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Definicao • Consiste em um estado de hipoperfusão sistêmica, ocasionada p ela redução do índice cardíaco (< 2,2 [L/min]/m2) e por hipotensão arterial sistólica (< 90 mmHg). • Esse quadro apresenta um alto índice de mortalidade intra- hospitalar (>50%); Etiologias • Apresenta como principais causas: o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); o Miocardiopatia ou miocardite; o Tamponamento cardíaco; o Valvopatia grave. Obs.: O choque cardiogênico ocorre mais frequentemente em casos de IAM com elevação de ST do que em casos de IAM sem elevação de ST. Obs.: O choque cardiogênico decorrente do IAM costuma ocorrer por: insuficiência de ventrículo esquerdo (80% dos casos), insuficiência mitral aguda grave, ruptura de septo ventricular, insuficiência ventricular predominante mente direita, ruptura de parede livre, e tamponamento. Fisiopatologia • A diminuição da contratilidade do miocárdio ocasiona a redução do débito cardíaco e da pressão arterial (PA). • Esse estado de hipocontratilidade gera uma menor perfusão do miocárdio, diminuindo ainda mais seu estado funcional. • Isso propicia o agravamento da redução do débito cardíaco e da isquemia cardíaca – círculo vicioso. • As disfunções sistólica e diastólica propiciam a ocorrência de congestão pulmonar. • Esse estado circulatório comprometido é acompanhado da síndrome da resposta Choque cardiogenico Cardiologia Medicina 2 inflamatória sistêmica (aumento de citocinas e de NO). • Acidose lática e hipoxemia pioram a isquemia do miocárdio e a hipotensão. • A acidose grave prejudica a ação de catecolaminas (endógenas e exógenas). Perfil do paciente • Idade avançada; • Sexo feminino; • IAM prévio; • Diabetes; • IAM de porção anterior e estenoses extensas em artérias coronárias (risco aumentado de choque cardiogênico). Quadro clinico • Palidez; • Dispneia; • Diaforese; • Pode haver alteração do estado mental; • Em geral: pulso rápido e fraco, mas pode haver bradicardia em alguns casos; • PA sistólica geralmente reduzida (< 90 mm Hg ou ≥ 30 mm Hg abaixo do basal); Obs.: Pode ocorrer de a PA sistólica persistir em níveis normais, em função do aumento da resistência vascular sistêmica (mecanismo compensatório). • Taquipneia pode estar presente; • Turgência jugular pode estar presente; • Respiração de Cheyne-Stokes pode estar presente; Obs.: Respiração de Cheyne- Stokes - respiração em “crescente e decrescente” associada à dessaturação de O2. • Oligúria é comum; • Impulso apical fraco, B1 discreta e galope de B3; • Sopros sistólicos e estertores pulmonares podem estar presentes. Exames complementares • Laboratório: o Leucocitose com desvio à esquerda; o Elevação progressiva de ureia e creatinina; Cardiologia Medicina 3 o Pode haver aumento de transamininases hepáticas; o Elevação de ácido lático; o Hipoxemia, acidose metabólitca com anion gap à gasometria arterial; o Aumento de marcadores cardiácos (creatina- fosfoquinase e sua fração MB, troponinas). • Eletrocardiograma: o Se IAM com insuficiência de ventrículo esquerdo, geralmente: ondas Q e/ou elevação de ST>2mm, ou bloqueio de ramo esquerdo; o Se isquemia por estenose grave da artéria coronária esquerda, geralmente: depressões de segmento ST; o A maior parte dos IAM com choque cardiogênico envolve a parede anterior. • Radiografia de tórax: o Congestão e edema pulmonar são comuns; o Dimensões cardíacas aumentadas se paciente com infarto prévio. • Ecocardiograma: contribui para a elucidação da etiologia do choque. • Cateterismo de artéria pulmonar: é recomendado para aferir pressões de enchimento do débito cardíaco – confirmar diagnóstico e administração de fármacos. • Cateterismo cardíaco esquerdo e angriografia coronariana: aferição da pressão do VE e da anatomia das coronárias. Tratamento • Manutenção de PA sistólica em torno de 90 mm Hg, ou PA média > 60 mm Hg e PEAP > 20 mm Hg. • Vasopressores: o Norepinefrina: menos efeitos adversos quando comparada à dopamina. Dose inicial de 2 a 4 μg/min, que pode ser aumentada; o Dopamina: Dose inicial de 2 a 5 μg/kg/min, que pode ser elevada até 20 a 50 μg/kg/min; o Dobutamina: dose habitual de 10 μg/kg/min; Cardiologia Medicina 4 • Correção da hipoxemia e da acidose; • Interrupção de agentes inotrópicos negativos; • Ajuste da dose de fármacos eliminados via renal; • Controle da hiperglicemia; • Avaliação para dispositivos de assistência circulatória (ex. balão intra-aórtico); • Avaliação para revascularização precoce (intervenção coronariana percutânea ou cirurgia de revascularização do miocárdio). Referencias • KASPER, Dennis L. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. v. 1. • FRANCO, Sara Regina Delgado de A. et al. Respiração de Cheyne-Stokes é pouco reconhecida no paciente internado. Revista Neurociências, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 186-191, 2004.
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