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Feridas Cirúrgicas

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Feridas Cirúrgicas (Agudas) 
 Definidas como lesões programadas, causadas intencionalmente por um instrumento de corte (ex: 
lâmina de bisturi), na maioria das vezes sem perda importante de tecido. Há uma interrupção na 
integridade da pele, podendo atingir além de suas camadas, tecidos, fáscia, m.m, cavidades e órgãos. 
 Feridas agudas: progride através de um processo reparativo ordenado que resulta em restauração 
sustentada da integridade anatomofuncional da pele. Causas: trauma, incisão cirúrgica. São fáceis de 
serem limpas. 
 Feridas crônicas: não progridem através de um processo ordenado para promover a integridade 
anatomofuncional da pele. Há comprometimento vascular, perca de tecido, pode envolver processo 
inflamatório crônico, sofre insultos repetidos tornando o processo de cicatrização demorado e difícil. 
 Podem surgir em virtude de incisão ou excisão. 
- Incisão: não há perda de tecido e as bordas geralmente são fechadas por suturas. 
- Excisão: há remoção de área de pele, como em área doadora de enxerto. 
PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO 
 
de cicatriz mínima, com fechamento primário rápido e edema mínimo. Tem início em torno de 24h 
podendo completar entre 48-72h, conferindo à ferida uma proteção contra o meio externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Terceira intenção: é definida como primária retardada, podendo ocorrer quando a ferida cirúrgica é 
deixada aberta por curto período e, transcorrido esse tempo, as bordas são aproximadas e suturadas. 
 
 
 
 
 Segunda intenção: não há aproximação das bordas, exigindo mais tempo para cicatrização, pois há um 
espaço morto entre as bordas com grande formação de tecido de granulação para seu preenchimento 
até que ocorra a contração e epitelização. Ex: lesão por pressão, ferida cirúrgica com perda importante 
de tecido, queimadura. Cicatriz maior em comparação com 1ª intenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Primeira intenção: as FO possuem 
justaposição das bordas e fechamento 
por sutura, grampos ou clipes. Processo 
de cicatrização linear, no tempo 
esperado, ocorrendo por meio de uma 
epitelização com mínima formação de 
tecido cicatricial. Não há tecido de 
granulação não é visível com formação 
 
 
 
 
 
 
 
 
FASES DA CICATRIZAÇÃO 
 
AVALIAÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO 
 Fase inflamatória: primeiros quatro dias. Observar sinais inflamatórios; quente ao toque, eritema e 
edema ao seu redor, dor. Pacientes com comprometimento do sistema imunológico pode não 
demonstrar resposta inflamatória efetiva, sendo difícil distinguir os sinais inflamatórios esperados 
nessas fase, o que não é favorável. Ocorre o processo de reepitelização, onde a nova epiderme é 
produzida rapidamente promovendo uma barreira contra microrganismos. A força tênsil é pequena 
nesse momento. O enfermeiro deve observar as mudanças que ocorrem na ferida em busca de presença 
do novo tecido epitelial (aproximação das bordas, cor da linha da sutura, alinhamento e tensão da 
margem, se o fio de sutura causa alguma reação tecidual que pode comprometer a fase). A sutura deve 
ser removida dentro de 7-10 dia. 
 Fase proliferativa: avaliar por meio de palpação: deposição do colágeno adjacente à lesão (forma um 
halo rígido ao longo da ferida de aproximadamente 1cm de cada lado entre o 5 e 9º dia de PO). 
Mudança na cor da pele: podem indicar trauma ou formação de hematoma causados durante a cirurgia. 
Diminuição do exsudato. A cor da pele pode ser vermelha escura ou roxa. 
 Fase de remodelação: pode levar de 1-2 anos. Observa-se a cor da FO que muda gradualmente de 
vermelho claro ou rosa para uma cor acinzentada ou branca. Há o aumento da força tênsil (80% do 
tecido original, nunca 100%). Orientar o paciente evitar levantar peso, curvar-se ou tracionar o sítio 
cirúrgico. 
COMPLICAÇÕES FREQUENTES 
 As feridas podem ser classificadas de acordo com o tempo de reparação tissular: agudas e crônicas. 
 Hematoma: coleção anormal de sangue ou coágulos na incisão ou na camada subcutânea. É uma 
complicação comum, podendo ser um meio de cultura para microrganismos. Pequenos: azulados, são 
reabsorvidos pelo organismo sem apresentar transtornos. Profundos e volumosos: abaulamentos, 
aumento da temperatura, taquicardia, hipotensão e diminuição do hematócrito, precisando ser 
removido sob condições estéreis. Principais causas: hemostasia imperfeita, técnica agressiva durante 
o procedimento cirúrgico, uso de anticoagulantes. As feridas cirúrgicas possuem riscos de 
sangramento, principalmente a 48h após a lesão. 
 Seroma: coleção de fluídos linfáticos levemente ácidos, claros, amarelados, com baixa concentração 
de oxigênio, encontrados na camada subcutânea. É uma complicação frequente com incidência de 25 
a 60% em mastectomia com esvaziamento axilar. As consequências imediatas de coleções líquidas no 
Pode se estender por 3-
4 dias ou curta – 24h 
A resposta inflamatória 
é benéfica 
PO são o desconforto e ansiedade do paciente. Podem surgir complicações secundárias (necrose, 
deiscência da ferida). Pacientes com outros fatores de riscos, como imunodeprimidos, podem 
desenvolver infecção dentro do seroma. O agravamento pode resultar na necessidade de reinternação 
do paciente para drenagem e uso de antibióticos. 
 Deiscência: abertura espontânea de suturas cirúrgicas no PO de forma parcial ou total. Deiscência 
total: ocorre a separação de planos fundos, seguida pela descarga de líquidos e subsequentes hérnia 
intestinal. A incidência ocorre em casos de reoperação, infecção, isquemia ou excesso de tensão nos 
tecidos suturados. Possui incidência de 0,5-5% com taxa de mortalidade de até 30%. 
 Infecção: presença de pus no local da incisão cirúrgica, inclusive no local de saída da drenagem, com 
ou sem culturas positivas dentro dos primeiros 30-90 dias de intervenção cirúrgica. Para definir uma 
infecção de sítio cirúrgico é necessário evidências de sinais clínicos e sintomas, pois afetam tecidos 
superficiais e em condições graves os tecidos profundos ou outras partes do corpo manipuladas durante 
o procedimento. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS SEGUNDO O POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO 
 O número de microrganismos presentes no tecido a ser operado determinará o potencial de 
contaminação da cirurgia. Essa classificação determina o risco de infecção ao qual o paciente é exposto 
ao ser submetido à cirurgia. 
 Fontes causadoras de ISC: o próprio paciente; mãos do paciente e profissionais; instrumentos 
contaminados; água e alimentos contaminados. 
 Limpa: normalmente cirurgias eletivas, primariamente fechadas sem utilização de drenos (drenagem 
fechada, se necessário), em sítio cirúrgico onde não se encontra inflamação, sem abordagem de 
vísceras ocas (tratos respiratório, geniturinário, digestivo ou orofaringe), não havendo quebra de 
técnica. Ex: Herniografia, Safenectomia, Mamoplastia, Revascularização do miocárdio. Taxa de ISC 
esperada: 2-5%. 
 Potencialmente contaminada: há abordagem de vísceras ocas, entretanto são situações controladas e 
sem contaminação não usual. Cirurgia geniturinária: não há cultura de urina positiva. Cirurgia biliar: 
não há infecção de vias biliares. Cirurgia de apêndice, vagina e orofaringe quando não há evidência de 
infecção ou quebra de técnica. Mais ex: Gastrectomia, nefrectomia, colecistectomia, histerectomia 
abdominal, perineoplastia. Taxa de ISC esperada: 3-11%. 
 Contaminada: feridas traumáticas recentes, abertas. Contaminação grosseira durante cirurgia de trato 
digestivo, manipulação de via biliar ou geniturinária na presença de bile ou urina infectadas. Quebras 
maiores de técnica. É encontrada inflamação, mas não purulenta. Ex: colecistectomia com inflamação, 
fratura exposta recente, amigdalectomia, apendicectomia, cirurgias de reto e ânus, apendicectomia na 
presença de processo inflamatório. Taxa de ISC esperada: 10-17%. 
 Infectada: feridas traumáticas antigas com tecido desvitalizado
retido e aquelas que envolvem 
infecção clínica existente ou víscera perfurada. Durante a cirurgia: secreção purulenta, tecido 
desvitalizado, corpos estranhos ou contaminação fecal. Ex: ceco perfurado, fratura exposta há mais de 
4h, apendicectomia supurada, desbridamento de LPP com tecido desvitalizado, cirurgia com secreção 
purulenta local. Taxa de ISC esperada: 27%. 
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO 
 
 A infecção deve ocorrer 30 dias após o procedimento 
cirúrgico e em 90 dias se houve a implantação de 
próteses e implantes. A ferida geralmente tem drenagem 
purulenta, cultura positiva, o paciente apresenta 
sensibilidade, edema localizado, hiperemia, calor. Às 
vezes é necessário abrir a incisão operatória para que 
ocorra melhora na drenagem da infecção. Ex: cirurgias 
oftálmicas (conjuntivite) denominada ISC incisional 
superficial. Em cirurgias cardíacas, em infecções do 
esterno (osteomielites), considera-se uma ISC de 
órgão/espaço. 
 
 
 
FATORES CONTRIBUINTES PARA COMPLICAÇÕES NA FO 
 Podem estar relacionadas às condições gerais do paciente, ao tipo de afecção cirúrgica e ao 
procedimento técnico adotado. Podem ser físicos, comportamentais e emocionais. 
 Destacam-se: 
 IDADES EXTREMAS: menor 1 ano, formação de barreira cutânea se desenvolve até os 12 meses após 
o nascimento, há imaturidade da epiderme, suscetível ao trauma, absorção percutânea de 
medicamentos, imaturidade do estrato córneo que é delgado, perdendo mais água. Maiores de 50 anos, 
possuem o processo natural do envelhecimento, que proporcionam alterações em todas as células, 
incluindo da pele, reduzindo a espessura, números de fibroblastos, sendo mais acentuado após os 60 
anos; há lentidão das respostas inflamatórias. Afetam o processo de cicatrização por redução da 
produção de colágeno, queratina, elastina, enfraquecimento da junção dermoepitelial e 
dermoepidermal, neutrófilos e macrófagos comprometendo fagocitose e produção de fatores de 
crescimento; e possuem maior taxa de infecção. 
 ESTADO NUTRICIONAL: principal influência sobre o êxito da cicatrização de feridas. Deficiências 
nutricionais impedem proliferação de fibroblastos, síntese de colágeno e epitelização, interferindo 
principalmente na fase inflamatória e proliferativa da cicatrização. A cicatrização requer aporte 
nutricional adequado de proteínas e calorias, além de vitaminas A, B, C e os minerais Zinco e Ferro. 
O aporte inadequado influenciam na cicatrização e tornam propícias a complicações na FO. 
 OBESIDADE: frequentemente proporciona complicações na ferida, incluindo infecção, hematoma, 
seroma e deiscência. É fator de risco para outras doenças que inferem em complicações da FO. Atua 
como doença imunossupressora, causando a inibição da reação inflamatória e, consequentemente, 
retardo na cicatrização. Está relacionada com várias complicações PO, especificamente em relação à 
cicatrização de feridas, pois há uma insuficiência vascular, alterações anatômicas, modificações 
celulares, estresse oxidativo, alterações na liberação de mediadores imunológicos, além de deficiências 
nutricionais que geralmente quando idosos possuem. 
 MEDICAMENTOS: podem ter impacto significativo na cicatrização de feridas, dentre eles 
glicocorticoides, anti-inflamatórios e quimioterápicos. Corticosteroides podem interferir tanto na 
resposta inflamatória e na proliferação celular do processo cicatricial, como na formação do coágulo, 
formação plaquetária, neoangiogênese, produção da matriz, fibroblasto e colágeno. Podem prolongar 
o processo da ferida, causar uma formação incompleta do tecido de granulação e contração da ferida, 
além de aumentar o risco de infecção. Os quimioterápicos inibem o DNA e RNA ou a síntese proteica, 
reduzindo a neovascularização da ferida, atrasam a migração celular da ferida, reduzem a produção de 
colágeno, prejudicam a proliferação de fibroblastos e inibem a contração da ferida. 
 DIABETES: hiperglicemia PO é definida como níveis de glicose acima de 200mg/dl nas 48h que 
sucedem a cirurgia. Está associada à diminuição da força tênsil da ferida e significativa redução da 
capacidade fagocitária dos neutrófilos podendo fazer com que a ferida tenha maior risco de infecção e 
deficiência no processo de cicatrização. 
 TABAGISMO: PO: atraso na cicatrização de feridas. Aumento nas complicações: infecção, deiscência 
da FO e anastomose, necrose dos retalhos e diminuição na resistência à força tênsil na incisão devido 
diminuição da produção de colágeno, podendo resultar em problemas estéticos. Fase inflamatória: 
provoca prejuízo na migração das células de defesa do sangue, resultando em menor número de 
monócitos e macrófagos no sítio da ferida e redução da atividade bactericida dos neutrófilos. A função 
dos linfócitos fica comprometida, a detecção de bactérias Gram-negativas pelos macrófagos é inibida. 
Tudo isso resulta em cicatrização inadequada e aumento do risco de infecção oportunista na ferida. 
Fase proliferativa: a exposição ao fumo produz diminuição da proliferação e migração de fibroblastos, 
produção da matriz extracelular, contração da ferida, levando à dificuldade na regeneração epitelial e 
equilíbrio das proteases. O fumo ocasiona vasoconstrição periférica, reduz significamente a tensão de 
oxigênio subcutâneo, durante cerca de 30-45min após cada cigarro, e a síntese de colágeno tipo I. 
 Nicotina: afeta a atividade dos macrófagos e reduz a epitelização e a contração da ferida. Provoca 
vasoespasmo, reduzindo acentuadamente a circulação sanguínea, aumentando a viscosidade. Possui 
efeito transitório sobre o microambiente do tecido e um efeito prolongado sobre as funções das células 
inflamatórias e reparadoras, levando a atrasos na cicatrização e complicações. Atua como depressora 
do apetite, uma vez que se verificou deficiências de Vit. B1, B6 e B12 quando comparado com não 
tabagistas. 
 CONSUMO DE BEBIDA ALCOÓLICA: diminui a resistência do apetite, aumenta a suscetibilidade da 
ferida à infecção, inibição da angiogênese, produção de colágeno e fechamento da ferida. A dose e 
tempo de consumo são correlativas com a intensidade das complicações, podendo levar até ao Delirium 
Tremens. 
 
PROCEDIMENTO TÉCNICO ADOTADO 
 Tempo de internação pré-operatória: quanto maior o tempo de internação, maior a incidência de 
infecção, devido aquisição da microbiota hospitalar pelo paciente aumentando a colonização 
proporcionalmente ao tempo de internação. 
 Banho pré-operatório: deve ser feito no dia da cirurgia ou na noite anterior, com água e sabão, mas 
em casos de implantes e surtos é ideal que seja realizado com antissépticos (como clorexidine 
degermante). Deve ser trocado o lençol da cama e a roupa após o banho. 
 Tricotomia: pode ser necessária para melhor visualização, acesso do local a ser operado, entretanto 
pode aumentar o risco de infecções, onde microescoriações causadas na pele devido a raspagem podem 
acelerar o processo de multiplicação das bactérias, particularmente se for realizada várias horas antes 
da cirurgia, devendo ser realizada o mais próximo do horário da cirurgia, no máximo 2h, caso seja 
realmente necessário e, com tricotomizadores elétricos. 
 Preparo pré-operatório da pele: o uso de antissépticos pode reduzir o número de microrganismos em 
volta da incisão. No CC é realizada uma antissepsia rigorosa da pele a ser incisionada. 
 Antibióticoprofilaxia: não substitui as boas práticas de controle de infecção. O uso de antibiótico para 
prevenir infecções na FO tem indicação com base no risco de infecção ou na gravidade, devendo ser 
realizada de 30-60min antes da incisão cirúrgica a fim de que atinja sua meia vida e com isso exista 
concentração tecidual adequada. Em cirurgias prolongadas com grande perda volêmica ou em casos 
de pacientes obesos grau 3 é recomendada uma 2ª dose no intraoperatório. 
CURATIVO 
 Coberta com compressas de gaze estéril; o uso
de antibióticos tópicos não é recomendado; exame 
direto da ferida e da pele adjacente; cobrir as incisões cirúrgicas com curativo oclusivo absorvente e 
estéril no final da operação; usar uma técnica asséptica sem toque para trocar ou remover curativos de 
feridas cirúrgicas; não se utilizam agentes antimicrobianos tópicos em feridas que cicatrizam por 
primeira intenção para reduzir o risco de ISC. 
- Manter a incisão fechada com curativo estéril pelas primeiras 24-48h. Manter o curativo seco e não 
remover durante o banho. 
- Lavar a mão com antisséptico antes de manipular o curativo ou sítio cirúrgico. 
- Orientar o paciente e familiares sobre como cuidar da cicatriz e identificar SS de infecção e a quem 
e onde reportar esses achados. 
ESTADO EMOCIONAL: 
estresse e ansiedade 
têm sido identificados 
como fatores de risco 
para o agravamento ou 
atraso na cicatrização 
de feridas. Provocam 
alterações hormonais, 
inibem o sistema 
imunológico, 
diminuem a resposta 
inflamatória e 
reduzem o processo 
fisiológico da 
cicatrização. 
 
RETIRADA DE PONTOS 
 Ocorre após a cicatrização da ferida, varia de 7-10 dias; 
 Antes da retirada: observar e todos os pontos estão secos e cicatrizados; 
 Em caso de sinais flogísticos não retirá-los; 
 O número de pontos deve ser contado antes e após a remoção; 
 Em suturas contínuas, inicia-se a retirada por uma das extremidades da incisão; 
 Para suturas não contínuas, inicia-se a retirada dos pontos pelo ponto central, extraindo-se os 
demais pontos intercaladamente. 
 Recomenda-se 3-5 dias para face; 
 7 a 10 dias para couro cabeludo, dedos, tórax, mãos e extremidades inferiores; 
 10-14 dias para região dorsal, antebraços e pés; 
 Na região do pescoço, 6-10 dias; 
 Abdome 7-10 dias.

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