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FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS DISCIPLINA: Gestão de Pessoas PROF.: Ângela Spesiali ALUNAS: Karina Grigório, Larissa Barcelos, Luiza Eduarda, Maria Fernanda Melo, Raphaela Duarte, Talhita Maciel e Tífane Júlia. Gestão de Pessoas na Contemporaneidade Artigo: Home Office: Ferramenta para continuidade do trabalho em meio a pandemia COVID-19. Introdução Devido a pandemia por COVID-19 e a consequente adoção de medidas de isolamento, as organizações, pequenas, médias e grandes passaram a buscar formas de continuar a desempenhar suas atividades e de diminuir os prejuízos, já que, os impactos sentidos estão relacionados desde a cadeia de suprimentos até a queda de demanda, com isso, uma das medidas adotadas é o home office. Em muitas organizações grande parte do quadro de funcionários estão trabalhando nessa modalidade, além disso, eventos foram remarcados e reuniões que antes eram presenciais agora estão sendo via videoconferência. Outras medidas comumente adotadas são férias coletivas, uso do banco de horas, separação de funcionários por turno ou até mesmo desligamento. Por isso, buscar ações e estratégias relevantes faz-se necessário para manter os funcionários e reduzir os impactos sofridos. Home office O advento da tecnologia e o crescimento das redes de comunicação possibilita a adoção de novas formas de trabalho, como o home office, onde as atividades são desempenhadas em casa. A adoção deste pode trazer vantagens tanto para a organização, como redução do custo operacional, uma vez que o funcionário não precisa mais ocupar um local físico na empresa; a transformação dos custos fixos em variáveis, mudança para uma gestão por objetivos e a possibilidade de ganho na imagem aumentando as chances de crescimento dentro da empresa, e para o colaborador que pode ter flexibilidade no horário de trabalho, redução do tempo perdido e redução do estresse causado pelo trânsito, mais oportunidades para a vida social e pessoal aumentando a qualidade de vida. Entretanto, também há desvantagens e diversos desafios a serem encarados nesse contexto. Legislação Atualmente, existe uma legislação brasileira que dá suporte ao home office, respaldando os trabalhadores que precisam exercer suas funções neste regime. Esta atualização da CLT foi realizada em 2017 e diz que tudo que o funcionário utilizar de trabalho remoto será formalizado via contrato, sendo todas as despesas de trabalho organizadas com a empregadora. São aplicadas aos trabalhadores remotos os mesmos direitos dos trabalhadores fixos à empresa, sendo eles folga semanal remunerada, férias e décimo terceiro salário, entretanto, o horário de trabalho passa a ser computado por tarefas, não por horas corridas. No trabalho remoto, não há limite de jornada de oito horas diárias ou quarenta e quatro horas semanais, cabendo à empresa e ao funcionário estabelecer os limites de horários (flexibilização do horário de trabalho). Adaptação à pandemia Com o novo Coronavírus, foram trazidas muitas incertezas, mudança de hábitos, formas de comunicação e de trabalho. Nesse cenário, para continuar suas atividades, muitas organizações e seus funcionários precisaram se adaptar e adequar-se às recomendações dos órgãos públicos: ficar em casa (MORETTE, 2020 apud SANTOS, 2020). A palavra de ordem nesse cenário foi a adaptação. As empresas, da área comercial e serviços, tomaram iniciativas rápidas e conseguiram adaptar seus processos e continuar a prestar seus serviços e comercializar seus produtos, por meio da implantação do e-commerce. Outras organizações passaram a adotar o sistema de home office, a Google Brasil colocou cerca de 1.000 colaboradores em home office. Fabio Coelho, executivo da empresa, relata que a empresa já tinha um plano do que fazer caso o coronavírus chegasse ao Brasil. Por ser uma empresa de tecnologia, já dispunha de equipamentos e software necessários para que todos trabalhassem em casa (TOZZI, 2020 apud SANTOS, 2020). Porém essa não era a realidade de muitas empresas. Júlia Hipólito, da Sídia Samsung, diz que a maioria das organizações não estava preparada para a mudança abrupta do home office. Nem todas dispunham de equipamentos com as configurações necessárias à execução das atividades. Desafios Em primeira análise, as desvantagens que são encontradas pelos gestores dentro das empresas que hoje se dispõem com a maioria dos trabalhadores em home office são supervisionar e controlar o trabalho dos funcionários, a gestão pode sentir-se diminuída por não estar rodeada dos seus trabalhadores , redução do foco na empresa, uma vez que o trabalho remoto cria condições para o funcionário exercer funções em paralelo, e o aumento dos riscos de segurança e confidencialidade das informações. Em segunda análise, outros desafios comuns do trabalho remoto são a falta de supervisão presencial, isolamento social e as distrações no ambiente domiciliar. ● O primeiro desafio do home office está relacionado às lideranças que terão que reaprender gerir a força do trabalho nesse contexto, criando engajamento motivação e acompanhando o trabalho que está sendo executado de forma dispersa( SANTOS,et al 2020). ● O desafio de lidar com a execução das atividades dentro de casa. Sendo assim, os colaboradores precisam administrar sua jornada de trabalho, organizar o trabalho dentro de casa, administrar a proximidade com família e as distrações (SANTOS, et al 2020). ● O outro desafio que podemos destacar refere-se a comunicação. O gestor precisa identificar a melhor forma de comunicação, o horário a dinâmica de maneira que as informações sejam passadas de forma clara e alcance os resultados esperados. ● O home office exige que os gestores criem métodos diferentes dos utilizados tradicionalmente,um novo estilo de administração que dê atenção a questões ligadas ao desempenho aumente, a confiança entre gerência e subordinados e que vise minimizar os pontos negativos. ● O líder precisa compreender as diferenças entre os colaboradores. ● O gestor também precisa ter visão do processo, antecipar os problemas que possam surgir. Júlia Hipólito, da O SIDIA – Samsung Instituto de Desenvolvimento de Informática, diz que o líder precisa ter visão para detectar o que deve ser destravado para dar vazão a produtividade. ● O líder precisa estar atento a motivação da equipe e fazer o uso de ferramentas de motivação. Motivação A motivação como citado anteriormente consiste em uma das principais ações dos líderes e tomou um ponto ainda mais importante durante a pandemia, sendo um grande desafio. Segundo Pérez- Ramos (1990) existe um consenso dentro do meio científico que considera o fenômeno da motivação como um processo de tomada de decisões que faz com que os indivíduos cumpram suas tarefas e desempenhem suas funções na medida de suas melhores capacidades e esforços. Conhecendo mais a fundo sobre esse fenômeno permite, portanto um melhor funcionamento das empresas e um aumento da capacidade de seus indivíduos. Muitassão as teorias envolvidas na definição desse processo, aos quais o autor define como “teorias de conteúdo” que são aquelas caracterizadas por identificar os diferentes tipos de necessidades e os métodos que são utilizados para satisfazê-las tendo a ideia de que é um empregado satisfeito que produz melhor; e as “teorias de processo” tem a atenção focada nas etapas do fenômeno principalmente quais os mecanismos conscientes da tomada de decisões. As duas principais teorias de conteúdo que Pérez-Ramos (1990) cita é a Teoria da Hierarquia de Necessidades formulada por Maslow, nela identifica-se as principais necessidades do ser humano que são classificadas segundo uma escalada ascendente de hierarquização, dessa maneira cada tipo necessidade deve ser satisfeito suficientemente antes do que os outros colocados a níveis mais altos; e a Teoria Bifatorial de Motivação proposta por Herzberg que define que os indivíduos tendem a descrever as experiências positivas dentro do trabalho em termos de fatores intrínsecos (chamados fatores de motivação) que estão relacionados ao conteúdo e a natureza do trabalho e são mais de caráter pessoal como realização, reconhecimento, e etc; e as experiências negativas em relação a fatores extrínsecos (chamados fatores de higiene) que se relacionam às condições do trabalho em si não a tarefa e incluem aspectos da natureza preventiva e ambiental como normas, sistemas de salário e etc. Essas teorias são importantes para identificar quais são os problemas identificados pelos próprios empregados quanto ao trabalho em geral e quanto ao ambiente em si considerando que na perspectiva de um teletrabalho repentino não se tem um ponto de trabalho organizado como antes o que pode gerar dificuldades quanto a realização de tarefas de forma efetiva. A principal teoria de processo citada pelo autor consiste na Teoria da Expectância proposta por Vroom, onde a motivação ocorre por meio da visão que o indivíduo tem da relação entre os esforços que deve realizar para alcançar algum objetivo e o valor que é atribuído a esses esforços. A intensidade desses esforços dependerá da interação de três fatores cognitivos definidos como a Valência (atração ou repulsão percebida); Instrumentalidade (relação entre os resultados que se deseja e a potencialidade de desempenho); e da Expectância (representação antecipada da decisão que vai ser tomada). São esses fatores que vão definir o nível de motivação do indivíduo. Funciona da seguinte maneira: (...) se uma pessoa pensa que tem possibilidade de executar uma determinada tarefa (Instrumentalidade) e que sua efetiva realização poderá levá-la a alcançar uma meta desejada (Expectância), à qual atribui grande valor (Valência), podemos afirmar que essa pessoa está altamente motivada. (PÉREZ-RAMOS, 1990, p. 134) Caso o resultado dessa multiplicação (VxIxE) for baixo ou nulo pode indicar um desfavorável nível de desempenho e produtividade, além de problemas de adaptação ao trabalho que merecem a atenção dos gestores em questão. Conclusão Baseado no artigo, no vídeo de entrevista com Idalberto Chiavenato e nos relatos coletados, podemos concluir que a implementação do home office teve bastante impacto na vida dos colaboradores sejam eles positivos ou negativos, sendo que o papel do gestor é fundamental nessa experiência, trazendo motivação e reconhecimento aos trabalhadores. Foi possível perceber também, a partir dos relatos, uma grande diferença entre os trabalhadores que possuíam uma relação de confiança para com seu líder, no qual os que não possuíam essa relação relataram maiores dificuldades na operação do trabalho remoto. Outro fator percebido foi que quando a equipe já era anteriormente alinhada com o gestor, em relação a feedbacks e atividades, no home office essa característica permaneceu e contribuiu para melhor adaptação do trabalhador no contexto de pandemia. Em suma, a presença de uma liderança comunicativa e interessada nas potencialidades e dificuldades de sua equipe, é capaz de transformar radicalmente a perspectiva dos trabalhadores, os mantendo engajados e produtivos mesmo durante um período de pandemia, onde a fragilidade da população encontra-se elevada. Com isso, é possível refletir também que a implementação futura do home office pós pandemia da COVID-19, depende fortemente da eficiência da liderança que conduzirá essa equipe. Referências PÉREZ-RAMOS, J. Motivação no trabalho: abordagens teóricas. Psicologia-USP, São Paulo, 1(2): 127 - 140, 1990. SANTOS, et al. Home Office: Ferramenta para continuidade do trabalho em meio a pandemia COVID-19. Trabalho de Conclusão de Curso em Pós Graduação em Gestão de Pessoas e Coaching - Faculdade IDAAM. Manaus, jul., 2020.
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