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A violação ao direito à intimidade e suas consequencias

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TEMAS PARA ESTUDOS DISCIPLINARES (ED)
DEPENDÊNCIAS - DP E ADAPTAÇÕES - ADPT 
1ºsem – O direito Romano e sua influência no mundo 	
	DATA DE ENTREGA:
__/__/___
2ºsem – O princípio da igualdade e o preconceito
3ºsem – O direito à vida e o nascituro 
4ºsem – A importância da jurisprudência no mundo jurídico
5ºsem – O direito ao esquecimento e sua implicação nos direitos da personalidade 
6ºsem – A violação ao direito à intimidade e suas consequências 
7ºsem– O dolo e o homicídio “praeter doloso”
8ºsem– Jogadores de futebol e o contrato de trabalho
9ºsem– A previdência privada e suas implicações legais
10ºsem– Testamento e suas formalidades 
 ESTUDOS DISCIPLINARES	 Campus Norte - Direito
O Trabalho deverá ser feito da seguinte forma:
1- CAPA (Contendo Nome, RA, Turma, Código da disciplina, semestre atual e ano grade)
2 – O trabalho deverá conter:
A) Introdução
B) Resenha
C) Abordagem precisa sobre o tema
D) Conclusão
E) Bibliografia em ordem alfabética e, no mínimo 10 autores.
Os trabalhos deverão conter no mínimo 4 laudas.
Poderão ser entregues na forma manuscrita ou digitadas 
OBS: Importante: os trabalhos que não cumprirem RIGOROSAMENTE esses requisitos serão automaticamente reprovados.
A nota será atribuída de acordo com os seguintes critérios:
1 – Trabalhos com plagio parcial ou total, nota zero. 
Obs: Quando o aluno utilizar pensamentos de doutrinadores, deverá mencionar a obra e autor.
 2 – Cada um dos itens mencionados nas letras “A” a “E” terá atribuição de 2,0 pontos na avaliação, totalizando 10,0 pontos.
FICHA
Cada trabalho (TEMA) deverá ser entregue junto com (3) três fichas da atividade equivalente a DP que possui (ED e/ou APS).
A ficha deve estar preenchida corretamente com:
Nome.
Código da disciplina.
Turma.
Semestre a que disciplina pertence.
Semestre atual do aluno.
Curso.
Período.
Matrícula.
Ano grade.
NOME: Rebeca Tanaka de Carvalho Lima 
RA: B8380f-9
TURMA: 10/TT0P20
PERÍODO: ( ) MATUTINO
 ( x ) NOTURNO
DISCIPLINA: ED – A violação ao direito à intimidade e suas consequências
CÓDIGO DA DISCIPLINA: 548Q
 
 
 2020/2
Introdução – 
"Na expressão ‘direito à intimidade’ são tutelados dois interesses, que se somam: o interesse de que a intimidade não venha a sofrer agressões e o de que não venha a ser divulgada. O direito, porém, é o mesmo. (...) No âmbito do direito à intimidade, portanto, podem ser vislumbrados estes dois aspectos: a invasão e a divulgação não autorizadas da intimidade legitimamente conquistada."
Resenha 
Há várias gerações vem-se discutindo os limites da vida privada e a pública. A proteção do segredo que vem há séculos, tendo como fonte principal de análise as correspondências, ainda que uma forma primitiva, todavia o objetivo principal era a proteção do seu conteúdo em face de terceiros que de alguma forma buscavam desvendar a mensagem ali posta. Na contemporaneidade não é diferente a incessante busca pelo que é alheio, e constantemente se vê violada a vida intima das pessoas. Diante dessa invasão alheia ao que é privado, inerente somente a algumas pessoas, ou quando muito a apenas uma pessoa, esse direito protegido da esfera privada foi albergado pela Constituição Federal, Código Civil e por outras tantas legislações especiais que proporcionam uma especial proteção ao sigilo.
Inviolabilidade à intimidade 
A vida privada é aquela que “integra a esfera íntima da pessoa, porque é repositório de segredos e particularidades do foro moral e íntimo do indivíduo”. A Constituição Federal não considerou isso, partindo da constatação de que a vida das pessoas compreende dois aspectos: um voltado para o exterior (relações sociais e atividades públicas); e outro voltado para o interior (membros da família e amigos), sendo esta última inviolável nos termos da Constituição (art. 5º, X), defendendo a liberdade da vida privada e o segredo da mesma, este último sendo a expansão da personalidade, não podendo sofrer os atentados de divulgação (levar ao conhecimento do público eventos relevantes da vida pessoal e familiar) e da investigação (pesquisa de acontecimentos referentes à vida pessoal e familiar).
A honra é o conjunto de qualidades que caracterizam a dignidade da pessoa, o respeito dos concidadãos, o bom nome, a reputação. É direito fundamental da pessoa resguardar essas qualidades.
A inviolabilidade da imagem da pessoa, segundo Adriano de Cupis, “satisfaz uma exigência espiritual de isolamento, uma necessidade eminentemente moral”.
Vida Privada
A Constituição Federal também considerou a inviolabilidade da vida privada (art. 5o, X). A princípio, conforme o dicionário Aurélio, intimidade e privacidade são sinônimos, mas o código não seguiu a mesma linearidade, conforme aponta José Afonso da Silva (2015, p. 210):
“Deu destaque ao conceito, para que seja mais abrangente, como conjunto de modo de ser e viver, como direito de o indivíduo viver sua própria vida.”
Portanto, a esfera íntima trata-se da questão psicológica individual da pessoa e dos seus pensamentos e sentimentos em relação à identificação com a sociedade em sua volta. Já a 
esfera privada compreende os hábitos, vícios e opiniões do indivíduo a respeito das mais variadas questões e dos pensamentos e desejos a respeito da sua própria intimidade. Assim, pode-se dizer que a intimidade está no interior da privacidade.
Citando novamente o doutrinador Jose Afonso da Silva, a vida pessoal compreende dois âmbitos: a vida exterior, voltada para as atividades públicas com a participação de terceiros; e a vida interior, de cunho privado, abrangendo as relações sociais íntimas da pessoa, ou seja, da vida privada.
Ainda de acordo com o mesmo autor, a divulgação e a investigação fazem parte do segredo da vida privada, cuja definição do professor se resume:
“... é a condição de expansão da personalidade. Para tanto, é indispensável que a pessoa tenha ampla liberdade de realizar sua vida privada, sem perturbação de terceiros.”
À vista disso, é dever da lei proteger e assegurar a vida privada da pessoa. A divulgação, embora pública, precisa ser tratada com cautela para que não afete sua moral psicológica ou física e nem a de sujeitos próximos àquela, o mesmo servindo para a investigação. Sobre tal situação, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino apontam (2011, p. 135):
“No entendimento da Corte Suprema, a mera publicação não consentida de fotografias gera o direito à indenização por dano moral, independentemente da ocorrência de ofensa à reputação da pessoa, porquanto o uso indevido da imagem, de regra, causa desconforto, aborrecimento ou constrangimento ao fotografado, que deve ser reparado.”
Podemos concluir que a vida privada é um aspecto mais abrangente quando relacionado à intimidade, pois é só de interesse da pessoa em revelar as informações, seja sobre si mesmo ou de terceiros, para o público. Levando em consideração esse fato, o debate a respeito da atualidade tem que ser levado em conta, já que a vida privada está ficando cada vez mais encolhida pela circulação da informação quase que instantaneamente via aparelhos eletrônicos e câmeras vigiando a vida social.
Neste aspecto, o escritor George Orwell em sua obra “1984”, obteve êxito ao retratar sobre o mecanismo de controle do chamado “Big Brother” (Grande Irmão) com a sintética frase: “está de olho em você”.
Direito à honra
O direito à honra, à reputação ou consideração social, abrangendo a honra externa ou objetiva e a interna ou subjetiva permanece como um direito de personalidade, que se reporta ao âmbito do direito civil, mas por ter sido recepcionado pela Constituição Federal (inciso X, do art. 5º, CF), como integrante dos direitos fundamentais, gera a exigência de sua observância, ou seja, um efeito inibitório, chilling effect, não só perante os particulares, mas também sobre a esferapública.
Honra, proveniente do latim honor, é a própria dignidade de uma pessoa que vive em sociedade de maneira honesta, com probidade, pautando seu modo de vida dentro dos ditames da moral. 
De acordo com o jurista italiano Adriano de Cupis a honra é a dignidade pessoal refletida na consideração dos outros (honra objetiva) e no sentimento da própria pessoa (honra subjetiva). No âmbito da pessoa jurídica, essa também pode ser objeto de ofensa à sua honra pois apesar de que não tenha sentimento da própria dignidade, sua reputação pode ser afetada com tal violação.
Entretanto, ainda que a conduta de determinado cidadão não esteja conforme a conduta que a sociedade ou a respectiva comunidade tenha adotado como parâmetro de honorabilidade ou probidade, ainda que se comporte de forma a não incorporar seus atos com sua dignidade: não há que desconsiderá-la. Nesse diapasão, há de ressaltar a lição de José Martinez de Píson Cavero:
Baseada a honra na dignidade da pessoa, inerente a sua própria condição, não se pode negar que, de acordo com o texto constitucional, o ataque à honra será aquele que o seja àquela dignidade, independentemente dos méritos ou deméritos ou qualquer outra circunstância: assim, chamar prostituta uma mulher pode ser constitutivo de delito de injúria se esta expressão ataca a sua dignidade pessoal, independentemente de que exerça tal "profissão", já que proferir tal expressão, em determinadas circunstâncias, pode-se considerar lesivo a sua dignidade, porquanto supõe desprezo ou deshonra.
Na constituição brasileira de 1988 o legislador não excluiu a limitação da liberdade de expressão, quando se tratar de direitos da personalidade, tais como o direito à honra (§ 1º, art. 220, CF).
A situação de tensão entre esses direitos e o direito à livre expressão vem sendo debatida nos tribunais de diversos Estados democráticos, já que valores de alta relevância para a manutenção da democracia como a liberdade de expressão e a preservação de direitos individuais, muitas vezes, se colocam em posição antagônica, exigindo uma análise mais atenta em cada caso concreto. O que não se deve fazer é estabelecer um parâmetro para a resolução de colisão de direitos fundamentais, aferindo arbitrariamente os interesses em conflito.
Portanto, para que a liberdade de expressão prevaleça sobre o direito à honra, em caso de colisão entre esses dois direitos, devemos considerar se o ato informado tenha relevância pública para a formação da opinião daquela respectiva sociedade ou se a pessoa afetada pela informação publicada era realmente pessoa que estaria sujeita à transparência e publicidade de seus atos e consequentemente, ao escrutínio público. Somente diante de tal análise poderemos ofertar maior ou menor amplitude do direito à honra sobre o direito à liberdade de expressão ou, ao contrário, ultrapassar a livre expressão, tornando tênue o direito à honra.
Direito à imagem, dano material, moral ou à imagem
1- Direito personalíssimo; 2- resguardado pela constituição (art. 5, V e X); 3- direito de primeira geração; 4- expressão artística, intelectual, cientifica.
É imprescindível que seja reconhecida a imagem da pessoa. Tal direito é de ordem personalíssima, ou seja, só pode ser exercido, resguardado, e até, comercializado (obras de autoria) por seu único titular. Direito este que é tutelado pela Constituição de 1988 em seu artigo 5º, V e X:
O inciso V diz que: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”. Nesse caso, sempre que uma pessoa for vítima de injúria, difamação ou calúnia, seja por meios eletrônicos ou de radio fusão ou televisivo, caberá direito de resposta e ainda, direito à determinada indenização. Pois, um importantíssimo bem, e daí sua tutela pela Constituição, fora lesado por outrem, e isso o direito não deve permitir. Já o inciso X afirma: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a 
imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Em decorrência de seu caráter subjetivo, a imagem é uma conquista burguesa e liberal, e, portanto, classificada como um direito de 1ª geração. Pode, ainda, o seu titular, se assim desejar, dispor que o uso de sua imagem tenha caráter econômico, como trabalho, ou que seja usada para fins acadêmicos, científicos ou meramente amistosos.
Muito se fala, principalmente após a promulgação da Constituição Federal de 1988, sobre dano moral. Este é, sem dúvida alguma, um dos temas jurídicos que mais despertou interesse dos juristas e aplicadores do direito hodierno. Felizmente, já vemos no dia a dia pessoas das mais variadas classes sociais bradando, defendendo em alto e bom som aquele seu patrimônio ideal de toda sorte de ameaças e lesões. Isso significa que o constituinte não fez outra coisa, senão garantir no texto de nossa Carta Magna aspirações há muito existentes no seio da sociedade.
Diversas discussões a respeito do dano moral estão presentes em livros e processos no Brasil. Problemas como a valoração desse tipo de dano, os critérios para sua devida apreciação e os efeitos a serem almejados pela condenação são apenas alguns dentre muitos que ainda não restam pacificados. Entretanto, o conceito e a abrangência desse tipo de violação já contam com um certo consenso no direito mundial e pátrio.
Entende-se como dano moral todo aquele que não venha a afetar o patrimônio material da vítima. Ou seja, abrange a dor física e psíquica, constrangimento, raiva, angústia, aflição, vergonha, sentimento de humilhação, etc. Enfim é tudo aquilo bastante o suficiente para causar uma repercussão negativa no íntimo da vítima. Nossa Constituição em dois incisos de seu art. 5º trata expressamente desse tipo de dano e vai além. Inova de forma bastante salutar ao estabelecer também a indenização por dano à imagem. Eis o texto constitucional: (Art. 5º, V CF)- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
“Os direitos à intimidade e à própria imagem formam a proteção constitucional à vida privada, salvaguardando um espaço íntimo intransponível por intromissões ilícitas externas” – Alexandre de Moraes.
Conclusão
Verifica-se que o direito à intimidade, honra e imagem são direitos fundamentais, com proteção na esfera constitucional e infraconstitucional, sendo que sua violação resulta não apenas no direito e resposta da vítima, mas também indenização por danos materiais e morais decorrente da conduta violadora.
Bibliografia 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1999.
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado. 7aed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO: 2011
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 38ª ed. São Paulo: Malheiros Editores: 2015
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2005
GONÇALVES. DE CUPIS, Adriano. Os Direitos da Personalidade, tradução de Adriano Vera Jardim e. Antonio Miguel Caeiro, Lisboa: Livraria Morais Editora.
1. DOTTI, René Ariel. “Proteção da Vida Privada e Liberdade de Informação”. São Paulo: Ed. RT, 1980.
 O Direito de Estar Só: Tutela Penal da Intimidade, 1995, p.34.
SILVA, José Afonso da. “Curso de Direito Constitucional Positivo”. 38ª edição. Ed. Malheiros, 2014, p. 210.
 CUPIS, Adriano de. “Riservatezza e sefreto (Diritto a)”, in Novissimo Digesto Italiano. Torino: UTET, 1969, p. 117.
CUPIS, Adriano de. “Riservatezza e sefreto (Diritto a)”, in Novissimo Digesto Italiano. Torino: UTET, 1969, p. 11

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