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1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY PATOLOGIA DO ESÔFAGO MATERIAL NO PORTAL (RELATOS DE CASOS) a) CARCINOMA EPIDERMOIDE ESOFÁGICO EM PACIENTE COM ESÔFAGO DE BARRET: O primeiro caso é interessante, já que, o Esôfago de Barret confere risco aumentado ao Adenocarcinoma de Esôfago, e, o paciente no relato tem Carcinoma Epidermoide. b) NEOPLASIA NEUROENDÓCRINA PRIMÁRIA DE ESÔFAGO: Na aula de patologia do pulmão, vimos que o pulmão trata-se de um sítio de neoplasia neuroendócrina, que são aquelas que se originam de células embrionárias em outros orgãos como a tireoide, e, essas ficam em outros sítios como pulmão, esôfago, mas raramente como lesão primária, e, sim, como lesão secundária, visto que, ela veio de uma outra origem/outro orgão. OBJETIVOS • Reconhecer as principais patologias malignas; • Identificar alterações macro e microscópicas das lesões; • Estabelecer relações clínico-patológicas; • Interpretar laudos anátomopatológicos; • Como solicitar os exames histopatológicos. MORFOLOGIA E RELAÇÕES ANATÔMICAS O esôfago desenvolve-se a partir da porção craniana do intestino anterior. É um tubo muscular altamente distensível oco que se estende da epiglote à junção gastroesofágica, localizado logo acima do diafragma. Ele faz correlação com a traqueia, grandes vasos, tireoide, diafragma. E, devemos atentar que sua relação com a cardia, tem grande importância nessa aula. Na imagem da direita, vemos um corte histológico, onde temos uma lâmina corada com hematoxilina e eosina. A mucosa é a área mais agredida nos casos das lesões, e, à medida que essas vão se aprofundando, vão se tornando mais graves. O prognóstico do carcinoma e adenocarcinoma é ruim, já que é descoberto tardiamente, e, trata-se de uma doença muito “traiçoeira”. ADENOCARCINOMA ESOFÁGICO: desenvolve-se no interior do epitélio colunar displásico. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ESOFÁGICO: derivado do epitélio estratificado não-queratinizado, característico da mucosa normal do esôfago. NATUREZA DAS AMOSTRAS • Íntimos fragmentos provenientes de biopsias por Endoscopia Digestiva Alta (EDA). Muitas vezes esses fragmentos são ulcerados, estenosados, e, isso pode trazer muita dificuldade no ato da biopsia que é muito superficial, e, não é adequada para diagnóstico. Por outro lado, o endoscopista sempre tem a preocupação na hora de fazer essa biopsia incisional porque trata-se de uma área que sangra muito, e, as vezes temos varizes, fazendo sangrar mais ainda. Para evitar esse sangramento, as amostras são sempre ínfimas, de uma dificuldade muito grande para trabalhar. Dai a importância de mencionar a natureza dessa lesão que está sendo analisada, se tem área de necrose, área estenosante, área ulcerada, e, outros aspectos possíveis, como aspecto de atrofia. Essa é uma demonstração técnica do que analisamos, isso é um fragmento que veio na endoscopia, e, trata-se de um bloco de parafina que faz parte da elaboração da lâmina, e, já esta corado por hematoxilina e eosina, podem ser usados outros métodos, mas, a princípio, é a coloração universal. SINTOMAS Tem diagnostico diferencial com IAM, devido aos sintomas parecidos. Os sintomas principais dessas doenças do esôfago são: • Pirose (desconforto do esôfago ao deglutir); • Dor retroesternal; • Disfagia (dificuldade de engolir); • Hematêmese; • Obstrução (Acalasia que é uma disfunção da musculatura lisa na peristalse, pode ajudar a fazer com que membranas se esbocem, e, provoquem obstruções. Também podemos ter obstruções por tumores os pólipos que crescem para fora); • Emagrecimento. DISCIPLINA ANATOMIA PATOLÓGICA AULA 5- PATOLOGIA DO ESÔFAGO PROFESSOR ULISSES 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY PRINCIPAIS PATOLOGIAS São muitas, mas, nessa aula temos interesse nas lesões de baixo grau, alto grau, esôfago de Barret, tipos de Carcinoma, e, Adenocarcinomas. Mas, é bom citar que existem também os Divertículos, que são como alças/bolsas dentro de uma luva, que, por um relaxamento muscular, uma disfunção do esfíncter de esôfago, acabam causando essas alterações, então é uma flexibilidade maior da mucosa/musculatura lisa do esôfago, mas isso ajuda a ter infecções, acúmulo de alimentos, e, regurgitações de alimentos, juntando substâncias, e, acarretando lesões também. A Acalasia, que são alterações da peristalse, da atividade muscular lisa, do esfíncter gastroesofágico, isso é idiopático, passa despercebido, as vezes o estresse, as doenças, os tipos de alimentos, as doenças, como Chagas, que apesar de não ser comum na nossa região, em outras regiões do país nos temos muitos casos. Outra patologia importante, são as Esofagites, as quais tem várias etiologias diferentes, as mais delicadas são aquelas causadas pela Doença do Refluxo Gastroesofágico. Também falaremos um pouco sobre as Varizes Esofágicas, e, iremos nos fundamentar um pouco mais na Esofagite de Barret, ou Esôfago de Barrett que está relacionado a mutações genéticas, inclusive da proteína p53, mostrando a correlação mutacional das alterações do Esôfago de Barrett como lesão precursora do Adenocarcinoma. Um diagnóstico de Doença de Barret, logo pensamos em Adenocarcinoma, mas não é só isso, é também necessário analisarmos a presença de displasias leves ou acentuada, ou severa. Se pegamos uma doença de Barret, e, vem escrito “Displasia leve”, o procedimento com esse paciente é um, mas, se for “Displasia Acentuada”, dependendo da clínica, em algumas situações, essa deverá ser tratada com carcinoma in situ, e, iremos falar isso no decorrer da aula. Em alguns países, 60% das doenças malignas de esôfago são os carcinomas, e, 40%, os Adenocarcinomas, no Brasil, não temos estatísticas adequadas, portanto, não podemos afirmar isso de forma alguma com precisão. Podemos também citar os Pólipos, que são lesões vegetantes de células glandulares, as quais, não ocorrem apenas no esôfago, mas também no estômago, intestino, e, sempre tem relação com adenocarcinomas, portanto, esses têm que ser retirados integralmente. Os Pólipos (comuns), lipomas (mais comuns), fibromas, são mais mesenquimais, portanto, não são da mucosa esofágica propriamente dita, todos eles são benignos, e, ao retirar na endoscopia digestiva, devemos verificar na sua integridade se tem alguma atipia, e, orientar ao clínico o segmento desse paciente. Os Fibromas são os causadores de alterações na deglutição, no estreitamento da luz do esôfago, e, os Papilomas podem ter duas etiologias, até chamamos de lesões boderline limítrofes, elas podem ser causada pelo HPV, e, então tem relação com carcinoma, mas, podem também ser causadas por alterações do próprio organismo inclusive por questões genéticas. IMAGENS Na imagem acima, temos a retirada de um pólipo na sua integridade, observamos bem a parte do pedúnculo, mais importante para o diagnóstico, que são viáveis, e, o restante é área de estenose, muito agredida pela temperatura, trauma mecânico, área degenerativa, então, nas biopsias de esôfago temos que retirar os pólipos na sua totalidade, já que, retirando apenas a parte superficial, acabamos dando o diagnóstico ruim, e, não conclusivo, então, os pólipos devem ser inteiramente retirados, e, principalmente, a base será analisada. 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Esse é o mesmo pólipo, mas, está sendo visto durante a endoscopia digestiva, é sempre muito hiperemiado, e, por isso, a preocupação quanto a retirada desse pelo risco de sangramento. Para conter esse sangramento, às vezes só mesmo o gastro consegue, e, as vezes nem consegue com medicamento, mas apenas com técnica de balão, fazendo uma espécie de curetagem local, queimar o tecido, e, não é fácil conter esse processo hemorrágico. As pessoas que fazem uso de cocaína, álcool de maneira rotineira, e, outros agressores da mucosa, essas acabam falecendo devido a hipovolemia, dentre outras consequências que a hemorragia vema trazer ao paciente. EXEMPLO DE LAUDO Acima, temos uma endoscopia, e, uma das observações colocadas é que tem lesão estenosante, lesão ulcerada, área de necrose, o que favorece sempre ao chamado câncer, ou, carcinoma, e, até mesmo o adenocarcinoma. Ao final, ele coloca que interrompeu o processo devido a possibilidade do sangramento intenso, sendo uma preocupação do endoscopista. No laudo descritivo, foi relatada uma “lesão infiltrativa”, e, quando se fala nessa lesão, pensamos logo em adenocarcinoma, e, foi feita biópsia para análise histopatológica. Portanto, LESÃO INFILTRATIVA NA EDA FAVORECE O ADENOCARCINOMA. ESOFAGITES QUÍMICAS INFECCIOSAS As principais são causadas por microrganismos (ou seja, as infecciosas) e pela Doença do Refluxo Gastroesofágico, principalmente, relacionado tanto a parte química quanto de microrganismos. A Helicobacter pylori entra nesse jogo, mas, como iremos falar muito dessas nas patologias do estômago, como uma bactéria carcinogênica, vamos verificar que ela está presente também no esôfago, mas, nesse caso, tem ação contrária, protetora (*”vocês devem ler no livro pra não se confundir”). De qualquer forma, os agentes como Candida, são importantes, visto que, apesar de serem fungos oportunistas, causam danos em paciente com imunidade baixa, como diabéticos, transplantados, tratados com radio e quimioterapia, e, para esses, faz uma diferença imensa, apesar desse patógeno não ter relação com câncer. Os vírus, principalmente, o Herpes, o qual trata-se de um vírus carcinogênico, apesar de não ser tanto quanto o HPV (na maioria dos casos, não desenvolve a lesão maligna vegetativa no esôfago). Também está relacionado com o HIV, não que o vírus causa o tumor, mas a queda da imunidade do paciente. O Trypanosoma cruzi, principalmente, nas regiões endêmicas, é um fator importantíssimo, já que destrói todo o tecido, em especial as células nervosas, que mantém o peristaltismo do esôfago, principalmente, gastroesofágico, e, esse fator é importante para as obstruções, principalmente no Norte do país, mas com essa mobilidade que temos hoje em dia, em qualquer lugar do país esse é um diagnóstico comum. Temos ainda o CMV, o mesmo do colo uterino, o qual tem grande tropismo pelo tecido de revestimento, e, é também causador de esofagite, além de ser um agente carcinogênico. A Doença De Crohn, aquela que afeta principalmente o intestino delgado, e, o intestino grosso, o cólon, o TGI inteiro, mas, com frequência os intestinos, também está presente no esôfago, sendo um dos causadores de esofagite microbiana, sendo mais de 30 espécies de bactérias diferentes causando danos. No caso do Herpes, CMV, e, HPV, as inclusões são especialmente no núcleo celular, e, cada um causa uma alteração diferente, portanto, conseguimos relacionar o tipo de lesão que é uma inflamação do esôfago com seu causador, que facilita o trabalho do gastro e do clínico. Agora, falando sobre as Esofagites Químicas, é obvio que álcool em excesso, refrigerantes, ácidos de alimentos, conservantes, condimentos, associados ao fumo, é um dos importantes causadores importantes dessas Esofagites, mas, essas Esofagites sempre levam primeiro a DRGE, esse, principalmente no esôfago distal, próximo ao esfíncter entre esôfago e duodeno, é que vai ocorrer mais esses tipos de lesões, é uma área mais propícia a esse tipo de tumor, inclusive ao Esôfago de Barret e Adenocarcinoma. Do terço médio para proximal, são mais os carcinomas. Os fluidos quentes também. Inclusive, o refluxo traz uma série de substâncias que muitas vezes acumulam dentro das junções (cortou, entendi nada). Outro aspecto que deve ser relatado aqui são produtos químicos de pessoas que usam na tentativa de suicídio. Na quimioterapia também temos problemas com as esofagites. 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Alimentação rica em produtos vegetais diminui a frequência de todas as doenças do esôfago, a alimentação rica em produtos animais, provocam alteração maior do esôfago, e, os efeitos sinérgicos ocorrem com mais frequência. Portanto, esses vírus citados se tornam mais carcinogênicos do que outros que não teriam esse tipo de conduta com produtos animais. Nesse caso, é feita uma biopsia excisional, só para confirmar, ao mandar esse material para o laboratório, com essa descrição que temos, e, com a endoscopia, favorece muito o diagnóstico, mas, de cara, com a microscopia, favorece muito uma lesão causada pelo HPV, uma papilomatose. Se vai ter câncer ou não já é outra história. No HPV, teremos sempre um coiloisto. Não temos dimensão de citoplasma. Temos o núcleo da célula em mitose atípica, núcleo pleomorfico, sem um padrão de forma. Por isso, ele demora tanto para ser diagnosticado, não é no primeiro momento que ele invade o interior da célula. Primeiro teríamos uma esofagite bacteriana, depois uma displasia leve a moderada. Pessoas que tem doenças alérgicas, verminoses, doenças de pele, normalmente, ela apresenta grande quantidade de eosinófilos no seu exame de sangue, grande parte dessas alergias vem dos próprios alimentos, alimentos de origem animal, leite, isso sensibiliza também a mucosa, o sistema de defesa do esôfago, associando com a doença do refluxo gastroesofágico, esses eosinófilos aparecem em maior quantidade, portanto, nunca aparece essa esofagite de refluxo sem a presença desses eosinófilos, porque no refluxo acabamos ter produtos alimentares que retornam do duodeno, e, para o esôfago distal, e, isso causa um desequilíbrio da ecologia/ ambiente da junção do esôfago com o duodeno. Portanto, a DRGE é uma das maiores causas de lesões do esôfago, que se relaciona com o aparecimento da doença de Barrett. Portanto, é uma esofagite de refluxo, são esses produtos do estômago, sejam eles de várias naturezas animais, que aumentam o número de eosinófilos, que desencadeia a doença de Barrett. VARIZES ESOFÁGICAS Inúmeras são as causas dessas varizes, como as pílulas que acabam sendo dissolvidas no esôfago, cirrose, e, esquistossomose hepática. O conjunto de fatores provoca aumento da hipertensão, inclusive doenças hepáticas que levam a aumento da hipertensão porta hepática, podem acarretar a ruptura desses vasos, e, hemorragia. ACALASIA A acalasia é caracterizada pela tríade de relaxamento incompleto do Esfincter Esofagiano Inferior, aumento do tônus do EEI e aperistalse do esôfago. 5 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Causas: Doenças da Tireoide, Neuropatia Diabética, Chagas e Herpes Simples, Síndrome de Down e Tumores Malignos. DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS • Clínica; • Endoscopia Digestiva Alta; • Biopsia (material pequeno e difícil de trabalhar). MÉTODOS LABORATORIAIS • Histopatológico e Imunohistoquímica; • Marcadores tumorais (não há nenhum específico). ESÔFAGO DE BARRETT Esse, tem correlação com o aparecimento do adenocarcinoma, o que não quer dizer que quem tem esôfago de Barrett, vai ter adenocarcinoma, mas se percebe um aumento significativo do Adenocarcinoma em pessoas que tem Esôfago de Barret. Se for esôfago de Barrett com uma displasia leve, é uma conduta, se for acentuada ou severa, o protocolo de acompanhamento é outro. Mas temos que lembrar que o Esôfago de Barrett é em consequência da DRGE. Se recebemos um laudo com “adenocarcinoma”, “carcinoma epidermoide”, etc, é fácil, difícil é quando tem um laudo descritivo. Em uma biopsia esofágica se tiver “Metaplasia intestinal no esôfago distal”, significa que há uma agressão que pode desenvolver Esôfago de Barrett. Se por um lado a atrofia protege o esôfago, por outro, pode sinalizar uma lesão. A questão de colocar essa nota, é de estudos moleculares da correlação do Esôfago de Barrett com o aparecimento do adenocarcinoma, isso é feito analisando mutações genéticas das células tumorais. Então, pegamos o Esofago de Barrett da paciente, fazemos um estduo genético antes de qualquer alteração, comparamos com as alteraçõesdo Esofago de Barrett, e, depois comparamos com as células tumorais do adenocarcinoma. Essa evolução dura de 5 a 10 anos, isso depende do hospedeiro, país, hábitos alimentares, sinergismos de drogas, mas de fato, podemos citar que essas alterações são genéticas, mutacionais, para transformar-se no esôfago de Barrett e, para o adenocarcinoma temos outras mutações que vão sobrepondo. Então temos a sequência: METAPLASIAS INTESTINAIS -> DISPLASIA LEVE, MODERADA OU SEVERA -> HEMORRAGIA -> PERFURAÇÕES -> ESTENOSE -> TUMOR (ADENOCARCINOMA) Não existe protocolo, e, isso é uma controvérsia. Se for displasia de alto grau, precisamos fazer endoscopia de 6 em 6 meses com biopsia, para observar essa evolução. No caso do Japão, a endoscopia é obrigatória, devido ao consumo de alimentos crus. As displasias podem ser de leve e alto grau. A leve tem acompanhamento bem simples, e, a de alto grau, dependendo do quadro clínico, pode ser tratada como um carcinoma in situ, que é aquele que não invadiu a camada basal, está contido, muito pequeno, em uma área muito restrita, mas não deixa de ser um carcinoma, devendo ser tratado com radio e quimio, normalmente sem cirurgia, mas, como não tem um protocolo, posso fazer a cirurgia se quiser. 6 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY CARCINOGÊNESE EDA E BIOPSIA CONDUTA: BIÓPSIA INCISIONAL COM OBTENÇÃO DE AMOSTRA (ÍNFIMA). A endoscopia é a base para fazer a biopsia, e, a biopsia é incisional, um fragmento bem pequeno é retirado. Também tem o diagnóstico cipatológico, o de retirada do esôfago, mas vamos nos ater na EDA. IMUNOSSUPRESSÃO Temos que ter atenção especial com os pacientes com HIV ou AIDS, reumáticos, diabéticos, em hemodiálise, transplantados, oncológicos, pacientes imunodeprimidos em geral tem maior chance dessas doenças do esôfago. AOS MÉDICOS ENDOSCOPISTAS: “A SEGURANÇA DE UM LAUDO HISTOPATOLÓGICO DEVE PARTIR DA NATUREZA DA AMOSTRA BIOLÓGICA RECEBIDA.” P53 Esse gene é o guardião do genoma, e, quando ele falha, não protege o tecido, não protege do aparecimento do câncer. REVENDO Nenhum paciente irá aparecer de uma hora para outra com um carcinoma escamoso ou epidermoide, ele vem com história de esofagite, acalasia. Também não aparece um adenocarcinoma do nada, tem história de lesões cumulativas, o adenocarcinoma é uma sequencia que leva até 10 anos ou mais que isso. FIGURA 17-9 Câncer esofágico. A, O adenocarcinoma geralmente ocorre distalmente e, como neste caso, frequentemente envolve a cárdia gástrica. B, O carcinoma de células escamosas é mais frequentemente encontrado no esôfago médio, onde costuma causar estenoses. No esôfago distal, porção que está chegando no estômago, ou duodeno, justamente nessa área que surge o esôfago de Barret. Temos um tumor ulcerado, pleomórfico, com cores diferentes, e, a impressão é que saiu da parede, infiltrativo, e, cresceu de maneira exofítica, causando obstrução. Temos um tumor justamente na área da lesão do esôfago de Barrett, e, já vou fazer uma biopsia praticamente sabendo que tenho um adenocarcinoma. O carcinoma de células escamosas não cresce para dentro da luz, ela puxa a mucosa para dentro da luz, e, parece que está fazendo uma ligação entre as duas paredes desse tubo fibroelastico, ela não dilata mais o esôfago, ela estreita, provoca uma estenose. Uma outra característica importante, é que essa lesão não está na região do esôfago de Barrett, e, sim, mais para região média do esôfago. PARA PENSAR: O FUTURO DO PACIENTE COM TUMOR DE ESÔFAGO É BOM? Vai depender do grau da lesão no momento do diagnóstico. Devemos lembrar que em biópsia de esôfago não temos estadiamento, e, sim, apenas ao fazer ressecção do tumor. Depende também do estilo de vida do paciente, devido ao sinergismo, o que é fundamental para o paciente. 7 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY PROGNÓSTICO: Em caso de carcinoma, é de 5 anos. As displasias ocorrem de forma gradual e longa. Nenhuma doença provoca alteração genética sozinha sem alterações epigenéticas. O leite fermentado provoca alergia, causa danos, então, tem toda uma interação. A mutação genética de um carcinoma epidermoide, é diferente da alteração genética de um carcinoma neuroendócrino, mas uma coisa é certa, a genética está envolvida. PATOLOGIA MICROSCÓPICA Aparecendo células em Anel de Sinete é sinal de malignidade, de Adenocarcinoma. Aparecendo grande quantidades de proteína queratina, formando Pérolas Córneas, formando ilhas de queratina na microscopia por HE, é sinal de Carcinoma Escamoso. Apareceu nas células glandulares do esôfago, grande quantidade de produção de mucina, é sinal de Adenocarcinoma. Macroscopicamente, os tumores infiltrativos, são sinais de Adenocarcinoma. Essa célula tem um núcleo fusiforme, as vezes mais ovalado, e, vem para a reborda da membrana plasmática, a membrana fica mais grosseira em volta do núcleo, e o restante mostra um citoplasma mais claro, uma membrana mais delgada como um anel, por isso, apelidada como Célula em Anel de Sinete. REFLEXÃO Mutação da p53, ela deixa de ser fator protetor, guardião de toda mucosa do tubo esofágico, principalmente em relação aos adenocarcinomas. No carcinoma escamoso, fala mais alto os fatores epigenéticos, externos, como álcool, fumo, cocaína, conservação de alimentos em gelo, e, até 10 anos com radiação, que tem aumentado as chances de câncer de esôfago, e, não se sabe se o que influenciou foi a radiação (gamografia-por cobalto 60 e césio 137). O cigarro, parece que não é a nicotina a culpada pelos tumores, e, sim, a radiação do cigarro. FIGURA 17-10 Câncer esofágico. A, Adenocarcinoma esofágico organizado em glândulas em íntimo contacto. B, Carcinoma de células escamosas composto de ninhos (grupos) de células malignas que recapitulam parcialmente a organização do epitélio escamoso. EXAMES HISTOPATOLÓGICOS Descrição das requisições médicas, e, laudos anatomopatológicos. 1: Sendo biópsia de Esôfago Distal, não fico pensando em carcinoma, e, sim em Esôfago de Barrett, e, Adenocarcinoma. 2: Deverá ser complementado pela imuno-histoquímica. 8 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 3: Deveria ter sido comentado qual a região do esôfago, se medial, proximal, ou, distal. Em muitos casos, precisaríamos utilizar colorações imuno-histoquímicas para saber qual o agente. 4: Diagnóstico de um carcinoma espinocelular, raro. CARCINOMA ESPINOCELULAR Tem característica muito importante de ser o mais metastático, e, o mais agressivo. Há presença de Pérola Córnea. ALUNO PESQUISE: O QUE É PROGNÓSTICO RESERVADO? “Prognóstico reservado significa que a probabilidade de melhora é pequena. Porém esse significado pode variar de acordo com a doença e características do paciente.” O QUE É LEITE MURSIK? “Mursik é uma variante leite fermentado tradicional das pessoas Kalenjin de Kenya.” Está relacionado com o maior número de câncer de esôfago nesse região da África.
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