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INTRODUÇÃO A ONCOLOGIA VETERINÁRIA. ASPECTOS CLÍNICOS: PEQUENOS - O que é o câncer: é uma doença genética. É uma deficiência e uma alteração no DNA da célula. Fazendo com que ela se torne mutada e comece a se proliferar desordenadamente. Também tem alterações epigenéticas que são em proteínas que estão relacionadas com o DNA. Resultados de alterações cumulativas no DNA que ocorrem ao longo do tempo. Várias alterações (+- até 8) para que se torne mutada e desenvolva o câncer. Existem mecanismos de reparo neste DNA que faz com que o câncer não desenvolva. Estamos em constate agressão de uma maneira geral pelo ambiente. Existe um equilíbrio entre os oncogenes (que são genes que favorecem o câncer – genes do câncer) e os genes supressores tumorais (são os genes responsáveis pelo reparo, apoptose da célula... Para sinalizar que existe um problema naquela célula. Vai ser reparada ou destruída). Normalmente os genes supressores em uma célula normal/animal normal estão super expressos e, os oncogenes estão diminuídos. Quando ocorre o câncer, estes oncogenes estarão aumentados porque ocorre uma expressão gênica inalterada/aberrante. - Toda vez que tivermos uma lesão no DNA, vamos ter 3 mecanismos: 1) Reparo do DNA → essa lesão vai ser reparada. Os genes, células, proteínas que sinalizam reconhecem por expressão de proteínas de membrana, por alteração nas células/receptor que a célula está mutada e até mesmo proteínas dentro do núcleo (p53, bcl1). 2) Apoptose → se o DNA não puder ser reparado e o dano for muito grave a célula vai morrer e entrar em apoptose (morte celular programada). Mecanismos podem induzir isto para que ela seja eliminada e não perpetue o problema. *Algumas vezes esses dois mecanismos não vão ocorrer, por uma falha de expressão gênica/vigilância imunológica, as vezes o local onde tem o câncer ou onde está a lesão/inflamação ela vai ser um microambiente supressor, de imunossupressão. As células não vão conseguir fazer apoptose e reparo. E pode acontecer a perpetuação da lesão. São mecanismos muito eficientes, senão o câncer estaria muito mais presente na população. Estes dois primeiros ocorrem a todo tempo. 3) Alteração se perpetua → faz com que o câncer ocorra ou que aumente muito o risco dele ocorrer. *O câncer ocorre justamente pelo desbalanço entre os oncogenes que deveriam estar silenciados e os supressores tumorais que deveriam estar expressos e, ocorre ao contrário, expressando os oncogenes em uma mutação genética. - A célula tem a membrana plasmática, membrana celular, citoplasma onde tem as organelas e o núcleo onde tem os cromossomos e onde está o DNA condensado nesta cromatina. Dupla fita de DNA com os pares de base dos aminoácidos. Vários segmentos desse DNA codificam um gene. Esse gene pode ser a p53 que é uma proteína de vigilância imunológica/vigilância contra o câncer. Se acontecer uma mutação nesse gene, ele pode parar de expressar esta p53 se ocorre um dano. E ela será silenciada. Pode ser que ocorra alterações genéticas que expresse outros genes e outras proteínas e, faça com que a célula se multiplique de uma forma desordenada/não ocorra reparo e se multiplique. Vários mecanismos dentro do DNA da célula, vai fazer com que ocorra uma expressão. Os genes, vão ditar como a célula vai se comportar e também como será o funcionamento. *Pode acontecer uma mutação que faça com que essa célula por exemplo não reconheça apoptose. Assim, ela fica viva permanentemente sendo uma característica da célula neoplásica. Não morre com facilidade. Fazendo com que se multiplique desordenadamente e desenvolva o câncer. As alterações no DNA pode favorecer os oncogenes que estimulam o câncer. Além dessa proliferação desordenada das células. - Crescer pelo gosto de crescer é a ideologia da célula cancerígena. O papel dela é se multiplicar todo tempo e, consequentemente, tentar fazer metástases. A intenção dela não é levar a morte, mas sim usar o organismo para sua sobrevivência. - O que causa câncer? *Estilo de vida x Má sorte: como se alimenta, como está exposto, ambiente em que vive. Ou simplesmente, ocorre uma mutação que não pode ser reparada e célula não morre e perpetuou. As duas vertentes são fatores para o desenvolvimento. O estilo de vida potencializa a má sorte. *Fatores de risco para o câncer: cigarro, sol, maus hábitos de higiene, ingestão de bebidas alcóolicas, DST e alimentação. - Tabagismo x Câncer: 90% dos casos de câncer é no pulmão (10% restantes - 1/3 é de fumantes passivos). 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer → boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia. - Exposição solar → câncer de pele está totalmente relacionado. Principalmente à longo prazo. Pessoas idosas são mais predispostas. Pessoas que tem menos pigmentação (melanina) sofrem mais com o risco também. - HPV e câncer de colo de útero: 291 milhões portadoras de HPV (papilomavirus humano). 500 mil casos de câncer de colo de útero. Prevenção → diagnóstico precoce através de exame Papanicolau. O papiloma no colo do útero causa uma inflamação e, faz com que aumente o risco de desenvolver o câncer. *A inflamação crônica está diretamente relacionada com o câncer. Ex.: pessoas que tem doença inflamatória de intestino que não são tratadas corretamente, pessoas com bronquite crônica... Pode aumentar o risco. - Exposição à várias substâncias tóxicas podem levar a câncer em determinados locais específicos. Também tem relação com o trabalho da pessoa. - Fatores de risco para o câncer: hereditariedade como fator importante; BRCA1 gene de reparo, principalmente relacionada a glândula mamária e ovário. Quando está silenciado ou deletado/não tem expressão do gene, não repara os danos na mama aumentando risco de câncer de mama e ovário; 5-10% dos casos de neoplasias mamárias são hereditários. *Já foi provado pela publicação do genoma canino que ele tem uma similaridade muito grande com o genoma do humano. Faz com que use os trabalhos na veterinária para medicina humana. E vice e versa. - O que causa câncer nos animais: Fatores ambientais ▪ Exposição solar; ▪ Vírus; ▪ Exposição a agentes químicos; ▪ Medicamentos; ▪ Fatores hormonais; ▪ Obesidade; ▪ Fatores desconhecidos? Ainda não conseguiu exatamente lucidar. Fatores epigenéticos. Alterações em proteínas relacionadas ao DNA e, isto pode afetar a expressão gênica; Fatores genéticos ▪ Predisposição racial. Algumas raças de cães tem certa facilidade de desenvolver tipos específicos de câncer; - Exposição solar: leva uma inflamação crônica da pele que é chamada de dermatite actínica que predispõe a carcinoma de células escamosas (CEC), tanto em cão como em gato. Muito comum nos felinos na região de têmpora, pele auricular, região de pina, plano nasal. Nos cães é mais comum em região abdominal, tem aspecto ulcerado e eritematoso. A pele do animal de uma forma geral está toda eritematosa, sendo lesão pré neoplásica mais comum em animais de pele clara. Cães observa mais em Pitbull, Bull Terrier. Já foi provado também que a exposição solar pode aumentar o risco de hemangiossarcoma cutâneo que é um tumor de vaso sanguíneo da pele. Experimentos mostram que animais expostos ao sol por mais tempo, tiveram muito mais chances de desenvolver hemangiossarcoma principalmente também em região abdominal (não tem pelo – cães), do que animais que não foram expostos. - Vírus: - FELV: totalmente relacionado ao linfoma em gatos jovens FELV+. De forma geral também tem 62x mais chances de desenvolver linfoma do que um gato sem ter FELV. Ocorre porque o FELV é um oncovírus mutagênico – se integra ao DNA do linfócito e o muta. Proliferação desordenada ocorre. Clone de células que se multiplicam desordenadas e iguais. *Está principalmente relacionado com linfoma demediastino – que ocorre no tórax e pode se espalhar para outros órgãos e outros linfonodos. - FIV: 6-7x mais risco de linfoma, pois a imunossupressão é um fator importante para causar câncer. A vigilância imunológica precisa estar ativo para saber quais células estão mutadas/alteradas e matar/reparar. Normalmente faz apoptose. Se tem animal imunossuprimido (deficiência de CD4), tem essa vigilância imunológica alterada. Tem linfócitos T efetores diminuídos. Faz com que possa não ocorrer a apoptose de células mutadas. *Quando tem um FIV/FELV+ a chance de ter linfoma é de 77x maior do que um gato que não tem. - Papiloma vírus canino → que causa a papilomatose canina. Lesões em forma de verrugas na cavidade oral. Projeções vegetativas que são benignas. Exarceba a proliferação da camada epitelial, mas que não tem potencial de causar metástases. Só agressividade local muito grande quando o animal é imunossuprimido. Esse vírus não desenvolve doença em todos animais, depende da sua imunidade. Mais relacionado a animais jovens. - Hormônios: principalmente em fêmeas caninas e felinas → fator hormonal para desenvolvimento de tumor de mama. Principalmente tumores que são receptores + de estrógeno e progesterona (pode ser fisiológico, ou seja, fêmeas que não são castradas. Tendo chances maiores do que aquelas castradas. Ou pode ser também de forma iatrogênica quando se aplica anticoncepcional em cães e gatos. Aumentando demais as chances de câncer de mama devido dose hormonal muito grande). *Animais castrados desenvolvem menos câncer de mama. Tem que levar para um outro lado também de doenças articulares e, até mesmo ocorrência de câncer em animais que são castrados muito jovens. Se o hormônio está presente, tem papel importante na fisiologia do animal. Pro câncer de mama o consenso diz para castrar depois do primeiro cio. Alguns estudos que falam que até depois do primeiro cio ainda há controversias em raças grandes/gigantes, devido crescimento. As vezes vai castrar depois do 3º cio. Quando já finalizaram o crescimento e desenvolvimento do corpo. - Testosterona: machos também tem predisposição ao aparecimento de câncer → adenoma perianal (glândulas hepatóides) em machos inteiros. Neoplasia benigna. Quando castra regride, devido retirada da testosterona. - Obesidade: relacionada com câncer, principalmente de mama. Tecido adiposo => é um órgão endócrino que secreta o estrógeno – vai agir na proliferação celular da glândula mamária. Em grande quantidade pode fazer hiperplasia e neoplasia destas glândulas. Deve fazer dieta de reeducação alimentar. - Medicamentos: anticoncepcionais -> mais importantes em relação ao câncer de mama. Quimioterápicos se utilizados de forma inadequada podem levar à câncer. - Sarcomas de aplicação em felinos: neoplasia maligna de tecido conjuntivo. Mais comum ocorrer em aplicação de vacina com adjuvantes → antirrábica e V5 (composto hidróxido de alumínio faz reação inflamatória grande. Algumas V5 não tem mais este componente). Qualquer aplicação de medicamento SC ou IM em felinos pode levar ao sarcoma de aplicação. Possuem um caráter infiltrativo e agressivo (maior potencial de metástase comparado a outros sarcomas em felinos). *Ao aplicar medicamentos em felino, principalmente aqueles que possuem potencial inflamatório vai preconizar região de membro ou cauda → não aplicar em dorso. Quando se desenvolvem, deve fazer cirurgia ampla – problema com margem cirurgica. Em membro, amputa caso der problema. - Exposição a fumaça de cigarro, fumante passivo: estudos correlacionaram a exposição ao risco de linfoma felino (2,4x mais risco). Possível correlação com CEC tonsilar, ainda não estabelecido. - Predisposição racial: ▪ Sarcoma histiocítico, diz respeito à pele; ▪ Sarcoma histiocítico hemofágico. Risco 225x maior de desenvolver do que um animal que não seja desta raça específica. Diz respeito a fígado e baço; ▪ Raça bernese; *Histiocítico: neoplasia de células dendríticas que são as células apresentadores de Ag; Hemofágico é de macrófago. ▪ Carcinoma de células de transição de bexiga. 18x mais risco. Raça west scottish terrier; *O carcinoma de bexiga vai se desenvolver na região epitelial da bexiga e, forma crescimento vegetativo para dentro dela. Levando à hematúria, obstrução, disúria. - Idade x Câncer: como o câncer é resultado de sucessivas mutações, salvo em casos que se tem predisposição racial precisa de tempo. Está relacionado à geriatria, eles possuem uma predisposição maior. O câncer é uma doença de animal idoso. Em alguns casos específicos, observa animais jovens como no linfoma do gato. Mas de forma geral não. *Oncogeriatria humana: estima-se que, em 2020, 70% das neoplasias ocorram em indivíduos com idade superior a 65 anos (Yancik et al. 2004). Quando acontece em pessoas mais jovens, tende a ser mais agressiva. Devido não ser algo comum, mutação é mais grave. - Oncogeriatria em animais: Com o aumento da longevidade cresce a incidência de câncer em cães em gatos → 45% dos óbitos em cães com mais de 10 anos são causados por câncer. - Por que está relacionado com a idade? Câncer é um processo que requer tempo (exposição prolongada aos carcinógenos; sucessivas mutações). Idade diminui certos mecanismos anti-tumorais (imunosenescência – evelhecimento do sistema imune; danos nos genes supressores de tumor/reparo DNA). - Por que estudar onco? Aumento da incidência de câncer, vínculo entre família x animal e profissionais capacitados. - A oncologia é uma área multidisciplinar envolve a clínica, patologia, cirurgia. Muitos animais terão outras doenças além do câncer. *As diferenças de um tumor benigno para o maligno: em relação ao crescimento – o benigno cresce de forma muito mais lenta, expansivo (no local de onde apareceu). Já o maligno apresenta crescimento muito mais rápido e infiltrativo nesse tecido. Consequentemente, por conta do crescimento, os animais que tem câncer agressivo/maligno eles vão ter mais necrose e ulceração e, o benigno não. Se o crescimento é rápido, ele não acompanha a angiogênese. As células se multiplicam de uma forma muito rápida. Começando a ter necrose no centro do tumor, necrose da pele. A diferenciação, o benigno costuma ser bem parecido com a célula de origem. Já o maligno tem perda da diferenciação, passa a se tornar uma célula com critério de malignidade – célula grande, citoplasma eosinofílico, multinucleação/multinucléolos. E a possibilidade de metástase é o grande diferencial de uma célula benigna e maligna. Na maligna tem a metástase presente. A benigna não faz, cresce apenas no local aonde apareceu. - Pensar na terminologia também em relação a origem do tecido. Se é epitelial ou de tecido conjuntivo (compreende musculatura, lâmina própria, membrana basal de tecido conjuntivo, vaso sanguíneo, nervo, osso e cartilagem). - Tecido de origem epitelial: Benigno – recebe um sufixo OMA (papiloma, adenoma). Maligno – CARCINOMA (carcinoma pulmonar, carcinoma hepático, adenocarcinoma de saco anal. Adeno=glândula). - Tecido de origem mesenquimal (conectivo): Benigno – OMA (fibroma, hemangioma). Maligno – SARCOMA (hemangiossarcoma, osteossarcoma, neurofibrossarcoma, leiomiossarcoma, etc). *Carcinomas e sarcomas são malignos. O tecido de origem difere e a via de metástase também. A linfática, primeiro vai para o linfonodo para depois passar para corrente sanguínea e ir para os outros órgãos. Já os sarcomas a primeira via de metástase é hematógena, ganham corrente sanguínea para depois ir para os órgãos. Muito mais fácil um carcinoma fazer metástase no linfonodo do que um sarcoma. - Tumores de células redondas: são caracterizados pela morfologia das células. Terminam com OMA e são malignos (linfoma, plasmocitoma, histiocitoma, mastocitoma, melanoma). *Linfoma é um tumor de linfócitomaligno, assim como o plasmocitoma é de plasmócitos, histiocitoma é de histiocito, mastocitoma de mastócitos e de melanoma de células dos melanócitos. *Outro tumor que pertence mas não possui OMA mas é redonda – TVT. - Quando suspeitar de um câncer: todo aspecto etiológico, sufixo, como saber interpretar o nome dos câncer. ▪ Alterações palpáveis: aumento de volume; ▪ Alterações fisiológicas. Mais fáceis de suspeitar de um câncer; ▪ Alterações comportamentais; - Sinais palpáveis: linfadenopatia, nódulo cutâneo palpável, lesões de pele características, nódulos mamários, inchaços anormais e nódulo em cavidade oral. *Aumento de volume em região submandibular, no caso linfonodo submandibular – linfoma. *Mastocitoma, sendo uma neoplasia cutânea comum. Atingem mastócitos. Normalmente, tem caráter muito inflamatório (células degranulam e liberam substâncias entre elas histamina, heparina que podem fazer alterações inflamatórias intensas). Era em região abdominal, sendo de alto grau. Fez metástase cutânea, além de crescimento local. *Aumento de volume em região de escápula, de linfonodo pré-escapular/cervical superficial; aumento de volume em região de face, de arco zigomático. *Aumento de volume discreto em região de rádio-ulna. Tumor comum em raças grandes/gigantes sendo o osteossarcoma. Às vezes vem com aumento discreto de volume, pode também vir com claudicação devido reação periosteal de lise que vai ter na região. *Animal tem uma neoplasia na boca que é super agressiva. Tem um aumento significativo de submandibular. Correlaciona as duas alterações – melanoma amelánico (sem pigmentação). Tem aumento de volume nas duas regiões, pois fez metástase para linfonodo. Então, algumas neoplasias agressivas principalmente na boca quando atende no momento do diagnóstico também nota que já tem aumento de linfonodo. Toda vez que vai examinar um cão que tem nódulo em qualquer região do corpo, deve palpar os linfonodos que drenam (linfonodos sentinela). Faz parte do estadiamento clínico do tumor. Importante porque pode demandar de uma abordagem mais agressiva. *Nódulo cutâneo ulcerado em forma de placa, cavitário, com necrose no centro, área de cratera – região mais “rebaixada” ao centro do nódulo. Linfoma cutâneo era o diagnóstico. Muito agressivo, tempo de sobrevida baixo. Prognóstico ruim. Poderia também colocar como suspeita: mastocitoma, doença auto-imune, TVT metastático para pele. *Tumor de mama. Aumento de volume na mama. *Neoplasia em boca muito agressiva. Fibrossarcoma. Precisa fazer a biopsia nesses casos. *Pela coloração indica que pode ser um melanoma oral. Mas também precisa fazer citologia, histopatológico. Não fecha diagnóstico pelo aspecto, mas pode suspeitar. - Alterações fisiológicas: - Perda de peso, mucosas pálidas/ictéricas, diarreia/vomito crônicos, hemorragias (nasal, vaginal e oral) e distensão abdominal. *Animal com perda de peso crônica, caquexia. *Aumento de volume que pode ser ascite, massa no animal que não tem histórico de prenhez/cio. Pode suspeitar com algo relacionado ao câncer. *Epistaxe – hemorragia nasal. Principalmente unilateral. É algo que deve colocar como diagnóstico diferencial para câncer. Pode ser ele benigno/maligno. Difícil fechar diagnóstico com RX, a tomografia sugere uma massa mas não da diagnóstico, as vezes deve fazer rinoscopia. A bilateral pode ser distúrbio de coagulação, trombocitopenia, erliquiose, rinite... *Hematúria – sangramento pela urina. Pode ter em câncer de bexiga, cálculos, cistites. Tem que colocar como diagnóstico diferencial. *Icterícia. As vezes pode ter acometimento hepático. - Alterações de comportamento. Animais podem ficar agressivos, convulsionam, andam em círculo. Podem ter relação com neoplasia intracraniana ou até mesmo metástase de alguma outra neoplasia. *Poliúria e polidipsia. Está relacionada com algumas manifestações fisiológicas que pode suspeitar de câncer, entrando em um diagnóstico diferencial de câncer. Além de diabetes, hiperadrenocorticismo, doença renal. - Identificando além das massas: - Suspeita câncer quando tem massa, aumento de volume. Lesões de pele alteradas que não lembram dermatopatias simples. *Algumas neoplasias se manifestam com sinais clínicos e alterações laboratoriais que vai fazer com que chegue em um diagnóstico mais rápido se souber avaliar estas alterações. Chamadas de síndromes paraneoplásicas. *Algumas síndromes são específicas de algumas doenças, a exemplo no mastocitoma. Tem uma síndrome paraneoplásica específica dele. ▪ Síndromes paraneoplásicas: - Alterações que são promovidas pelo tumor mas que não está vendo ele. Vê a alteração causada por ele. Alterações relacionadas a neoplasia que ocorrem em sítio distante do tumor. Produção de pequenas moléculas pelo tumor que causam manifestações sistêmicas que são as citocinas, hormônios e peptídeos. *A célula cancerígena é tão complexa que consegue produzir hormônios semelhantes a aqueles produzidos endógenos e, as vezes, essa célula do câncer não tem nada haver com a célula de origem que produz esse hormônio. Ex.: hipercalcemia maligna – existem tumores que produzem paratormônio like, como se fosse um análogo. Mas são neoplasias que não são da paratireoíde, são outras neoplasias. Conseguem expressar proteínas, liberar hormônios. *Tem nódulo na pata (neoplasia ulcerada, inflamada) e, este, vai manifestar uma alteração no estômago (gastrointestinal) que é no caso do mastocitoma por exemplo. Devido degranulação do nódulo que liberam substâncias, levando a úlcera gastroduodenal, vomito, diarreia, melena, hematêmese. Exemplificando, são alterações localizadas em sítios distantes do tumor mas são provocadas pelo tumor. - Importância: - Diagnóstico precoce: as SPN podem anteceder ou acompanhar os sinais clínicos da neoplasia. Ex.: animal tem uma neoplasia pequena que secreta hormônio, mas a neoplasia em si não causa problema. O fato de secretar que faz com que tenha manifestação clínica da síndrome paraneoplásica e, chega nela muito mais rapidamente se fosse esperar ela crescer. - Monitorar resposta terapêutica: se animal tem a síndrome paraneoplásica e, começa a tratar o câncer a síndrome tende a diminuir ou até sumir. Porque é causada pelo câncer. Na maioria das vezes o tratamento base é a retirada da causa. - Avaliar recidiva tumoral: às vezes o animal tinha a síndrome e não tem mais, então começa a manifestar de novo o sinal clínico da síndrome. Pode esperar que a neoplasia está voltando. - Causa de mortalidade: muitas das vezes o animal não vai morrer do câncer e, sim das alterações que o câncer causa. Das síndromes, comorbidades. - As principais síndromes paraneoplásicas: *ACTH ectópico não é tão comum – das endócrinas. *As mais comuns trombocitopenias e anemias – das hematológicas. E são manifestações clínicas semelhantes à outras doenças, como: hemoparasitoses, DRC. Hipergamaglobulinemia também é comum de algumas doenças, principalmente as infecciosas. Mas é presente em um tipo de neoplasia que é o mieloma multíplo. *As cutâneas não são tão comuns na vet. Existem manifestações cutâneas relacionadas a tumores, principalmente pancreáticos e hepáticos e, no gato o timoma. Que leva a estas alopecias paraneoplásicas felina e, dermatofibrose nodular. *Outras, por exemplo: osteopatia hipertrófica que são alterações ósseas. 1. Gastrintestinais: Anorexia e caquexia - Anorexia/Caquexia: diminuição da qualidade de vida dos pacientes, pois param de comer/ficam fracos e musculatura fica diminuída. *Algumas vezes sabe que animal tem câncer, fica fácil. Mas as vezes, não acha a causa da perda de peso. Quando não acha, precisa pensar em neoplasias. *Caquexia está junto com anorexia, então alguns animais não comem. Alguns comem e, mesmo assim,perdem peso. - Diminuição das funções fisiológicas do organismo, devido perda acentuada de massa muscular e catabolismo de proteínas. - Fator psicológico relacionado ao tutor. - Relacionada a pior prognóstico, aqueles animai s que desenvolvem anorexia/caquexia relacionada ao tumor. - Síndrome de maior prevalência em M.V. Pode acontecer em qualquer neoplasia, não sendo comum de apenas uma neoplasia. Qualquer uma em uma fase mais avançada pode levar a esta manifestação clínica. *Acentuada perda de peso; costelas aparentes – depressão muscular intensa. - Por que o animal para de comer/não para quando tem câncer, por que perde peso? A reação inflamatória de citocinas e peptídeos relacionados ao tumor, ou seja, a resposta que o tumor gera no organismo faz a liberação de citocinas inflamatórias e neuropeptídeos. Faz com que eles ajam contra o animal, aumentando catabolismo proteíco e tenham ação no centro da saciedade (deixa animal sem fome, nauseado, enjoado... por conta desses tipos de substâncias na corrente sanguínea no animal). ▪ Animais que estão em caquexia do câncer tem: aumento de IL-1, IL-6, TNF-α, Interferon gama, Neuropeptídeo y, Leptina e Grelina; *Se não tratar o câncer (causa base) ou realizar algum manejo para retardar isso, só vão perdendo peso ao longo do tempo e muitos deles deixam de comer. Por mais que o câncer não afete o estômago do animal – não tenha vomito, diarreia. Mesmo assim ele para de comer, pois algumas dessas substâncias ativa centro da saciedade e ficam sem fome. - Manejo: se atende paciente com caquexia ok, mas se atende paciente com câncer sem caquexia precisa antecipar e evitar que ele entre em caquexia – por ser fator prognóstico negativo. Então paciente com câncer que não possui comorbidades, ou seja, não tem doença renal, hepática e nem algo que contraindique mudar dieta dele vai mudar. ▪ Alimentação: baixo teor de CHO (carboidrato é substrato pro câncer, ele utiliza como fonte de energia), alto teor de proteína (maior fonte energética) e alto teor de gordura (também vai ser fonte energética) → dieta comercial que se encaixa nas características é a de filhote. Outro manejo que pode fazer é a ração de gato, também se encaixam. Pode também usar a comida caseira, com alto teor proteíco. ▪ Suplementação: óleo de peixe (ômega 3, faz com que o perfil pró-inflamatório vire anti-inflamatório). Evitar suplementação vitamínica, principalmente do complexo B -> o câncer utiliza vitaminas do complexo B para metabolismo e crescimento. Se for usar vitamina usa a E, pois ela é antioxidante. A ração é bem completa, tendo tudo que o animal precisa. Não sendo tão necessário suplementar. - Ulceração gastrintestinal: *Mastocitoma que é uma neoplasia de mastócito sendo comum em cães, faz essa alteração. Mastócito é uma célula inflamatória e do sistema imunológico que leva reações inflamatórias e, possui vários grânulos. Entre eles, os de histamina. Sendo o mais importante. A histamina age nas células parietais do estômago, aumentando a produção de HCl. Tem receptores nessas células e, vai ativar bomba de Na++ e K+ para aumentar produção do ácido clorídrico, ficando muito mais ácido do que o normal/fisiológico. *Uma vez que tem um animal que tem tumor de mastócito que degranula muita histamina, sendo tumor inflamatório vai estimular acidez estomacal e do duodeno. Por isso, animais que tem mastocitoma possuem predisposição de desenvolver úlcera gástrica. *Comum observar pacientes que foram para consulta oncológica, quando faz punção do nódulo o animal começa a vomitar no dia seguinte. Toda vez que mexe estimula degranulação de mastócitos. Por muitas vezes deve usar anti-histamínico, bloqueador de receptor de H2 para evitar que animal tenha manifestação clínica – principalmente quando vai realizar a biopsia ou citologia. Principalmente os grandes e inflamados. *Se ulceração for muito profunda, pode perfurar e levar peritonite e à óbito. *Mucosa hiperêmica, com áreas de hemorragia e presença de sangue digerido – ulceração grave, então terá manifestação clínica grave. Dependendo do grau de lesão, vai ter mais ou menos sinal clínico. - Sinais clínicos: ▪ Hiporexia/anorexia → diferenciar se é da síndrome paraneoplásica de degranulação de mastócitos (mastocitoma) ou se é da síndrome geral do câncer. ▪ Êmese/hematêmese → vomito com sangue devido sangramento gastrintestinal. ▪ Melena. ▪ Desidratação em casos graves onde tem muito vomito, diarreia, com hiporexia/anorexia. ▪ Emagrecimento progressivo → não está comendo/come pouco devido dor no estômago e vai começar emagrecer. ▪ Dor abdominal → quando animal já tem úlcera gastrintestinal perfurada ou peritonite. *Se paciente tem ou já teve mastocitoma deve se atentar a isto. Principalmente se for agressivo e, apresente sinal gastrintestinal (dor abdominal). Tem que correlacionar, mesmo que não tenha nódulo na pele pode ter metástases – fígado, baço... Devido degranulação de mastócitos. - Tratamento: ▪ Remoção do tumor → se pode remover o mastocitoma, remove. Se não puder, trata com quimioterapia. ▪ Antagonista de receptor H2 → Ranitidina 2 mg/kg – BID; Cimetinida 5-10 mg/kg – BID. *A utilização de Ranitidina para acidez do estômago hoje não é tão eficaz, sendo melhor Omeprazol. Mas, neste caso usa o receptor de H2 já que ela bloqueia o mesmo receptor de histamina. Nesse caso, nosso problema de acidez é a histamina. *Também utiliza receptores H1 que são os anti-histamínicos: Prometazina (Fenergan), Fenidramina. Esse é o outro receptor de histamina que vai agir nas reações anafiláticas, alérgicas. Também usa estes. Usa no caso de mastocitoma e, não no caso de ulcerações gastrintestinais. ▪ Inibidores da bomba de prótons → Omeprazol 0,7 mg/kg – SID. Para bloquear a produção de HCl, potencializando o efeito. Porém, tem que usar a Ranitidina. ▪ Anti eméticos → Maropitant (Cerenia); Ondansetrona. ▪ Protetor gastrintestinal → Sucralfato: 30 mg/kg – VO – TID. É um protetor de mucosa e forma um biofilme, então para animais com úlceras é muito eficiente. Promove conforto gastrintestinal bom, diminui dor e ulcerações. ▪ Fluidoterapia → Se animal estiver desidratado e com muito vomito sem conseguir controlar. Vai depender da agressividade do sinal clínico. 2. Endócrinas: Hipercalcemia e hipoglicemia - Hipercalcemia: - Manifestação que acontece em determinados tumores e, tem outras causas de hipercalcemia além do câncer. - Artigo: 109 cães com hipercalcemia, aumento de Ca ionizado na circulação. Destes, a neoplasia foi a causa mais comum (descritos o linfoma e carcinoma de saco anal > concentração de Ca) – deve ser levado em consideração, visto que, se atende animal com hipercalcemia precisa colocar neoplasia como diagnóstico diferencial. Principalmente se for animal de meia idade/idoso. Outra causa seria doença renal e hiperparatireoidismo. - Hipercalcemia maligna: - Animal produz uma substância chamada PTH-RP (peptídeo relacionado ao paratormônio), sendo semelhante ao paratormônio produzido na paratireóide. Então se o câncer produz muito PTH-RP vai fazer com que essa substância tenha a mesmo mecanismo de ação do paratormônio normal que é reabsorção óssea, reabsorção tubular de cálcio e reabsorção de cálcio no intestino – toda essa reabsorção de Ca vai fazer com que ele aumente no líquido extracelular. Com isso, animal tem hipercalcemia. - Principais neoplasias que vão desenvolver hipercalcemia maligna: ▪ Linfoma (principalmente mediastinal). ▪ Carcinoma de saco anal – mais comum em fêmeas. ▪ Mieloma múltiplo – neoplasia de plasmócito da medula óssea. ▪ Timoma. ▪ Outros carcinomas. - Sinais clínicos: ▪ Polidipsia e Poliúria (Cálcio inibe ADH que é o hormônio antidiurético, faz com que ocorra mais perda de água pelo ducto coletor. Se tem inibição, essaágua que seria reabsorvida no ducto coletor vai embora e animal tem polidipsia compensatória. Densidade urinária baixa); Anorexia; Fraqueza muscular; Convulsão; Arritmia cardíaca. - Diagnóstico: ▪ Dosagem de cálcio ionizado (livre, sem estar ligado a proteína) ou pode fazer dosagem do cálcio total mas precisa corrigir com a albumina no animal. ▪ Dosagem de cálcio corrigido > 12 mg/dl. ▪ Cálcio corrigido => (Ca (mg/dl) - albumina + 3,5). *Hipercalcemia leve: 12-15 mg/dl; Hipercalcemia moderada: 15-18 mg/dl; Hipercalcemia grave: acima de 18 mg/dl. ▪ Dosagem de PTH-rp. Se tumor produz esse peptídeo relacionado a paratormônio que aumenta todo Ca, se só dosar o Ca sabe que tem hipercalcemia. Se tiver tumor que consegue diagnosticar (sabe que é linfona, carcinoma de saco anal, sabe que é hipercalcemia maligna). Para fechar o diagnóstico, deve fazer essa dosagem PTH-rp. *Soro não pode descongelar, deve mandar em gelo seco. *Trabalho publicado, caso clínico: importância da identificação da síndrome paraneoplásica para o diagnóstico do câncer. Cadela, SRD, 17 anos com PU e PD. Dosagem de cálcio deu 17 mg/dl – hipercalcemia moderada à severa. Animal idoso. Linfoma e carcinoma de saco anal são os mais comuns. *Foto da necropsia da cadela – tinha uma neoplasia de saco anal. Glândula adanal que produzia muito Ca e tinha metástase nos linfonodos. Importante palpar no exame físico esta glândula. - Tratamento: ▪ Retirar a causa primária. No caso do linfoma fazer quimio e, no caso do carcinoma de saco anal, fazer a remoção cirúrgica. ▪ Estimular a diurese para eliminar Ca com fluidoterapia ou uso de diuréticos (Furosemida). Para passar o diurético ele deve ter feito a fluidoterapia – para não desidratar. ▪ Bisfosfonatos – são medicamentos utilizados principalmente para neoplasia óssea, diminuem a reabsorção óssea. Inibem osteoclastos. Evita que tenha reabsorção óssea, diminuindo hipercalcemia dele. Ex.: Pamidronato de Potássio. ▪ Corticóides, pois diminuem deposição de Ca em tecido mole ajuda a prevenir lesão renal. Cuidado! Não pode ser utilizado em paciente com linfoma antes de instituir a quimioterapia. Deve utilizar corticóide junto com a quimioterapia. Se usar antes, causa resistência à quimio. Ele também aumenta a taxa de filtração glomerular. *Recaptulando: manejo -> identificar a causa 1ª e, se não conseguiu identificar ainda começa a terapia (diurético, fluido, uso de bisfosfonatos, corticóide). - Hipoglicemia: - Específica de um tipo de tumor. Tem neoplasia de pâncreas chamada insulinoma – neoplasia/tumor de células metapancreáticas que são as que produzem insulina. Consequentemente, tem hiperinsulinemia na circulação e hipoglicemia. Visto que, a insulina é responsável por colocar glicose para dentro da célula e transformar em energia. Se tem muita insulina, tem muito catabolismo de glicose levando a hipoglicemia. - Sinais clínicos: letargia; Ataxia*; Paresia; Convulsão*; Coma. *Vai progredindo: ataxia → tremores → incoordenação → convulsão → coma. - Hipoglicemia e convulsão: a causa da convulsão é a hipoglicemia, e a convulsão é a consequência. O SNC utiliza glicose como fonte pura de energia. - Hipoglicemia: normalmente ocorre abaixo de 60 mg/dL. - Diagnóstico: deve coletar glicemia em jejum e pós-prandial (várias amostras). Hipoglicemia < 60 mg/dL. Dosagem de insulina pré e pós-prandial. Insulina alta (insulinoma). *Ex.: Animal de jejum de 8h. Faz a coleta, a glicemia > 60 não coleta o sangue para dosar insulina. Espera e faz de novo. Se a glicemia baixou para 59, pode coletar o sangue para dosar a insulina – seria a amostra 1, em jejum. Alimenta/glicose na boca/mel → pode dar qualquer coisa que faz estímulo de liberação de insulina. Depois de 2h pós-prandial faz nova dosagem de glicemia. Se essa nova dosagem de glicemia estiver > 60, ainda não coleta e deve esperar. Se a glicemia já estiver < 60 2h após de comer, coleta pós-prandial para dosar insulina. OBS: Metódo correto para dosar insulina pré e pós- prandial é quando as glicemias estiverem < 60. *Caso clínico: Nina, SRD, 7a. Histórico de convulsão, glicemia baixa. Fez glicose e estabilizou, porém, a cadela nunca mantia a glicemia (sempre baixas). Aparelho de medir - LO: glicemia < 20; HI: > 600). *Glicose pré-prandial e pós-prandial dela era 23 – continuava baixa, mesmo comendo. Dosou insulina pré-prandial 114 (normal é até 32) e pós-prandial 280 (normal até 28). Quadro clássico de insulinoma. Hiperinssulinemia → tumor. *Na necropsia: nódulo 0,5 cm na ponta do pâncreas. Faz metástase com frequência em fígado e baço. Tinha nódulos no baço. Por isso, deve ter descompensado. - Diagnóstico: - US abdominal. Porém, muitas vezes o insulinoma é microscópico e não detectável. - Precisa descartar outras causas de convulsão e hipoglicemia. - Muitas das vezes faz laparatomia exploratória e biópsia pancreática – para fechar diagnóstico de insulinoma. - Tratamento insulinoma: - Se animal estiver em crise de convulsão: entrar com infusão de glicose lenta, para não fazer pico de glicose. - Remover a causa primária, se possível. - Dieta: pequenas quantidades várias vezes/dia (para não fazer pico de glicemia), rica em proteína e evitar CHO simples. Dieta ideal é a de diabéticos – mantem glicemia constante. - Prednisona (0,25 mg/kg – BID) ela é antagonista da insulina, faz resistência insulínica. Bloqueia ação da insulina. Melhora glicemia do animal. - Octreotide: inibidor da síntese e secreção da insulina. Age no pâncreas. Muito caro, depende da condição financeira do tutor. 3. Hematológicas: ▪ Anemia; ▪ Policitemia; ▪ Trombocitopenia; ▪ Alterações hemostáticas; ▪ Leucocitose neutrofílica; ▪ Hipergamaglobulinemia; - Anemia: - Anemia da inflamação Síndromes paraneoplásicas mais comuns; - Anemia hemolítica - Hemólise microangiopática. - Diminuição da produção de hemácias pela medula óssea. - Perda de sangue. - Quimioterapia. - Mecanismos das duas principais: - Anemia da inflamação: diminuição da meia vida das hemacias (devido inflamação crônica do câncer), sequestro de ferro pelo tumor/inflamação e diminuição da resposta de precursores da EPO – inflamação crônica vai lá na medula óssea e bloqueia resposta a EPO. Tem anemia discreta a moderada, normocítica normocrômica (arregenerativa) e diminuição da hemoglobina (devido sequestro de Fe). - Anemia hemolítica: aderência de imunocomplexo ao eritrócito, estimulados pela neoplasia (linfomas*, carcinomas e hemangiossarcomas*). Anemias graves, regenerativas, presença de esferócitos e aglutinação em salina +. *As duas coisas podem andar juntas, já que tem um tumor que pode fazer ambas coisas. - Trombocitopenia: - Mecanismos de trombocitopenia: aumento da destruição periférica de plaquetas; Aumento do consumo de plaquetas por conta de sangramento – Ex.: neoplasia hepática e esplênica/hemangiossarcoma cutâneo; Diminuição da produção plaquetária; Aumento do sequestro plaquetário pelo tumor. *Caso clínico: labrador, F, 9a, hemoabdômen. 112.000 plaquetas. Tinha neoplasia no baço que rompeu e estava sangrando. Estava perdendo plaquetas pelo sangramento e consumindo consequentemente. 4. Cutâneas: ▪ Dermatofibrose nodular. ▪ Alopecia paraneoplásicca felina. ▪ Dermatite necrolítica superficial. ▪ Pênfigo paraneoplásico. ▪ Dermatite esfoliativa associada a timoma felino – dentre as cutâneas, mais comum é essa. Mas dentre as manifestações paraneoplásicas, a cutânea não é comum! - Em humanos tem documentado 40 tipos de síndromes paraneoplásicas cutâneas. - Caso: dermatite esfoliativa associada a timoma → gato tem várias áreas alopécicas com crosta, descamação, pele seca. O timoma pode desenvolver produção de Ac anti células da epiderme/epiteliais. Fazem destruição imunomediada. O tumorinduz essa alteração. Animal tenha destruição de queratinócitos, epiderme. - O tratamento do timoma é preferencialmente cirúrgico, pois é uma neoplasia que se retirada existe chance muito grande de cura. O grande problema é quando o timo está aderido à grandes vasos e impossibilita a sua retirada. Pós cirurgia – quando tira a causa (tumor), ele para de produzir Ac anti epiderme do animal e, ele volta a normalidade. Voltou a crescer o pelo. *Em felinos pode acontecer em animais jovens, normalmente associado a FeLV+. Em cães é mais em idosos. 5. Outras: - Osteopatia hipertrófica: - Causada pela proliferação periosteal em ossos longos. *Como se fosse uma reação inflamatória no periósteo, sendo a camada sensível do osso. Muito doloroso. - Resposta a: neoplasias pulmonares primárias ou metastáticas*; Neoplasias de parede torácica (mesotelioma); Doenças pulmonares crônicas (não neoplásicas. Ex.: bronquite crônica); Neoplasias abdominais (raro). *Reação periosteal – osso longo rádio e ulna, na borda do osso (periósteo) com aumento da radiopacidade irregular; Aumento de radiopacidade no pulmão, tinha uma neoplasia pulmonar primária já que é um nódulo único. Em metástases tem nódulos múltiplos, mas só tem como informar isto fazendo a biopsia; Outra neoplasia pulmonar com dois nódulos (um maior e um menor). Essas neoplasias vão desencadear uma reação periosteal, como que acontece – tem duas teorias. *1) Nervo vago é estimulado em uma neoplasia pulmonar (doença pulmonar) e ele induz a uma vasodilatação no periósteo e, consequentemente, essa reação periosteal. Porque animais vagotomizados (que fizeram vagotomia – dissecção do vago, melhoraram a reação periosteal). 2) Tumor secreta neuropeptídeos (substâncias) que vão no osso e desencadeiam uma vasodilatação sanguínea, aumentando o fluxo e predispondo a reação periosteal. A mais aceita é a primeira teoria. *Animal tem edema de membros, muita dor pra caminhar. Pode ocorrer em todos os membros. Paciente com bastante desconforto. Normalmente paciente idoso. Radiografia acusa reação periosteal, tem que pesquisar neoplasia pulmonar/doença pulmonar. Pode estar a causa do problema. *Nódulo pulmonar. Tamanho não influencia se vai ter reação periosteal ou não. - Tratamento: remover o tumor (tirar causa de base – lobectomia pulmonar) e realizar analgesia (opióides potentes – Metadona, Morfina, Gabapentina, Dipirona, Codeína, Fentanil. Podendo estar ou não associados.). *Se não consegue tirar o tumor tenta tratar com quimioterapia se tiver metástase. - Considerações finais: as síndromes paraneoplásicas são manifestações frequentes em oncologia veterinária; Importante realizar o diagnóstico precoce e evolução da doença; O tratamento normalmente inclui remover o tumor – melhora a manifestação clínica; Pode afetar o prognóstico – animal tem dor, relutância ao exercício, quando tem hipercalcemia/hipoglicemia piora também o prognóstico, o fato de ter a SPN já que é um prognóstico negativo, visto que, secreta substâncias e interage com organismo. Abordagem do paciente oncológico: - Abordagem clínica: resenha e anamnese ▪ Raça/Idade/Sexo/Sp – algumas raças são mais predispostas a desenvolver alguns tipos de câncer. *Ex.: paciente com hematúria raça West terrier e Scottish terrier, se fosse outra raça poderia pensar em cistite/cálculo/vesícula urinária causando irritação em mucosa. Mas se é uma raça predisposta à cancer, deve colocar como diagnóstico diferencial; Bernese tem sarcoma histiocístico hemofágico que da no baço. Então se tem essa raça com nódulo na pele vai pensar nessa neoplasia; Idade – atende felino jovem, sabe que tem suspeita de tumor principalmente de mediastino cranial, linfoma pode pensar que tenha FeLV devido idade; Contrário: Fel FeLV+ pode pensar que já tenha câncer e deve investigar. Fazer padrão respiratório, raio x de tórax. Faz ter abordagem diferente; Mesma coisa com o sexo, tem tumores que são comuns em F e outros em M. A exemplo do tumor mamário em fêmeas e, o adenoma/adenocarcinoma perianal em macho. *Toda vez que falar em tumor, tem que pensar que é um aumento de volume (formação). Não necessariamente o tumor é maligno. A neoplasia também pode ser maligna/benigna. ▪ Quando observou o tumor? Qual a evolução? Tempo? ▪ Qual a velocidade de crescimento? Lento, rápido. ▪ Realizou algum tratamento anterior? *Alguns tratamentos mascaram o diagnóstico, pode estar deixando a neoplasia menos agressiva do que ela é. Ex.: uso de corticóides em animais que tem neoplasia. Principalmente no linfoma – que é um tumor de linfócitos e o corticóide é linfocítico, causando linfólise. Por isso, pacientes que usam corticóide tem a linfopenia. O corticóide é tóxico para linfócito. De forma geral é tóxico para neoplasia de célula redonda – mastocitoma, plasmocitoma. Pode atrapalhar o tratamento no final, porque o corticóide induz a produção da glicoproteína P (proteína de membrana, é um medicamento de resistência a droga. Permite a saída do fármaco. Trabalha contra o gradiente de concentração – como aumenta, vai ter mais glicoproteína P jogando medicamento para fora da célula. Então drogas que são dependentes de glicoproteína P, como: Vincristina, Vinblastina, Doxorrubicina, Mitoxantrona são medicamentos que vão ter certa resistência se usar o corticóide antes do tratamento. Junto com a quimio não faz diferença por fazer parte do protocolo. Antes que induz formação de glicoproteina P e atrapalhar tratamento). *Algum tratamento que não foi eficaz é importante para fazer diagnóstico de exclusão ou traçar diagnósticos diferenciais. ▪ Outros sinais clínicos que podem remeter a SPN – PU, PD, hipoglicemia, osteopatia hipertrófica causando dor em membro. ▪ Status reprodutivo do animal (neoplasias mamárias) – tem maior ocorrência em F inteiras do que castradas. Já é provado que a castração é fator protetor para o tumor de mama, porém também existem vários trabalhos que a castração precoce predispõe a outros tumores principalmente em raças grandes e gigantes. Algumas: alterações de ligamentos, artrite, artrose – alterações ósseas e de crescimento. *Trabalhos evidenciam que se castrar paciente até 2,5 anos tem benefício quanto ao aparecimento de tumor de mama. Consegue proteger o animal contra o aparecimento. Se castrar depois de 2,5 anos, não. ▪ Exposição solar (CEC – carcinoma de células escamosas. Sol é fator de risco). ▪ Acesso a rua (TVT). - Exame clínico: ▪ Tamanho tumor. Sempre que possível deve mensurar. É fator prognóstico positivo ou negativo. Ex.: tumor de mama/mastocitoma no geral quando >3cm tem pior prognóstico. Até para acompanhar evolução do caso em um retorno. *Uso de régua, paquímetro ou estimar. ▪ Mobilidade – se é aderido a musculatura, fáscia. Se consegue mover bem ele é não aderido. Se for aderido complica um pouco mais, principalmente se tem comprometimento ósseo. Deve avaliar. ▪ Presença de ulceração – é fator prognóstico negativo. Sinal que está crescendo rápido, não está tendo angiogênese o suficiente para nutrir a célula, pele não consegue comportar o tamanho e rompe lesionando. ▪ Palpação de linfonodos. Visto que, muitos tumores fazem metástase em linfonodos – invasão linfática. Linfonodos regionais ao tumor, mas deve palpar todos e avalia-los bem. Tamanho, mudança de consistência. ▪ Palpação abdominal. Consegue observar aumento de algum órgão, evidenciando metástase. Ou presença de alguma nodulação. ▪ Auscultação torácica. Muitas neoplasias vão levar a metástase pulmonar, efusão pleural, massa de mediastino no caso do linfoma. Tem que saber se a asculta está abafada, se tem algum deslocamento do som por conta de massa deslocando coração, etc... Se no pulmão tem creptação, sibilo, área de silêncio pulmonar que pode ser áreas de neoplasias. Tudo vai ser importante paraavaliar o paciente. - Abordagem diagnóstica: métodos diagnósticos *Nódulo – primeira abordagem: exame físico, saber se nódulo está aderido/não, tamanho do nódulo. Após o exame clínico, a primeira opção seria a citologia. - Citologia: é um método diagnóstico menos invasivo, trás informações rápidas. Não tem porque de não fazer citologia aspirativa de um nódulo cutâneo se não tiver restrição do local/problema. *Cito aspirativa: faz punção em forma de leque no tumor, porque tem que pegar uma maior área de células do tumor. Pode usar o método de capilaridade – acopla seringa na agulha mas não faz pressão negativa. Pode usar só a agulha também. Mas quando tem um nódulo esfolia muito – nódulo que não dá muitas células pode fazer pressão negativa no êmbulo quando tiver puncionando. Precisa lembrar de tirar pressão negativa quando vai tirar agulha da pele. Se faz essa pressão no canhão na hora que tira da pele pode lisar as células neoplásicas e atrapalhar análise. *Colocar material na lâmina: lembrar de puxar o êmbolo para ter pressão. O bizel sempre voltado pra baixo e desprezar o material na lâmina. Faz a técnica de “Squash”: põe uma lâmina sob a outra e desliza para fazer o esfregaço. - Análise de líquido: - Animal com massa no abdômen e ascite/efusão. Pode drenar, mandar para análise (saber o que é transudato/exsudato e se tem ou não bactéria). Avaliar a citologia do líquido – centrifuga, pega o sobrenadante e faz lâmina. Muito importante para fechar diagnóstico. Muitas vezes, fecha diagnóstico da neoplasia pela analise (efusão abdominal, efusão pleural. Pode fazer lavado vesical em animal com suspeita de tumor de bexiga). *Algumas neoplasias não esfoliam, como o sarcoma/tumores mesenquimais. Carcinoma esfolia e o linfoma também. *Mastocitoma e TVT são tumores de células redondas. São maiores quando comparadas com celulas epiteliais. TVT tem vários vacuólos citoplasmáticos. O mastocitoma tem grânulos basofílicos dentro das células, são grânulos de heparina e histamina. Libera quando degranula. Quando tem tumor de célula redonda sem grânulo, não pode afirmar que não é mastocitoma só pelo fato de não ter grânulo. Os indeferenciados/malignos podem perder os grânulos. Assim, deve fazer histopatológico. *Células epiteliais que formam blocos – carcinoma pulmonar. Remetem a origem epitelial. O fibrossarcoma são células mais ovaladas a alongadas, fusiformes. Que normalmente é característico dos tumores mesenquimais. Distribuição dimórfica. *Pela cito da para saber a origem celular – se é uma neoplasia epitelial, mesenquimal, de célula redonda. Trás informações importantes, porém é falha não é 100% sensível para chegar no diagnóstico. Pode ter cito inconclusivas, dependendo do grau de inflamação vai interferir (escolher locais menos inflamados/tratar com anti- inflamatório para reduzir inflamação). - Biópsia: MASTOCITOMA MA FIBROSSARCOMA TVT CARCINOMA PULMONAR - Se a citologia não foi conclusiva na análise, vai fazer biopsia. Se foi conclusiva vai traçar tratamento e, se for cirurgico depois vai mandar o nódulo para análise histopatológica de qualquer forma. A cito pode servir para planejar um tratamento cirúrgico ou até mesmo começar um tratamento. - (A) biópsia exciosional quando retira todo o nódulo; (B e C) biópsia incisional quando retira apenas um fragmento para enviar a análise para planejar cirurgia/tratamento; - Biópsia óssea: quando tem neoplasia, o osso já está friável mais fácil de coletar. A citologia óssea também pode ser utilizada, usa uma agulha mais calibrosa. - Histopatologia: além dela avaliar a célula igual a cito avalia, ela também avalia o parênquima, m.basal (quanto tumor está invadindo o tecido), avalia a margem cirúrgica, presença de invasão de vasos linfáticos e sanguíneos, índice mitótico. Trás informações muito mais ricas. Sempre que possível, combinar as 2 técnicas. Confirma diagnóstico e dá ideia do que pode fazer depois de tratamento e, o prognóstico diante das características dela. *Se não consegue fechar diagnóstico só pela histopatologia convencional, pela coloração de HE. Pode utilizar outras colorações específicas ou até mesmo a imunohistoquímica que é uma técnica que usa tecido para poder corar a célula que quer, saber a origem das células se a histopato não for o suficiente. *Boxer com aumento de volume em arco zigomático. RX observa que o arco zigomático está íntegro e, do lado esquerdo, não tem integridade óssea. Tem distruição óssea, neoplasia infiltrativa. A cirurgia é agressiva, tendo que tirar o arco zigomático. As vezes tem que enuclear o paciente, devido margem cirurgica. Deve avaliar o paciente como um todo. Poderia fazer cito, histopatológico. O RX entra como método de diagnóstico complementar, sabe a extensão da lesão mas não sabe qual tipo de tumor que é. *Pode também fazer RX de tórax para pesquisa de metástases. Um tumor na região próxima a base do coração. O RX é utilizado sempre que tem neoplasia maligna, precisa saber se fez metástase ou não; Outros métodos de diagnóstico US de baço mostrando neoplasia, presença de líquido; Tomografia com formação neoplásica; Tomografia de contraste evidenciando neoplasia encefálica. Evidenciado nódulo em SNC. - Estadiamento: - TNM utilizado para maioria das neoplasias: US de baço Neoplasia na base cardíaca Tomografia: região de s.nasal e face Neoplasia encefálica ▪ Tamanho tumor; linfonodos sentinela (se tem metástase ou não); se tem metástase a distância (deve fazer US abdominal, RX tórax). ▪ Palpar linfonodos: RX tórax; US abdominal; realizar PBA. - Neoplasias frequentes em cães e gatos: ▪ Cães: ✓ Neoplasias mamárias → principalmente em cadelas não castradas. ✓ Neoplasias cutâneas → mastocitoma, CEC e sarcomas de tecido mole. ✓ Linfomas. ▪ Gatos: ✓ Linfomas → principalmente em gatos FeLV +. ✓ Neoplasias cutâneas → CEC e sarcomas de aplicação. ✓ Neoplasias mamárias → gatas não castradas e que fazem uso de progestágenos. *Neoplasias mamárias: o diagnóstico precoce das neoplasias mamárias, confere maior chance de cura. Quanto menor o tamanho, também; Gata com neoplasia mamária inflamada, ulcerada. Em gato, a grande maioria é maligna 80%. *Paciente com aumento de volume em linfonodo axilar que está metastático – importância de tirar linfonodo quanto tem metástase de tumor mamário. Importância em abordar o linfonodo sentinela. As vezes é difícil encontrar, pode fazer técnica de coloração com azul de metileno/azul patente. Aplica na região intradérmica do nódulo e consegue encontrar, visto que, a drenagem linfática fica evidente. Animal da foto já fez mastectomia. *Linfomas: no cão o mais comum é o linfoma multicêntrico (afeta todos linfonodos periféricos. Quando tem esse tipo, nem sempre é de alto grau. Pode ter alguns linfomas chamado de linfoma indolente e ele possui uma evolução mais lenta). No gato o mais comum é o linfoma de mediastino cranial (massa que desenvolve a partir do linfonodo de mediastino cranial. Faz com que animal tenha dificuldade respiratória, formação de efusão e compressão de vasos). Principalmente relacionado ao FeLV. Na grande maioria das vezes é muito agressivo, sendo de alto grau. *Tipos de linfoma relacionados a origem celular: linfomas do tipo B e T. Importante saber, principalmente no cão o B ter um melhor prognóstico e o T tem pior prognóstico. Nos gatos não existe essa influência no prognóstico. *Mastocitoma: comum em cães. É um tumor de mastócitos que vai causar uma lesão muita das vezes local, porém infiltrativo e expansivo. A principal SPN relacionada ao mastocitoma é de T.G.I devido degranulação de mastócitos, liberando histamina principalmente causando úlceras gastrintestinais. *CEC: causado principalmente pela agressão solar. No cão é mais comum em região abdominalventral e, em gato, mais comum em região de face/plano nasal/pina. - Tratamento: o veterinário quer tratar, porém, no meio dessa história tem o tutor e o paciente. Deve levar em consideração para escolher uma terapia de tratamento. Idade é uma condição e não uma doença. - Pensando no paciente, o que deve ser levado em consideração para avaliar o tratamento: ▪ Expectativa de vida. Pensar na qualidade de vida atual do animal. ▪ Comorbidades, se tem alguma doença pré-existente. Ex.: DRC, cardiopata... ▪ Comportamento do tumor. É agressivo? Benigno? Pode fazer tratamento mais conservador? ▪ O tratamento vai fazer com que tenha capacidade funcional? Vai dar qualidade de vida? Ou piora a qualidade? - Tutor: ▪ Aspectos culturais. ▪ Poder aquisitivo R$. ▪ Estilo de vida. ▪ Disciplina. ▪ Grau de ligação com o paciente. - Opções de tratamento: cirugia, quimioterapia e radioterapia. Tratamento paliativo caso não consiga fazer um tratamento efetivo (com nutrição, controle da dor e tratamento das SPN). - Cirurgia: avaliar → riscos do procedimento anestésico, adaptação pós cirurgia, risco de morte e qualidade de vida após o tratamento. *Os tumores que normalmente não se faz cirurgia são os hematopoiéticos, do sangue e dos órgãos linfóides. São doenças sistêmicas, tumores são disseminados. Não adianta tirar os linfonodos acometidos, se é algo sistêmico. Não é tratamento de escolha, por não ser um problema local. Se for local, a cirurgia pode ser um tratamento de escolha. - Casos clínicos: *Faruk, 13 anos. Adenoma perianal (neoplasia benigna), DRC IV (significa que a creatinina dele é >5,0). Não vale a pena retirar esse tumor cirurgicamente, por ser uma neoplasia benigna. O risco de se submeter a uma anestesia e descompensar o rim é muito maior do que retirar a neoplasia/ela se tornar maligna. *Sadan, Rottweiler, 9 anos. Osteossarcoma no membro. O tratamento ideal seria a amputação do membro. Porém, precisa avaliar os 4 membros se vai ter condição de andar com 3 patas. Pode não conseguir andar mais. Um animal desse porte, de 50kg – dificulta manejo. O RX de pelve indicou displasia coxofemural bilateral – já tem doença articular importante, se amputar MT dificulta as chances de voltar a andar. *Billy, 8 anos, Boxer. Saudável. Tem neoplasia esplênica. Vale a pena operar? Sim! Se ele não possui nenhuma comorbidade, vale a pena. Esse tipo de neoplasia pode romper, sangrar e ter que entrar na cirurgia rapidamente. Deve avaliar os riscos. - Cirurgias: *Tem tumor cutâneo e foi tirado apenas de forma marginal e, ao lado, tem cirurgia ampla que respeita margem de segurança do tumor para que tenha maior efetividade de margem livre – princípio da cirurgia oncológica: deve retirar margem lateral e profunda. Se não tira plano além do que a neoplasia acomete, tem uma maior chance de reincidivar. Toda vez que volta no local, volta sempre mais agressivo. *Nódulo de 1-2cm faz margem de segurança de 3-5cm e, sempre um plano profundo. Para evitar que tenha presença de células neoplásicas na margem cirurgica. *Neoplasia em região de prepúcio, lateral a região de pênis. Grande extensão. Se for planejar, precisa de margem ampla. Precisou retirar o pênis. Maior chance de complicação é cistite recorrente. *Animal tinha CEC no dígito. Precisa avaliar se tem comprometimento ósseo para fazer a amputação alta. Outros métodos não invasivos pode não ser eficaz. *CEC em região de pálpebra, periocular. Pode tentar fazer eletroquimioterapia, mas neste caso, optou pela cirurgia. Tem que ser ampla, assim tem maior chances de cura. Teve que fazer retirada de globo ocular. Usa técnicas de cirurgia reconstrutiva. - Quimioterapia: pode ser uma modalidade única ou pode ser associada ao protocolo de cirurgia. Normalmente quando tem quimio que só vai utilizar ela com intuíto de tratamento ela é curativa. Quando pensa em quimio associada a cirurgia ou qualquer outra modalidade de tratamento, tem a utilização de quimioterápicos como neoadjuvante que é a quimio citorredutora (Ex.: tem nódulo muito grande como no mastocitoma. É um tumor que muitas das vezes precisa fazer citorredução antes de operar porque responde bem a quimio). Faz quimio/entra com tratamento como uso de corticóide dias antes da cirurgia para reduzir tamanho do nódulo/inflamação e fazer com que a cirurgia seja mais fácil. Quando faz isso é chamada de quimioterapia neoadjuvante). *OBS: quando usa corticóide no mastocitoma para fazer citorredução/quimioterapia deve biopsiar o tumor antes – se usa tratamento quimioterápico e vai mandar para análise histopatológica pode ter mudanças estruturais nas células, não sendo correspondente ao grau inicial; Toda vez que faz um tratamento prévio e usa a quimio depois para suprimir metástase é chamada de quimioterapia adjuvante, ou seja, vai ser um complemento ao tratamento inicial. Não vai ser a primeira linha de tratamento; Paliativa é aquela que não tem muito o que fazer, não consegue operar, quimio pra ele não vai ter efeito curativo principalmente quando tem metástase – então ele já tem a doença disseminada/forma grave que não consegue fazer com que a quimio seja efetiva. Vai simplesmente fazer controle. Objetivo não é redução, remissão completa da doença. - Monoquimioterapia: utiliza apenas um fármaco. - Poliquimioterapia: associação de diferentes fármacos, atuam em diferentes fases do ciclo celular (mecanismos). Maior eficiência/menor resistência. Os que mais se beneficiam são os linfomas e leucemias. *Síndrome da veia cava cranial. Quando tem uma neoplasia em tórax que comprime VCC tem aumento da pressão hidrostática capilar nos vasos e tem extravasamento do líquido intersticial levando o edema. Normalmente causa edema de face e barbela. Tem que pesquisar massa torácica. - Principais efeitos adversos: - Sinais inespecíficos: êmese e diarreia. *Ocorrem independente do quimioterápico utilizado. Efeito colateral “geral”. Quimioterapia age em células de multiplicação rápida, ou seja, intestino e medula óssea. A diarreia normalmente é por destruição das células (vilosidades/enterócitos) e, a êmese, é causada porque os enterócitos tem o 5-HT (serotonina). Quando essas células são lesadas, libera serotonina presente neles e, estimula fibra nervosa a desencadilhar o vomito. Por isso que o tratamento do vomito, por muita das vezes, vai ser benéfico com o uso da Ondansetrona (inibidor de receptor de serotonina). - Tratamento: ▪ Anti-eméticos: Ondansetrona, Maropitant (Cerenia); ▪ Protetor de mucosas: Ranitidina/Omeprazol; ▪ ATB – no caso de diarreia, pode ou não entrar. Vai ser utilizado nos casos que tem sangramento gastrintestinal, para evitar translocação bacteriana; - Outros sinais clínicos inespecíficos: apatia e anorexia. *Muitas das vezes também relacionados a gastrintestinal. Podem se sentir enjoados e param de comer devido lesão. A serotonina liberada em excesso vai causar efeito adverso relacionado ao centro de saciedade. Normalmente anorexia vai estar relacionado a lesão de mucosa gastrintestinal. - Tratamento: estimular alimentação, sondas esofágicas e alimentação parenteral. *CONSIDERAÇÃO: quando está fazendo tratamento do animal que tem efeito adverso. Ex.: normalmente não entra com anti emético profilático (2,3 dias antes), evitar custo e medicação desnecessária. Mas se sabe que fica sensível, passa mal pode prescrever previamente 2-3 dias antes da quimio passa anti-emético (Ondansetrona*, Cerenia) e mantem medicamento por mais alguns dias 5-7 dias pós quimio. Quando tolera bem, só entra com medicação se apresentar sinal. - Outro efeito adverso inespecífico relacionado a quimio: mielossupressão → células da medula tem multiplicação rápida, principalmente os neutrófilos. Por isso, nota muita neutropenia em pacientes que tomam quimioterapia. Principalmentequando se tem o NADIR do quimioterápico. *NADIR: É o dia que o quimioterápico age mais forte, efeito. Depende do medicamento. Ex.: Vincristina (7 dias), Vinblastina (7-10 dias), Carboplatina (14 dias), Doxorrubicina (10-15 dias). Isso faz com que defina frequência de aplicação. Para dar tempo da medula recuperar. - Tratamento: Timomodulina (Leucogen) – estimula mais linfócito. Pode utilizar também o Interferon é um estimulante inespecífico do sistema imune. Mas o medicamento que deve utilizar em caso de mielossupressão grave é o Filgrastim (estimulante de colônia granulocítica) quando está com 1500 a 2500, juntamente com a quimio. *Ponto de corte para fazer quimio varia entre 1500 neutrófilos segmentados a 2500. Importante repetir hemograma antes da quimio. Não pode ser intervalo longo. - Neutropenia + febre + sinais sistêmicos = precisa fazer intervenção muito mais séria. Internar, fluido, antibioticoterapia. - Efeitos colaterais específicos de alguns quimioterápicos: cardiomiopatia dilatada em cães causada pela Doxorrubicina – vai no miocárdio e causa estresse oxidativo, faz com que as fibras do miocárdio respondam de forma ruim. Começam a dilatar. Prevenção com Cardioxane – antioxidante que bloqueia produção de radical livre da Doxorrubicina no coração. Problema: caro. Antes da Doxorrubicina fazer ecocardiograma, mais eficaz. - Cistite hemorrágica: efeito adverso relacionado a Ciclofosfamida e Ifosfamida. Vai acontecer devido produção de um radical livre chamado Acroleína, sendo muito irritativa para mucosa da bexiga. Tem lesão de mucosa mas sem bactéria. Prevenção com Mesna, bloqueia produção do metabólito. Problema: caro. Prevenir entrar com diurético, Furosemida (1mg/kg – 3 dias. Animal urina e não acumula Acroleína na bexiga). Ideal passar a Ciclofosfamida pela manhã, para que o animal não fique prendendo urina durante a noite. - Choque anafilático: L-asparaginase (não tem no Brasil com facilidade) e Doxorrubicina. Principalmente relacionado ao tipo de diluente utilizado nesses medicamentos. Prevenção: Difenidramina (anti-histamínico que bloqueia receptor H1, diminuindo ação da histamina nos tecidos). Se tiver reação ainda, deve associar ela com corticóide como Dexametasona, Hidrocortisona. - Hepatotoxidade: Lomustina e L-asparaginase, induzem lesão hepática. Avaliar antes do protocolo e após a função hepática. Normalmente pode associar com anti- oxidantes para tentar prevenir lesão. Prevenção: Silimarina e Same. Não existem estudos que mostram que eles possuem benefício. - Nefrotoxidade: Doxorrubicina (gatos) e Cisplatina (nunca utilizar em gatos, devido edema pulmonar + morte). Prevenção: fluidoterapia prévia, protocolo de diurese concomitante a administração. *Doxorrubicina é base do protocolo de quimio para linfoma em gato. Sorte é que gatos com linfoma, geralmente são gatos jovens FeLV+ que não possuem doença renal prévia. Mas se tem gato idoso, precisa saber função renal e decidir se vale a pena utilizar/não. - Outro efeito colateral que não é específico de medicamentos é a Alopecia: muito comum em região de cabeça e fucinho em animais de pelo longo. Os de pelo curto não sofrem tanto, sendo menos comum. A discromia também pode ocorrer (mudança na coloração do pelo). - Sempre avaliar as comorbidades: precisa entender que o paciente pode ter outras doenças. Para saber escolher melhor protocolo. - EPI’s: importante na oncologia. Evitar contato com olhos e pele. - Metabólitos: orientar tutor a evitar contato com fezes e urina, além de limpar com luvas. Se for administrar medicamentos quimioterápicos em casa usar luvas. ▪ Vincristina/vimblastina: 3 dias. ▪ Ciclofosfamida: 2 dias. ▪ Clorambucil: 2 dias. ▪ Lomustina: 1 dia. ▪ Doxorrubicina: até 7 dias. ▪ Carboplatina: 3 dias. ▪ L-asparaginase: 3-4 dias. - Princípios da quimioterapia: Se a quimioterapia não está fazendo efeito, PARE. Se a quimioterapia está fazendo efeito,CONTINUE. Se não sabe o que fazer, NÃO FAÇA NADA. A quimioterapia deve fazer com que o paciente se sinta MELHOR. - Radioterapia: Tratamento caro. Utilizada para tratar doenças localizadas → principalmente em cavidade nasal/boca e SNC (encéfalo e medula espinhal) – locais onde muitas vezes não consegue retirar cirurgicamente. Em sarcomas de tecidos moles, após cirurgia onde a margem não foi tão grande. Principalmente de membro. Evita que tenha reincidivas. Problema é que requer anestesia em toda sessão. - Crioterapia: Congelamento rápido com nitrogênio líquido (resfriamento lento – morte celular). A limitação é que deve ser nódulos pequenos até 1 cm. - Eletroquimioterapia: Combinação de pulsos elétricos e a quimioterapia (Bleomicina, Cisplatina, Carboplatina e Doxorrubicina). Eletroporação → formação de poros nas células neoplásicas, facilitando a entrada do quimioterápico. Uma vez que o quimioterápico entra nas células e para de dar o pulso elétrico, os poros se fecham e aprisionam o quimioterápico na célula (por apoptose). Leva vasoconstrição do local levando hipóxia do tecido. Causa necrose muito grande e depois o tecido vai melhorando. Pode ser utilizada como terapia única em nódulos de pele/cavidade oral ou combinada com cirurgia para ampliar a margem. - Imunoterapia: produção de vacina contra tumor, principalmente contra o melanoma oral. Não é muito eficaz. *Já existem outras vacinas sendo desenvolvidas principalmente para melanoma oral que utilizam o próprio tumor. Aplica o lisado no animal para estimular resposta imunológica contra o tumor. - Perspectivas futuras: terapias alvo-moleculares, mais específica. ▪ Inibidor de tirosina kinase: Palladia – principalmente para mastocitoma de alto grau. ▪ Anticorpos monoclonais: em estudo. ▪ Terapias epigenéticas: em estudo. - Cuidados paliativos: controle de dor (AINES, opióides, acupuntura), cuidados nutricionais (sondas esofágicas e nutrição parenteral). - Prognóstico: a média dos animais vivem 10 meses, dependendo do tipo de câncer (Ex.: linfoma). Tem animal que vive menos e, outros mais. Tem uma média relacionada a um número total que responde ao protocolo. Mas depende de muitas circunstâncias. - Eutanásia: tema difícil de abordar, envolve questões culturais, sensibilidade dos indivíduos e uma questão pessoal. Decisão tomada em conjunto (qualidade de vida x chance de sobreviver x questão financeira). PRINCIPAIS AFECÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO DE CÃES E GATOS: - Distúrbios de cavidade oral: *Doença periodontal são os maiores casos relacionados a rotina da clínica e cirúrgia. - Distúrbios da oclusão: *Bragnatismo é aquele animal que o crescimento da maxila é maior que proporcionalmente a mandíbula. Tem essa dificuldade de oclusão com proeminência da região maxilar. Já o prognatismo é quando a mandíbula tem crescimento maior. *O que pode acarretar esta mal oclusão: lesões em cavidade oral por conta dos dentes, podendo levar a úlceras. Pode também ter dificuldades de mastigação/apreensão mas isto vai ocorrer quando esta mal oclusão é muito exagerada. *Comum nos braquicefálicos. - Fórmula dentária: *Troca dentária entre 4-6 meses. Quando animal demora muito para fazer a troca, é chamada de retenção de dentes decíduos. *Os decíduos nos cães somam 28 no total e nos felinos 26. Quando tem as trocas dos dentes, tem o crescimento dos molares. Somando 42 nos cães e 30 nos felinos. Algumas vezes, estes animais não fazem esta troca ou crescem um sobre o outro – tendo problemas na oclusão, formação de cálculos dentários, placa bacteriana. *Pode ser que estes dentes demorem muito para ocorrer a troca, mas mesmo que demorada, acontece. Ou pode ser que esta troca não ocorra e, tem que realizar procedimentos cirúrgicos para realizar a extração desses dentes. *O principal problema da retenção de dentes decíduos é a formação de cálculos dentários,placas bacterianas. - Retenção de dentes decíduos: - Podem provocar má oclusão dentária, podendo levar lesões em cavidade oral; Predisposição a acúmulo de comida e formação de placa bacteriana. Predispondo a doença periodontal – gengivite, abcesso dentário, exposição de raíz de dente; Halitose; Raças pequenas mais predispostas. - Tratamento: extração dentária e, muitas das vezes, associado a limpeza também. - Doença periodontal: - Afecção mais comum de cavidade oral em cães e gatos. Podendo estar relacionada com má oclusão, dente decíduo ou simplesmente por hábitos alimentares além da predisposição de cada animal. *Pode ter retenção de gengiva, exposição de raíz de dente, podendo levar à abcessos/fístulas. Vai evoluindo e a inflamação bacteriana presente na placa, vai levar a formação de toxinas, ocorrendo migração de células inflamatórias levando a doença periodontal. Tem inflamação associada a infecção, por isso, vai lesionar os tecidos adjacentes. - Sinais clínicos: halitose; Gengivites (mais hiperêmica, está reagindo a presença de bactéria no esmalte do dente); Hemorragias; Perdas dentárias (quando teme exposição de raíz, evolução da doença maior); Edema facial; Fístulas oronasais. *Animal pode ter secreção nasal unilateral devido fístula dentária. É um diagnóstico diferencial. - A doença periodontal vai ser classificada de acordo com o comprometimento dessa doença com os dentes e gengivas. *Saudável: comum de observar em animais jovens. *Gengivite: ainda não tem formação de placa bacteriana, mas já tem hiperemia da região de gengiva – já tem presença de bactéria que está irritando a gengiva. *Periodontite leve: quando placa bacteriana começa a se formar no esmalte do dente, além da gengivite. Ainda é uma quantidade <25% dos dentes. *Moderada: formação da placa bacteriana aumenta consideravelmente no esmalte do dente/superfície dos dentes. Área varia de 30-50%. *Periodontite grave: doença progrediu para raíz do dente e, fez com que a gengiva ao ser lesionada cronicamente retraia e começa a expor a raíz. Normalmente tem mais de 50% dos dentes comprometidos por placa bacteriana. Muitas vezes vai levar a perda de dente, abcesso dentário e fístulas. *Os animais não costumam ter cárie, devido pH mais ácido que não favorece o crescimento das bactérias. Observam mais as doenças avançando para raíz do dente. - Tratamento: - Remoção do cálculo dentário e a extração dentária quando necessária. *Se já tiver exposição da raíz do dente, na grande maioria das vezes, vai precisar extrair. Se tem retração de gengiva, já tem dente exposto a infecção. Além de dor. - Antibioticoterapia (bactérias anaeróbicas – mais comum de ter em cavidade oral): é recomendado prescrever antes e após o procedimento cirúrgico. Inicia profilática 3 a 4 dias antes da limpeza para diminuir carga bacteriana e, evitar que ocorra translocação de bactéria da boca para corrente sanguínea que pode levar endocardite, deposição de bactéria no rim levando a nefrite inflamatória ou intersticial. Após o procedimento mantém por algum tempo 7-10 dias. Depende da severidade. ✓ Amoxicilina, Metronidazol* e Clindamicina*. *Como tem exposição de raíz e, pode ter fístula oral e osteomielite é sempre importante fazer RX da cavidade oral. Para avaliar raíz de dente. Avaliando só de forma externa, não tem noção de comprometimento de raíz. - Complicações da doença periodontal: - Fístulas oronasais; Fraturas e osteomielites; Bacteremia com consequências sistêmicas. *Muito comum ocorrer em cães idosos com doença periodontal. Pode começar com aumento de volume e depois ocorre a fístula. *RX: avaliar raíz de dente, se tem alguma osteomielite (destruição de osso), perda dentária. Importante para planejar limpeza. - Prevenção: - Escovação dentária: importante iniciar o hábito quando o animal é jovem. Pasta dental deve ser adequada para cães e gatos. Pode também fazer uso de antissépticos a base de Clorexidine, tem em forma de spray. - Alimentação: alimentos sólidos (ração, brinquedos e ossos) que estimulam a mastigação pelo atrito, podem diminuir a progressão e severidade da doença. Favorecem a profilaxia da doença periodontal. - Limpezas periódicas para retirada da placa bacteriana – 6 meses a 1 ano de intervalo. *Diabetes mellitus descompensa se o animal tiver periodontites graves. Infecção bacteriana na boca é uma causa de resistência à insulina. Tem riscos também de ter endocardites (infecções bacterianas nas valvas do coração, nefrites (causada pela translocação bacteriana), artrite séptica... - Gengivites/estomatites: relacionada mais a felinos *As mais comuns: complexo gengivite estomatite linfoplasmocitária felina e complexo eosinofílico felino. - Gengivite = inflamação da gengiva; Estomatite = inflamação da cavidade oral (bocheca, região de língua, palato...). Normalmente as duas andam juntas. - Sinais clínicos: halitose, hipersalivação/saliva com sangue, disfagia/anorexia/perda de peso e a presença de lesões ulcerativas e ou hiperêmicas. Podem ser lesões granulomatosas também – aumento de volume hiperêmico regular. *Gengivite/estomatite em cães tem que colocar como diferenciais doenças imunomediadas (pênfigo e lúpus). Gato pensa mais em complexo gengivite estomatite felina, doenças virais, FIV e FELV, granuloma eosinofílico. - O Aspecto da gengivite/estomatite: *Lesões hiperêmicas, ulceradas que podem também ter aumento de volume (formar granuloma). - Estomatite urêmica: *O aumento de compostos nitrogenados no sangue dos animais quando tem inssuficiência renal causa lesões em mucosas, extremamente irritativas. Além de lesões em mucosa oral, pode causar lesão gastrointestinal. - Calicivírus felino – Doença do trato respiratório inferior de felinos (DTRIF): *Quando tem DTRIF pode cursar com estomatite e gengivite. - Complexo gengivite estomatite felina: - Complexo gengivite estomatite linfoplasmocitária felina. *Doença linfoplasmocitária: predomina infiltração de linfócitos e plasmócitos, consequentemente, é uma doença inflamatória. Caráter imunomediado. Ativação do sistema imunológico contra células da cavidade oral e, isto faz com que doença fique de forma mais agressiva tendo lesões, granuloma etc. - Doença comum em felinos. Vai cursar com inflamação, ulceração e proliferação de tecidos na cavidade oral (formação de granuloma podendo ser eosinofílico quando tem eosinofílo, mas pode ser também linfoplasmocitário quando tem linfócito e plasmócito). - Caráter crônico – vai ocorrendo progressivamente. - Etiologia: reação inflamatória exacerbada (podendo ser local ou generalizada) contra vírus (ex. Calicivírus. Então animais com calicivirose tendem a ter o complexo gengivite estomatite com mais frequência ou recidivante), bactéria ou periodontite devido a uma desordem imunológica. - Sinais clínicos: halitose; Hipersalivação/saliva com sangue; Disfagia/anorexia/perda de peso. *Quando vai fazer exame físico, ao examinar a cavidade oral vai observar: lesões hiperêmicas, ulcerativas, proliferativas acometendo a gengiva, arcos glossopalatinos (região de fauces), língua, palato, lábios e mucosa bucal. Em alguns casos observa-se também processo de reabsorção odontoclástica felina e consequente queda de dentes. *Inspecionar bem cavidade oral para detectar gengivite/estomatite. - Diagnóstico definitivo: biópsia + histopatologia → infiltrado linfoplasmocitário, predominância de plasmócitos e linfócitos no tecido. *Só com o aspecto da lesão, temos o diagnóstico presuntivo. Sempre aliado a clínica do animal também. Para ter um definitivo, precisa de exames mais específicos. - Diagnósticos diferenciais: neoplasias de cavidade oral (carcinoma de células escamosas, mais comum de felinos); Granuloma eosinofílico; Doenças imunomediadas (não sendo tãocomum nos felinos, mais em cães). - Tratamento: visa a melhoria na qualidade de vida sem necessariamente a cura das lesões. Tratamento periodontal com remoção dentária nos casos de reabsorção odontoclástica. - Antibioticoterapia: ✓ Espiramicina + Metronidazol ou ✓ Amoxilina + Clavulanato de Potássio *Intuíto de diminuir a carga bacteriana local. Região de Fauces *A base do tratamento já que é uma doença imunomediada é utilizar o imunomodulador (corticóide). Para felinos, causa menos efeitos colaterais. Cuidado com diabetes, é um dos principais efeitos colaterais. ✓ Prednisolona: 2 mg/kg a cada 12hrs com redução gradual da dose até a dose mínima eficaz. Reavaliar com 10 a 15 dias de tratamento. Além de controlar o sistema imune, controla a inflamação. Bem utilizado. ✓ Interferon alfa? - Tratamento: casos não responsivos a terapia inicial. - Casos graves é indicado remover todos os dentes. Mas mesmo assim, existe chances de recidiva da doença. - Associação de terapias imunossupressoras: Ciclosporina (5 mg/kg), Clorambucil (2 mg/gato). *Intuito de associar ao imunossupressor é diminuir a dose de corticóide ou retirar o corticóide. Devido problemas colaterais. - Prognóstico reservado. *Arco glossopalatino mais acometido, também tem em região de gengiva. Extraiu molar e pré-molar (por doença ser mais localizada aboralmente). Os incisivos e caninos ficaram. Resposta bem efetiva da extração dentária, no pós-operatório 1 mês depois. *Recaptulando: tratamento é com atb, deve fazer limpeza nos dentes e extração caso necessário. Doença de cunho imunomediado, tratamento é com imunossupressores. Corticóide é primeira linha de tratamento, mas pode associar com outro imunossupressor se tiver caráter recidivante e grave (devido efeitos colaterais). Causa base é difícil diagnóstico. - Complexo eosinofílico: Placa eosinofílica Granuloma eosinofílico Úlcera indolente Resposta inapropriada de eosinofílos a uma variedade de estímulos, produzindo reações cutâneas em cavidade oral *Só vão se diferenciar na lesão macroscópica, a forma como é apresentada. A placa eosinofílica é uma lesão mais rígida mas não tão aumentada de volume como o granuloma, que é mais desigual e proliferativa. A placa e a úlcera são firmes e planas. O infiltrado que tem em ambas é o mesmo que são os eosinófilos. *A resposta do granuloma eosinofílico é principalmente relacionado a estímulos alérgicos, cutâneos principalmente no caso da DAPE, presença de ácaros, piolhos ou contaminantes ambientais. - Úlcera indolente: localizada mais em região rostral - Granuloma eosinofílico: lesões nodulares, proliferativas e regulares. Mais em região aboral, caudal da boca - Complexo eosinofílico: - Diagnóstico: histopatologia - infiltrado eosinofílico. - Investigar causa primária (investigar infecções parasitárias, bacterianas, alérgicas). Qualquer doença que leva a uma reação do sistema imunológico do felino, leva ao granuloma eosinofílico. - Tratamento: - Eliminação da causa primária. - Antibioticoterapia – vai ter contaminação bacteriana secundária à inflamação da cavidade oral. Ex.: Amoxilina, Metronidazol, Clindamicina. Pode associar Metronidazol+Espiramicina=Estomogil. - Prednisolona: 2 mg/kg a cada 12 horas com redução gradual da dose até dose mínima eficaz. *Por ser uma doença de infiltrado eosinofílico, tem cunho imunomediado também. Por isso entra com corticóide. *A diferença é que aqui se descobre a causa de base que está causando alergias, vai tratar e tirar o corticóide. Não tendo recidivas. - Neoplasias de cavidade oral: - Responsável por 6% das neoplasias em cães; Responsável por 3% das neoplasias em felinos. São comumente agressivos, são metastáticos e invasivos normalmente. - 2,4x mais frequente em cães machos do que fêmeas. - Sinais clínicos: - Dificuldade de mastigação; Sialorreia; Sangramento oral; Massa em cavidade oral; Halitose; Deformidade facial; Dor; Anorexia; Emagrecimento; Linfadenomegalia de submandibular. - Melanoma oral: tumor extremamente metastático - Corresponde 30-40% dos tumores orais em cães. Infrequente em felinos. - Média de idade são 12 anos. - Principais locais: gengiva, mucosa labial e palato. - Características macroscópicas: Massas pigmentadas/Massas não pigmentadas; Ulcerado ou não; Pode ter envolvimento ósseo. *Massas não pigmentadas, tipo de melanoma: amelanótico, amenalocítico, amelánico. Quando é muito agressiva, perde a melanina. Perde diferenciação celular. *Metástase em outros órgãos. Alguns pontos de metástase em omento. Baço com metástase. - Carcinoma de células escamosas (CEC): é de células epiteliais *Se o tumor for mais rostral/região cranial é menos agressivo, se é mais aboral/caudal (base de língua,região de palato, arco glossopalatino) é mais agressivo. - Carcinoma de células escamosas em felinos: - Tumor oral mais frequente em felinos: responsável por 65% dos tumores orais na espécie; Felinos com idade média de 12 anos; Comportamento mais agressivo em relação aos cães. - Carcinoma de células escamosas sublingual: *Região de base da língua. É ruim, pois não te como fazer tratamento cirúrgico. Localização de tumor mais agressivo. *Região de arco glossopalatino. Difícil diferenciar só pela macro diferenciar CEC de um complexo estomatite gengivite felina ou complexo granuloma eosinofílico – por isso que a biópsia é importante. - Carcinoma de células escamosas em felinos: *Comum CEC de felinos fazer invasão óssea. Áreas de lise óssea, proliferação óssea. *Principal diagnóstico diferencial de neoplasia comprometendo osso em felinos é o CEC e, não, o osteossarcoma como pensaria para cães. - Carcinoma de células escamosas – cirúrgia: - Na maioria das vezes não é possível. Extensão da doença - necessidade de margens de 1-2 cm. Normalmente invasão profunda e óssea. - Quando cogitar possibilidade: sempre realizar tomografia* ou ressonância prévia; Tamanho real é maior do que o visível no exame clínico. *Felino que tinha CEC na região de rostral mandíbula com comprometimento ósseo. - Fibrossarcoma oral: - Terceiro tumor oral mais frequente em cães: 8-25% dos casos. Ocorre geralmente em raças grandes, como labrador e golden (predisposição racial). - Segundo tumor oral mais frequente em gatos. - Mais localmente agressivo: rápido crescimento; Altamente recidivante; Invasão óssea frequente (60-72% casos). - Baixo potencial metastático: menor que 30%. Quando acontece, principalmente em pulmão e linfonodos. - Diagnóstico das neoplasias orais: - Citologia da massa e linfonodos. - Histopatológico para confirmar diagnóstico. - RX de tórax e cavidade oral (tórax para ver metástases e cavidade oral para ver comprometimento ósseo). - Tomografia computadorizada. - Tratamento local: - Cirurgia é o tratamento de base, quando consegue operar. - Radioterapia para controle local, mais fora do Brasil. - Eletroquimioterapia. Muito indicado, principalmente para melanoma oral. Tem resposta boa. CEC também. *Hemimandibulectomia: retirada de um lado da mandíbula. Devido retirada da neoplasia. Mas se adaptam bem. *Tumor localizado em região da mandíbula. Retira toda estrutura com margem ampla. *Felino com mandibulectomia rostral - Eletroquimioterapia: - Opção viável. Bons resultados para controle local associado ou não a cirurgia, depende da extensão da doença (não pode haver comprometimento ósseo). - Tratamento sistêmico: QUIMIOTERAPIA - Normalmente como ajduvante para evitar metástase em tumores que tem potencial metastático. Normalmente são tumores pouco responsivos a quimioterapia de forma única. Deve fazer para evitar metástases depois que retira o tumor. - Melanoma: alto potencialmetastático. ✓ Carboplatina ou Lomustina; ✓ Resposta a quimioterapia muito baixa, sendo menor que < 30%. Só usa depois que consegue fazer tratamento local. - Vacina para melanoma – estimula imunidade contra células do melanócito e pode ajudar no tratamento da doença. - Prognóstico das neoplasias orais em cães: - Outras neoplasias em cavidade oral: ▪ Linfoma; ▪ Mastocitoma; ▪ TVT; ▪ Outros sarcomas; ▪ Papiloma; ▪ Épulide; - Épulide: - Definição: proliferação benigna oriunda dos ligamentos periodontais. - Três formas: fibromatosa, ossificante e acantomatosa (Ameloblastoma acantomatoso). *Apesar de ser uma neoplasia benigna, principalmente a forma acantomatosa pode infiltrar muito nos tecidos adjacentes. Principalmente osso. Acaba sendo grave, mesmo não causando metástase. Quando mais rápido faz intervenção (cirurgia ou até eletroquimioterapia, maior a chance de não ter problema). *Proliferativa, lembra CEC. Apesar de benigno, tem comprometimento ósseo. O que torna o tratamento da doença difícil. - Tratamento: - Remoção cirúrgica (se removido com margem cirúrgica pode ser curativa, por ser benigna/não ter metástase). - Aplicar Bleomicina intralesional (quimioterápico) seguida de eletroquimioterapia (citorredução; massas inoperáveis). *Neoplasia extensa – pega toda região rostral perto dos incisivos, da mandíbula. Se optar pela cirurgia precisará fazer mandibulectomia rostral. Apesar de benigna, o tratamento é agressivo. - Considerações finais das neoplasias de cavidade oral: - Tumores são frequentes. Tanto em cães como em gatos, mas principalmente em cães. - Controle local é o maior desafio devido localização da neoplasia, deve agir rápido. - Terapias combinadas: cirurgia + radioterapia. Tem mais sucesso, porém no Brasil a radioterapia não é amplamente utilizada devido custo. - Quimioterapia tem pouca resposta – Melanoma é altamente metastático e, a quimioterapia ainda é pouco efetiva. - Distúrbios dos músculos mastigatórios: - Miosite dos músculos mastigatórios: *Miosite: inflamação muscular. - Também é conhecida como atrofia dos músculos mastigatórios – a longo prazo de forma crônica, devido inflamação e não utilização da mastigação além da dor. - Doença descrita como idiopática imunomediada: afeta os músculos da mastigação, principalmente o masseter e o temporal. - Doença descrita somente em cães. - Curso inicial: dor e aumento de volume nos músculos masseter e temporal – Pode não ser observado pelo proprietário, por ser um aumento normalmente discreto. - Curso crônico: atrofia de temporal* e masseter, dificuldade para abrir a boca (normalmente é nesse estágio que os animais chegam para a consulta). *Outra apresentação que animal pode ter atrofia muscular, que deve ser colocado como diagnóstico diferencial: caquexia do câncer. Outras doenças: diabetes mellitus, hiperadrenocorticismo, paralisia de nervo... - Diagnóstico: - Sinais clínicos sugestivos (dificuldade para abrir a boca, dor, aumento de volume na fase aguda, atrofia na fase crônica) + biopsia muscular (vai sugerir a miosite). - Teste de anticorpo contra fibra muscular 2M – dosar Ac contra a fibra muscular. Não é usual no Brasil. - Tratamento: IMUNOSSUPRESSÃO - Prednisona 2 mg/kg/dia (redução gradativa da dose até conseguir manter na menor dose efetiva e maior intervalo). Pode ser associado outro imunossupressor - Ciclosporina ou Azatioprina. - Distúrbios das glândulas salivares: - Sialocele e sialodenite: - Sinais clínicos dependentes da localização: ✓ Mandibular: massa flutuante cervical; ✓ Sublingual: movimentos linguais anormais, relutância em comer, saliva sanguinolenta, massa visível; ✓ Zigomática: exolftalmia, aumento de volume periorbitário; *NAS SIALODENITES PODE HAVER DOR, SECREÇÃO MUCOPURULENTA E SINAIS DE INFLAMAÇÃO NO LOCAL. - Sialocele sublingual – Rânula - Diagnóstico: - Anamnese e sinais clínicos. - Aspiração da massa (fluído viscoso (mucinoso – saliva); células inflamatórias – sialodenite. - Diagnósticos diferenciais: - Carcinoma de glândula salivar; Diferencial de sialocele mandibular – exemplo: linfoma ou metástase em linfonodo submandibular. - Tratamento: - Remoção cirúrgica – tratamento definitivo. - Sialodenites: ✓ Antibioticoterapia; ✓ AINES; ✓ Drenagem; ✓ Dietas úmidas; *Até a data da cirurgia. - Neoplasias de glândula salivar: - São incomuns em cães e gatos. - Principal tipo histológico: adenocarcinoma. - Podem se originar tanto das glândulas salivares maiores como menores – Mandibular e parótida são as mais acometidas. - Distúrbios do esôfago: - A regurgitação é um sinal clínico característico das doenças esofágicas. É a expulsão de material da cavidade oral, faringe e esôfago*. Quando está associada a disfagia, deve avaliar cavidade oral e faringe. - Diferença entre vômito x regurgitação: ▪ Vômito: expulsão de material do estômago ou intestino (principalmente delgado). Se apresentar vai pensar em doenças de estômago/intestino; ▪ Regurgitação: expulsão de material da cavidade oral, faringe e esôfago*. Se apresentar pensa em doença esofágica; *Avaliar principalmente se tem mímica, se é bilioso, se tem comida inteira. - Megaesôfago: - Dilatação associada a diminuição do peristaltismo esofágico. Pode ser congênito ou adquirido. *Quando sabe a causa, se tratar vai melhorar? Depende do tempo de evolução (de quanto está comprometido o esôfago). *Importante saber diagnósticos diferenciais como estes – prova. - Sinais clínicos: - Regurgitação (minutos ou horas após alimentação); perda de peso porque o alimento não chega no estômago, não consegue absorver. Tem polifagia e regurgita tudo. Pode fazer coprofagia também; tosse; febre. *Tosse e febre nos casos em que o animal desenvolveu pneumonia por aspiração secundária ao megaesôfago. *Como regurgitam e as vezes o jato não é tão potente porque não fazem contração, tem chances de ter aspiração do conteúdo. - Hipertireoidismo felino - Diagnóstico: - Radiografia simples e contrastada para confirmação do diagnóstico => exames específicos para determinação da causa. Se não descobre, fala que é idiopática. Pelo histórico vai saber também se é congênita ou adquirida. *Essa linha branca mostrando a dilatação esofágica. RX simples. *Animal extremamente magro, com perda de peso e regurgitação. Coprofagia, pode ter tosse e secreção nasal. Novamente uma dilatação em todo esôfago. *Dilatação. Radiopacidade maior da região: devido pneumonia aspirativa. Normalmente vai ocorrer nos lobos mais craniais devido gravidade. *RX contrastado. Esôfago preenchido pelo contraste e dilatado. *Animal pode ter uma grande dilatação e não regurgitar tanto como animal que tem dilatação menor. *Animal com caquexia, 6m e histórico de vômito crônico. Além de salivação e secreção nasal. No RX foi avaliado a dilatação. *2-6 mL de contraste por kg. - Megaesôfago congênito: - Pacientes jovens. - Predisposição racial (Pastor alemão, Dogue alemão, Golden retriever, Shar pei, Schnauzers). - Principais diferenciais de megaesôfago em filhotes: - Corpo estranho esofágico (que obstrui e por isto regurgita) e anomalias do anel vascular (persistência do 4º arco aórtico). *Radiografia permite a diferenciação. O corpo estranho consegue observar presença dele no esôfago, ou pode fazer o contrastado para saber se tem obstrução esofágica. E a anomalias do anel vascular tem característica de só dilatar a base cranial ao coração devido estrangulamento. - Megaesôfago idiopático adquirido: - Umas das principais causas de megaesôfago em cães. - Diagnóstico por exclusão de outras causas: NEUROMUSCULARES e ENDÓCRINAS. - Megaesôfago secundário a doenças neuromusculares:- Timoma: *Massa cranial ao coração em um animal que regurgita e, os dois riscos, o esôfago dilatado. Animal idoso. Principal diagnóstico será este. - Tratamento do megaesôfago: - Identificação da causa de base quando presente e tratar a mesma. - Na maioria dos casos é megaesôfago idiopático. Não há cura, apenas o tratamento conservativo. Que é fazer com que o animal regurgite o menos possível e que também não sofra a pneumonia aspirativa. *Posição bipedal, alimentação em plano inclinado em pelo menos 45 graus. Opção da escada. *Cadeirinha. Gravidade facilita passagem do alimento pelo esôfago. *Animais devem ser mantidos nessa posição bipedal durante a alimentação e pelo menos 10min após se alimentarem. Para que o alimento passe para o estômago, o esôfago não consegue fazer contração. *Dietas pastosas* a sólidas de 4-6x/dia, não pode alimentar de uma vez só devido volume podendo levar regurgitação. Dietas muito líquidas favorecem a pneumonia por aspiração. - Tratamento medicamentoso: - Pró cinéticos: aumentam a motilidade esofágica. - Cisaprida com dose 0,25 mg/kg. Estimula a motilidade de músculo liso. ▪ Esôfago em cães: musculatura estriada; ▪ Esôfago em gatos: porção distal musculatura lisa; *Embora muitos autores relatam melhora mesmo em cães com o uso da Cisaprida. - Tratamento em casos mais graves: em que o manejo clínico não seja efetivo, continua regurgitando muito - Colocação de tubo gástrico: pacientes que não respondem a alimentação em plano inclinado e que estão com perda crônica de peso. Ou em pacientes com pneumonia de aspiração grave. Deve ser feito cirurgicamente. - Alguns animais podem desenvolver esofagites secundárias ao megaesôfago: de tanto regurgitar, pela irritação - Salivação intensa e anorexia. - Diminuição da acidez estomacal com Omeprazol na dose de 0,7 a 1,5 mg/kg VO a cada 12-24hrs. Pode utilizar o Pantoprazol também, é mais potente. Tem também o Sucralfato que é protetor de mucosa. - Quando tem pneumonia aspirativa secundária ao megaesôfago: - Tratamento: - Antibioticoterapia: ▪ Amoxicilina + Clavulanato: 22 mg/kg, BID – 14 a 21 dias* ▪ Cefalexina: 30 mg/kg, BID – 14 a 21 dias* ▪ Enrofloxacina: 5 mg/kg, BID – 14 a 21 dias*; G- ▪ Escolha pode ser baseada nos resultados da cultura e antibiograma - Nebulização: 2-6x/dia com solução fisiológica ou com algum broncodilatador associado para fluidificar a secreção. - Manter o paciente hidratado. Se desidrata a secreção fica sólida e não consegue expulsar. - Tapotagem várias vezes por dia. - Broncodilatadores devido a broncoespasmo secundário à inflamação (Ex.: Aminofilina). - Expectorantes (Ex.: Bromexina, N-acetil cisteína). *Não usar supressores de tosse (precisa eliminar secreção) e nem diuréticos (faz secar ainda mais a secreção e dificulta expulsão do conteúdo. - Esofagites: muita das vezes é uma consequência - Inflamação do esôfago causada por: ▪ Refluxo gastroesofágico. ▪ Vômitos crônicos. ▪ Corpos estranhos esofágicos. ▪ Substâncias cáusticas. ▪ Medicamentos: Doxiciclina em felinos na apresentação oral podem ficar retidas no esôfago e causar esofagites. Animal começa parar de comer, ter salivação. - Sinais clínicos: - Regurgitação; Hiporexia/anorexia; Salivação intensa; Ulceração oral em casos de ingestão de substâncias cáusticas. - Diagnóstico: - Identificação da causa: ▪ Vômito crônico seguido de regurgitação sugere refluxo gastroesofágico. ▪ Radiografias contrastadas podem revelar hérnia de hiato ou corpos estranhos. - Esofagoscopia + biopsia e histopatologia: diagnóstico definitivo. - Tratamento: - Correção da causa de base. - Diminuição da acidez estomacal – se tem vômito crônico/regurgitação/refluxo podem ter mais lesão ▪ Omeprazol 0,7, a 1,5 mg/kg VO a cada 12-24 horas ▪ Pantoprazol 0,5 a 0,6 mg/kg a cada 24 horas - Estímulo ao esvaziamento gástrico para diminuir o refluxo: Metoclopramida 0,25 a 0,5 mg/kg, BID ou TID. Aumenta a motilidade gástrica. - Proteção mecânica da parede esofágica: Sucralfato 30 mg/kg, TID. - Sonda gástrica apenas em casos graves. Evita a irritação da parede esofágica por alimentos permitindo que a mucosa esofágica se restabelesça. - Anomalias do anel vascular: - Má formação congênita dos grandes vasos → formação diferente do que seria o normal. Vai repercutir em estenose esofágica, por formar estruturas que não deveriam ser formadas e em locais inapropriados. ✓ 95% casos: persistência do arco aórtico direito. Durante formação embrionária e desenvolvimento fetal, devem involuir. ✓ Obstrução esofágica e dilatação cranial a base do coração. *Grandes vasos no desenvolvimento fetal vão involuindo e, a aorta, é o vaso principal que vai continuar a se desenvolver. Só que algumas vezes, ocorre a persistência de alguns destes arcos (não involui totalmente, forma um anel fibroso). Esse anel fibroso que liga a.pulmonar e a aorta passa por cima do esôfago – faz estenose esofágica. Faz dilatação cranial à base do coração. No RX de contraste quando encontra esse achado, é muito sugestivo de persistência do 4º arco aórtico. - Característica clínica: - Regurgitação em filhotes após o início da alimentação sólida, mais ou menos com 30 a 45 dias de idade. Depende do grau de estrangulamento. Dificilmente na amamentação observa sinal clínico, pela dieta ser líquida (leite). - Possibilidade de pneumonia por aspiração – secreção nasal, dificuldade respiratória, apático, febre. - Diagnósticos diferenciais: megaesôfago congênito e corpo estranho esofágico. *RX contrastado, esofagograma: dilatação cranial à base do coração de um filhote. A chance de ter persistência do 4º arco aórtico é 95%. - Tratamento: - Correção é cirúrgica (toracotomia ou videocirurgia): melhores resultados quando realizado nos estágios iniciais da doença. Menos dilatação esofágica vai ter. - Alguns animais podem permanecer com dilatação esofágica mesmo após a cirurgia. Deve realizar o manejo de megaesôfago nestes pacientes, para evitar a regurgitação frequente. *Posição bipedal por 10min devido gravidade, alimentação úmida e pastosa... - Principais afecções gástricas em cães e gatos: - Vômito (principal sinal clínico relacionado a afecção gástrica): é a ejeção ativa de conteúdo gástrico e por vezes duodenal pela cavidade oral. É um processo ativo que normalmente é precedido por uma fase prodrômica (naúseas, salivação e desconforto). - Fisiopatogenia da êmese: *Lesões inflamatórias de intestino leva ao vômito devido liberação excessiva de serotonina. *Reflexo do vômito vai ocorrer por diversas causas, por isso, o sinal clínico de vômito não é específico do estômago. - Fisiopatologia da êmese: - Receptores da êmese: ✓ H1: histamina tipo 1. ✓ DA2: dopamina tipo 2 ✓ 5HT3: serotonina tipo 3. ✓ M1: colinérgico/muscarínico. ✓ NK1: receptor de substância P. *Exemplo de substância de age no 5HT3 -> Vonau/Ondansetrona; NK1 -> Maropitant/Cerenia. *Receptor NK1 é o mais importante para desencadear o vômito; Já o das vias aferentes viscerais, o mais importante é o 5HT3 – se tem alteração gastrointestinal, estomacal, duodenal, hepática e pancreática é muito melhor usar o Vonau do que outro medicamento. Já que este receptor é o que estará mais ativado nesse momento, se bloqueia ele tem maior chances de não ter vômito; Sistema vestibular – receptor de histamina é o mais importante. Por isso é utilizado para cinetose de movimento como Dramin, Fenergan; Córtex superior – sensorial (cheiro, medo, dor). - Tipos de vômito: - Qual o tipo? - Vômito espumoso. - Vômito com conteúdo alimentar/pelo. - Vômito bilioso – remete a um vômito de conteúdo intestinal, de refluxo do duodeno para o estômago. - Presença de sangue: hematêmese ✓ Sangue vivo – sangramento ativo do estômago; ✓ Sanguedigerido (“borra de café”) – pode ser lesão mais antiga ou lesão proveniente do duodeno; - Anamnese no paciente com êmese: - Quanto tempo e qual frequência? ✓ Agudo (- de 3 semanas) x Crônico (+ de 3 semanas); - Animal está tomando algum medicamento? ✓ Qual? Dose e frequência? *Muito importante, pois uma das causas de vômito é medicamentosa. Tanto causando gastrite como gatilho do vômito. - Apresenta outros sinais clíncios além de vômito? ✓ Quais sinais? *Pode remeter que seja uma doença sistêmica e não gástrica, por exemplo. - Abordagem diagnóstica do vômito: - Possibilidade de corpo estranho causando irritação no estômago ou obstrução intestinal, neoplasias. - Mudanças na dieta (trocou de ração, comeu algo que não estava acostumado, mexeu no lixo). - Contato com toxinas ou alimentos estragados. - Administração de medicamentos. - Alterações renais (principalmente idosos; administração principalmente de anti inflamatórios), hepáticas. - Doenças infecciosas (Ex.: Parvovirose, Cinomose, Panleucopenia felina). - Doenças endócrinas, metabólicas. *Durante avaliação, além do exame físico bem detalhado (palpar abdômen para ver se não tem dor abdominal, aumento de órgãos). - Abordagem de exames: ▪ Hemograma. ▪ Bioquímico – Alterações hepáticas, renais e pancreáticas. ▪ Radiografia abdominal – Presença de corpo estranho radiopaco, obstruções (dilatação de alça intestinal, presença de muito gás sugere). ▪ US abdominal – Obstrução intestinal, peritonite, pancreatite, corpos estranhos e neoplasias. ▪ Dosagens hormonais e de eletrólitos – Relação sódio e potássio (hipoadrenocorticismo); Dosagem de hormônios tireoidianos em felinos. ▪ Endoscopia – Em casos de vômito crônico em que a causa não for identificada ou na suspeita de corpos estranhos gástricos com possibilidade de remoção cirúrgica. Casos mais graves. ▪ Biópsia gástrica ou intestinal – Apenas em casos mais graves em que a causa base não foi identificada. - Corpo estranho linear em gatos: *Diagnóstico diferencial importante nos felinos. Lembrar sempre de inspecionar cavidade oral; Segunda foto, presença de agulhas no estômago. - Gastrite aguda: - Inflamação aguda do estômago. Evolução da doença em até 3 semanas. - Varias causas: ✓ Mudança de dieta/Corpo estranho/Toxinas (alimento estragado/contaminado). ✓ Medicamentosa (AINE, Cefalexina, Doxiciclina, Quimioterapia...). ✓ Infecções virais (Parvovirose, Cinomose – quando está na fase gastrointestinal, Panleucopenia...). ✓ Distúrbios sistêmicos (Uremia, Hepatopatia, Doenças pancreáticas, Doenças endócrinas e metabólicas...). *Devemos sempre prescrever protetores de mucosa quando for prescrever Cefalexina, AINES e Doxiciclina? → A associação deles com o anti-ácido diminui a absorção/biodisponibilidade por aumentar o pH. Estes medicamentos são ácidos fracos, então consequentemente, serão melhores absorvidos em meio ácido. Porém é um dilema, eles causam muita gastrite aguda e, ao mesmo tempo são melhores absorvidos em meio ácido. Prof falou que prescreve mas avisa ao tutor para administrar só quando o animal manifestar sinal clínico de gastrite, como: parar de comer, ter vômito. Para não atrapalhar o tratamento. - Sinais clínicos: - Vômito agudo, náuseas (salivação, recusa alimento), hiporexia/anorexia, letargia e diarreia. - Diagnóstico: identificação da causa base. *Nos casos em que a causa não for identificada após exames de imagem e hematológicos, sugere-se a realização de tratamento sintomático com o uso de anti- emético e protetores de mucosa e, a reavaliação da resposta em 24-48hrs. - Tratamento: ▪ Se está vomitando muito e com náuseas, fazer jejum alimentar por 6-8 horas para controle da gastrite. Reintroduzir lentamente e em pequenas quantidades (iniciando com água gelada, promove conforto). ▪ Anti-ácidos – Cimetidina 5 a 10 mg/kg BID ou Omeprazol 0,7 mg/kg SID ou BID. *Dar preferência ao Omeprazol ou Pantoprazol em gastrites mais graves. ▪ Anti eméticos – Maropitant (Cerenia) 2 mg/kg, SID ou Ondansetrona 0,5 a 1 mg/kg, BID. *Não pode usar Ondansetrona com Tramadol – interação medicamentosa, competem pelo mesmo receptor. ▪ Protetor gastrointestinal – Sucralfato 30 mg/kg, VO, TID. Apenas em casos com hematêmese associada ou suspeita de ulceração. *Deve ser usado 1h antes ou 1h depois de qualquer medicação, por formar um biofilme pode acabar atrapalhando na absorção de outros medicamentos. ▪ Fluidoterapia em casos de desidratação. - Gastrite crônica: - Tipos de gastrite crônicas: - Linfoplasmocítica: mais comum ✓ Processos imunomediados – infiltração de células inflamatórias no estômago que vão causar sinais clínicos de gastrite. ✓ Reação inflamatória a antígenos locais (hipersensibilidade ao alimento, Helicobacter, parasitas etc..). - Eosinofílica: ✓ Normalmente associada a reações a alérgenos do alimento. - Granulomatosa: ✓ Mais uma reação inflamatória crônica. Forma granuloma, pode estar relacionada a bactéria/processo infeccioso. Incomum. - Gastrite crônica linfoplasmocítica: - Mais comum em gatos do que em cães. - Caracterizada por anorexia/hiporexia + vômito crônico. - Associada a doença intestinal inflamatória crônica. - Diagnóstico: ✓ Ultrassom: espessamento da parede gástrica. ✓ Biópsia + histopatológico – fecha o diagnóstico. Revela presença de infiltrado linfoplasmocitário nas camadas do estômago. *Diferenciar de linfoma em felinos – devido espessamento difuso, principalmente o de baixo grau. - Tratamento da gastrite crônica: ▪ Identificação e eliminação da causa desencadeante (parasita, bactéria, alimento..). Muitas vezes a causa não é identificada. ▪ Mudança de dieta: hipoalergênica (comercial, hidrolisada) ou de eliminação (caseira, de proteína que nunca teve contato). ▪ Corticoterapia (por ser uma doença imunomediada): Prednisona 2 mg/kg, BID. Redução gradual da dose conforme reavaliações. Uso apenas após confirmação da doença via histopatologia. Pode associar com o imunossupressor, principalmente para reduzir a dose da Prednisona. ▪ Tratamento suporte: anti emético e protetores de mucosa. *Mudou a dieta, e a gastrite crônica não está tão severa (apenas com hiporexia e vômitos crônicos. Porém come e ainda está bem) → pode só mudar a dieta mesmo e tratar sintomático. Entrar com anti-emético, entrar com anti-ácido, não entrar com corticóide. Agora se o paciente tem gastrite grave deve mudar a dieta mas já entra com corticóide para desinflamar (tirar da crise). Vai reduzindo a dose e vai mantendo só a dieta. Se a causa for alimentar, vai parar de ter sinal clínico com a dieta hipoalergênica. Se a dieta não for a causa principal e for uma causa imunológica que não se sabe, talvez o paciente deverá tomar corticóide o resto da vida ou imunossupressor (Azatioprina, Ciclosporina). - Helicobacter: - Helicobacter pylori comum em humanos ✓ Causa importante de gastrite e ulceração. - Helicobacter em cães e gatos ✓ Pode ser causa e efeito devido inflamação se prolifera. ✓ Animais com Helicobacter podem ser assintomáticos. ✓ Alguns animais manifestam sinais clínicos como vômito e anorexia. - Diagnóstico de Helicobacter: - Histopatologia. Idenficação da bactéria – Espiroqueta. - Importante descartar outras causas de gastrite – Patogenicidade é incerta portanto descartar outras causas antes de definir a Helicobacter como causa do problema, pois pode ser achado. - Tratamento: - Tratamento para gastrite como descrito anteriormente (anti-emético, anti-ácido e protetores de mucosa). - Antibioticoterapia por no mínimo 10 dias ✓ Amoxicilina 22 mg/kg, BID + Metronidazol 15 a 20 mg/kg, BID. *Ideal repetir a endoscopia para ver se ela ainda está presente. - Ulceração gastrointestinal: doença mais pontual - Causas: ▪ Medicamentosa. ▪ Síndromeparaneoplásica – mais comum de causar ulceração gastrointestinal é o Mastocitoma. ▪ Doença renal – presença de uremia. - Ulceração gastrointestinal medicamentosa: - AINES e corticóides: *Anti-inflamatórios – levam a úlceras, pois interferem nas prostaglandinas fisiológicas e, levam deficiência na produção de muco, aumentando a susceptibilidade da mucosa. Quanto menos seletivo COX2 maior chances de ulceração. ✓ Aspirina/Piroxican/Flunixin/Cetoprofeno → Alto risco de ulceração GI em regimes prolongados. ✓ Carprofeno, Meloxican, Firocoxib → Mais seguros porém mesmo assim apresentam riscos. ✓ Corticóides → Dexametasona em doses altas ou corticóides quando associados com AINE levam a ulceração GI. *Não associar AINE com corticóide!!! - Ulceração gastrintestinal paraneoplásica: - Principais tumores relacionados: - Mastocitoma: ✓ Liberação de histamina aumentando a produção de HCl. - Gastrinoma: ✓ Tumor pancreático/raramente localizado em duodeno. ✓ Liberação de gastrina aumentando a produção de HCl. ✓ Síndrome de Zollinger-Ellison (tríade). - A ulceração gastrintestinal paraneoplásica é mais frequente em estômago, eventualmente no duodeno; Múltiplas na grande maioria das vezes; 38-83% casos diagnosticados é com necropsia; 15% podem perfurar. - Ulceração gastrointestinal secundária a doença renal: - Em estágios mais avançados de DRC. - Associação de outros sinais ✓ Podem apresentar estomatites, hálito urêmico. ✓ Emagrecimento progressivo. ✓ Alterações nas funções renais e urinálise. - Sinais clínicos: ▪ Hiporexia/anorexia. ▪ Êmese/hematêmese. ▪ Melena. ▪ Desidratação. ▪ Emagrecimento progressivo. ▪ Dor abdominal. ▪ Úlcera gastrintestinal perfurada – o diagnóstico pode fazer por US abdominal, RX contrastado. ▪ Peritonite. - Tratamento: - Remoção da causa. MCT ou medicamento. - Inibidores da bomba de prótons. Omeprazol 0,7 mg/kg, SID ou BID. - Anti eméticos: Maropitant (Cerenia) ou Ondansetrona. - Protetor gastrintestinal: Sucralfato 30 mg/kg, VO, TID. - Fluidoterapia. - Síndrome do vômito bilioso: - Refluxo gastroduodenal devido ao fato do estômago ficar longos períodos vazio. - Normalmente em cães alimentados apenas 1x/dia. - Vômito bilioso após longos períodos de jejum. *Raças comuns de ocorrer: Lhasa-Apso e Shih-Tzu. - Diagnóstico: - Anamnese. - Aspecto do vômito – espumoso com presença de bile. Normalmente é crônico. - Exclusão de outras causas. - Tratamento: - Manejo alimentar de mais de 1x/dia. Ver se melhora a clínica. - Hipertrofia de piloro: aumento da espessura da musculatura do piloro *Vômitos persistentes e crônicos; Idiopática; Predisposição racial. *Atrapalha a passagem de alimento e, essa estase alimentar vai induzir vômito pelo estiramento do estômago. - Diagnóstico: ▪ Radiografia contrastada. ▪ Ultrassonografia. ▪ Endoscopia – Padrão ouro. Vê mucosa e aspecto da lesão. - Tratamento: é cirúrgico. *RX contrastado. Presença de tecido mole, sem preenchimento – sugere hiperplasia de piloro/neoplasia. *Endoscopia. Vantagem – coleta material para biópsia, descartando neoplasia. - Neoplasias gástricas: - Cães: 70-80% das neoplasias gástricas são adenocarcinomas. - Gatos: linfoma é o tumor gástrico mais frequente em felinos. - Outros tumores gástricos em cães e gatos: ✓ Leiomioma/Leiomiossarcoma/GIST. ✓ Mastocitoma. ✓ Plasmocitomas extramedulares. - Diagnóstico: - Ultrassonografia: presença de massa no estômago. Espessamento difuso da parede gástrica – Linfoma. - Biópsia + Histopatologia: Linfomas em felinos avaliar o grau no histopatológico. Se é alto/baixo. *Para fechar é só pela biópsia. Deve fazer endoscopia ou laparotomia exploratória para coletar material para análise. *Problema – na endoscopia só pega camada mucosa e submucosa, não pega muscular. Tem sua limitação. - Tratamento: - Remoção cirúrgica no caso de carcinomas. - Quimioterapia no caso de linfomas gástricos, por ser uma doença sistêmica. - Prognóstico: - Carcinomas: prognóstico desfavorável. Por ser agressiva. - Linfomas: depende do grau. Se for de baixo grau é muito melhor e, de alto grau é ruim. - Afecções intestinais em cães e gatos: - - I.D.: duodeno, jejuno e íleo; I.G.: cólon, ceco e reto. - A principal função do intestino delgado é a absorção de nutrientes e vitaminas. - Local de liberação da bile e do suco pancreático. *Secreta suco pancreático: pâncreas exócrino. - A principal função do intestino grosso é a absorção de água, eletrólitos. Faz a síntese de determinadas vitaminas e determina a consistência do bolo fecal. - Manifestações importantes das afecções intestinais: ✓ Diarreia - Hematoquesia: diarreia de I.G. - Melena: diarreia de I.D. ✓ Tenesmo/Disquesia. ✓ Constipação. ✓ Perda de peso. ✓ Vômito – principalmente alterações em ID (duodeno). *Diarreia é o sinal clínico mais comum das enteropatias – alto teor hídrico fecal. Transito intestinal aumentado ou, tem uma irritação da mucosa que não ocorre absorção de água. *Diarreia com presença de contéudo líquido. Pouca formação fecal. *Diarreia aguda → muito relacionada a dietas que o animal não estava acostumado a comer, petiscos, alimentos estragados; alterações sitêmicas como DRC que tem aumento da CREAT; obstruções intestinais devido inflamação e irritação da mucosa. *Diarreia crônica → exames mais específicos como biópsia de intestino. - Diarreia aguda: - Mecanismos: - Aumento de motilidade intestinal. - Aumento da secreção no lúmen intestinal. Ex.: inflamação com transudação de líquidos. - Aumento da osmolaridade intraluminal. Ex.: substâncias mal absorvidas. - Principais causas de diarreia aguda: - Dietéticas ✓ Intolerância alimentar. ✓ Mudança brusca de dieta (principalmente filhotes). ✓ Dietas de má qualidade. ✓ Alimentos estragados. - Parasitas e protozoários ✓ Helmintoses. ✓ Giardia. ✓ Tritrichomonas – protozoário intestinal que vai causar diarreia de I.G em felinos. ✓ Coccidiose. *Podem levar a diarreias agudas ou crônicas. Por isso, quando tem diarreia crônica não deve excluir parasitos. *Fazer coproparasitológico quando paciente apresentar diarreia. - Infecciosas ✓ Parvovírus. ✓ Panleucopenia felina. ✓ Coronavírus/Rotavírus. ✓ Cinomose. ✓ Salmonelose. ✓ Clostridiose. - Outras causas ✓ Corpo estranho. ✓ Intussuscepção. ✓ Síndrome do intestino irritável. ✓ Causas extras intestinais - Pancreatites, Hepatopatias, Doenças renais. - Outras doenças infecciosas. - Doenças endócrinas (Ex.: hipoadrenocorticismo, hipertireoidismo). *Em muitos casos de diarreia aguda, a causa base não é identificada e o tratamento direcionado aos sinais clínicos normalmente é o suficiente para a recuperação do animal. Exceção.: corpos estranhos, enterites virais em que existe teste específico. - Tratamento suporte para animal com diarreia aguda que não sabe a causa do problema, dependendo da situação deve tratar os sinais clínicos: ▪ Fluidoterapia com Ringer Lactato. ▪ Protetor de mucosa com Sucralfato oral quando tem enterite e retal quando tem colite. ▪ Anti-ácido e Anti-emético caso tenha vômito associado. ▪ Dieta de alta digestibilidade, não está absorvendo bem. Introdução gradual se for mudar, ou dietas mais brandas com batata e frango. Menos imunogênicas. ▪ Carvão ativado caso tenha filhote que está suspeitando de endotoxemia. Toxinas produzidas por bactérias intestinais, impede absorção. ▪ Antibióticos – Metronidazol, Amoxicilina. Não sabe tipo de infecção, mas tem que evitar com que ocorra a translocação bacteriana. Usa principalmente quando não sabe a causa e tem presença de sangue. *OBS.: Se for por parasito vai passar antiparasitário, se for alimentar vai ajustar a dieta. - Diarreia crônica: - Diferenciarse é de intestino delgado ou de intestino grosso. *Perdem peso na de I.D porque tem má absorção de nutrientes. Sente fome porque está desnutrido. - Diarreia crônica de intestino delgado: - Perda de peso. - Pode apresentar melena. - Frequência da defecação normal, porém em grande quantidade. - Normalmente não apresenta tenesmo ou muco. - Principais mecanismos: - Má digestão – Insuficiência pancreática exócrina. Ou seja, o intestino não está comprometido. O que está comprometido é a digestão. Animal tem volume de fezes grandes porque não está digerindo. Muitas vezes a causa 1ª não é intestino. - Má absorção – É uma doença intestinal. Tem a digestão pelas enzimas, mas o alimento não consegue ser absorvido porque a mucosa do intestino está muito lesionada e inflamada. Pode cursar com perda proteíca. ▪ Parasitismo (Giardia, nematodeos). ▪ Doença intestinal inflamatória. ▪ Neoplasias (especialmente linfoma alimentar em felinos). ▪ Linfangectasia. ▪ Intolerância ou alergia alimentar. ▪ Enteropatia responsiva à antibioticoterapia. - Diarreia crônica de intestino grosso: - Normalmente não há perda de peso. - Frequência de defecação aumentada porém em menor quantidade. Não há tempo de formar grande quantidade de fezes. - Pode ter – hematoquesia, tenesmo e muco. - Principais causas: ▪ Giardíase (doença de intestino delgado que mimetiza intestino grosso). ▪ Tritrichomonas (intestino grosso) – Felinos. ▪ Intolerância ou alergia alimentar. ▪ Parasitismo. ▪ Clostridiose. ▪ Doença intestinal inflamatória. ▪ Neoplasias (linfomas e carcinomas). *Perda de peso – animais que tem diarreia de I.D vão cursar com perda de peso. Condição de pelame ruim, score de condição corporal baixo. - O emagrecimento progressivo associado a vômito e diarreia crônica em cães e gatos apresenta inúmeros diferenciais. - Diagnósticos diferenciais: ✓ Doença intestinal inflamatória crônica. ✓ Hipersensibilidade alimentar. ✓ Enteropatias responsivas a ATB. ✓ Neoplasias (Ex.: lindoma alimentar em gatos). ✓ Patógenos intestinais – parasitismo. ✓ Outros diferenciais para emagrecimento progressivo – Hipertireoidismo, DRC, IPE e FIV/FeLV. - Principais afecções intestinais: - Enterite alimentar: - Causa comum de diarreia em animais, especialmente em filhotes de cães. Gatos costumam ser mais seletivos. - Causas: ✓ Dietas de baixa qualidade ou muito gordurosas. ✓ Mudanças bruscas na dieta – alimentos caseiros em animais que normalmente comem ração. ✓ Intolerância a certos ingredientes. ✓ Alimentos estragados (mico ou enterotoxinas). *Chocolate, restos de lixo e comidas diferentes/que não são acostumados. Importante induzir o vômito – Morfina ou Transamin. Pode também fazer lavagem gástrica. - Normalmente são diarreia de intestino delgado e podem ser acompanhadas de vômito. - Inicia logo após a ingestão – 1 a 3 dias de intervalo. - Diagnóstico: - Histórico de exposição a outros alimentos. - Exclusão de outras causas (infecciosa, parasitária). - Tratamento: - Dieta leve em pequenas proporções várias vezes ao dia. Normalmente resolução em 1-3 dias. - Em casos mais graves – filhotes desidratados devem ser internados e fazer tratamento suporte ✓ Fluidoterapia. ✓ Anti-eméticos. ✓ Antibioticoterapia de cobertura. - Enterites virais: *Causas de enterite viral que precisa colocar como diagnóstico diferencial. - Enterites bacterianas: *Difícil de fechar diagnostico. Cultura é pouco específica, não sabe se o patógeno que está ali realmente está causando problema. Trata sintomático e normalmente faz diagnóstico terapêutico. *Tilosina por VO só tem efeito local, para diminuir população bacteriana. *Salmonelose pode levar a leucopenia e não leucocitose porque as células inflamatórias vão migrar para o local da infecção (intestino) e, o sangue periférico do sangue do animal vai ter poucos leucócitos. - Enterites parasitárias: *Dipylidium. - Enterites por protozoários: *DD em casos de enterites agudas. *Importante fazer coproparasitológico para diferenciar parasito x protozoário. - Doença intestinal inflamatória crônica: - Grupo de enteropatias crônicas associado a infiltração da mucosa e/ou submucosa por células inflamatórias podendo afetar estômago, intestino delgado, intestino grosso ou combinação desses. *Doença que pode gerar inúmeros sinais clínicos, vai depender da localização onde está. - Desafio diagnóstico: precisa descartar todas as causas de diarreia crônica. - Infiltração inflamatória pode ser: *OBS.: essa infiltração de células inflamatórias pode ser causada pela população bacteriana aumentada, intolerância alimentar, parasitas intestinais. Pode ter uma doença inflamatória secundária a um processo 1ª. Ex.: Animal teve giárdia e ela fez uma inflamação no intestino. Tratou giárdia e mesmo assim continuou com diarreia. Pois a inflamação continua, processo imunológico permaneceu. Por isso, tem tratamento base pra doença inflamatória intestinal mas tem tratamentos ramificados. Que deve pensar na população bacteriana aumentada, na inflamação. - Linfoplasmocítica – mais comum. *A principal causa de doença inflamatória: intestinal, estomacal e de cavidade oral é a linfoplasmocítica. - Eosinofílica – mais rara e de difícil controle. - Neutrofílica. - Granulomatosa. - Doença intestinal linfoplasmocítica: - Forma mais comum de doença intestinal inflamatória crônica (DIIC). A reação inflamatória é desencadeada por → mecanismos genéticos ou imunológicos, alérgenos alimentares, bactérias ou alterações de permeabilidade de mucosa. *Normalmente cursa com diarreia, borborigmos intestinais, dor abdominal, inapetência. *Vai ter causas 1as mas o resultado vai ser infiltrado de linfócitos e plasmócitos na mucosa do intestino. - Sinais são dependentes da localização: ▪ Gastrite linfoplasmocítica – vômitos intermitentes, sendo mais comum em gatos. ▪ Gastroduodenite linfoplasmocítica – diarreia crônica de I.D e vômito crônico. ▪ Enterite linfoplasmocítica – diarreia crônica de I.D. ▪ Colite linfoplasmocítica – diarreia de I.G. *Por isso é importante saber a manifestação clínica de cada um dos locais, ajuda saber a origem. - Diagnóstico: - Exclusão de causas parasitárias e infecciosas. - Exclusão de outros diferenciais – que podem levar diarreia crônica, sistêmicos. Hepatopatias, doença renal... - Hipersensibilidade alimentar – por isso podemos mudar a dieta para uma hipoalergênica e avaliar a resposta. - Síndrome do super crescimento bacteriano. - Linfoma intestinal – a doença inflamatória intestinal pode ser uma lesão pré neoplásica, pode preceder o linfoma. Tem ligação do linfoma com ela, principalmente o linfoma de baixo grau. - Linfangectasia intestinal – inflamação e obstrução dos vasos linfáticos. - Além de começar a excluir as causas, pode fazer: - US abdominal – espessamento difuso dos segmentos intestinais. - Biópsia e histopatologia – diagnóstico conclusivo; pode ser difícil de diferenciar de linfoma de baixo grau. Técnicas para biópsia endoscopia x laparotomia. *Normalmente a doença inflamatória intestinal causa alterações de mucosa e submucosa. Por isso, importante fazer o histopatológico. *Na US consegue visualizar camadas do intestino e, consegue saber, qual delas está espessa. Quando tem perda da estratificação (não consegue saber qual camada está acometida, pois tem lesão em todas) sugere então uma lesão mais grave. Talvez causada por uma doença que não seja a doença inflamatória intestinal, já que ela normalmente cursa com alteração de submucosa e mucosa apenas. Ex.: Animal tem espessamento em mucosa no US, significa que tem inflamação. Agora, se tem perda de estratificação (espessamento difuso no intestino) pode ter lesão muito mais grave. A importânciada US é avaliar se tem espessamento difuso, já que normalmente na doença inflamatória intestinal vai ser mais focal/local. E, se este espessamento difuso é só em mucosa ou se já tem perda de estratificação. Porque no linfoma intestinal normalmente tem infiltração de células neoplásicas na camada muscular, tendo perda de estratificação e, na doença inflamatória intestinal só tem inflamação da mucosa. O linfoma de baixo grau tem células muito parecidas com as células normais. Às vezes quando tem muita infiltração de linfócitos no tecido muito diferenciado, não consegue diferenciar se é doença inflamatória intestinal ou linfoma só pela macroscopia. Por isso a importância da biópsia para diferenciar. *Quando faz biópsia por endoscopia pega só mucosa e submucosa e na laparotomia pega todas as camadas. No cão não tem muito linfoma de baixo grau, podendo utilizar a endoscopia para fazer diagnóstico de doença inflamatória intestinal. No gato, tem muito linfoma de baixo grau principalmente nos idosos (alimentar/gastrointestinal). Problema: se pega só mucosa e analisa e, o patologista fala que tem infiltração de linfócitos mas ele não sabe se são malignos ou não. Um critério de diferenciação de linfoma para doença inflamatória intestinal é avaliar a muscular. Se na muscular tiver linfócitos infiltrados, grandes chances de ser linfoma. Se não tiver, grandes chances de ser doença inflamatória intestinal. Importância de abordar paciente por laparotomia, principalmente em felinos. Sendo metódo de escolha para fechar diagnóstico nessa espécie. - Tratamento: - Manejo dietético: ensaio dietético com dieta hipoalergênica por 6 a 8 semanas (pode ser comercial/caseira). Desafio com o alimento anterior e identificação do agressor. *Pode ver se responde à dieta antes de tentar a biópsia. - Antibióticos: devido crescimento bacteriano exagerado, desbiose ✓ Metronidazol 10 a 15 mg/kg, BID. ✓ Tilosina 20 mg/kg, SID (efeito local). *Efeito antibacteriano intraluminal + diminuição da resposta inflamatória. - Tratamento imunossupressor: para induzir resposta no paciente, caso não funcione o alimento e atb. Ou precisa entrar com tudo junto se paciente estiver grave ✓ Prednisona ou Prednisolona – 2 mg/kg, BID por 7 dias. Depois 2 mg/kg, SID por 7 dias com redução gradual da dose até conseguir a menor dose e maior intervalo eficaz (exemplo: 0,5 mg/kg a cada 72hrs). ✓ Budesonida 0,125 mg/kg, SID ou BID (ação local). Tem que ser cápsula de liberação entérica. ✓ Ciclosporina 3 a 7 mg/kg, SID ou EDA. ✓ Azatioprina 2 mg/kg/dia ou EDA – em cães, não pode em gatos. ✓ Clorambucil (felinos) 2 mg/gato, SID. *Se a dose do corticóide for alta para estabilizar, precisa associar com imunossupressor para reduzir a dose dele. - Principais neoplasias intestinais em cães: ▪ Adenocarcinomas. ▪ Linfomas. ▪ Leiomiossarcomas/GIST. - Principais neoplasias intestinais de felinos: ▪ Linfomas. ▪ Adenocarcinomas. ▪ Mastocitomas. - Perfil do gato com linfoma alimentar: gatos idosos e FeLV negativos. *Ao contrário do linfoma de mediastino. - Sinais clínicos: ✓ Êmese. ✓ Diarreia crônica. ✓ Apatia. ✓ Emagrecimento. ✓ Nódulos palpáveis no abdômen. ✓ Espessamento difuso do intestino – comum em linfoma de baixo grau. ✓ Envolvimento de linfonodos mesentéricos. - Apresentações: - Envolvimento exclusivo do TGI ✓ Nodular – relacionado a linfoma de alto grau. ✓ Difuso – baixo grau, que parece muito com doença inflamatória intestinal. - Envolvimento simultâneo de linfonodos mesentéricos. - Envolvimento hepático – não está totalmente elucidado. *Envolvimento intestinal e de linfonodo por uma massa. Da pra ver no US e sentir na palpação. - Classificação do linfoma alimentar: tipo celular *Linfoma de baixo grau tem prognóstico melhor. - Linfoma de baixo grau: diagnóstico - Necessidade de exame histopatológico, devido dificuldade de diferenciar de doença inflamatória. Devido infiltração de linfócitos muito pequenos. *Precisa fazer laparotomia exploratória. - Pode precisar fazer imunofenotipagem e teste clonal. Para saber se tipo de linfoma é B ou T → vai ajudar diferenciar de uma doença inflamatória intestinal. Se tiver população homogênea é neoplasia e, se tem população heterogênea é inflamatória. - Hemograma; Perfil hepático/renal; Dosagem de albumina; Dosagem de cobalamina (hipocobalanemia – normalmente em linfomas de baixo grau difuso em íleo). *Importância de chegar no diagnóstico de linfoma de baixo ou alto grau → tratamento é diferente. - Remoção cirúrgica no caso de linfoma: - Não altera a sobrevida, por ser uma doença sistêmica ✓ Linfoma de grau intermediário/alto grau nodular. ✓ Indicado apenas nos casos de obstrução intestinal, fazer enterectomia. - Tratamento além da quimioterapia, o suporte: ▪ Fluidoterapia. ▪ Nutrição – passagem de sonda, dieta com alto teor de proteína/energética. ▪ Anti-emético. ▪ Suplementação de cobalamina – linfomas em íleo com dosagem baixa. - Linfangectasia: - Obstrução, dilatação e ruptura dos vasos linfáticos intestinais com perda de linfa (que é rica em proteína, linfócitos e quilomicrons) para a submucosa e lúmem intestinal → levando a hipoproteinemia. Um dos principais sinais clínicos. - Predisposição racial em Yorkshire. - Idiopática. - Principais sinais – Diarreia (pode ser intermitente) e a ascite. A ascite vem secundária à hipoproteinemia. *A ascite vai ser um transudato simples – extravasa líquido pra cavidade porque perde pressão oncótica dos vasos. - Diagnóstico: ✓ Exames laboratoriais – Hipoalbuminemia*, hipocolesterolemia. ✓ Exames de imagem – US abdominal: ascite, alterações das camadas intestinais. ✓ Histopatologia – Diagnóstico conclusivo. Ideal alimentar o animal 12hrs antes com dieta rica em gordura para as lesões ficarem mais evidentes. *Endoscopia – vasos linfáticos ingurgitados e obstruídos. Consequentemente perda de proteínas e quilomícrons para o lúmen intestinal. - Tratamento: - Dieta pobre em gordura (Ex.: Royal low-fat). Porque quanto mais gordura, mais obstrução de vasos linfáticos vai desencadear. - Prednisona 1 mg/kg na tentantiva de diminuir inflamação e melhorar o fluxo. - Anticoagulantes devido risco de tromboembolismo por ter obstrução de vasos linfáticos. - As principais afecções hepatobiliares em cães e gatos: - Funções do fígado: - Orgão importante e vital para o corpo. - Capacidade de regeneração em situações que não tem deposição de tecido fibroso. - Metabolismo de Gordura, carboidrato e proteínas. - Detoxificação de Substâncias → esssa função alterada faz o animal ter sinais clínicos. - Armazenamento de Substâncias (exemplo: vitaminas e glicose). - Síntese e secreção de Substâncias → faz sintese de proteínas, albumina e secreção de substância por vias biliares para digestão. - Albumina → fígado não desempenhando papel adequado, o animal tem deficiência de albumina, por isso é um parâmetro para medir a funcionalidade do fígado. Ela faz a pressão oncótica dos vasos, transporta farmacos e outras muitas coisas. ✓ Reserva funcional hepática. ✓ 25% da produção hepática de proteínas. ✓ Animal que tem hipoalbuminemia tem maior chances de ter ascite, edema e pode ser prejudicado no transporte de fármacos com afinidade a albumina. *A hipoalbuminemia faz com que os medicamentos fiquem na sua forma livre, que é a forma em que o fármaco age. Ele pode ter então, uma potencialização do efeito por conta dessa hipoalbuminemia. O animal pode se intoxicar também. - Fatores de coagulação: - Fatores I, II, V, VII, IX, X → também está relacionado com vitaminas como a K. - Ativadores e inibidores do sistema fibrinolítico. - Síntese, catabolismo e clearance de pró e anticoagulantes, antitrombina III, produtos degradação do fibrinogênio, ativadores do plasminogênio.*Gato com disfunção hepática tem falta de vit.K. - Metabolismo de amônia → amônia é produzida pelas bactérias intestinais, principalmente pelo catabolismo de proteínas. Essa amonia entra no sistema porta hepático e vai para o fígado para produzir uréia e depois ser eliminada. Amonia é tóxica para o SNC, pode causar alteração neurológica. - Metabolismo de fármacos → fígado faz metabolismo de fase 1 e de fase 2 para que ele se torne hidrossolúvel e seja eliminado pela bile ou pela urina. Sempre saber se o fármaco pode ser utilizado no paciente. *Ex: Metronidazol – trabalhamos com a metade da dose porque ele é muito metabolizado no fígado e pode causar alterações neurológicas. Alguns atb não precisam ser alterado a dose. - Controle da glicemia → paciente hipoglicêmico pode ser hepatopata em caso de cirrose ou em casos terminais. Eles não conseguem manter a glicemia porque o fígado é um importante armazenador de glicogênio. - Sistema fagocítico mononuclear → fígado é um orgão linfóide, participa da defesa do corpo contra microorrganismos. Esta ligado com o intestino e por isso pode se contaminar, é interessante porque em animais hepatopatas podem ser mais susceptíveis a infecções. - Principais manifestações de doenças hepatobiliares: ▪ Icterícia: impregnação de bilirrubina porque o fígado faz a conjugação, então animais que tem deficiência hepática podem ter icterícia. Efusão Abdominal → Ascite: efusão com baixo teor de proteína e baixa concentração celular. Temos diminuição da pressão oncótica e ocorre extravasamento de líquido para cavidade. ▪ Hepatomegalia: em casos agudos. ▪ Microhepatia: em casos crônicos. ▪ Encefalopatia Hepática: manifestação neurológica por conta da hiperamonemia. ▪ Coagulopatias. ▪ Poliuria e Polidipsia. ▪ Fezes acólicas → sem cor, meio acinzentada. Pode acontecer quando tem obstrução da via biliar ou por inflamação muito exagerada (colangiohepatite) ou por neoplasia que obstrui os ductos. - Hepatopatias x Efusão abdominal: - Diminuição da pressão oncótica. - Hipoalbuminemia decorrente da diminuição da produção hepática. - Cão: albumina < 2,6 g/dl. - Gato: albumina < 2,1 g/dl. - Comum nas hepatopatias Crônicas → porque na aguda ainda não deu tempo da albumina abaixar tanto. - Na maioria das vezes não causa ascite. Ascite faz desconforto respiratório porque comprime diafragma e abdômen. Se a ascite for moderada, devemos tentar consertar a albumina e entrar com diurético. A drenagem é feita para dar conforto para o animal. - Hepatomegalia generalizada: geralmente ocorre em casos agudos - Hiperplasia das células do sistema fagocítico mononuclear → reação do fígado a agentes infecciosos como leishmaniose, ehrlichiose etc. o baço apresenta aumento também. - Hematopoiese extramedular: produção de snague fora da medula em caso de anemias hemolíticas imunomediadas por exemplo. - Congestão passiva decorrente de ICCD → animal tem alteração sistêmica. - Lipidose → deposição de gordura nos hepatócitos. - Colangiohepatite → inflamação do figado e do sistema biliar, comum em felinos. - Neoplasias infiltrativas → linfoma hepático. Celulas infiltrativas podem causar hepatomegalia. - Hepatomegalia focal: - Neoplasias hepáticas: fazer palpação abdominal. ✓ Benignas: adenoma hepatocelular/hemangioma. ✓ Malignas: carcinoma hepatocelular/colangiocarcinoma. ✓ Linfoma/hemangiossarcoma. - Cistos, abscesso hepático. - Nódulos de regeneração → quando o fígado sofre agressão. Se essa agressão for muito intensa eles formam nódulos. - Microhepatia: - Somente generalizada, não tem somente de um lobo. - Doença hepática crônica com perda de hepatócito (necrose)→ ocorre substituição de um tecido normal por um fibroso ✓ Cirrose hepática. - Desvio portossistêmico congênito ou adquirido → shunt. O animal tem capacidade de fazer circulação colateral então quando o fígado está sofrendo uma agressão crônica eles podem fazer essa circulação e pode acontecer um desvio de sangue do sistema porta direto para o sistema. - Hipoplasia da veia porta intra-hepática → congênito. Diminuição do lúmen e consequentemente da circulação e da nutrição. - Encefalopatia hepática: cai em prova - Manifestação clínica grave da Doença hepática. - Exposição do córtex cerebral a toxinas que não são metabolizadas pelo fígado → todo animal que tem disfunção hepática, seja aguda ou crônica, pode desenvolver a encefalopatia hepática. Ocorre devido a exposição das células da glia, dos astrócitos à toxinas que geralmente são metabolizadas, mas nesse caso não são e então se acumulam. ✓ Amônia: decorrente do catabolismo proteico endógeno e exógeno → principal agente causador da encefalopatia hepática. ✓ Ácidos graxos de cadeia curta → teoria. - A não detoxificação destas substâncias pode ser decorrente de: - Redução da massa funcional hepática: hepatopatia aguda ou crônica que não consegue detoxicar e por exempo produzir uréia. - Desvio portossistêmico: toda amônia que é absorvida no intestino, deveria obrigatoriamente passar pelo fígado e ser metabolizada, uma vez que temos um desvio, os nutrientes são levados direto para circulação sistêmica ✓ Circulação portal traz a amônia da circulação enterohepática diretamente para cava sem passar pelo fígado diretamente para circulação sistêmica. - Manifestações: ▪ Tremores. ▪ Apatia/estado comatoso. ▪ Ataxia. ▪ Andar em círculo → alteração de SNC. ▪ Convulsão. ▪ Headpress. *Sinais podem ocorrer logo após a alimentação → porque ocorre o catabolismo proteíco intestinal, transformação da amônia e ai tem a hipoalbuminemia. *Sempre colocar shunt como diagnóstico diferencial em filhotes com convulsão. - Polidipsia e Poliúria: - Ocorre pelo acumulo de substâncias que deveriam ser detoxificadas e então fazem uma alteração do centro da sede na encefalopatia hepática. - Perda do gradiente de concentração medular renal associado a diminuição da ureia → a ureia faz parte do sistema que ajuda a concentrar a urina, então como não está havendo conversão de amônia em uréia, o tônus medular renal feito pela uréia é perdido e ocorre a perda excessiva de água (poliuria). A propria polidpsia leva a poliúria, se o animal urina muito ele bebe agua para compensar e se ele bebe muita água, ele urina para compensar. - Excreção retardada de cortisol leva a efeito diurético. - Diagnóstico diferenciam de encefalopatia hepática. - Principais exames laboratoriais na avaliação hepática: ▪ Quando falamos de ALT e AST, falamos de lesão em hepatócito. ▪ FA e GGT → lesão em canlículo biliar. ▪ FA também esta presente em ossos e ela é induzida por fármacos também. FA em filhotes pode ser alto. Para vermos função hepática, devemos avaliar em tudo que ele produz. ▪ Glicemia pode ser um exame complementar para função hepática. - Hepatopatia aguda: - Lesão hepática aguda pode variar desde: ✓ Necrose multifocal de alguns hepatócitos: Alterações nas enzimas hepáticas sem evidência clínica. ✓ Insuficiência hepática aguda: Perda maciça súbita de hepatócitos resultando em alterações funcionais (e nas enzimas de integridade) e manifestação clinica. *Nem sempre o animal terá clinica, porque depende do grau, se já acumulou compostos que levam a alteração. - Etiologia: ▪ Lesões primárias: ❖ Agentes terapêuticos/tóxicos. ❖ Distúrbios metabólicos (lipidose hepática). ❖ Lesões traumáticas. ❖ Agressão térmica (internação). ❖ Agentes infecciosos. ▪ Lesões secundárias: ❖ Extensão de inflamação abdominal. ❖ Doença endócrina. ❖ Doença infecciosa. ❖ Amiloidose. ❖ Anemia hemolítica imunomediada. - Lesões primárias: - Lesões por agentes terapêuticos ou tóxicos ✓ Diazepan: tem capacidade de causar hepatopatia em gatos. ✓ AINEs: em cães e gatos, 80% são metabolizados no fígado então pode levar a hepatopatias agudasem doses toxicas. ✓ Antifúngicos: interferem na enzima do citocromo P450 para metabolização dos fármacos (cães e gatos). São hepatotóxicos. ✓ Imidocarb: Imizol → é hepatotóxico em cães. Pouco observado, mas deve ser lembrado. ✓ Acetominofeno: paracetamol → tóxico para gatos porque forma meta- hemoglobina e é metabolizado pela conjugação do ácido glicurônico. Os gatos tem menor quantidade de alguns ácidos da família glucuronil-transferase, fazendo com que esse medicamento seja tóxico. Cães também podem se intoxicar, mesmo que em grau menor. ✓ Lomustina: quimioterápico mais toxico em cães. ✓ Tetraciclinas em geral: doxiciclina → tóxico em cães e gatos. Não muito comum mas é possível. *Alteração labotarorial pode ser em vários graus. Quando ela já é bem evidente, ocorre a alteração clínica e então existem grandes chances de alterações permanentes e levar o animal ao óbito. - Sinais clínicos das hepatopatias agudas: ▪ Vômito, anorexia, apatia: quase sempre presente. O acúmulo de toxinas causam essas manifestações. ▪ Icterícia hepática: uma das principais manifestações clínicas da hepatopatia aguda, porque na hepatopatia crônica o metabolismo acostuma a modular a metabolização de bilirrubina, por isso não tem muita icterícia. Se essa hepatopatia cursar com uma obstrução de ducto biliar, também pode ter icterícia pós-hepática, além da hepática. ▪ Sinais neurológicos de encefalopatia hepática: nem sempre temos sinais neurológicos, só em casos graves. ▪ Coagulopatias – diminuição dos fatores de coagulação: só em casos graves. ▪ Susceptibilidade a infecções: porque temos diminuição da atividade do sistema Fagocítico mononuclear. - Diagnóstico das hepatopatias agudas: - Anamnese e exame físico: muito importante o histórico do animal. - US abdominal ✓ Hepatomegalia. ✓ Alterações de parênquima hepático. Ex.: hiperecogenecidade generalizada ou hipocogenecidade. - Avaliação da integridade hepática ✓ Comum- obrigatório - aumento de ALT (fica no citoplasma) porque temos lesão de hepatócito e no mínimo uma inflamação de hepatócito → é um marcador mais precoce de lesão e mais fidedigno. ✓ O AST fica na mitocôndria então só estará aumentada quando temos ruptura de hepatócitos morte dos hepatócitos. Também está no músculo. ✓ Aumento discreto a moderado de FA e GGT se tiver alteração em canalículos biliares, mas não é comum o aumento severo já que na hepatopatia aguda não cursa muito com inflamação de canal biliar, e sim de parênquima hepático. - Hiperbilirrubinemia ✓ Aumento da bilirrubina por menor absorção de bilirrubina não conjugada ou deficiência (diminuição) na conjugação da bilirrubina → figado não consegue absorver ou as vezes conjugar. ✓ Aumento da bilirrubina total por aumento da bilirrubina não conjugada (dificuldade de absorção) e conjugada. *Em caso de hemólise pode ter aumento de bilirrubina não conjugada e também da conjugada, porque está aumentando a conjugação. - Alterações do perfil de coagulação → não é tão comum a manifestação clínica. As vezes não teve tempo de aumentar. - Biópsia hepática ✓ Necrose hepática aguda → não traz tanta informação como na crônica porque na hepatopatia aguda, tem morte de hepatócito mas essa causa não vai falar o que é especicamente. Só falará que tem uma necrose aguda. ✓ Normalmente nas lesões hepáticas agudas a biópsia não é necessária (o histopatológico não direciona) sendo realizada somente quando não há resposta ao tratamento. - Tratamento das hepatopatias agudas: - Remover ou tratar causa desencadeante. - Corrigir anormalidades hidroeletrolíticas → paciente desidratado e com vômito. Depende de cada caso. - Tratar coagulopatias quando presentes → não é comum acontecer mas se tiver presente podemos fazer por exemplo vitamina K. - Suporte nutricional → principalmente em felinos (lipidose hepática). - Antibioticoterapia – susceptibilidade a infecção (sistema fagocítico mononuclear alterado) ✓ Ampicilina 20 a 22 mg/kg/tid IV. ✓ Metronidazol em doses baixas 7,5-10 mg/kg/BID. *Geralmente associar ampicilina com metronidazol. ✓ Amoxicilina IV. ✓ Antibióticos específicos para causa de base: *Exemplo: Leptospirose. Fase de Leptospiremia: Ampicilina, Amoxicilina; Fase Leptospirúria: Estreptomicina, Doxiciclina. - Encefalopatia hepática (muito importante) - Tratamento: é o mesmo para qualquer Manifestação. - Controlar ou prevenir encefalopatia hepática. - Alterar dieta ✓ Restrição de proteína e oferecer proteínas de alto valor biológico → aquela que é rapidamente digerida e absorvida. Quanto mais tempo demora na digestão da proteína, mais amônia produz. ✓ Cão- 14 a 18% (produtos de origem soja ou lácteo, o animal controla melhor). ✓ Gatos- 24 a 31% (origem animal- carnívoros restritos). - Lactulona → é laxante mas diminui a formação de amônia e acelera evacuação TGI. Proteina fica menos tempo ali e gera menos amonia ✓ 0,25-0,5 ml/kg/BID (reajuste conforme necessidade). ✓ O ideal é que o animal defeque com fezes pastosas ou amolecidas. - Antibioticoterapia: ✓ Metronidazol em doses baixas (7,5 mg/kg) – diminuir microrganismos produtores de amônia no TGI. - Enemas: previnem absorção de endotoxinas (casos graves) → solução fisiológica morna. Controlar convulsão → casos graves. - Hepatopatias crônicas: - Principal hepatopatia em cães. - Incomum em felinos. - Hepatopatia crônica pode progredir para cirrose hepática. - Pode progredir para uma Cirrose hepática: fibrose causando desorganização da arquitetura hepática e levando a sinais irreversíveis. - Principais causas: - Predisposição Racial: Doberman e West Highland White Terrier → acumulam cobre no fígado, sendo uma predisposição. O Cocker – causa desconhecida, comum em machos jovens → idiopático. - Alto risco de desenvolvimento de hepatopatias crônicas nessas raças de etiologia não totalmente elucidada mas existe uma possível base genética ou acúmulo de cobre (Doberman e West). - Induzidas por fármaco. - Infecciosas. - Idiopática: fibrose hepática idiopática – doença de origem desconhecida associada a fibrose hepática e hipertensão portal, comprometendo primariamente animais jovens. Hipertensão potal é a hipertensão dos vasos do sistema posta, pode causar ascite. - Anorexia, letargia, emagrecimento. - Vômito, diarreia, polidipsia e poliuria. - Ascite – sinal mais consistente de cirrose. - Icterícia. - Encefalopatia hepática → casos mais graves - Diagnóstico: ▪ ALT: lesão hepática contínua → aumento de ALT; Cirrose: normal, aumentada ou diminuída. ▪ FA: geralmente aumentada devido a colestase intrahepática; Cirrose pode estar diminuída – massa hepática reduzida. ▪ Albumina: característica consistente das hepatopatias crônicas (hipoalbuminemia). ▪ Uréia: pode estar diminuída devido a baixa conversão da amônia em uréia. ▪ Líquido Ascitico: transudato ou transudato modificado. ▪ Radiografia: estágios avançados – microepatia e ascite. ▪ Ultrassonografia: microhepatia, ascite, irregularidade das margens. Ecogenecidade aumentada devido ao tecido fibroso. - Biópsia hepática: - Identificação da fibrose hepática – diagnóstico. - Conclusivo → diferente da hepatopatia aguda, na crônica é interessante e importante fazer biopsia. - Pode ser por uma agulha guiada por ultrassom ou por laparotomia aberta. Depende da severidade. - Tratamento das hepatopatias crônicas: ✓ Remover ou tratar a causa primária quando essa puder ser estabelecida. Exemplo: raças com acúmulo de cobre (quelante de cobre). Quando a cirrose estiver estabelecida essa é uma condição irreversível e o tratamento é direcionado a terapia de suporte. ✓ Controle de hidratação. ✓ Controle de ulceração GI →o aumento de toxina pela falha da metabolização, leva a ulceração intestinal. ✓ Controle de infecção. ✓ Controlar ascite e edema- Dieta pobre em sódio → porque retém menos líquido. - Diurético → se o animal estiver desidratado não pode usar. Furosemida/espironolactona – Geralmente entra primeiro a espirolactona porque polpa potássio e depois associa com furosemida. ✓ Controlar ou prevenir encefalopatia hepática → idem a hepatite aguda. - Animal com hipoalbumenia muito grave: administrar plasma, albumina humana ou coloide (casos graves) → não usamos muito porque não é viável. - Antioxidantes ✓ S-adenosilmetionina (SAMe) em gatos - Auxílio na manutenção da membrana celular. - Produção de glutationa (antioxidante). - Atividade anti-inflamatória. - Auxilia na regeneração celular. - Geralmente manipulado. ✓ Cães: 40 mg/kg – vo – sid – 7 dias. ✓ 20 mg/kg – vo – sid – manutenção. ✓ Sempre em jejum de pelo menos 1h: administração conjunta com alimento pode atrapalhar na absorção. ✓ Gatos: 45- 90 mg/kg – vo – sid. ✓ Silimarina - Diminuição da peroxidação lipídica (efeito antioxidante). - Modulação da resposta inflamatória hepática → também age como antinflamatório. - Baixa absorção se não for conjugada a fosfatidilcolina. - Controle da colestase hepática: ✓ Ácido ursodesoxicólico (ursacol) → em casos de lama biliar e fluxo de bile alterado. - Estimula fluxo biliar. - Eliminação de ácidos biliares hepatotóxicos. - Estabilização da membrana do hepatócito → acaba sendo antinflamatório também. - Efeito imunomodulador no fígado. - Contra indicado em casos de obstrução biliar. - Shunt portossistêmico: - Anomalia vascular (desvio) que permite a passagem do sangue da circulação portal diretamente para a circulação sistêmica sem a passagem prévia pelo fígado. - A circulação gastrointestinal do sistema porta vai levar os nutrientes absorvidos para o fígado e vai ser detoxificado. O ideal é que o sistema porta chegue na veia porta > vênula > capilares > veia ou arteriola e artéria. Fazendo circulação maior > menor e depois maior novamente. Não pode se ter circulação que pule essas etapas = shunt intra hepático ou extrahepatico. - Consequências: - O fígado fica impedido de detoxificar as substâncias que vem pela veia porta (ex. amônia, endotoxinas ✓ Principalmente amônia, a hiperamonemia vai ser o maior problema de alterações clínicas no paciente. - Deficiência de fatores tróficos para o fígado devido a redução do fluxo sanguíneo portal leva ao crescimento deficiente dos hepatócitos ✓ Ocorre a microhepatia - não é regra! - Etiologia: - Pode ter origem: ✓ Congênita. ✓ Adquirida - animal adquire pela circulação colateral no caso da hipertensão portal. Como mecanismo de defesa faz circulação anômala. - Pode se apresentar de duas formas: ✓ Extrahepático - quando acontece entre a porta e a cava - muito comum em felinos e cães de raças pequenas. ✓ Intra-hepático - mais comum em raças grandes - muito pior por não ser possível corrigir o defeito. - Predisposição: - Cães - normalmente acontece a manifestação clínica do shunt antes de 1 ano (congênito). - Adquirido - pode ocorrer em qualquer idade ✓ Cirrose e hipertensão portal. - Gatos - persas, himalaias com sinais normalmente antes dos 3 anos de idade. - Sinais clínicos: ▪ Principalmente relacionados a encefalopatia hepática → Pode se ter uma encefalopatia tanto pelo shunt quanto pela microhepatia. ▪ Se o desvio for muito grande no fígado e o suprimento sanguíneo do fígado estiver muito diminuído, a longo prazo um paciente com shunt pode ter cirrose hepática. ▪ Demência. ▪ Convulsão. ▪ Ataxia. ▪ Distúrbios de visão / cegueira intermitente. ▪ Pode ou não estar associados a ingestão de alimentos ou sinais gastrointestinais. ▪ headpress - muito comum. Filhotes que manifestam essa alteração ou animais já hepatopatas, podem estar fazendo encefalopatia hepatica - diagnostico diferencial. ▪ Polidispsia, poliuria. ▪ Urolitíase por urato de amônia - Deficiência no metabolismo do ac. Urico. - Hematúria, disúria, polaquiuria. ▪ Urato de amonia - amonia vai estar aumentada / supersaturada na urina pelo desvio e tem deficiencia no metabolismo do ac. urico. A hiperamonemia + deficiencia de ac. urico acontece uma supersaturação desses compostos na urina formando um cálculo de urato de amonia. ▪ Pode formar também em dalmatas, pois tem deficiencia de metabolização de urato - deficiencia da raça. ▪ Intolerância a anestésicos e sedativos. ▪ Atraso de desenvolvimento. ▪ Ascite – incomum. ▪ Gatos - sialorréia intensa. - Diagnóstico laboratorial: ❖ Aumento de amonia e diminuição de ureia - Observar aumento de amônia e diminuição de ureia no diagnóstico laboratorial. - Amônia não é fácil de dosar. A hemólise libera amônia das hemácias, podendo interferir no resultado - não se dose amônia ✓ Dosagem da concentração sérica dos ácidos biliares com 12 horas de jejum e 2 horas pós prandial. ✓ Anormalidades na circulação portal (shunt). - Toda vez que o animal come tem liberação de ac. biliares que vão ajudar na emulsificação da gordura e vão ser reabsorvidos pelo intestino e metabolizado novamente no fígado. É normal que se tenha um aumento nos valores após a alimentação, mas não é um aumento exagerado, quando o animal tem shunt o aumento dos valores dos ac. biliares pós prandial é muito exagerado, pois os ac. biliares vão para a circulação sistêmica ao invés de irem para o fígado. - Diagnóstico por imagem: - Microhepatia - US e Raio-X. - Visualização do desvio portal ✓ US - Shunt extra hepático. ✓ Tomografia computadorizada (melhor sensibilidade). - Tratamento: - O tratamento é cirúrgico ✓ Fazer ligação do vaso anômalo. ✓ Colocação de constritores ameroides - Faz constrição progressiva. ✓ Risco de morte pós operatória - Hipertensão portal. ✓ Intra hepático - maior dificuldade. - Estabilização com tratamento medicamentoso previamente a cirurgia. - O tratamento clínico do Shunt é o tratamento da encefalopatia hepática. - Controle da encefalopatia hepática - dieta, lactulona, antibioticoterapia, enema em casos graves e anticonvulsivos em casos de convulsão. - Podem ser observados micro-shunts em que só o tratamento clínico vai funcionar. - Prognóstico: depende de vários fatores, como - O tipo de shunt. - Depende do tratamento utilizado. - Da resposta ao mesmo e das complicações pós-cirúrgicas. - Variável – de bom à reservado. - Colangiohepatite felina: - Distúrbio inflamatório que acomete os ductos biliares e os hepatócitos adjacentes. - Segunda doença hepatobiliar mais comum em felinos - a 1ª é a lipidose hepática. ˗ Etiologia - algumas vezes desconhecida, mas existem teorias ▪ Predisposição devido a conformação anatomia em felino que o ducto pancreatico e o ducto biliar apresentam saida comum no duodeno. - Penetração de bactérias do intestino - infecção ascendente. - Contato com enzimas pancreáticas. ▪ Mecanismo imunomediado - quando acontece infiltração de células inflamatórias no fígado e nos canalículos e pâncreas levando a uma alteração imunomediada. ▪ Principal agente é a E. Coli - infecção ascendente do intestino. ˗ Causa: ▪ Supurativa - mais comum - causada por bactérias. - Tipo de infiltrados: - Neutrofílica - pode ser aguda ou crônica. *normalmente aguda. ▪ Linfocítica - causada por infiltração de linfócitos - inflamação do fígado. - Tipos de infiltrado: - Linfocítica - normalmente é crônica, é uma doença progressiva crônica que pode evoluir para cirrose biliar ou mesmo causar a morte do animal. *A diferenciação entre uma causa e outra é a biópsia hepática. *A colangite induzida por trematódeos é sempre um diagnóstico diferencial - platynossoma. - Sinais clínicos: - Vão ser relacionados a doença hepatobiliar: ✓ Anorexia, perda de peso. ✓ Vômito - presente em mais de 50% dos casos. ✓ Desidratação.✓ Icterícia hepática e pós hepática. - Hepatite ou colangite. ✓ Hepatomegalia, dor abdominal. - Dor abdominal principalmente em casos de colangite supurativa. ✓ Caso ocorra obstrução biliar - fezes acólicas. *Esses sinais podem ser crônicos ou agudos e estarem alternados entre sinais de melhora e piora. *Normalmente acomete gatos jovens a meia idade. *Avaliar a terceira pálpebra e palato do gato - icterícia em seu início. ˗ Diagnóstico: ✓ Leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda. - Colangiohepatite supurativa. ✓ Hiperbilirrubinemia. - Colestase e obstrução biliar. *Vai se ter tanto bilirrubina indireta aumentada, pois o fígado não está conjugando, quanto a direta por ter estase biliar, tendo todas as bilirrubinas aumentadas. ✓ Aumento de ALT, FA e GGT → Para gato a GGT é mais específica que a FA. ✓ US abdominal: - Hepatomegalia. - Colecistite - inflamação das vias biliares. - Colelitíase - pode ter a formação de cálculo. - Espessamento biliar. - Alteração das vias biliares. - Obstrução de ducto biliar comum. - Anormalidades pancreáticas. Comum envolvimento concomitante do pâncreas. → Mucocele - estrutura mais densa que a lama biliar, tendo que fazer cirurgia dependendo do grau de inflamação. ✓ Biópsia hepática - diagnóstico definitivo. - Percutânea x cirurgia. *Caso seja realizado por cirurgia realizar cultura e antibiograma da bile pensando em colangiohepatite supurativa. - Tratamento: - Vai depender do tipo de colangite: ▪ Supurativa – entrar com antibiótico. ▪ LinfocÍtica – entrar com anti-inflamatório (corticóide) *Caso não se tenha certeza de qual, pode se entrar com antibiótico nas duas situações. a) Supurativa: - Antibioticoterapia *Ampicilina e amoxicilina são os de escolha juntamente com o metronidazol - associação. *Enrofloxacina – cuidado com os gatos, usar outros da mesma família. *Se a colangiohepatite inflamatória tem o risco de translocação bacteriana é prudente no início do tratamento usar o antibiótico no paciente. *Na supurativa o tratamento é mais longo, vai depender da evolução clínica e exames laboratoriais do paciente – 30 – 40 dias. b) Linfocítica: - Inflamação imunomediada – corticóide ✓ Prednisolona 2mg/kg com redução gradual da dose. *Em algumas situações quando a biopsia não for realizada, diferenciar a colangiohepatite supurativa da linfocitica pode ser difícil, fazendo com que exista a necessidade de diagnostico terapêutico. c) Ambos os casos: ✓ Antioxidante - Same. ✓ Anticolestasico – ursacol - Ácido ursodesoxicolico. - Não pode ser utilizado em caso de obstrução biliar. - Dose 15mg/kg sid ou 10mg/kg bid. ✓ Vitamina E - Também pode ser utilizado na hepatite crônica. - Diminui a peroxidação lipídica nos hepatócitos. - Dose 10-100ui/kg sid. ✓ Suporte nutricional - Estimulante de apetite: - Mirtazapina 3,75mg/gato a cada 72 horas. - Nutrição enteral. - Aporte calórico total de 80-100kcal/kg/dia. ✓ Fluidoterapia e reposição de eletrólitos. ✓ Controle do vômito - Maropitan 1mg/kg sid (Cerenia). ✓ Tratamento de trematódeos hepáticos - Platinossomo. - Praziquantel – 20mg/kg vo ou sc / 24 horas por 3 dias. - Prognóstico: - Variável: depende da resposta ao tratamento, depende de doenças concomitantes. Pode apresentar prognóstico bom. - Tríade felina: - Colangiohepatite, pancreatite e doença intestinal inflamatória. - A doença inflamatória intestinal quando vem do duodeno leva ao vomito e o vomito crônico pode fazer infecção ascendente tanto para o fígado e para o ducto biliar quanto para o pâncreas. - Muitas vezes a causa de base é a doença intestinal inflamatória com vomito crônico. - Os sinais da tríade vão ser sinais de pancreatite, hepatite e doença inflamatória intestinal (inespecíficos). - Lipidose hepática felina: - Acúmulo de gordura nos hepatócitos levando a disfunções hepáticas agudas. É considerada a principal doença hepatobiliar de felinos. - Lipidose hepática é uma das causas da hepatite aguda. ˗ Patogenia: ▪ Relacionada com a mobilização excessiva de gordura para o fígado durante jejum prolongado principalmente em animais obesos. ▪ Consequência de uma doença primaria onde o animal parou de comer. ▪ Deficiência de aminoácidos como carnitina, taurina e metionina que auxiliam no transporte e metabolismo de gordura para fora do fígado. *Doença do gato gordo que parou de comer. ▪ Apesar de ser mais comum em animais obesos em jejum prolongado pode acontecer em outras doenças que cursam com anorexia prolongada como pancreatites e neoplasias. Podem predispor os felinos a lipidose mesmo quando a condição corporal do animal for normal. ▪ Histórico de doença ou situação de estresse levando ao jejum prolongado. - Introdução de um novo animal na casa; Mudança da dieta; Mudança no ambiente; Doença prévia. *50% dos casos é idiopática. ˗ Sinais clinicos: - Os mesmo de hepatopatia aguda, lembrando que em hepatopatia aguda é muito comum icterícia. O animal que tem lipidose vai ter icterícia na maioria das vezes. ✓ Icterícia. ✓ Anorexia. ✓ Apatia. ✓ Vômito. ✓ Desidratação. ✓ Ptialismo. ✓ Sinais de encefalopatia hepática. *Mesmo os que estão em tratamento devido a hepatopatia aguda – entrar com lactulona, antibioticoterapia, mudança de dieta. *Hepatomegalia pela deposição de gordura no tecido hepático. - Diagnóstico: - Hiperbilirrubinemia pela icterícia. - Aumento importante de ALT e AST. - Aumento de FA. O que não é comum em felinos – meia vida curta e sem indução por esteroides. - GGT variável – Depende do comprometimento dos ductos biliares. Pode estar normal a levemente aumentada. *Se tem aumento de GGT pode-se ter colangite associada. - US: ✓ Hepatomegalia. ✓ Fígado hiperecóico. Diferenciar linfoma e amiloidose. ✓ Identificação de causas predisponentes – Ex.: Pancreatite, colangite. *Diagnóstico por citologia ou histopatologia – tem que alimentar o animal primeiro. - Tratamento: - Alimentação. Dieta com alta proteína. Cuidado com pacientes com encefalopatia hepatica – reduzir proteínas e usar alimentos de boa qualidade. - Sonda nasoesofagica até a estabilização do paciente. - Sonda esofágica – depois da estabilização do animal. *O gato em lipidose não pode parar de comer – confere um tempo maior de permanência alimentando o animal com grandes volumes. - Fluidoterapia de suporte o Ringer simples; Não usar lactato nem dextrose, pois tem uma hepatite aguda, disfunção que não metaboliza lactato. - Reposição de potássio. Animais em anorexia prolongada apresentam hipocalemia. -Terapia antiemética com Maropitan 1mg/kg sid (cerenia). Pode usar ondansetrona – pode ser associado ao maropitan caso não consiga controlar. - Anti-oxidantes: o Same – 20mg/kg vo sid; Vitamina E – 100ui/dia. - Terapia para coagulopatias: suplementação com vitamina K1 0,5mg/kg sc ou im bid por 3 dias ˗ Prognóstico: vai depender da terapia instituída ✓ Terapia alimentar: 55 – 80% sobrevida. ✓ Sem suporte alimentar: alta taxa de mortalidade.