Prévia do material em texto
História do Direito 1º Semestre Conceito de Direito Romano: -Direito Romano, como qualquer direito dum povo, é um conjunto de normas ou regras de caráter social. -O Direito Romano é portanto o direito do povo romano. -Todos os povos possuem ou possuíram as suas normas. Várias acepções em que pode ser tomada a expressão “direito romano”: -Direito romano em stricto senso, é o conjunto de normas jurídicas que vigoraram em roma e nos seus territórios até à morte de Justiniano. Esse conjunto de normas jurídicas encontra-se hoje no corpus iuris civilis, cujo é a fonte principal, embora não exclusiva do direito romano. -Direito romano em lato senso, é a tradição romanista, abrange o período de 14 séculos, mas sobretudo o período que vai desde a recepção do direito romano até aos nossos dias. -Direito romano em senso latíssimo, compreende tanto o ius romanum stricto senso com a tradição romanista. Épocas históricas do Ius Romanum: -O ius romanum nasce, cresce, atinge o apogeu, decai e depois retoma a uma fase de certo esplendor para depois se codificar -O critério político divide o direito romano em 4 fases, a época monárquica, a época republicada, a época imperial e por fim a época absolutista. -O critério normativo divide entre, o direito romano constuetudinário, o legítimo, jurisprudencial e por fim o constitucional. -O critério jurídico externo divide entre, o direito romano nacional, o universal e o oriental -O critério jurídico interno (é este que vamos utilizar), divide o direito romano entre a época arcaica, clássica, post-clássica e justinianeia A época arcaica: -É o período da formação e do estado rudimentar das instituições jurídicas romanas, sobre as quais muitas vezes só se podem formular hipóteses devido à escassez de documentos -Tem como característica principal a imprecisão, não se vê ainda muito bem o limite entre o jurídico, o religioso e o moral. -Existem duas etapas dentro da época arcaica: I- Desde o início até à criação do pretor peregrino, é o período do ius civile exclusivo. É um direito fechado, privativo dos cives, ficando os non cives (ou peregrini) de fora II- As novas necessidades comerciais e o desenvolvimento da vida civil e comercial, exigem do ius romanum a regulação das relações entre cives e peregrini, e entre os próprios peregrini. É criado então o pretor peregrini e inicia-se a formação do ius gentium a par do ius civile. A época clássica: -É o período de verdadeiro apogeu e culminação do ordenamento jurídico romano. A época clássica é portanto muito justamente considerada modelo e cânon comparativo para as épocas posteriores e etapa final da evolução jurídica precedente (tudo o que é posterior a esta época, não tem tanta qualidade, pelo facto desta época ter sido o apogeu e pico da evolução e perfeição jurídica) -Tem como características principais a sua precisão e exatidão. É portanto a época onde se encontra a grandeza do direito romano. A iurisprudentia (ciência jurídica) da época clássica é permantentemente fecunda e criadora. -A época clássica divide se em três etapas: I- Pré-clássica- Período intenso de desenvolvimento ascensional em direção ao estado de grandeza que é atingido na etapa seguinte; II- Clássica central- Período de esplendor e de maior perfeição do direito romano. III- Clássica tardia- Período em que já se nota uma decadência, manifestada na falta de génio criador. Os jurisconsultos deste final de época dedicam-se às obras de compilação (repetir e coordenar o que os antigos mestres disseram) em vez de obras de comentário. A época post-clássica: -Aquele génio intuitivo, subtil e criador dos juristas anteriores já não existe. Há apenas reelaboração anónima dos textos anteriores, sem personalidade. As obras produzidas são do tipo das compilações e do tipo dos resumos, acompanhados por vezes de pequenas alterações -Esta época tem como característica geral a confusão, de terminologias, de conceitos, instituições e por vezes até confusão de textos. Verifica-se tanto no ocidente como oriente. -No entanto, esta época em cada território teve as suas características especiais: -No ocidente a confusão verifica-se de forma mais acentuada em 395. Verifica-se uma verdadeira corrupção do direito romano sob a ação de vários fatores, dos quais os mais importantes, a influência dos direitos locais dos povos dos territórios dominados pelos romanos, e dos direitos bárbaros que ameaçavam cada vez mais invadir o império. -Chamamos portanto ao direito post-clássico ocidental, direito clássico corrompido, ou direito romano vulgar. No ocidente portanto, a confusão da época post-clássica resultou num vulgarismo do direito romano clássico -No oriente, a confusão da época post-classica manifesta-se através duma reação contra certas manifestações vulgaristas isoladas. Nisto consiste o surgimento do classicismo, uma tendência que pretende imitar e valorar o clássico de forma a lutar contra a vulgarização. O direito romano recebe portanto uma influência grega, helenização do direito romano. A época justinianeia: -Quando Justiniano sobe ao poder, este manifesta a sua grande aspiração de restaurar a unidade do império, através das armas, da política e da legislação -Justiniano só consegui triunfar no campo jurídico, este elaborou uma coleção de ius e de leges, chamado Corpus Iuris Civilis, o tesouro mais precioso da romanidade segundo Sebastião Cruz. -A característica geral da época justininaneia é a atualização e compilação do ius romanum, seguindo o direito clássico como inspiração. Relação entre o Ius Romanum e Imperium -O direito romano apresenta-se-nos como uma expressão do poderio político de roma Monarquia -Roma nasce , politicamente como um estado cidade (civitas) -O poder político (soberania) está repartido em três órgãos, rei, senado e povo Rei-Diretor ou reitor da civitas, não é hereditário, só era considerado rei depois de investido pelo povo reunido no comício das cúrias -O poder residia no povo e este era o que o transmitia ao chefe Senado-Assistiam o Rex. Ao inicio era formado pelas gentes fundadoras da civitas, depois por homens experimentados da vida. Era uma assembleia aristocrática. Os plebeus de início não podiam fazer parte do senado -É das instituições políticas mais antigas de roma. -A resposta do senado era chamada de senatusconsultum Povo-Faziam parte da sociedade romana, eram tão cidadãos como os patrícios. O povo exercia os seus direitos manifestando a sua vontade em assembleias denominadas comícios (comitia) República -Não sofre grandes alterações em relação à monarquia, nos seus primeiros tempos -O poder supremo não reside só num chefe, mas em dois, o Rex e os cônsules (eleitos pelo povo) -A constituição republicana tem então três grandes elementos. As magistraturas, o senado e o povo. Subsitiuem os elementos monárquicos, aristocráticos e o democrático. Magistrados-De início são verdadeiros detentores do imperium (o imperium é um poder absoluto, um poder de soberania, os cidadãos não podem opor-se ao imperium). -As magistraturas importantes eram a dos cônsules, a dos censores, a dos pretores a dos questores e a dos edis curis. -Os magistrados tinham o poder de potestas- representar o populus romanus. O poder de imperium- poder de soberania (comandar os exércitos, convocar o senado, as assembleias populares e administrar a justiça). Tinham também o poder de iurisdictio- poder de administrar a justiça duma forma normal ou corrente -O pretor era um magistrado que possuía esses 3 poderes, essa é a magistratura que mais nos interessa Pretor-Magistrado especificamente encarregado de administrar a justiça duma forma normal ou corrente nas causas civis. Fase in iure- analisado o aspeto jurídico em causa, aqui se verificava a iuris dicere, afirmação solene da existência ou não existência de direito. Pra isso o pretor tinha a iuris dicere, que concretizava-se numa iudicare iubere dirigido ao juiz pelo pretor para o juiz proferir a sentença neste ou naquele sentido Apud iudicem- não há um iuris dicere, sóum simples iuris dicare, ou seja aplicação do direito (julgar, decidir) -De início só havia um pretor, o urbano, encarregado de organizar dentro das normas do iuris civile. Depois, surgiu o pretor preregrino, incubido de organizar dentro das normas do ius gentium (ou em processos que pelo menos uma das partes era peregrino) -Sempre que se fala de pretor sem mais nada, etende-se o pretor urbano. -O pretor era o intérprete da lex mas sobretudo o defensor do ius. Senado- O segundo elemento da constituição republicana. Era constituído pelas pessoas mais influentes da civitas e tinha um caráter verdadeiramente aristocrático. Estavam reunidos nele, a autoridade, a riqueza e o saber técnico. Não possuía imperium mas possuía autorictas. -As suas decisões (senatusconsulta) tinham a forma de conselho mas eram verdadeiras ordens. O senado tinha auctoritas patrum. Ou seja, o povo nos comícios agora limita-se a sancionar aquilo que na realidade é a vontade dos senadores ou magistrados Povo- Reúne-se em assembleias ou comícios cujos poderes são essencialmente o de eleger certos magistrados, e o de votar nos termos acima referidos, as leis propostas por aquele magistrados. -3 espécies de comitia, curiata (começa a entrar em decadência) centuriata (elegia cônsules, pretores, ditadores, censores e votava as leis propostas por estes magistrados) e por fim, tributa (elegia alguns magistrados menores qye votavam certas leis). Havia também os concial plebiscita cujas decisões eram denominadas plebiscita. -A república fundava-se então em 3 grandes forças, o imperium dos magistrados, a auctoritas do senado e a maiestas do populum Principado -A constituição republicana torna-se insuficiente para as novas realidades e entra em crise, devido ao alargamento do território, as novas classes sociais que surgem, revolta dos escravos, etc. -A sociedade vê Octavio como o primeiro dos cives, Octávio César Augusto torna-se portanto o prínceps civitatis, indicado para restaurar a paz, a justiça e vencer o caos moral. Prínceps- figura central da nova constituição política. Não é um magistrado, é investido de um imperium especial. As antigas magistraturas estão agora subordinadas ao prínceps numa situação de colaboração forçosa. Senado- a princípio ganha uma certa importância, durante um século os senatusconsultum têm caráter legislativo, mas no tempo de Augusto perde grande parte da sua autoridade política que vai sendo transferida para o prínceps. No final do principado, os senatusconsulta são meros duscursos do imperador Povo- os comitia não foram abolidos mas deixam de funcionar. As suas atribuições passam para o senado, e sobretudo para o exército -A verdadeira característica do principado é a criação de um corpo burocrático de cidadãos à volta do prínceps e subordinados a este. -Governadores das províncias- A princípio, o governo de todos esses territórios era confiado pelo senado a um magistrado dotado de imperium, mais tarde, Augusto reserva para si a nomeação direta dos governadores daquelas províncias. Dominado -Diocleciano sobe ao poder e declara-se deus, com respetivo direito a uma adoratio. O seu poder não provém duma lex curiata de imperio mas de uma investidura divina. -Várias crises, o império divide-se. Queda do império romano do ocidente -Em 476, roma cai definitivamente Queda do império romano do oriente -Conserva-se por mais um milénio -Desaparece em 1453 Fontes do Ius Romanum -Fonte de direito romano é tudo aquilo onde nos aparece algo para o ius romanum; ou produção ou modos de formação ou mero conhecimento -Há três espécies de fontes do ius romanum. As fontes existendi (órgãos produtores das normas jurídicas), as fontes manifestandi (modos de produção ou formação das normas jurídicas, e por fim, as fontes cognoscendi (os textos onde se encontram as normas jurídicas) -Interessa-nos também saber quais são em concreto as fontes do ius civile e do ius praetorium. As fontes do ius civile é o que provém das leis, dos plebiscitos dos decretos dos príncipes(constituições imperiais), da autoridade dos prudentes(iurisprudentia). As fontes de ius praetorium é o que os pretores introduziram com a finalidade de ajudar(interpretar) ou de integrar ou de corrigir o ius civile por razões da utilidade pública. Costume -É a primeira fonte manifestandi, a sua fonte existendi é o populus. -Tal como todos os direitos primitivos, o direito romano também começou por ser consuetudinário, ou seja, um direito cuja fonte única é o costume. -Existem três palavras para se referir costume. Usus, Mores maiorum e consuetudo. -Usus é poucas vezes usada no sentido de verdadeira fonte de direito. Usa-se mais para se falar de um hábito de agir sem que isso constitua uma obrigação ou dever -Mores maiorum foi a primeira palavra para exprimir a ideia de costume, significa a tradição duma comprovada moralidade, ou seja, uma tradição que se impunha aos cidadãos como norma e como fonte de normas nas suas relações recíprocas, principalmente limitando o exercício de cada um.(não se deve pensar em mores maiorum como um direito que espontaneamente do consenso da população) -Consuetudo surge depois de mores maiorum. Designa-se a definir costume no sentido moderno, ou seja, a observância constante e uniforme duma regra de conduta pelos membros duma comunidade social com a convicção da sua obrigatoriedade, quer dizer, de que isso corresponde a uma necessidade jurídica. -No início, a religião, a moral e o direito não se distinguiam uns dos outros, daí que a interpretativo (descoberta do ius nos mores maiorum) estivesse só a cargo dos sacerdotes. Toda a iurisprudentia (ciência jurídica) se limitava à interpretatio. A interpretatio é designada sempre por ius non scriptum, ou seja, costume( mores maiorum) não se identifica com o ius non scriptum. Fases do costume como fonte do ius romanum -Na 1ª etapa da época arcaica temos que distinguir dois períodos: -Antes da lei das 12 tábuas os mores maiorum eram a fonte única de ius romanum -Depois da lei das 12 tábuas os mores maiorum ainda continuam como fonte importante de ius romanum sobretudo em direito público, quanto ao direito privado a fonte principal é agora a lei das 12 tábuas -Na 2ª etapa os mores maiorum como fonte de ius romanum em direito privado reduz se a um mínimo e em direito público ainda prossegue. -Na época clássica os mores maiorum quase desaparecem do ius romanum como fonte autónoma. -Na época post-clássica surge o consuetudo como fonte de direito a enfrentar as constituições imperiais. -A lex é uma das várias fontes de direito, mas não a única nem a mais importante. A lex precisa sempre dum corretivo, e esse corretivo é desempenhado pelo ius praetorium e sobretudo pela iurisprudentia (ciência jurídica). A partir do baixo-império as constituições imperiais tornam-se a única fonte de direito. Surge aí então a consuetudo(costume) como corretivo. Lei das XII tábuas -É a segunda fonte manifestandi, a sua fonte existendi em senso stricto são os comícios, em senso lato são o senado, o imperador e nalguns casos até alguns magistrados. -No início do ius romanum, sempre que se fala de lei etende-se lex rogata, uma determinação geral aprovada oelo povo sob a proposta de um magistrado -tábua 1 a 3- processo civil -tábua 4 a 5- família e sucessões -tábua 6- negócios jurídicos mais importantes -tábuas 7 a 12- direito penal -A lei das 12 tábuas é o ponto de partida para as construções jurídicas posteriores. Esteve em vigor até ao corpus iuris civilis, nunca foi revogada. -Antes da lei das 12 tábuas o ius romanum era um ius consuetudinarium, baseado nos mores maiorum, depois da lei das 12 tábuas, passou a ser um ius legitimum, baseado na lei das 12 tábuas. -A atividade dos iuriprudentes não se extinguiu, agora, em vez de se designar à revelação dos mores maiorum, desigan-se a descobrir o conteúdo da lei das 12 tábuas, esse descobrir muitas das vezes era criar direito novo, pois, os preceitos da lei das 12 tábuas não eram suficientes para ordenar toda a vida jurídica Fontes do ius civileLex -É toda a declaração solene com valor normativo, baseada num acordo entre quem a emite e o destinatário ou destinatários. A lex vinicula aquele que a declara, e aquele ou aqueles que se destina. -Lex privata- declaração solene com valor normativo que tem por base ym negócio privado. Cria direito em virtude do princípio já consagrado pelas 12 tábuas. Cria direito privado. -Lex publica- deriva duma promessa solene da comunidade social, portanto baseia-se num negócio publico. A lex pública é lex rogata. -Lex pública é uma declaração solene com valor normative (sponsion) feita pelo povo (populi) pelo facto de aprovar em comum (communis), nos comícios, com uma autorização responsável (iussum), a proposta apresentada pelo magistrado (rogatio). O magistrado propõe a norma e o povo aprova. -Fases do processo de formação das leges rogatae: -promulugatio- projetos de leges afixados num local público para conhecimento de todos, uma vez promulugado, tornava-se inalterável. -Coniciones- Reuniões em praça pública mas sem caráter oficial ou jurídico -Rogatio- Pedido de aprovação (rogatio)por parte do magistrado (usavam se palavras sacramentais) -Votação- Voto negativo, positivo ou abstenção. -Aprovação pelo senado- A lei é referendada pela autorictas partum -Afixação- num local público em tábuas. -Partes de uma lex rogata: -Prescriptio- uma espécie de prefácio -Rogatio- parte dispositiva da lex -Sanctio- parte final onde se estabelece os termos da sua eficácia e as relações que esta vai ter com outras normas -Classificação das leges rogata quanto à sanction -Em princípio o ius não pode ser alterado por uma lex -Perfectae- são nulos os atos contários às suas disposições -Minus quam perfectae- não se anulam os atos contrários, apenas se impõe sanção aos transgressores -Imperfectae- nem se anulam os atos contrários nem se impõe sanções aos trangressores A partir do baixo império a palavra lege começa a significar constituições imperiais. Ius e ius vetus passa a ser usado para se falar de direito antigo ou tradicional formado pelas leges rogata, senatusconsulto, iurisprudencia, etc. No baixo império a única fonte de direito são as constituições imperiais. Senatusconsultos -Consulta feita ao senado, visto que em tempos iniciais os magistrados eram obrigados a consultar o senado para resolver determinadas questões, no entanto não eram obrigados a seguir os seus conselhos. -Desde que a opinião do senado passou a ter algum valor, senatusconsultus passou a significar uma decisão do senado. -São uma fonte de iuris civile muito importante, mas demoraram lgum tempo até obterem uma categoria de verdadeiras normas jurídicas. -No início limitavam-se a concede autoritas partum às leis comiciais e a fazer recomendações aos magistrados. -Depois, o senado valendo-se do seu prestígio, principiou-se a sugerir aos pretores, e depois até a indicar matérias para os seus edictos. Tornavam-se assim fonte de direito através dos edictos do pretor. No entanto eram fonte mediate,porque a fonte imediata era o edicto. -No início do principado os senatusconsultos já eram fonte imediata de direito. É estranho só começarem a ter folga legislative no principado, mas isto foi uma manobra de Augusto. Ele tinha em ideia tirar o poder legislative do senado quando pudesse, e troca-lo pelo poder de fazer as leis que antes estava no povo. É muito mais fácil o imperador convencer o senado do que o povo. -A partir de Adriano os senatusconsultos já não estabeleciam a norma, o imperador discursava perante o senado, e este limitava-se a aprovar sem qualquer discussão. -A estrutura formal do senatusconsultos é a seguinte: -Praefatio- nome do magistrado convocador e os magistrados que interviram na redação -Relatio- narra os motivos e a proposta apresentada, e ainda a sentença, resolução ou decisão aprovada. -Exemplos de senatusconsultos: senatusconsultum tertullianum: -Concede à mãe sanguínea ou não agnada ou que não é casada, o direito de suceder na herança dos seus filhos, masculinos ou femininos, legítimos ou naturais. Senatusconsultum velleianum: -Proibiu a todas as mulheres o ato de intercession a favor de qualquer homoe, que dizer, proibiu que elas se resposanbilizassem e de qualquer forma, pelas dívidas contraídas pelo homem. Tipos de intercessio: -cumulativa quando se responsabiliza conjuntamente com ele -privativa quando se coloca no lugar do devedor, substituindo-o -tácita quando alguém se obriga por outra pessoa(desde o início) que supostamente seria o devedor original Tipos de adpromissio (responder perante uma dívida com a sua pessoa)(garantia pessoal) -sponsio era só praticada por cives romanos, com invocação dos deuses -fidepromissio era umapromessa com a invocação da deusa fides, admitida por cives e non cives -fideiussio era uma fiança adpromissória acessivel a cives e non cives Tipos de expromissio (responder perante uma dívida com o seu património)(garantia real) -fiducia é a transferencia de propriedade a favor do credor até ao pagamento da dívida -pignus é o direito do credor se apoderar do bem do devedor para o forçar a pagar -hypoteca é uma afetação do bem móvel ou imóvel (ex, retirar os utensílios da lavoura para impedir o uso do terreno agrícola) Senatusconsultum macedonianum: -Proibiu o empréstimo de dinheiro a todos os filiusfamília mesmo que este ocupasse um alto cargo -Surgiu para evitar a devassidão dos filiusfamilia, e afasta-los desse perigo. Constitutiones principum -As constituições imperiais são decisões de caráter jurídico proferidas diretamente pelo imperador. O prínceps é a nova figura central da constituição política em roma, tem um poder quase absoluto. As antigas magistraturas eram agora funcionários executivos de colaboração forçada. -Começaram por ter valor jurídico, de ordem prática -Depois foram equiparadas às leis mas ainda não eram leis -Acabaram por se tornar leis, sendo no fim, a única fonte de direito. Constituições e leis são agora sinónimos. -Partes duma constitution: -Incripto- nome dos imperadores, os autores da constituição -Corpus- parte dispositive onde está a matéria ou conteúdo da constituição -Subscriptio- data e indicação do lugar onde foi escrita -As leis ganharam valor jurídico, porque quando o povo quando viu o imperador carregado de prestígio, autorictas, convenceu-se de que tudo o que ele ordenasse tinha valor de lei. Iurisprudentia -É a ciência do direito -O saber jurídico não é algo simples, é bastante complexo, é uma técnica Fontes do ius praetorium -O pretor é o intérprete da lex, mas sobretudo o Defensor do ius e da justiça, interpretando o ius civile, integrando as suas lacunas e corrigindo as suas aplicaçoes injustas. -O ius honorarium é todo o ius romanum nom civile introduzido pelos edictos de certos magistrados (pretor urbano, peregrino, edis cúris e governadores das províncias) -O ius praetorium é igual ao ius honorarium, eclipsando-o. -O ius praetorium ou honorarium complete e adapta o ius civile -O verdadeiro e primitive ius romanum é o ius civile, no entanto, o ius praetorium também é ius romanum. -Primeiramente o pretor administrava só a justiça, fundada no ius civile. A sua atividade é essencialmente interpretativa (interpretatio) -Depois, baseado na sua soberania (imperium), usa expedientes próprios para criar direito mas duma forma indireta, se uma situação merecia proteção e não estava prevista no ius civile, o pretor colocava-a sobre a alçada do ius civile e vice-versa -Por fim, o pretor baseado na sua iurisdictio, mediante espedientes adequados cria também direito duma forma direta Expedientes do pretor baseado no seu imperium -A stipulation é o negócio jurídico destinado essencialmente para criar obrigações. Pode ser solene(invocação espiritual), formal(realizada entre presentes) e verbal-oral (empregar palavras não escritas mas orais) -A stipulatio praetoria é uma stipulatio como outra qualquer, mas é assim denomidada por ser imposta pelo pretor. -Restitutiones in integrum é um expediente do pretor para alcançaro efeito contrário ao das stipulatios. -Missiones in possesionem é um meio de coação justa que o pretor faz para ordenar fazer determinado ato. -Interdicta era uma ordem sumária dada pelo pretor baseada nose u imperium, para resolver de momento uma situação que tem a protégé-la pelo menos uma aparencia jurídica. Expedientes do pretor com base na sua iurisdictio -Lex aebutia de formulis, agir sob formulas. - O pretor depois desta lei, principou a usar com mais amplitude e à vontade os expedients baseados no seu imperium.