empresa vender essa mercadoria, ela deverá calcular o ICMS 
sobre o preço de venda e, esse valor, terá que ser pago ao governo Estadual. O 
saldo que sobrar é o que realmente fi cará para a empresa.
Prova real: para ver se realmente a mercadoria foi vendida pelo preço 
esperado, nesse caso, o de custo:
Forma errada Forma correta
Preço de venda 1.170,00 1.204,80
(-) ICMS 17% 198,90 204,80
= Preço líquido de venda 971,10 1.000,00
Observe que se fosse apenas lançado o ICMS sobre o custo, a venda teria 
sido feita por R$ 971,10, abaixo do resultado esperado, porém, se fosse vendida 
por R$ 1.204,80, o valor que sobraria seria exatamente o pretendido, ou seja, os 
R$ 1.000,00. 
Um dos métodos para calcular corretamente o ICMS sobre o custo é este:
Divide-se o custo pelo valor restante entre o percentual do imposto e 100%, 
assim feito:
Preço de Venda = 1.000,00 / (1 – 0,17) = 120,48.
Conforme, exemplo anterior, o ICMS é calculado mediante a aplicação de 
um percentual, denominado alíquota, a qual pode variar de acordo com o tipo da 
mercadoria ou do ser viço, sua origem e destinação. Por exemplo, na venda de 
produtos da cesta básica a alíquota é de 7% e energia elétrica em geral é 12% ou 
25%. 
Exemplo 2: A empresa Vende Mais S/A está querendo saber qual o valor que 
deve cobrar de um de seus clientes sabendo que:
Valor do custo da mercadoria: 1.000,00
Margem de ganho esperada sobre venda: 11,45%
Alíquota incidente de ICMS: 17%. 
Qual valor que a empresa Vende Mais S/A deverá cobrar?
Resposta: 1.000,00 / 0,8855 = 1.129,31 / 0,83 = 1.360,61
Note que 0,8855 é o resultado de 1 – 0,1145
49
ICMS NORMALCapítulo 3
Exemplo 3: A Indústria Fibratec S/A tem o benefício do pró-emprego. Tal 
benefício relaciona-se a aquisição de mercadorias no processo de industrialização 
equivalente a redução de 92% na Base de Cálculo do ICMS. A empresa está 
adquirindo produtos para industrialização do fornecedor Solaris S/A. O fornecedor 
passou um orçamento por e-mail do produto constando o seguinte:
Preço de Venda: R$ 8.000,00
Base de Cálculo do ICMS: R$ 8.000,00
ICMS 17%. R$ 1.360,00. Já incluso nos R$ 8.000,00.
A Indústria Fibratec S/A retornou o e-mail alegando que o preço de venda 
estaria incorreto, uma vez que ela possui o benefício do pró-emprego com redução 
de 92% na Base de Cálculo do ICMS.
Sua tarefa será refazer o novo preço de venda, base de cálculo do ICMS e o 
valor do ICMS considerando o benefício do pró-emprego.
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Resposta:
8.000,00 – 17% = 6.640,00 (valor sem ICMS)
100 - 92 = 8% (tributado). Logo, se a empresa possui 92% de redução na 
base de cálculo do ICMS, então, apenas 8% precisa ser tributado.
17% x 8% = 1,36%. Dessa forma, essa será a alíquota efetiva para fi ns de 
cálculo no preço de venda:
1 (–) 0,0136 = 0,9864
6.640,00 / 0,9864 = 6.731,55 (preço de venda)
Porém, no documento fi scal fi cará assim descrito:
Preço de Venda: R$ 6.731,55
Base de Cálculo do ICMS reduzida em 92%: R$ 538,52 
ICMS 17%. R$ 91,55
Prova real: 6.731,55 – 91,55 = 6.640,00
Exemplo 4: Em 31/12/2015 a Cia. do Vale apresentou em seu estoque um 
valor de 24.600,00 que era composto por 100 unidades de uma determinada 
50
Contabilidade fi scal
mercadoria. Em 05/01/2016, a empresa adquiriu mais 50 unidades da mesma 
mercadoria por um total de 15.000,00 com incidência de 17% de ICMS. Sabe-se 
que a empresa mantém um controle de estoque permanente, o qual controla pela 
média ponderada e não houve mais nenhuma movimentação desse a não ser 
esta compra. Sendo assim, a valor de cada mercadoria constante no estoque em 
05/01/2016 será de:
Resposta: Pelo fato do estoque ser controlado de forma permanente pela 
média ponderada, se a compra de 15.000,00 teve 17% de ICMS, logo, houve um 
crédito desse imposto no valor de 2.550,00, o que reduziu o valor para o estoque 
em 12.450,00. Se o estoque anterior estava avaliado em 24.600,00, então:
24.600,00 + 12.450,00 = 37.050,00 / (100 + 50) = 247,00 por unidade
Todos os impostos recuperáveis não deverão compor o custo da mercadoria, 
uma vez que a empresa poderá considerar estes como direitos em seu ativo.
ALÍQUOTAS (EXCETO EMPRESAS DO 
SIMPLES NACIONAL)
Podem ser internas ou interestaduais e variam de Estado para Estado. São 
fi xadas através das Resoluções do Senado, em função da sua essencialidade. 
Ficou estabelecido que: 
• A alíquota será interestadual quando a operação acontecer de um Estado 
para outro.
• Alíquota será interna quando fazemos operação dentro do Estado. 
As Alíquotas do ICMS podem ser de 4%, 7%, 12%, 17%, 18% ou 25%. Veja a 
seguir a alíquota interna de ICMS praticada por cada Estado:
51
ICMS NORMALCapítulo 3
Região Norte:
Estado Alíquota
Acre 17%
Amapá 18%
Amazonas 18%
Pará 17%
Rondônia 17,5%
Roraima 17%
Tocantins 18%
Região Nordeste:
Estado Alíquota
Alagoas 17%
Ceará 17%
Bahia 18%
Maranhão 18%
Paraíba 18%
Pernambuco 18%
Piauí 17%
Rio Grande do Norte 18%
Sergipe 18%Região Centro-Oeste:
Estado Alíquota
Goiás 17%
Mato Grosso 17%
Mato Grosso do Sul 17%
Região Sudeste:
Estado Alíquota
Espírito Santo 17%
Minas Gerais 18%
Rio de Janeiro 18%
São Paulo 18%
Região Sul:
Estado Alíquota
Paraná 18%
Rio Grande do Sul 18%
Santa Catarina 17% Distrito Federal 18%
Sendo assim, se uma mercadoria tributada normalmente é vendida dentro 
do Estado do Paraná a alíquota de ICMS será de 18%, porém se a mesma 
mercadoria, também tributada normalmente, for vendida dentro do Estado de 
Piauí, a alíquota será de 17%. 
Exemplo 1: A empresa Plastic S/A está analisando a instalação deuma 
nova empresa nos seguintes Estados: Ceará, Bahia e Rondônia. Sabe-se que a 
mercadoria é tributada normalmente e será vendida apenas internamente (dentro 
do Estado). Sabe-se que o custo da mercadoria é igual em ambos Estados. Calcule 
o preço de venda em cada um desses Estados levando em consideração um 
52
Contabilidade fi scal
custo de 100,00 por mercadoria e uma margem de 12% de ganho respondendo: 
Qual o maior e menor preço de venda?
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Respostas:
Ceará:
Margem de lucro: 12% > 0,88 > 100 / 0,88 = 113,64
Alíquota ICMS: 17% > 0,83 > 113,64 / 0,83 = R$ 136,92
Bahia:
Margem de lucro: 12% > 0,88 > 100 / 0,88 = 113,64
Alíquota ICMS: 18% > 0,82 > 113,64 / 0,82 = R$ 138,59
Rondônia:
Margem de lucro: 12% > 0,88 > 100 / 0,88 = 113,64
Alíquota ICMS: 17,5% > 0,825 > 113,64 / 0,825 = R$ 137,75
Perceba que quanto maior for a alíquota do imposto maior será o preço de 
venda. No exemplo, o Estado da Bahia apresentou um preço de venda de 125,00, 
maior que os demais Estados em função da alíquota do ICMS ser maior também.
Já nas vendas interestaduais, ou seja, de um Estado para outro as alíquotas 
do ICMS são diferentes. Veja abaixo as alíquotas do ICMS nas operações 
interestaduais originadas no Estado de Santa com destino a cada região do País.
Origem: Santa Catarina
Destino:
Região Alíquota
Norte 7%
Nordeste 7%
Centro-Oeste 7%
Sudeste 12% (menos para ES, alíquota de 7%)
Sul 12%
Dessa forma, se uma empresa situada no Estado de Santa Catarina vende 
mercadorias para outra empresa situada no Estado do Paraná (Região Sul) a 
alíquota de ICMS será de 12%. Porém, se a mesma empresa, situada no Estado 
53
ICMS NORMALCapítulo 3
de Santa Catarina, vender mercadorias para outra empresa situada no Estado do 
Pará (Região Norte) a alíquota de ICMS será de 7%.
É preciso verifi car a alíquota interestadual de cada Estado. No 
site a seguir, você poderá consultar todas as alíquotas interestaduais 
de todos os Estados. Acesse: <http://www.contabilidadenobrasil.com.
br/aliquotas-internas-2016/>.
Exemplo 2: A empresa Papel Bom S/A está situada no Estado do Paraná e 
irá vender mercadorias destinadas ao uso e consumo para o Estado de Alagoas. 
Sabe-se que a mercadoria é tributada normalmente. Leve em consideração um 
custo de 120,00 por mercadoria e uma margem de 11% de ganho. Sua tarefa será 
calcular o preço de venda.
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS FORA DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Resposta:
De Paraná para Alagoas a alíquota interestadual será de 7%. Mais os 11% 
Margem de Ganho o total a ser inserido será de 18%. Logo, 1 – 0,18 = 0,82
120,00 / 0,82 = 146,34
A carga tributária é repassada aos seus consumidores. No caso do ICMS fi ca 
mais simples pelo fato de ser um imposto que incide diretamente sobre o valor da 
venda.
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS DE ICMS - 
DIFAL
Nas operações interestaduais é necessário averiguar se a mercadoria está 
ou não sujeita ao Diferencial de Alíquota - DIFAL. Entretanto, antes de analisarmos 
essa diferença de imposto, seus percentuais e métodos de cálculo, é preciso 
saber que há duas formas distintas de DIFAL:
1. Operações destinadas a contribuintes do ICMS; e
2. Operações destinadas a não contribuintes do ICMS.
54
Contabilidade fi scal
Vamos analisar, inicialmente, as Operações destinadas aos contribuintes 
do ICMS. Entende-se por contribuinte do ICMS, de acordo com o artigo 4º da 
Lei Complementar nº 87/1996, qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, 
com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de 
circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se 
iniciem no Exterior.
Dessa forma, para contribuintes do ICMS, o DIFAL é um percentual que o 
comprador paga ao seu Estado pelo fato da compra ter sido efetuada por um 
percentual menor do que o praticado internamente por esse, que é o Estado de 
destino. Por exemplo: empresa situada no Estado do Rio Grande do Sul comprou 
mercadorias com incidência de 12% de ICMS, porém a alíquota interna desse 
Estado é de 18%. Nesse caso, a mercadoria poderá estar sujeita ao DIFAL de 
6% (18% menos 12%), onde que esse deverá ser calculado sobre o valor da 
mercadoria adquirida e pago ao Estado do Rio Grande do Sul pelo comprador.
Todos os contribuintes do ICMS são obrigados a recolher o ICMS relativo à 
diferença existente entre a alíquota interna (praticada no Estado destinatário) e a 
alíquota interestadual nas seguintes operações e prestações: 
a) na entrada, de mercadorias de outra Unidade da Federação destinadas 
para uso e consumo;
b) na entrada, de mercadorias de outra Unidade da Federação destinadas 
para o ativo imobilizado;
c) na entrada, de prestação de serviço de transporte interestadual cuja 
prestação tenha iniciado em outra Unidade da Federação referente à 
aquisição de materiais para uso e consumo;
d) na entrada, de prestação de serviço de transporte interestadual cuja 
prestação tenha iniciado em outra Unidade da Federação referente à 
aquisição de materiais para o ativo imobilizado. 
A base de cálculo do diferencial de alíquota é o valor da operação que 
decorrer a entrada da mercadoria ou da prestação do serviço. 
Exemplo 1: A Empresa ABC Ltda, estabelecida no Espírito Santo, efetuou 
a compra de uma determinada mercadoria da Empresa XSW S/A com sede no 
Estado de São Paulo, pelo valor de R$ 100.000,00.
ICMS destacado na NF: R$ 7.000,00 = (R$ 100.000,00 x 7%)
ICMS alíquota interna ES: R$ 17.000,00 = (R$ 100.000,00 x 17%)
Diferencial de alíquota: R$ 10.000,00 = (R$ 17.000,00 – R$ 7.000,00)
55
ICMS NORMALCapítulo 3
Sendo assim, a Empresa ABC Ltda, situada no Estado de Espírito Santo, que 
adquiriu a mercadoria irá dever R$ 10.000,00 de DIFAL ao seu Estado, onde o 
valor poderá ser adicionado junto com os demais valores de ICMS a recolher ou 
compensado em conta gráfi ca.
Conta Gráfi ca é a não cumulatividade do ICMS. Ou seja, se uma 
empresa tem 100,00 de ICMS a compensar e 120,00 de ICMS a pagar, 
deverá ser pago apenas a diferença: R$ 20,00.
É admissível o crédito do valor do ICMS destacado na nota fi scal 
e no conhecimento de transporte de carga, inclusive o diferencial de 
alíquota do ICMS devido na entrada do bem e do serviço de transporte 
destinados ao ativo imobilizado e que estiver vinculada à atividade 
fi m da empresa, à razão de 1/48 por mês, conforme rege a Lei 
Complementar nº 87/96.
Porém, mesmo que a mercadoria seja destinada ao uso e consumo ou ativo 
imobilizado se faz necessário consultar a legislação de cada Estado para analisar 
se há ou não a incidência do DIFAL. No Estado de Santa Catarina, os produtos 
que não sofrem a incidência do DIFAL, estão relacionados no Anexo 1 do RICMS/
SC – Decreto 2.870/2001. Anexo 1 – Produtos sujeitos a tratamento específi co.
Cabe ressaltar, que de acordo com a Seção IV da Constituição Federal de 
1988, nem todas as mercadorias estão sujeitas ao ICMS: há mercadorias que não 
sofrem a sua tributação por estarem imunes ou isentas; há aquelas que, mesmo 
sofrendo a incidência, tendo em vista benefícios fi scais (podendo ser estaduais), 
poderão estar isentas por determinado período; ou que não sofrem incidência do 
imposto.
Exemplo 2: A empresa Metaltim S/A, empresa normal, está situada no 
Estado de Santa Catarina e irá vender mercadorias nacionais para os seguintes 
Estados: São Paulo e Bahia. Sabe-se que a mercadoria é tributada normalmente. 
Inicialmente, calcule o preço de venda para cada um desses Estados levando 
em consideração um custo de 60,00 por mercadoria e uma margem de 15% de 
ganho. Em seguida, sabe-se que a mercadoria vendida é destinada ao uso e 
consumo e está sujeita ao DIFAL em todos os dois Estados adquirentes. Calcule 
qual o valor do DIFAL que cada um dos Estados têm de direito. Calcule o custo 
total da mercadoria adquirida em cada um dos dois Estados.
Respostas:
Preço de venda: = 60,00 / 0,85= 70,59
Conta Gráfi ca é a 
não cumulatividade 
do ICMS. Ou seja, 
se uma empresa 
tem 100,00 de 
ICMS a compensar 
e 120,00 de ICMS 
a pagar, deverá 
ser pago apenas 
a diferença: R$ 
20,00.
56
Contabilidade fi scal
Operação de SC para São Paulo alíquota de 12% = 70,59 / 0,88 = 80,22 de 
preço de venda
Operação de SC para Bahia alíquota de 7% = 70,59 / 0,93 = 75,90 de preço 
de venda
Cálculo do DIFAL e custo dos adquirentes:
Respostas NF DIFAL
São Paulo 80,22 (18% - 12%) = 6%, logo o custo será de 80,22 + 6% = 85,03
Bahia 75,90 (17% - 7%) = 10%, logo o custo será de 75,90 +10% = 83,49
Agora, vamos analisar as Operações destinadas a não contribuintes do 
ICMS, nesse caso, pode-se entender que são os destinatários ou compradores 
que adquirem os produtos ou serviços sem intuito de revendê-las e, que, não 
possuem cadastro de ICMS, ou seja, na maioria das vezes as pessoas físicas ou 
empresas prestadoras de serviços. Essa nova metodologia de cálculo do DIFAL 
iniciou em 01/01/2016 através do Convênio ICMS nº 93/2015.
Nessa situação, a responsabilidade pelo recolhimento do imposto 
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual será atribuída 
ao remente e não ao destinatário.
Exemplo 3: Pessoa física situada no Estado do Rio Grande do Sul comprou 
mercadorias de uma Empresa situada no Estado de São Paulo com incidência de 
12% de ICMS, porém a alíquota interna do Estado do destinatário (RS) é de 18%. 
Nesse caso, a mercadoria estará sujeita ao DIFAL de 6% (18% menos 12%), 
onde que esse deverá ser calculado sobre o valor da mercadoria e será partilhado 
entre o Estado de origem e de destino, na seguinte proporção de acordo com a 
EC 87/2015:
I – para o ano de 2016: 40% (quarenta por cento) para o Estado de destino 
e 60% (sessenta por cento) para o Estado de origem;
II – para o ano de 2017: 60% (sessenta por cento) para o Estado de destino 
e 40% (quarenta por cento) para o Estado de origem;
III – para o ano de 2018: 80% (oitenta por cento) para o Estado de destino e 
20% (vinte por cento) para o Estado de origem;
IV – a partir do ano de 2019: 100% (cem por cento) para o Estado de destino.
Dessa forma, supondo que a compra do exemplo anterior tenha sido efetuada 
no decorrer do ano de 2016 por R$ 1.000,00, o DIFAL será calculado e partilhado 
da seguinte forma:
R$ 1.000,00 x 6% = 60,00 de DIFAL, onde que:
57
ICMS NORMALCapítulo 3
• 60,00 x 40% = 24,00 que deverá ser pago pela empresa de São Paulo 
ao Estado do Rio Grande do Sul. Esse valor poderá ser pago através de 
GNRE – Guia Nacional de Recolhimento de Tributos por operação; ou, 
também através de GNRE, mas através de apuração caso a empresa 
de São Paulo tenha inscrição estadual como substituto tributário no 
Estado do Rio Grande do Sul;
• 60,00 x 60% = 36,00 que deverá ser pago pela empresa de São Paulo 
ao próprio Estado de São Paulo onde a empresa está situada. Esse 
valor poderá ser pago através da apuração normal em conta gráfi ca.
Outra alteração que o Convênio ICMS nº 93/2015 trouxe além do diferencial 
de alíquota para não contribuinte do ICMS foi o Fundo de Combate à Pobreza 
FCP. O FCP é defi nido pelo Inciso quarto da Cláusula 2º do Convênio de ICMS 
93/2015, vejamos:
§ 4º O adicional de até dois pontos percentuais na alíquota de ICMS aplicável 
às operações e prestações, nos termos previstos no art. 82, §1º, do ADCT da 
Constituição Federal, destinado ao fi nanciamento dos fundos estaduais e distrital 
de combate à pobreza, é considerado para o cálculo do imposto, conforme 
disposto na alínea “a” dos incisos I e II, cujo recolhimento deve observar a 
legislação da respectiva unidade federada de destino.
O adicional, ora referido, deverá ser recolhido integralmente para a Unidade 
da Federação de destino do bem ou do serviço.
Porém, é importante salientar que em momento algum o 
recolhimento se confunde com a partilha do ICMS. Sendo assim, se 
por ventura o Estado destinatário da mercadoria tiver instituído o FCP, 
haverá a necessidade de emitir uma terceira guia de recolhimento que 
poderá ser a GNRE.
Sendo assim, se ocorrer uma venda de determinada mercadoria 
do Estado do Rio Grande do Sul para o Paraná para consumidor fi nal não 
contribuinte, será necessário emitir e, consequentemente, recolher três guias, 
conforme seguem:
1) Guia referente a partilha do ICMS – Origem;
2) GNRE referente a partilha do ICMS – Destino;
3) GNRE referente ao FCP – Fundo de combate à pobreza.
É importante 
salientar que em 
momento algum 
o recolhimento se 
confunde com a 
partilha do ICMS.
58
Contabilidade fi scal
Exemplo 4: Pessoa física situada no Estado de Santa Catarina comprou 
mercadorias de uma Empresa situada no Estado de Minas Gerais com incidência 
de 12% de ICMS, porém a alíquota interna do Estado do destinatário (SC) é de 
17% e o FCP é de 2%. Nesse caso, a mercadoria estará sujeita ao DIFAL de 
5% (17% menos 12%), onde que esse deverá ser calculado sobre o valor da 
mercadoria e será partilhado entre o Estado de origem e de destino, na seguinte 
proporção de acordo com a EC 87/2015:
Dessa forma, supondo que a compra do exemplo anterior tenha sido efetuada 
no decorrer do ano de 2016 por R$ 3.000,00, o DIFAL será calculado e partilhado 
da seguinte forma juntamente com o FCP:
R$ 3.000,00 x 5% = 150,00 de DIFAL, onde que:
• 150,00 x 40% = 60,00 que deverá ser pago pela empresa de Minas 
Gerais ao Estado de Santa Catarina através de GNRE;
• 150,00 x 60% = 90,00 que deverá ser pago pela empresa de Minas 
Gerais ao próprio Estado de Minas Geris, onde a empresa está situada. 
Esse valor poderá ser pago através da apuração normal em conta 
gráfi ca. 
• 3.000,00 x 2% = 60,00 que deverá ser pago pela empresa de Minas 
Gerais ao Estado de Santa Catarina através de GNRE separado do 
valor da partilha.
Porém, nem todas as unidades federais cobram o FCP. Logo, é necessário 
verifi car em cada unidade federativa se está ou não sendo cobrado o adicional.
ICMS: COMPRA DE MERCADORIAS 
E PRODUTOS DESTINADOS A VENDA 
(EXCETO EMPRESAS DO SIMPLES)
O ICMS, pelo fato de ser o imposto mais comum entre as operações 
realizadas pelas empresas comerciais, na maioria das compras e vendas de 
mercadorias é registrada a ocorrência desse imposto.
O ICMS é imposto não cumulativo, ou seja, os valores devidos do imposto 
pelas vendas poderão ser compensados com os créditos obtidos nas compras, 
sendo assim, o valor do imposto pago em uma operação é compensado no valor 
do imposto a pagar na operação subsequente. 
59
ICMS NORMALCapítulo 3
Exemplo 1: Digamos que a sua empresa compre determinada quantidade 
de mercadorias de um fornecedor, pagando R$ 2.000,00, com ICMS incluso no 
valor de R$ 340,00. Seu fornecedor, ao rece ber os R$ 2.000,00 deverá repassar 
R$ 340,00 ao Governo do Estado, uma vez que ele efetuou a venda a você. Assim 
sendo, você pagou ao fornecedor R$ 2.000,00 sendo R$ 1.660,00 correspondente 
ao custo das mercadorias adquiridas e R$ 340,00 cor respondente ao ICMS. 
Porém, digamos, agora, que você venda a mesma quantidade de mercadorias 
a um cliente por R$ 3.000,00, com ICMS incluso no valor de R$ 510,00. Dos R$ 
3.000,00 que você recebeu (recei ta bruta de vendas), R$ 2.490,00 correspondem 
à receita líquida de vendas e R$ 510,00, ao ICMS que você talvez recolherá ao 
Governo do Estado. É isso mesmo, talvez recolha, pois sendo o ICMS um imposto 
não cumulativo, você poderá compensar (abater) desses R$ 510,00 devidos em 
função da venda do lote de mercadoria os R$ 340,00 de ICMS que pagou pelo 
mesmo lote quando o comprou de seu fornecedor. Dessa forma, você recolherá 
ao governo apenas R$ 170,00, ou seja, R$ 510,00 menos R$ 340,00. Assim, 
pode-se concluir que:
• o valor do ICMS obtido nas compras junto aos fornecedores representa 
um direito para sua empresa com o Governo do Estado.
• o valor do ICMS gerado nas vendas junto aos clientes representa uma 
obrigação da sua empresa com o Governo do Estado.
• somente no fi nal do mês, após o levantamento de todasas vendas e 
compras, sua empresa poderá saber se haverá saldo de ICMS a pagar 
ou a compensar.
Nem todas as compras geram crédito para a empresa que adquire 
os produtos e/ou mercadorias. Irá depender, por exemplo, da forma de 
tributação do fornecedor, do tipo da mercadoria que se está comprando, 
sua destinação etc.
A apuração do ICMS, que tem como objetivo levantar o saldo de 
ICMS do mês, bem como, relacionar todas as entradas (compras) e 
saídas (vendas), deve ser feita mensalmente para que a empresa possa 
fi scalmente e gerencialmente saber como se comportam as operações 
no período. Essa apuração é feita da seguinte forma:
• somam-se os valores do ICMS incidentes em todas as 
compras que geram direito efetuadas durante o referido mês;
• somam-se os valores do ICMS incidentes em todas as vendas 
que geram obrigação efetu adas no mesmo mês, mesmo aquelas 
mercadorias vendidas que não correspondam àquelas compradas no 
mesmo mês;
Nem todas as 
compras geram 
crédito para a 
empresa que 
adquire os produtos 
e/ou mercadorias. 
Irá depender, por 
exemplo, da forma 
de tributação do 
fornecedor, do tipo 
da mercadoria que 
se está comprando, 
sua destinação etc.
60
Contabilidade fi scal
• caso o total do ICMS calculado sobre as compras seja superior ao 
calculado sobre as vendas, a diferença fi cará em favor da empresa 
(direito), porém, se o ICMS calculado sobre as compras for inferior 
ao calculado sobre as vendas, a diferença fi cará em favor do governo 
estadual (obrigação). 
• se a diferença for um direito para a empresa, esta poderá utilizar este 
valor para compensação de seus débitos (obrigações) nos próximos 
períodos até que seja totalmente compensado, indiferente do prazo, 
contudo, se a diferença for uma obrigação para a empresa, ela terá que 
pagar este valor já no mês subsequente ao da apuração, por exemplo: 
Exemplo 2: A Empresa Fiel Ltda. teve as seguintes operações no 
mês 10/2016 envolvendo compras e vendas de mercadorias que geram 
respectivamente direitos e obrigações em relação ao ICMS:
Obs.: Anteriormente em 09/2016, a empresa encerrou o mês com um 
saldo de 10.000,00 em caixa, 10.000,00 em capital e nenhum saldo de ICMS a 
compensar ou a pagar. Sabe-se que a empresa utiliza o Sistema de Inventário 
Permanente e que o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV é defi nido com base 
no percentual líquido das compras.
• 10/10/2016 (1) – Compra de mercadorias à vista no valor de 5.000,00 
com 17% de crédito de ICMS.
• 29/10/2016 (2) – Venda de 50% da mercadoria adquirida em 10/10/2016 
por um total de 4.000,00 à vista com 17% de débito de ICMS.
Apuração do ICMS em 31/10/2016 (no fi nal do mês):
• Entradas (compras): 5.000,00 x 17% = 850,00 (direito), também 
considerado como crédito.
• Saídas (vendas): 4.000,00 x 17% = 680,00 (obrigação), também 
considerado como um débito.
• Saldo em 31/10/2016: 850,00 – 680,00 = 170,00 de crédito que poderá 
ser utilizado em períodos posteriores para compensação de outros 
débitos que possam vir a surgir em decorrência das operações da 
empresa.
Já no mês 11/2016 a Empresa Fiel Ltda. teve as seguintes operações:
• 03/11/2016 (3) – Compra de mercadorias à vista no valor de 2.000,00 
com 17% de crédito de ICMS.
• 18/11/2016 (4) – Venda do saldo da mercadoria adquirida em 10/10/2016 
por um total de 4.000,00 à vista com 17% de débito de ICMS.
61
ICMS NORMALCapítulo 3
• 18/11/2016 (5) – Venda de 80% da mercadoria adquirida em 03/11/2016 
por um total de 3.000,00 à prazo com 17% de débito de ICMS.
Apuração do ICMS em 30/11/2016 (fi nal do mês):
• Saldo de ICMS a compensar (crédito) do mês anterior (31/10/2016): 
170,00
• Entradas (compras): 2.000,00 x 17% = 340,00 (direito), também 
considerado como crédito.
• Saídas (vendas): 7.000,00 x 17% = 1.190,00 (obrigação), também 
considerado como um débito.
Apuração do ICMS em 30/11/2016: 170,00 (saldo anterior) + 340,00 – 
1.190,00 = 680,00 de débito que deverá ser pago já em 12/16.
Observe que no mês 10/2016, as compras foram maiores que 
as vendas, em função disso, a empresa fi cou com um saldo de ICMS 
a compensar para o mês seguinte. Entretanto, no mês 11/2016, as 
vendas foram superiores as compras e, mesmo utilizando o saldo de 
ICMS a compensar de 10/2016, a empresa fi cou com um saldo de 
ICMS a pagar.
O ideal é que sejam contabilizados, tanto os valores a crédito (entradas) 
como a débito (saídas), em contas distintas, uma vez que são registradas 
respectivamente no ativo e passivo da empresa, onde facilitará a análise gerencial 
desse imposto. Sendo assim, somente no fi nal do mês, uma das contas é zerada, 
no caso, a que tiver menor saldo. 
Não confunda Débitos e Créditos da empresa. Quando os 
direitos são superiores as obrigações, a empresa possui um crédito 
(fi nanceiro), no entanto, quando as obrigações são superiores aos 
direitos a empresa possui um débito (fi nanceiro). Mas contabilmente, 
quando os direitos são superiores as obrigações, a empresa 
possui um débito (contábil). No entanto, quando as obrigações são 
superiores aos direitos, a empresa possui um crédito (contábil). Esse 
é o motivo por uma grande maioria de leigos na área contábil não 
entender a linguagem do contador. Por isso, quando for explanar 
sobre determinados saldos, tente sempre expor numa linguagem 
fi nanceira. A empatia deve ser uma das virtudes do contador.
62
Contabilidade fi scal
Exemplo 3: O contribuinte KiCarro Ltda. (EMPRESA NORMAL) durante o 
mês de janeiro de 2016 escriturou as notas fi scais recebidas de seus fornecedores 
de autopeças, conforme tabela abaixo: 
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
N° das Notas Fiscais das 
Entradas emitidas pelos 
fornecedores
Data de entrada das merca-
dorias
ICMS indicado na nota fi scal 
(R$) (Crédito Fiscal)
024542 12/01/2016 1.240,00
45862 14/01/2016 750,00
789586 16/01/2016 390,00
4524 20/01/2016 758,00
Também durante o mês de janeiro de 2016, a KiCarro Ltda. realizou diversas 
vendas de mercadorias que foram documentadas pelas notas fi scais, a seguir 
indicadas, escrituradas no seu livro fi scal:
N° das Notas Fiscais das 
Saídas emitidas pela KiCarro
Data de saída das mercado-
rias (autopeças) vendidas
ICMS indicado na nota fi scal 
(R$) (Débito Fiscal)
00100 22/01/2016 124,00
00101 22/01/2016 750,00
00102 23/01/2016 840,00
00103 24/01/2016 458,00
00104 25/01/2016 1.299,00
00105 25/01/2016 414,00
00106 26/01/2016 100,00
00107 27/01/2016 521,00
00108 27/01/2016 228,00
00109 28/01/2016 94,00
Considerando estas operações, calcule o ICMS devido pelo contribuinte 
KiCarro, localizado na cidade de Ilhéus, Bahia.
63
ICMS NORMALCapítulo 3
Resposta:
Soma de todos os Débitos Fiscais (124,00 + 750,00 + 840,00 + 458,00 + 
1.299,00 + 414,00 + 100,00 + 521,00 + 228,00 + 94,00) = 4.828,00
Soma de todos os Créditos Fiscais (1.240,00 + 750,00 + 390,00 + 758,00) = 
3.138,00
Soma Débitos Fiscais - Soma Créditos Fiscais = Saldo Devedor
4.828,00 (-) 3.138,00 = R$ 1.690,00
Assim, o ICMS devido para o Estado da Bahia é de R$ 1.690,00, a ser 
recolhido na forma e nos prazos da legislação estadual baiana.
É sempre preferível adotar duas contas de ICMS, uma a pagar e outra a 
compensar. Além de facilitar a conciliação, essa adoção, será um refl exo dos 
créditos obtidos no livro de entradas e dos débitos gerados no livro de saídas.
ICMS INCIDENTE SOBRE BENS DO ATIVO 
IMOBILIZADO (EXCETO EMPRESAS DO 
SIMPLES)
Em geral, as compras que dão direito a crédito de ICMS são aquelas utilizadas 
como insumos na produção ou como mercadorias para comercialização, porém 
quando a empresa compra bens que integrarão, seu imobilizado poderá também, 
em alguns casos, se creditar do ICMS constante na respectiva nota fi scal. Isso 
mesmo, em alguns casos, porque nem todas as compras do imobilizado dão 
direito a crédito, pois dependerá da destinação (onde será utilizado) e procedência 
(forma de tributação do fornecedor) desse bem. 
A partir da Lei Complementar n° 87 de 13 de setembro de 1996,os bens 
relacionados à operacionalidade da empresa (ativo imobilizado) têm direito a 
crédito do valor do ICMS. Como por exemplo, máquinas e equipamentos, veículos, 
móveis e utensílios, computadores etc. 
Entre os anos de 1996 a 2001, a empresa que comprasse o bem destinado 
ao Ativo Imobilizado, poderia se creditar de uma só vez de todo o ICMS constante 
na nota fi scal (regra válida até 31/12/2000). 
Exemplo 1. Se a empresa comprasse um veículo (fi nanciado ou não) em 
10/12/2000 por 120.000,00 com 17% de ICMS, o registro contábil seria este:
64
Contabilidade fi scal
D – Veículos 99.600,00 (entrada no imobilizado sem o ICMS)
D – ICMS a Compensar 20.400,00 *
C – Financiamento/Caixa 120.000,00 (indiferente à forma de pagamento)
* 17% de ICMS para utilizar de imediato e compensar com os possíveis débitos da empresa, 
valor este lançado no Ativo Circulante da empresa. 
No entanto, com a Lei Complementar n° 102 de 11 de julho de 2000, desde 
01/01/2001, os créditos de ICMS correspondentes às compras para o ativo 
imobilizado podem ser utilizados somente em 48 parcelas mensais. Sendo assim, 
o crédito do referido imposto não pode ser apropriado de uma só vez, deve ser 
dividido em 48 parcelas iguais e apropriado uma a uma durante 48 meses.
Utilizando o exemplo 1 anterior, mas supondo que o mesmo tenha sido 
adquirido em 01/01/2001, fi caria assim:
D – Veículos (1) 99.600,00 (entrada no imobilizado sem o ICMS)
D – ICMS sobre Ativo Imobilizado (1) 5.100,00 *
D – ICMS sobre Ativo Imobilizado (1) 15.300,00 **
C – Financiamento/Caixa (1) 120.000,00 (indiferente à forma de pagamento)
* Esse valor corresponde ao seguinte cálculo: 20.400,00 dividido por 48 multiplicado por 
12. Ou seja, as 12 parcelas lançadas no Ativo Circulante - AC.
** Esse valor corresponde ao seguinte cálculo: 20.400,00 dividido por 48 multiplicado por 
36. Ou seja, as 36 parcelas lançadas no Ativo Não Circulante - ANC.
Dessa forma, a empresa poderá se creditar do imposto nas aquisições de 
bens destinados ao ativo imobilizado, na proporção de 1/48 avos por mês.
Com base na compra de 01/01/2001 e tendo em vista que contas ICMS a 
Compensar, ICMS sobre Ativo Imobilizado – AC e ICMS sobre Ativo Imobilizado – 
ANC são contas distintas, os lançamentos contábeis de apropriação do imposto 
seriam feitos mensalmente da seguinte forma:
a) Em 31/01/2001:
D – ICMS a Compensar (2) 425,00
C – ICMS sobre Ativo Imobilizado – AC (2) 425,00
65
ICMS NORMALCapítulo 3
Transfere-se uma parcela que está no Ativo Circulante para outra do Ativo 
Circulante, porém somente será utilizado na apuração do ICMS o valor que 
estiver na conta ICMS a Compensar. Ou seja, as parcelas que estão na conta 
ICMS sobre Ativo Imobilizado não poderão integrar a apuração de ICMS até que 
sejam apropriadas, uma a uma em 48 meses.
b) Em 31/01/2001
D – ICMS sobre Ativo Imobilizado – AC (3) 425,00
C – ICMS sobre Ativo Imobilizado – ARLP (3) 425,00
Transfere-se uma parcela do longo para o curto prazo, ou seja, o curto prazo 
deve fi car com 12 parcelas, uma vez que caracteriza os direitos utilizáveis nesse 
período.
Caso o bem for vendido antes dos 4 anos contados da data 
de aquisição, o saldo remanescente do crédito de ICMS deve ser 
estornado e de preferência lançado contra o custo do bem, ou seja, 
incorporado ao preço desse.
O crédito de ICMS sobre ativo imobilizado em 48 avos vale para 
todas as unidades federativas, uma vez que está defi nido por uma lei 
complementar nacional.
ICMS - RESTRIÇÕES DO CRÉDITO 
(EXCETO EMPRESAS DO SIMPLES)
MATERIAIS DE USO E CONSUMO - Somente darão direito de crédito, as 
mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele entradas 
a partir de 1º de Janeiro de 2020 (Lei Complementar 138 de 29 de dezembro de 
2010).
ENERGIA ELÉTRICA - Desde 01.01.2001, somente gera direito a crédito, a 
entrada de energia elétrica no estabelecimento (LC 102/2000):
a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica;
b) quando consumida no processo de industrialização. O parágrafo único, 
art. 82 do RICMS/SC, comenta que o contribuinte poderá creditar-se de 
80% (oitenta por cento) do valor do imposto destacado no documento 
Caso o bem for 
vendido antes dos 
4 anos contados 
da data de 
aquisição, o saldo 
remanescente do 
crédito de ICMS 
deve ser estornado 
e de preferência 
lançado contra o 
custo do bem, ou 
seja, incorporado 
ao preço desse.
66
Contabilidade fi scal
fi scal de aquisição, independentemente da comprovação do efetivo 
emprego da energia elétrica ou do percentual, aplicado sobre o valor do 
imposto destacado no documento fi scal de aquisição, defi nido em laudo 
técnico emitido;
c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais; e
d) a partir de 1º de janeiro de 2020, nas demais hipóteses (Lei Complementar 
138 de 29 de dezembro de 2010).
Ocorre a substituição tributária na aquisição interestadual de energia elétrica 
por estabelecimento que não promova nova saída de energia. A responsabilidade 
será do agente gerador, distribuidor ou comercializador. 
SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO - Desde 01.01.2001, somente gera 
direito a crédito, o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo 
estabelecimento (LC 102/2000):
a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma 
natureza;
b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o 
exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais; e
c) a partir de 1º de janeiro de 2011, nas demais hipóteses (Lei Complementar 
138 de 29 de dezembro de 2010).
Exemplo 1: A Indústria de Plásticos Plasmac S/A, situada no Estado de 
Santa Catarina, apurou no mês 05/2009, receitas de exportação equivalentes a 
90% sobre o total de receitas de vendas no mês. Neste mesmo mês, a empresa 
recebeu uma Nota Fiscal Fatura de Energia Elétrica no valor de R$ 50.000,00 
com R$ 12.500,00 de ICMS destacado. Também recebeu uma Nota Fiscal Fatura 
de Comunicação no valor de 10.000,00 com R$ 2.500,00 de ICMS destacado. 
Qual o valor de ICMS que a Indústria de Plásticos Plasmac S/A poderá se creditar 
sobre essas duas Faturas? OBS.: EMPRESA NORMAL.
Resposta: Poderá se creditar de acordo com o proporcional de exportação 
no mês. Neste caso, 90%:
2.500,00 x 90%= 2.250,00
12.500,00 x 90% = 11.250,00
Agora, levando em consideração que a Indústria de Plásticos Plasmac S/A 
tivesse apenas receitas de operações internas, qual o valor mínimo de ICMS que 
a indústria poderia se creditar?
67
ICMS NORMALCapítulo 3
Resposta: Poderá se creditar de pelo menos 80%, uma vez que utiliza 
energia no processo de industrialização.
12.500,00 x 80% = 10.000,00
E se considerássemos que a Indústria de Plásticos Plasmac S/A possui 
penas operações internas, de que forma ela deveria proceder para aumentar o 
percentual de crédito de ICMS sobre a fatura de energia elétrica?
Resposta: A Indústria de Plásticos Plasmac S/A deve defi nir através de um 
laudo técnico o quanto de energia é consumida no processo de industrialização. 
Pode ser que se aproxime dos 99,99%. Esse laudo deve ser emitido por um 
engenheiro eletricista registrado junto ao Conselho Regional de Engenharia e 
Arquitetura de Santa Catarina - CREA/SC com anotação de responsabilidade 
técnica específi ca junto a esse Conselho. 
Exemplo 2: A Comercial Júpiter S/A teve as seguintes entradas no mês 
02/2009:
• Gasto com energia elétrica: 3.000,00 com 750,00 de ICMS incluso
• Gasto com comunicação: 1.000,00 com 250,00 de ICMS incluso
• Gasto com material de consumo: 8.000,00 com 1.360,00 de ICMS incluso
• Compras de mercadorias para revenda: 30.000,00 com 5.100,00 de ICMS 
incluso
Sabe-se que a Comercial Júpiter S/A é um comércio, não tem benefícios 
fi scais e não exporta. Pede-se: Qual valor de crédito de ICMS a Comercial 
Júpiter S/A poderá obter nas entradas de 02/2009? OBS.: EMPRESA NORMAL, 
OPERAÇÕES DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS NACIONAIS.
Resposta: Apenas5.100,00 relacionado a Compras de mercadorias para 
revenda.
Exemplo 3: O Consultório Odontológico Dental teve as seguintes entradas 
no mês 02/2009:
• Gasto com energia elétrica: 3.000,00 com 750,00 de ICMS incluso
• Gasto com comunicação: 1.000,00 com 250,00 de ICMS incluso
• Gasto com material de consumo: 8.000,00 com 1.360,00 de ICMS incluso
Sabe-se que o Consultório Odontológico Dental é um prestador de serviços, 
não tem benefícios fi scais e não exporta. Pede-se: Qual valor de crédito de ICMS 
o Consultório Odontológico Dental poderá obter nas entradas de 02/2009?
68
Contabilidade fi scal
Resposta: Não poderá obter nenhum crédito, uma vez que é prestador de 
serviços e, possivelmente, ISENTO na Inscrição Estadual.
 
As empresas prestadoras de serviço não têm como atividade a circulação 
de mercadorias em seu objeto social, fato este que as torna isentas do ICMS e 
sem a necessidade de obter Inscrição Estadual, ou seja, consideradas como não 
contribuintes do ICMS.
AQUISIÇÕES DE EMPRESAS DO SIMPLES 
NACIONAL - CRÉDITO DO ICMS
As ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional não apropriam 
nem transferem créditos relativos ao ICMS abrangido pelo Simples 
Nacional. Ou seja, suas aquisições não geram créditos de ICMS.
Porém, as demais empresas que adquirem de empresas do 
Simples Nacional poderão buscar certos créditos de ICMS. A LC 
123/06, com a redação da LC 128/08, passou a admitir dois tipos de 
crédito: a partir de 1º de janeiro de 2009:
a) Aquisição de mercadoria para comercialização e industrialização:
Pessoa jurídica não optante pelo Simples Nacional que adquirir 
mercadoria de ME ou EPP optante pelo Simples Nacional destinada 
à comercialização ou industrialização TERÁ (independe de qualquer ato dos 
Estados) direito a crédito correspondente ao ICMS incidente sobre essa operação 
de aquisição (entre 1,25% e 3,95%).
b) Aquisição de mercadoria de indústria (operações internas):
Pessoa jurídica não optante pelo Simples Nacional que adquirir mercadoria 
de indústria optante pelo Simples Nacional PODERÁ (depende de ato unilateral 
de cada Estado) ter direito a crédito correspondente ao ICMS incidente sobre os 
insumos utilizados na mercadoria adquirida. O Estado poderá estabelecer, por 
exemplo, percentual fi xo a título de crédito. No Estado de Santa Catarina esse 
percentual é de 7%.
OBS. Não se aplica o crédito presumido de 7% na aquisição de bens e 
mercadorias:
As ME e as EPP 
optantes pelo 
Simples Nacional 
não apropriam nem 
transferem créditos 
relativos ao ICMS 
abrangido pelo 
Simples Nacional. 
Ou seja, suas 
aquisições não 
geram créditos de 
ICMS.
69
ICMS NORMALCapítulo 3
• Que não tenham sido produzidas pelo remetente
• Destinadas ao uso e consumo pelo adquirente
• Cujo imposto tenha sido retido por substituição tributária (se o adquirente 
for indústria pode se creditar)
Inicialmente, deve-se verifi car a ausência das seguintes situações, nas quais 
não cabe o crédito:
1) A ME ou EPP estar sujeita à tributação do ICMS no Simples Nacional por 
valores fi xos mensais; 
2) Haver isenção estabelecida pelo Estado ou Distrito Federal que abranja 
a faixa de receita bruta a que a ME ou a EPP estiver sujeita no mês da 
operação;
3) A operação ou prestação estar imune ao ICMS;
4) O remetente da operação ou prestação ter adotado o regime de caixa 
para cálculo e recolhimento dos tributos abrangidos pelo Simples 
Nacional. 
A ME ou EPP deverá emitir documento fi scal, observando-se o seguinte: 
1) deverão ser inutilizados os campos destinados à base de cálculo e ao 
imposto destacado, de obrigação própria;
2) deverá constar, do campo destinado às informações complementares ou, 
em sua falta, no corpo do documento, por qualquer meio gráfi co indelével, 
as expressões:
I - “DOCUMENTO EMITIDO POR ME OU EPP OPTANTE PELO SIMPLES 
NACIONAL”; e
II - “NÃO GERA DIREITO A CRÉDITO FISCAL DE IPI E ISS”.
As ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional não farão jus à apropriação 
nem transferirão créditos relativos a impostos ou contribuições abrangidas pelo 
Simples Nacional, tampouco poderão utilizar ou destinar qualquer valor a título de 
incentivo fi scal.
A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional que emitir Nota Fiscal com 
direito ao crédito estabelecido no § 1º do art. 23 da Lei Complementar nº 123, 
de 2006, consignará no campo destinado às informações complementares ou 
excepcionalmente, em caso de insufi ciência de espaço, no quadro Dados do 
Produto, a expressão: “PERMITE O APROVEITAMENTO DO CRÉDITO DE ICMS 
NO VALOR DE R$...; CORRESPONDENTE À ALÍQUOTA DE ...%, NOS TERMOS 
DO ART. 23 DA LC 123/2006”.
70
Contabilidade fi scal
Na hipótese de a ME ou EPP não informar, no documento fi scal, a alíquota 
aplicável ao cálculo do crédito, o respectivo adquirente da mercadoria não terá 
direito ao crédito. 
Na hipótese de a operação ocorrer no mês de início de atividades da ME ou 
EPP optante pelo Simples Nacional, ao percentual de ICMS referente à menor 
alíquota prevista nos Anexos I ou II da Lei Complementar nº 123, de 2006. (1,25%). 
Exemplo 1: A Comercial Tudo Ltda. (EMPRESA NORMAL) adquiriu 
mercadorias à vista para revenda do Comércio Vai Vai (OPTANTE DO SIMPLES) 
no valor de 11.000,00. Quando ao crédito do ICMS verifi cou-se que estava 
evidenciada a seguinte expressão na Nota Fiscal, especifi camente no campo 
destinado às informações complementares: “PERMITE O APROVEITAMENTO 
DO CRÉDITO DE ICMS NO VALOR DE R$ 337,70; CORRESPONDENTE À 
ALÍQUOTA DE 3,07%, NOS TERMOS DO ART. 23 DA LC 123/2006”. Haverá 
algum crédito de ICMS nessa operação?
OBS.: VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS NACIONAIS.
Resposta: A. A Comercial Tudo Ltda poderá se creditar de 337,70, conforme 
indicado nas informações complementares. Entretanto, se não houvesse tal 
indicação, não poderia buscar o valor de crédito, mesmo emitindo carta de 
correção.
Exemplo 2: A Comercial Metrópole Ltda. (EMPRESA NORMAL) adquiriu 
mercadorias à vista para revenda da Indústria de Metal Pitanga Ltda. (OPTANTE 
DO SIMPLES) no valor de 11.000,00. Quando ao crédito do ICMS verifi cou-se 
que estava evidenciada a seguinte expressão na Nota Fiscal, especifi camente 
no campo destinado às informações complementares: “PERMITE O 
APROVEITAMENTO DO CRÉDITO DE ICMS NO VALOR DE R$ 337,70; 
CORRESPONDENTE À ALÍQUOTA DE 3,07%, NOS TERMOS DO ART. 23 DA LC 
123/2006”. Sabe-se que a operação ocorreu dentro do Estado de SC e o CFOP 
foi 5.101 - Venda de produção do estabelecimento. Pergunta-se: Há possibilidade 
de crédito de ICMS nessa operação? Quais são as possíveis hipóteses? OBS.: 
PRODUTOS NACIONAIS.
Resposta: Sim, há a possibilidade da Comercial Metrópole Ltda. se creditar 
de 337,70 ou 770,00, correspondente ao crédito presumido estabelecido em 
operações internas de Indústria optantes do simples para Empresa Normal.
As demais unidades federativas também atribuem benefícios fi scais 
específi cos para quem compra de indústrias do simples nacional, porém como 
temos 27 regulamentos se faz necessário verifi car em cada um.
71
ICMS NORMALCapítulo 3
SIMPLES NACIONAL - ICMS - 
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS 
INTERESTADUAIS
O diferencial de alíquotas se aplica, inclusive, às empresas optantes pelo 
Simples Nacional. 
A grande novidade introduzida pela Lei Complementar 123/2006 foi incluir 
o ICMS e o ISS no recolhimento unifi cado das microempresas e empresas de 
pequeno porte, aplicando-se esta unifi cação a todos os estados e municípios do 
Brasil.
Tendo em vista a diferença entre as alíquotas internas (17% ou 18%) e as 
alíquotas interestaduais (4%, 7% ou 12%), o legislador constituinte estabeleceu a 
necessidade de recolhimento do chamado diferencial de alíquota nas operações 
interestaduais com mercadorias destinadas a ativo imobilizado e uso ou consumo 
do estabelecimento destinatário (artigo 155, § 2º, incisos VII e VIII da CF/88).
No Simples Nacional, com relação ao ICMS, o respectivo diferencial de 
alíquotas interestaduais, será devido observando a legislação aplicável às demais 
pessoasjurídicas. Este valor será calculado pela diferença entre a alíquota interna 
e interestadual, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, nos termos 
da legislação estadual ou distrital.
Base legal: inciso XIII, parágrafo 1º, do Art. 13 da Lei Complementar 
123/2006. 
Exemplo 1: A Empresa X, estabelecida no Estado de São Paulo, efetuou a 
compra de uma determinada mercadoria da Empresa Y com sede no Estado de 
Santa Catarina, no valor de R$ 100.000,00.
ICMS destacado na NF: R$ 12.000,00 = (R$ 100.000,00 x 12%)
ICMS alíquota interna SP: R$ 18.000,00 = (R$ 100.000,00 x 18%)
Diferencial de alíquota: R$ 6.000,00 = (R$ 18.000,00 – R$ 12.000,00)
O valor de R$ 6.000,00 deve ser recolhido ao Estado de São Paulo em 
guia própria e obedecendo aos preceitos da legislação estadual, como data de 
vencimento e código de recolhimento.
Exemplo 2: Em 01/02/2009 a Indústria de Plásticos Plastic Ltda. situada 
no Estado de SC adquiriu de Equipa Máquinas S/A situada no Estado do PR, 
72
Contabilidade fi scal
um transformador para uso operacional no valor de 50.000,00 com ICMS incluso 
na alíquota de 12%. Sabe-se que o valor foi pago à vista via banco e que há 
Diferencial de Alíquota em 5%. 
OBS.: EMPRESA VENDEDORA NORMAL, ADQUIRINTE É OPTANTE DO 
SIMPLES, VENDAS FORA DO ESTADO, PRODUTOS NACIONAIS.
Qual o valor de crédito de ICMS que a empresa poderá utilizar em conta gráfi ca 
já em 05/2010. Haverá algum valor de ICMS a ser pago? Quando e por quê?
Respostas: Pelo fato da adquirente e ser empresa do simples, não haverá 
crédito, mas será preciso pagar 2.500,00 de difal. 
Porém, a partir de 01/01/2010, a Indústria de Plásticos Plastic Ltda. NÃO é 
mais optante do SIMPLES. Pediu exclusão e para o ano de 2010 passou a ser 
NORMAL.
Nesse caso, a Indústria de Plásticos Plastic Ltda, poderá recuperar os 
créditos de ICMS sobre ativos do imobilizado adquiridos em período anterior a 
2010? Em caso positivo, qual valor total e mensal?
Respostas: Como a legislação prevê o crédito do ICMS em 48 parcelas 
mensais para a empresa NORMAL, terá então, direito ao que sobrou dos 48 
meses, ou seja, deve ser descontado o período em que a empresa esteve no 
SIMPLES.
Cálculo: 8.500,00 / 48 = 177,08 x 37 = 6.551,96
Note que a empresa perdeu apenas 11/48 avos, ou seja, do mês de aquisição 
02/2009 até o último mês em que foi optante pelo simples nacional. Indiferente se 
a compra tivesse ocorrido dia 01/02/2009 ou 28/02/2009 o que vale é o mês de 
aquisição. 
Mas como poderiam ser os lançamentos desse ajuste?
Sugere-se que sejam feitos os seguintes lançamentos, uma vez que a 
empresa passou a ser normal e qualquer variação positiva na DRE poderá ser 
tributada pelo IRPJ e CSLL, seja optante do Lucro Real ou Presumido:
D – ICMS sobre Ativo Imobilizado (AC – 12 parcelas de 177,08, total de 
2.124,96)
D – ICMS sobre Ativo Imobilizado (ANC – 25 parcelas de 177,08, total de 
4.427,00)
73
ICMS NORMALCapítulo 3
C – Máquinas e Equipamentos (ANC – baixa-se do próprio ativo imobilizado, 
uma vez que se a compra fosse efetuada agora, período em que a 
empresa é normal, O ICMS seria descontado dessa conta).
Sempre quando há a troca de uma forma de tributação por outra, será 
necessário verifi car se: a) os atuais créditos poderão ser mantidos; b) poderão ser 
buscados créditos de períodos anteriores; c) os saldos atuais poderão gerar algum 
débito; e d) qual a tributação da operacionalidade da empresa a partir da troca.
FRETES SOBRE COMPRAS E VENDAS DE 
PRODUTOS OU MERCADORIAS (EXCETO 
EMPRESAS DO SIMPLES)
Algumas despesas necessárias para a aquisição de mercadorias podem ser 
agregadas aos seus custos, como é o caso, por exemplo, do frete sobre compras. 
Conforme Iudícibus e Marion (2008, p. 97), “o custo real de uma mercadoria 
adquirida não é somente o constante de nota fi scal, mas o que resulta da soma 
desta com todas as despesas necessárias para a colocação do produto em 
condições de venda”.
Diferente do frente sobre compras, o frete sobre vendas não é adicionado ao 
custo da mercadoria, mas sim, considerado como sendo uma despesa de venda 
na Demonstração de Resultado do Exercício DRE, indiferente se for adotado o 
sistema de inventário periódico ou o sistema de inventário permanente.
Em alguns casos, tanto o frete sobre compras como o frete sobre vendas 
dão o direito de crédito de ICMS. O Comitê Permanente de Assuntos Tributários 
através do COPAT 015/89 se manifestou da seguinte forma sobre o tema: Tem 
direito ao crédito do imposto pago, relativo ao frete sobre serviços de transporte, 
o destinatário, quando a operação por FOB (a pagar, ou seja, por conta do 
destinatário) e o remetente quando for CIF (pago, ou seja, por conta do remetente). 
Conclui-se, então, que quem paga o frete tem direito ao crédito.
Ressalta-se que o crédito do imposto pago, relativo ao frete sobre 
serviços de transporte, não cabe as empresas do SIMPLES.
O crédito do imposto incide sobre fretes sobre compra e venda de 
produtos e/ou mercadorias, ou seja, não cabe o crédito sobre compra 
Ressalta-se que o 
crédito do imposto 
pago, relativo ao 
frete sobre serviços 
de transporte, não 
cabe as empresas 
do SIMPLES.
74
Contabilidade fi scal
de materiais de consumo. O crédito do imposto de fretes sobre a compra de bens 
do ativo também deverá ser apropriado em 48 meses.
Exemplo 1: Frete sobre Compras. Suponhamos que na empresa Sóparafuso 
Ltda determinada mercadoria adquirida por 900,00, teve também despesas com 
fretes no valor de 100,00 à vista. Sabe-se que tanto a mercadoria adquirida como 
o frete tem incidência de 17% de ICMS. Essa operação poderia ser registrada da 
seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente:
D – Estoque de Mercadorias 747,00 (ativo circulante: compra de mercadoria: valor sem ICMS) 
D – ICMS a Compensar 153,00 (ICMS sobre a compra da mercadoria – Ativo Circulante) 
D – Estoque de Mercadorias 83,00 (ativo circulante: frete sobre compra: valor sem ICMS)
D – ICMS a Compensar 17,00 (ICMS sobre o frete – Ativo Circulante)
C – Caixa 1.000,00 (pagamento a vista)
Exemplo 2: Frete sobre Vendas. A empresa adota o sistema de inventário 
permanente e teve uma despesa de frete sobre venda de mercadorias no valor 
de 1.500,00 pago via caixa com crédito de 17% de ICMS. Essa operação irá gerar 
algum ICMS para a empresa?
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Resposta: Pelo fato do frete sobre venda ser uma despesa para a empresa, 
então irá gerar de ICMS a Compensar no valor de: 1.500,00 x 17% = 255,00.
Exemplo 3: Frete sobre Vendas: Suponhamos que na empresa Bergamota 
Ltda determinada mercadoria foi vendida por 1.200,00 a prazo e teve 100,00 
de despesas de frete a prazo. Sabe-se que tanto a mercadoria vendida como a 
despesa de frete sobre venda tem incidência de 17% de ICMS. Essa operação 
poderia ser registrada da seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente – Nesse sistema é necessário 
reconhecer qual o valor do estoque que está sendo vendido, uma vez que o controle 
é simultâneo. Suponhamos, então, que o CMV seja de 50% do valor da venda:
75
ICMS NORMALCapítulo 3
D – Clientes 1.200,00 (reconhecimento do direito)
C – Venda de Mercadorias 1.200,00 (lançamento como receita na DRE)
D – ICMS sobre Venda 204,00 (17% sobre o total vendido – despesa na DRE)
C – ICMS a Pagar 204,00 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
D – Frete sobre Venda 83,00 (despesa de venda na DRE – valor sem ICMS)
D – ICMS a Compensar 17,00 (17% de crédito de ICMS sobre a despesa do frete)
C – Fretes a Pagar 100,00 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
D – CMV 600,00 (reconhecimento do custo)
C – Estoque de Mercadorias 600,00 (baixa do estoque – atualização instantânea)
Perceba que a despesa de frete gera um crédito de ICMS, o qual poderá ser 
compensado com ICMS a Pagar. No exemplo a apuração do ICMS seria esta:
ICMS a Pagar: 204,00
ICMS a Compensar: 17,00
Saldo de ICMS a Pagar: 187,00
Exemplo 4: Frete sobre compra de imobilizado. Em 01/05/2010a Indústria 
de Metais MM Ltda. situada no Estado de SC adquiriu de Equipa Máquinas S/A 
situada no Estado de SC, um transformador para uso operacional no valor de 
80.000,00 à vista com ICMS incluso na alíquota de 17%. Houve também frete 
sobre a compra no valor de 2.000,00 à vista com ICMS incluso na alíquota de 
17%. Qual o valor de crédito de ICMS que a Indústria de Metais MM Ltda. poderá 
utilizar em conta gráfi ca já em 05/2010 referente a essas duas operações? 
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Respostas:
Em relação ao valor do bem: 80.000,00 x 17% / 48 = 283,33
Em relação ao frete: 2.000,00 x 17% / 48 = 7,08
Note que tanto o bem como o frete irão gerar crédito de ICMS, porém, pelo 
fato de ser relacionado ao imobilizado não poderá ser utilizado em conta gráfi ca 
de uma única vez, mas sim, em 48 meses. Nesse caso, em 05/2010, a empresa 
poderá utilizar em conta gráfi ca apenas o valor de 290,41. Nesse caso, o valor a 
ser lançado como máquinas e equipamentos no Imobilizado será:
76
Contabilidade fi scal
Máquinas: 80.000,00 (-) 13.600,00 + 2.000,00 – 340,00 = 68.060,00
Ainda utilizando as informações do Exemplo 4, porém considerando agora, 
que a empresa fornecedora, a Equipa Máquinas S/A, esteja situada no Estado 
do Paraná. Nesse caso, a alíquota interestadual seria de 12%, porém haveria 
diferencial de alíquotas de 5%. O que mudaria nessa operação?
Alíquotas interestaduais:
Em relação ao valor do bem: 80.000,00 x 12% / 48 = 200,00
Em relação ao frete: 2.000,00 x 12% / 48 = 5,00
Total 205,00
Diferencial de alíquotas:
Em relação ao valor do bem: 80.000,00 x 5% = 4.000,00
Em relação ao frete: 2.000,00 x 5% = 100,00
Total do Difal: 4.100,00
Nesse caso, a Indústria de Metais MM Ltda. situada no Estado de SC, teria 
que pagar de diferencial de alíquotas (lançar em conta gráfi ca) o valor de 4.100,00. 
Entretanto, como se trata de ativo imobilizado, ela buscaria esse mesmo valor em 
48 meses. Ou seja, 4.100,00 / 48 = 85,42. Logo, durante 48 meses, além de se 
creditar da parcela de 205,00 referente ao bem mais o frete, também se creditaria 
de 85,42 relacionado ao Difal. 
Nesse caso, o valor a ser lançado como máquinas e equipamentos no 
Imobilizado será: Máquinas: 80.000,00 (-) 9.600,00 + 2.000,00 – 200,00 = 
72.160,00
No Estado de Santa Catarina, se o bem do ativo imobilizado for 
de até 1.000,00, o crédito não precisará ser dividido em 48 parcelas, 
mas sim, poderá ser creditado integralmente em conta gráfi ca dentro 
do mês de aquisição. Decreto 703/2016.
Exemplo 5: Suponhamos que em 27/04/2009, a empresa Malha 
Fina Ltda, empresa normal, efetuou uma compra de mercadorias para 
revenda dentro do Estado por 3.000,00, onde teve também despesas 
com fretes no valor de 150,00. Sabe-se que tanto as mercadorias 
adquiridas como o frete, têm incidência de 17% de ICMS. Já em 
30/04/2009, a empresa Malha Fina Ltda. efetuou a venda 20% da 
mercadoria adquirida em 27/04/2009 pelo valor 1.300,00, onde teve 
também despesas com fretes no valor de 110,00. Sabe-se que tanto as 
mercadorias vendidas como o frete, têm incidência de 17% de ICMS. 
Essas foram as únicas operações da Malha Fina Ltda. Como fi cará a 
apuração de ICMS?
No Estado de 
Santa Catarina, 
se o bem do ativo 
imobilizado for 
de até 1.000,00, 
o crédito não 
precisará ser 
dividido em 48 
parcelas, mas 
sim, poderá 
ser creditado 
integralmente 
em conta gráfi ca 
dentro do mês de 
aquisição. Decreto 
703/2016.
77
ICMS NORMALCapítulo 3
Resposta pela compra:
D – ICMS a Compensar 510,00 (ICMS sobre a compra da mercadoria – Ativo Circulante) 
D – ICMS a Compensar 25,50 (ICMS sobre o frete – Ativo Circulante)
Total de ICMS a compensar: 535,50
Resposta pela venda:
D – ICMS a Compensar 18,70 (17% de crédito de ICMS sobre a despesa do frete)
C – ICMS a Pagar 221,00 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
Total de ICMS a pagar: 202,30
Saldo de ICMS a compensar 333,20
Fiscalmente, a operação de frete está atrelada a operação original de entrada 
ou saída. Na empresa não existirá apenas a situação de frete, mas sim, algo 
que originou esse frete. Sendo assim, se a operação original for tributada pelo 
ICMS, indiferente se a débito ou crédito, o frete também terá tributação, débito 
ou crédito. É o caso de compras isentas que não geram crédito de ICMS e, por 
consequência, se houver despesas com fretes sobre essas também não poderão 
gerar crédito.
ABATIMENTOS SOBRE COMPRAS E 
VENDAS (EXCETO EMPRESAS DO 
SIMPLES)
Quando na compra de mercadorias se constatar que o fornecedor por 
qualquer motivo não atendeu as expectativas do pedido, a empresa compradora 
poderá pedir um abatimento no preço de compra. O abatimento ocorre 
normalmente por algum defeito, avaria ou algo que esteja em inconformidade com 
o pedido. 
O abatimento sobre compra ocorre depois que a mercadoria for recebida, pois 
é somente nesta fase que é descoberto o problema. Uma vez dado o abatimento 
sobre o preço, que é uma redução desse, a empresa compradora poderá optar 
em fi car com as mercadorias ao invés de devolvê-las.
78
Contabilidade fi scal
Exemplo1: Suponhamos que na empresa Estamparia Ltda determinada 
mercadoria foi adquirida por 900,00 a prazo e ao ser conferida na entrega 
constatou-se que a cor era diferente do que havia sido solicitado no pedido. 
Sendo assim, o comprador solicitou um abatimento de 100,00 sobre o total da 
Nota Fiscal. Sabe-se que mercadoria adquirida tem incidência de 17% de ICMS. 
Essa operação poderia ser registrada da seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente:
D – Estoque de Mercadorias 747,00 (ativo circulante: compra de mercadoria: valor sem ICMS) 
D – ICMS a Compensar 153,00 (ICMS sobre a compra da mercadoria – Ativo Circulante) 
C – Fornecedores 900,00 (reconhecimento da obrigação)
D – Fornecedores 100,00 (compensação de parte da obrigação pelo abatimento)
C – Estoque de Mercadorias 100,00 (baixa de parte do custo do estoque no ativo circulante)
Nota-se que a obrigação junto ao fornecedor é no ato diminuída pelo 
abatimento. No sistema de inventário permanente, o abatimento é registrado na 
conta estoque do ativo circulante, uma vez que dessa forma, por haver alguma 
imperfeição na mercadoria, essa estará avaliada por um valor inferior a compra, 
gerando um CMV menor quando for vendida. 
Nesse caso, por exemplo, caso houvesse 100 unidades no estoque, o custo 
unitário seria de 6,47 (900,00 – 153,00 - 100,00 / 100 un).
Note que o ICMS é destacado pelo valor integral da compra, gerando um 
lançamento na conta ICMS a Compensar no Ativo Circulante, fazendo com que 
o valor da mercadoria seja reconhecida pelo seu valor líquido. Nesta operação, o 
saldo de ICMS a Compensar totalizou 153,00. Esse valor poderá ser compensado 
com os possíveis débitos das vendas, ou seja, o abatimento sobre compras não 
interfere no cálculo do ICMS.
Assim como acontece nos abatimentos sobre compras para quem está 
adquirindo a mercadoria, do outro lado ocorre o inverso, ou seja, o abatimento 
sobre venda para quem a vendeu, nesse caso, o fornecedor.
Exemplo 2: Suponhamos que na empresa Mega-Esporte Ltda determinada 
mercadoria foi vendida por 1.000,00 a prazo e ao ser conferida na entrega junto 
ao cliente constatou-se um pequeno defeito, mas que ainda permitiria sua venda 
ao consumidor fi nal. Sendo assim, o comprador solicitou um abatimento de 100,00 
sobre o total da Nota Fiscal. Sabe-se que a mercadoria vendida tem incidência de 
17% de ICMS. Essa operação poderia ser registrada da seguinte forma:
79
ICMS NORMALCapítulo 3
Pelo registro com inventário permanente – Nesse sistema é necessário 
reconhecer qual o valor do estoque que está sendo vendido, uma vez que o controle 
é simultâneo. Suponhamos, então, que o CMV seja de 60% do valor da venda:
D – Clientes 1.000,00 (reconhecimento do direito)
C – Venda de Mercadorias 1.000,00 (lançamento como receita na DRE)
D – CMV 600,00 (reconhecimento do custo)
C – Estoque de Mercadorias 600,00 (baixa do estoque –atualização instantânea)
D – Abatimento s/ Vendas 100,00 (lançamento como despesa na DRE)
C – Clientes 100,00 (compensação de parte do direito pelo abatimento)
D – ICMS sobre Venda 170,00 (17% sobre o total vendido – despesa na DRE)
C – ICMS a Pagar 170,00 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
Percebe-se que o direito junto ao cliente é no ato diminuída pelo 
abatimento, o qual é registrado numa conta de resultado a débito, gerando 
assim, uma despesa para contrapor a receita gerada na venda. A conta estoque 
não á alterada no abatimento sobre venda, uma vez que não há o retorno desse 
para o fornecedor, sendo então, considerada como uma despesa de venda na 
Demonstração de Resultado do Exercício. O abatimento sobre a venda não 
interfere no cálculo do ICMS.
DESCONTOS INCONDICIONAIS OBTIDOS E 
CONCEDIDOS
Diferente do abatimento, o desconto incondicional obtido é aquele que a 
empresa compradora consegue junto ao fornecedor no ato da compra, dessa 
forma, na própria Nota Fiscal já é destacado o desconto.
Esse fato geralmente ocorre para bonifi car o comprador pela quantidade 
comprada, pelo tempo de relação comercial e entre outros motivos internos que 
não contemplam quaisquer problemas nas mercadorias.
Pelo fato do desconto estar na própria nota fi scal, não há motivos para 
lançamento desse contabilmente. Há o valor descrito no documento fi scal, porém 
como não irá gerar movimento fi nanceiro, então, não deve ser reconhecido 
contabilmente.
80
Contabilidade fi scal
Exemplo 1: Suponhamos que na empresa Aço Brasil Ltda determinada 
mercadoria foi adquirida por 900,00 a prazo, mas no ato, o fornecedor concedeu 
um desconto de 50,00. Nesse caso, a nota fi scal foi emitida no valor total de 
850,00, valor este que será lançado na empresa compradora. Sabe-se que a 
mercadoria adquirida tem incidência de 17% de ICMS. Essa operação poderia ser 
registrada da seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente:
D – Estoque de Mercadorias 705,50 (ativo circulante: compra de mercadoria: valor sem ICMS) 
D – ICMS a Compensar 144,50 (ICMS sobre a compra da mercadoria – Ativo Circulante)
C – Fornecedores 850,00 (reconhecimento da obrigação)
Verifi ca-se que não há menção do desconto, uma vez que o total da Nota 
Fiscal é de 850,00. No sistema de inventário permanente, caso houvesse, por 
exemplo, 10 unidades no estoque, o custo unitário seria de 70,55 (850,00 – 
144,50 / 10 un).
A Nota fi scal seria assim emitida:
BC DO ICMS 
850,00
VALOR DO ICMS 
144,50
BASE DE CÁL-
CULO ICMS ST
ICMS ST
VALOR DOS PRODUTOS 
900,00
FRETE SEGURO
DESCONTOS 
50,00
IPI
VALOR TOTAL DA NOTA 
850,00
Assim como acontece nos descontos incondicionais obtidos para quem está 
adquirindo a mercadoria, do outro lado ocorre o inverso, ou seja, o desconto 
incondicional concedido para quem a vendeu, nesse caso, o fornecedor.
Exemplo 2: Suponhamos que na empresa Alvorada Ltda determinada 
mercadoria foi vendida por 1.200,00 a prazo, mas no ato foi concedido um 
desconto de 50,00. Nesse caso, a nota fi scal foi emitida no valor total de 1.150,00, 
valor este que será lançado na empresa vendedora como valor efetivo da venda. 
Sabe-se que a mercadoria vendida tem incidência de 17% de ICMS. Essa 
operação poderia ser registrada da seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente – Nesse sistema é necessário 
reconhecer qual o valor do estoque que está sendo vendido, uma vez que o controle 
é simultâneo. Suponhamos, então, que o CMV seja de 50% do valor da venda:
81
ICMS NORMALCapítulo 3
D – Clientes 1.150,00 (reconhecimento do direito)
C – Venda de Mercadorias 1.150,00 (lançamento como receita na DRE)
D – CMV 575,00 (reconhecimento do custo)
C – Estoque de Mercadorias 575,00 (baixa do estoque – atualização instantânea)
D – ICMS sobre Venda 195,50 (17% sobre o total vendido – despesa na DRE)
C – ICMS a Pagar 195,50 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
Nota-se que não houve infl uência do desconto de 50,00 no cálculo do ICMS, 
uma vez que a Nota Fiscal foi emitida pelo valor de 1.150,00.
A Nota fi scal seria assim emitida:
BC DO ICMS 
1.150,00
VALOR DO 
ICMS 195,50
BASE DE CÁLCULO 
ICMS ST
ICMS ST
VALOR DOS PRODUTOS 
1.200,00
FRETE SEGURO DESCONTOS 50,00 IPI
VALOR TOTAL DA NOTA 
1.150,00
Exemplo 3: Considere as seguintes informações TODAS CONSTANTES NA 
NOTA FISCAL:
Mercadorias vendidas: produtos eletrônicos
Valor das mercadorias: R$3.000,00;
Seguros e fretes, cobrados do destinatário: R$1.500,00;
Desconto promocional: R$500,00;
Alíquota do ICMS: 17%.
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Qual a Base de cálculo do ICMS?
Resposta: R$4.000,00. O Valor da operação, incluindo-se seguros e fretes 
cobrados, e excluindo-se o desconto promocional.
Qual o valor do ICMS devido (a ser destacado na nota fi scal)?: 
Resposta: R$ 4.000,00 x 17% = 680,00.
82
Contabilidade fi scal
Sabe-se que a mercadoria vendida foi adquirida no mesmo mês da venda 
por um valor de R$ 2.500,00 a prazo para pagamento em 60 dias, com crédito de 
ICMS de 17%. Essas foram as únicas operações do mês. Qual o saldo de ICMS a 
pagar ou a compensar no fi nal do mês?
Resposta: 680,00 débito (-) 425 (crédito) = 255,00 de ICMS a PAGAR.
Entretanto, cabe ressaltar que no caso do IPI o desconto não será levado 
em consideração, ou seja, para a empresas que tributam o IPI o desconto 
incondicional acarretará em tributação desnecessária. Nesse caso, aconselha-se 
a reduzir o valor do produto e não dar o desconto na nota fi scal.
DEVOLUÇÕES DE COMPRAS E VENDAS
As devoluções de compras podem acontecer por vários motivos, dentre alguns 
se destacam: problemas nas embalagens ou nos próprios produtos que podem 
estar inconsistentes com o pedido, data de entrega em atraso dentre outros.
Exemplo 1: Suponhamos que na empresa HG Eletrodomésticos Ltda foram 
adquiridas 10 unidades de uma determinada mercadoria por um total de 1.000,00 
a prazo, porém, 4 unidades foram devolvidas ao fornecedor por não estarem de 
acordo com o pedido. Sabe-se que a mercadoria adquirida tem incidência de 17% 
de ICMS e que o valor devolvido será compensado com o total a pagar para o 
fornecedor. Essa operação poderia ser registrada da seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente:
Na compra: 
D – Estoque de Mercadorias 830,00 (lançamento no ativo circulante: compra de mercadoria) 
D – ICMS a Compensar 170,00 (ICMS sobre a compra da mercadoria – Ativo Circulante) 
C – Fornecedores 1.000,00 (reconhecimento da obrigação)
Na devolução de 4 unidades: 
D – Fornecedores 400,00 (compensação de parte da obrigação pela devolução)
C – Estoque de Mercadorias 332,00 (baixa de 4 unidade do estoque no ativo circulante) 
C – ICMS a Pagar 
68,00 (17% sobre o total da mercadoria devolvida - Passivo 
Circulante) 
83
ICMS NORMALCapítulo 3
Nota-se que a obrigação junto ao fornecedor é no ato diminuída pela devolução. 
No sistema de inventário permanente, a devolução é registrada na conta estoque 
do ativo circulante, uma vez que o estoque é atualizado em cada operação.
O valor de 400,00 pode ser obtido da seguinte forma: 1.000,00 / 4 unidades = 
100,00 cada unidade. Uma vez que foram devolvidas apenas 4 unidades, então: 4 
unidades X 100,00 = 400,00.
O valor de 332,00 pode ser obtido da seguinte forma: 400,00 – 17% = 332,00, 
onde a diferença dos 400,00 para os 332,00 é justamente os 68,00 de ICMS.
Na compra é utilizada a conta ICMS a Compensar enquanto na 
sua devolução é ICMS a Pagar. Isso ocorre pelo fato de estar saindo 
mercadoria da empresa, o que caracteriza como uma venda.
Assim como acontece a devolução de compra para quem está 
adquirindo a mercadoria, do outro lado ocorre o inverso, ou seja, a 
devolução de venda para quem a vendeu, nesse caso, o fornecedor 
que está recebendo a mercadoria de volta de seu cliente.
Exemplo 2: Suponhamos que na empresa Papelart Ltda foram 
vendidas 10 unidades de uma determinada mercadoria por um total de 
1.000,00 a prazo, porém 4 unidades foram devolvidaspelo cliente por não estarem 
de acordo com o pedido. Sabe-se que a mercadoria vendida tem incidência de 
17% de ICMS e que o valor devolvido será compensado com o total a receber do 
cliente. Essa operação poderia ser registrada da seguinte forma:
Pelo registro com inventário permanente – Nesse sistema é necessário 
reconhecer qual o valor do estoque que está sendo vendido, uma vez que o controle 
é simultâneo. Suponhamos, então que o CMV seja de 60% do valor da venda:
Na venda: 
D – Clientes 1.000,00 (venda a prazo, reconhecimento do direito)
C – Venda de Mercadorias 1.000,00 (lançamento como receita na DRE)
D – CMV 600,00 (reconhecimento do custo)
C – Estoque de Mercadorias 600,00 (baixa do estoque – atualização instantânea)
D – ICMS sobre Venda 170,00 (17% sobre o total vendido – despesa na DRE)
C – ICMS a Pagar 170,00 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
Na compra é 
utilizada a conta 
ICMS a Compensar 
enquanto na sua 
devolução é ICMS 
a Pagar. Isso ocorre 
pelo fato de estar 
saindo mercadoria 
da empresa, o que 
caracteriza como 
uma venda.
84
Contabilidade fi scal
Na devolução de 4 unidades: 
D – Devolução de Vendas 400,00 (baixa de parte da receita de venda pela devolução) 
C – Clientes 400,00 (compensação de parte do direito pela devolução)
D – Estoque de Mercadorias 240,00 (retorno do estoque vendido - atualização instantânea) 
C – CMV 240,00 (estorno do CMV: 60% de 400,00)
D – ICMS a Compensar 68,00 (17% de 400,00 – direito adquirido)
C – ICMS sobre Venda 68,00 (estorno da despesa)
Perceba que as contas em geral são as mesmas utilizadas nas 
vendas de mercadorias, porém:
1. Ao invés de utilizar o estorno da conta receita de vendas é 
debitado “Devolução de Vendas”, a qual constará nas deduções da 
receita bruta na Demonstração de Resultado do Exercício;
2. Quanto ao ICMS, na venda é utilizado ICMS a pagar, 
entretanto, na devolução é utilizado ICMS a Compensar. Isso ocorre 
pelo fato de estar entrando mercadoria na empresa, o que caracteriza 
uma compra.
Verifi ca-se que o direito junto ao cliente é no ato diminuída pela devolução. 
No sistema de inventário permanente, a devolução é registrada na conta estoque 
do ativo circulante, uma vez que o estoque é atualizado em cada operação.
O valor de 400,00 pode ser obtido da seguinte forma: 1.000,00 / 4 unidades = 
100,00 cada unidade. Uma vez que foram devolvidas apenas 4 unidades, então: 4 
unidades X 100,00 = 400,00.
De acordo com os lançamentos, o saldo de ICMS a Pagar seria de 102,00 
(170,00 – 68,00). 
Exemplo 3: Determinada empresa que adota o Sistema de Inventário 
Permanente teve a seguinte operação: Devolução de compra com incidência de 
17% de ICMS. A Nota Fiscal de devolução totalizou 6.000,00. Essa operação irá 
gerar algum ICMS para a empresa?
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
85
ICMS NORMALCapítulo 3
Resposta: Irá gerar de ICMS a pagar o valor de 1.020,00, uma vez que a 
empresa está dando a saída na mercadoria adquirida anteriormente.
Exemplo 4: Determinada empresa que adota o Sistema de Inventário 
Permanente teve a seguinte operação: Devolução de venda no valor de 15.000,00 
com incidência de 17% de ICMS, sendo que o valor da mercadoria (estoque) 
representa 5.000,00. Essa operação irá gerar algum ICMS para a empresa?
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Resposta: Irá gerar de ICMS a recuperar o valor de 2.550,00, uma vez que a 
empresa está dando a entrada na mercadoria recebida em devolução.
Exemplo 5: A empresa Metal Ilha Ltda. iniciou suas atividades em 01/02/2016. 
Já em 02/02/2016 foram adquiridas 40 unidades de uma mesma mercadoria para 
revenda por um total de 3.000,00 a prazo. Entretanto, no mesmo dia, 4 unidades 
foram devolvidas ao fornecedor por não estarem de acordo com o pedido. Sabe-
se que a mercadoria adquirida tem incidência de 17% de ICMS e que o valor 
devolvido será compensado com o total a pagar para o fornecedor. A empresa 
trabalha com o registro de inventário permanente. Em relação a essa operação 
pede-se: controle de estoque; apuração de ICMS e saldo a pagar ao fornecedor.
OBS.: EMPRESA NORMAL, VENDAS DENTRO DO ESTADO, PRODUTOS 
NACIONAIS.
Resposta da compra de mercadorias:
D – Estoque de Mercadorias 2.490,00 (lançamento no ativo circulante: compra de mercadoria) 
C – Fornecedores 3.000,00 (reconhecimento da obrigação)
D – ICMS a Compensar 510,00 (ICMS sobre a compra da mercadoria – Ativo Circulante)
Resposta da devolução de mercadorias:
C – Estoque de Mercadorias 249,00 (baixa de 4 unidades do estoque no ativo circulante)
C – ICMS a Pagar 51,00 (17% sobre o total da mercadoria devolvida - PC)
D – Fornecedores 300,00 (compensação de parte da obrigação pela devolução)
Saldo de ICMS a compensar: 510,00 – 51,00 = 459,00 a compensar
Saldo de fornecedores: 3.000,00 – 300,00 = 2.700,00
Saldo do Estoque: 2.490,00 – 249,00 = 2.241,00
86
Contabilidade fi scal
Agora suponhamos que em 03/02/2016 a empresa Metal Ilha Ltda. vendeu 28 
unidades por um total de 3.640,00 a prazo, porém na mesma data, 6 unidades foram 
devolvidas pelo cliente por não estarem de acordo com o pedido. Sabe-se que a 
mercadoria vendida tem incidência de 17% de ICMS e que o valor devolvido será 
compensado com o total a receber do cliente. Levando em consideração a questão 
e essa operação pede-se: controle de estoque em R$ e unidades; apuração de 
ICMS, saldo a receber do cliente e demonstrativo de resultado (lucro ou prejuízo).
Resposta da venda de mercadorias:
D – Clientes 3.640,00 (venda a prazo, reconhecimento do direito)
C – Venda de Mercadorias 3.640,00 (lançamento como receita na DRE)
D – CMV 1.743,00 (reconhecimento do custo)
C – Estoque de Mercadorias 1.743,00 (baixa do estoque – atualização instantânea)
D – ICMS sobre Venda 618,80 (17% sobre o total vendido – despesa na DRE)
C – ICMS a Pagar 618,80 (reconhecimento de uma obrigação no PC)
Resposta da devolução de venda de mercadorias:
D – Devolução de Vendas 780,00 (baixa de parte da receita de venda pela devolução)
C – Clientes 780,00 (compensação de parte do direito pela devolução)
D – Estoque de Mercadorias 373,50 (retorno do estoque vendido - atualização instantânea)
C – CMV 373,50 (6 unidades a 62,25 cada)
D – ICMS a Compensar 132,60 (17% de 780,00 – direito adquirido)
C – ICMS sobre Venda 132,60 (estorno da despesa)
Com base nos saldos anteriores de compras e também devolução de 
compras:
O estoque fi caria assim composto: 2.241,00 – 1.743,00 + 373,50 = 871,50, 
equivalente a 14 unidades.
Saldo de clientes: 3.640,00 – 780,00 = 2.860,00.
O ICMS fi caria assim composto: 459,00 – 618,80 + 132,60 = 27,20 a pagar.
E o resultado de todas essas transações daria um lucro de: 1.004,30.
Perceba que em todos os exemplos apresentados não é a palavra venda ou 
compra que gera respectivamente débito ou crédito de ICMS, mas sim, a saída ou 
entrada de mercadoria.
87
ICMS NORMALCapítulo 3
ICMS SOBRE IMPORTAÇÕES
Com a publicação da Resolução do Senado Federal nº 13, de 25 de abril de 
2012, com vigência estabelecida para 1º/01/2013, foi estabelecida a alíquota do 
ICMS de 4% nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados 
do exterior que, após seu desembaraço aduaneiro, não tenham sido submetidos 
a processo de industrialização ou, ainda que submetidos a qualquer processo de 
industrialização, resultem em mercadorias ou bens com Conteúdo de Importação 
superior a 40%.
Nos termos da Resolução SF no 13/2012, mantém-se as atuais alíquotas 
interestaduais de 7% ou 12%, conforme o caso, aos bens e mercadorias 
importados do exterior que não tenham similar nacional (Resolução Camex n.º 
79/2012); aos bens produzidos em conformidade com os processos produtivos 
básicos - Decreto-Lei 288/67- ZFM, Lei 8.248/91 – Informática e Automação e 
Lei 11.484/2007 – PADIS/PATVD e respectivas atualizações; e às operações que 
destinem gás natural importado do exterior a outros Estados.
Para consultar a Lista de Bens sem Similar Nacional,

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