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1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY NERVOS CRANIANOS (PARTE 3) Objetivos da aula • Compreender a intrínseca relação do com a artéria carótida; • Saber discernir uma paralisia facial central da periférica e qual a majoritária importância clínica deste achado; • Elucidar a diferenciação entre uma surdez neurosensorial e condutiva; • Aprender a avaliar pacientes com distúrbio da fonação e da gustação; • Aprender as técnicas de avaliação do nervo acessório; • Localizar uma lesão (diagnóstico topográfico) a partir da avaliação da língua. NERVO TRIGÊMEO (V) • Emerge na ponte; • Função mista: sensitiva e motora; Sua função sensitiva é majoritária em relação a maior, e, vemos isso claramente pela quantidade de núcleos, e, pelo tamanho das fibras relacionadas a função sensitiva desse nervo. A função motora é relacionada única e exclusivamente com a movimentação da região maxilar e mandibular. • Ramos oftálmico, maxilar e mandibular. Na imagem à esquerda, na parte verde, temos os núcleos relacionados a parte sensitiva do Trigêmeo. Temos, portanto, os núcleos relacionados ao V1, V2 e V3. Observando o trajeto que essas fibras fazem, vemos que: V1, está relacionado com a inervação da fronte, da córnea, e, da pálpebra. Devemos lembrar que são inervações referentes aos aspectos sensitivos. A pálpebra, para abri-la, dependemos do Nervo Óculomotor, e, para fechá-la, dependemos do Nervo Facial. Agora quem recebe esses aspectos exteroceptivos, os estímulos externos, é o Nervo Trigêmeo. V2 será responsável pela inervação da asa do nariz, e, da região maxilar da fronte. V3 é responsável pela inervação do lábio inferior, e, do ângulo da mandíbula embaixo. Esse, recebe a parte sensitiva da região interna da boca também. *Ele recebe a parte SENSITIVA, não a parte gustativa dos 2/3 anteriores da língua, da região gengival, da região das bochechas, e, da região da mandíbula, além da movimentação dessa parte da mandíbula. DISCIPLINA SEMIOLOGIA II AULA 10- NERVOS CRANIANOS (PARTE 3) PROFESSOR JÉSSICA 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Em laranja, temos um núcleo inferior a região sensitiva do Trigêmeo, relacionada ao aspecto motor. Esse, como tem relação com a região maxilar e mandibular, ele desce em conjunto com o ramo V3 da parte sensitiva. Relação com a carótida: Essa é importante, já que, muitas vezes, pode ocorrer um aneurisma dessa região carotídea, e, esse pode comprimir meu nervo Trigêmeo. Na prática, isso se manifesta como redução da sensibilidade na face, do mesmo lado em que temos a compressão, visto que, aqui são fibras periféricas, visto que, já sai do núcleo, e, a ligação está sendo feita com a periferia. Ou então, posso ter manifestações dolorosas. Portanto, ou perco a sensibilidade, ou tenho aumento da sensibilidade, ou até um estímulo positivo que chamamos, onde mesmo sem nenhum estímulo o paciente sente dor. O que ocorre nessa circunstância, *pode ser a Neuralgia do Trigêmeo, a grande minoria dessa Neuralgia que ocorre pelo que chamamos desse conflito vascular, por conta de uma mal formação, ou formação expansiva nessa região carotídea que pode imprimir uma pressão externa sobre o Trigêmeo, mas a maioria das Neuralgias do Trigêmeo ocorrem por um estímulo que não é possível identificar, ou seja, não tem fator extrínseco de compressão relacionada ao início da dor. O Trigêmeo também é responsável pela aferência sensitiva da dura-máter craniana, e, da parte do nariz e seios paranasais. Portanto, toda essa sensibilidade dessas regiões, também estarão relacionadas a função trigeminal. Por isso, quando falamos do aspecto de cefaleia, quando vamos fazer diagnóstico sindrômico “Síndrome Algica devido a cefaleia”, no aspecto topográfico, podemos interrogar se temos uma disfunção trigeminal, ou cortical difusa. Nessa aula, conseguimos entender, que pode ser o córtex difusamente acometido por uma inflamação, ou, pode ser a dura-máter, que está também difusamente acometida por uma inflamação, e, essa inflamação do córtex chega até a dura-máter, e, recebemos a informação de dor. Portanto, não dá pra saber intrinsecamente onde está o problema, se é uma inflamação eminentemente da dura-máter, ou, se é uma inflamação que começou no córtex, e chega na dura- máter para termos essa dor, sendo isso o que ocorre na meningite. Os vasos da região mais externa, são também inervados pelo Trigêmeo, e, então, essa parte vascular, sensitiva relacionada ao Trigêmeo é muito importante, já que, na enxaqueca, por exemplo, uma das hipóteses é que seja um comprometimento vascular, onde temos uma vasodilatação, e, essa vasodilatação ocasiona dor. Se eu tenho vasodilatação, e, é o Trigêmeo responsável por esse estímulo externo desses vasos da região encefálica, essa também é uma hipótese relacionada a uma síndrome álgica de cefaleia, por isso, esse nervo pode estar relacionado ao diagnóstico topográfico de uma crise de enxaqueca, por exemplo. Semiotécnica ▪ Sensibilidade da face. o Tátil, dolorosa, térmica em V1, V2 e V3. ▪ Motricidade mandibular, para avaliar, nesse caso, peço ao paciente que abra e feche a boca. ▪ Força mandibular. o fixar um palito entre os incisivos, e, o examinador irá tentar puxar o palito; o se não tivermos o abaixador de língua, podemos pedir ao paciente para abrir a mandíbula contra resistência, ou, com a mandíbula aberta, pedimos para que esse a mantenha aberta, e, não deixe fechar; ▪ Reflexo córneo-palpebral e reflexo mandibular. O reflexo mandibular tem sua raiz toda relacionada ao Nervo Trigêmeo, tanto a aferência, quanto a eferencia. O reflexo córneo- palpebral, a aferência, a parte sensitiva, é relacionada ao Nervo Trigêmeo, mas, a parte palpebral, o fechamento da pálpebra é relacionada a função do Nervo Facial. *Isso é muito importante já que nos permite também topografar a lesão. Na imagem 1, temos a avaliação mandibular, portanto, da função motora do Trigêmeo. Nessa, colocamos a mão no mento, e, pedimos para que o paciente mantenha a boca aberta enquanto fazemos força para fechá-la, avaliando a função do masseter. Na imagem 2, temos a representação do reflexo mentoniano. Esse, tanto a raiz aferente quanto a eferente, estão relacionadas ao Trigêmeo mesmo. Pedimos ao paciente para abrir um pouco a boca, e, colocamos o polegar e dedo médio, ou apenas o polegar, enquanto batemos com o martelo em cima do dedo. O que ocorre é uma estimulação da contração do masseter, e, ocorre o fechamento da mandíbula, essa, irá subir. O reflexo mentoniano ocorre em crianças, ou em pacientes com processos neurodegenerativos. Ele é um reflexo que quando aparece, na maioria das vezes, em adultos ou idosos, está indicando processos neurodegenerativos. Então, ele é um reflexo patológico, sendo esse um dos chamados reflexos axiais da face. 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Na imagem 3, temos o chamado reflexo córneo-palpebral, esse, pode ser feito com chumaço de algodão embebido em soro fisiológico ou em água mesmo, para não soltar nenhum fio no olho do paciente, mas pode ser feito também com uma gota de soro, ou de água no olho do paciente. Esse reflexo, a interseção desse reflexo se dá com o VII par craniano na região da ponte, e, esse é bilateral, ou seja, se eu estímulo o olho direito da minha paciente, vou ter o reflexo de piscamento dos dois olhos. Isso é importante para observarmos como a resposta é importante para topografarmos a lesão, já que, se eu tenho comprometimento do nervo trigêmeo do olho direito, não vou ter fechamento do orbicular do olho que fecha a pálpebra, nem no olho que eu estou estimulando, nem no olho que está normal. Visto que, se eu não tenho aferência, não consigo estimular o núcleo do VII, e, não tenho resposta em nenhum dos lados. Mas, se eu estimular o olho que tem o Trigêmeo preservado, eu vou ter a resposta dos dois lados, mesmo no lado que o trigêmeo está comprometido, já que a resposta vai depender da atuaçãodo VII par. Esse é o mesmo mecanismo do reflexo fotomotor. NERVO FACIAL (VII) O nervo facial, ao pensarmos em sua avaliação, devemos pensar imediatamente na parte motora da face, nos músculos da mimica facial. Na figura ao lado, temos representação do córtex motor primário, no giro pré-central, e, desse, temos a descida das fibras motoras, que na região da ponte, farão sinapse com a região do núcleo do VII par craniano, e, então emerge o 2° neurônio dessa via, visto que, sendo um neurônio motor, temos o 1° neurônio que saiu do córtex, e, veio até a ponte, e, depois já começa o 2° neurônio, que faz um trajeto complexo, entra no osso petroso, sai pelo conduto auditivo, passa dentro da parótida, a qual é inervada pelo Nervo Glossofaríngeo. Ele vai ter várias fibras que vão se dissipar pela região da face, e, vão inervar os músculos da mímica facial. Na imagem, está faltando o masseter, já que esse recebe inervação do Trigêmeo, como acabamos de ver. Temos o orbicular dos olhos, que vai fazer o fechamento da pálpebra, o orbicular dos lábios, que vai fazer o fechamento dos lábios. Então, todos esses músculos, principalmente, relacionados ao fechamento da boca, e, fechamento dos olhos, estão relacionados ao nervo facial. Na imagem à esquerda, temos uma representação esquemática do gânglio geniculado, porque precisamos guardar que o VII par craniano, apesar de ser reconhecido como um nervo motor, ele também é um nervo misto, também tem um processo visceral e somático, que vai ser responsável pela secreção lacrimal, pela secreção de algumas glândulas na nossa boca. Ele também tem uma parte sensitiva relacionada a orelha. Então, para algumas bibliografias, temos a raiz motora, do Nervo Facial, e, temos a raiz visceral somática especial do Nervo Facial, que é reconhecido como “Nervo Intermédio”. Para alguns autores, o Nervo Intermédio deveria ser até um outro nervo craniano, mas, como o trajeto dele é um trajeto muito 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY comum, muito bem relacionado, com o núcleo muito próximo, a maioria dos autores convencionou que teríamos o Nervo Intermédio como sendo uma parte do nervo Facial. Essas raízes do Nervo Intermédio, elas estão muito relacionadas com a função autônoma, com a função sensitiva do Nervo Facial. As raízes dele na parte superior (a primeira parte dele), vão através do gânglio pterigopalatino inervar as glândulas lacrimais, a glândula da mucosa nasal, e, os brotos gustatórios da região do palato mole. Já o 2° ramo, vai gerar o que chamamos de Nervo Corda do Tímpano. A região do Nervo Corda do Tímpano é muito importante, porque ele inerva o músculo Estapédio, e, esse, delimita a movimentação que a membrana timpânica faz, a partir da vibração dos ossículos da orelha média. Então, se eu tenho fragilidade do Nervo Corda do Tímpano, eu vou ter uma fragilidade do músculo Estapédio, e, acaba que muitas vezes, o paciente com uma paralisia facial, eles podem acabar por ter uma hiperacusia, eles escutam mais, já que não temos mais essa função do músculo Estapédio de tentar frear a movimentação da membrana timpânica, de tentar frear a vibração desses ossículos da orelha média. Então, esses pacientes, principalmente para sons mais graves, que fazem esses ossículos vibrar em demasia, sentem bastante incômodo. Ele irá mandar também estímulos gustatórios para os 2 brotos gustatórios nos 2/3 anteriores da língua, para glândula sublingual, e, para a glândula submandibular. Embaixo, temos as terminações sensitivas, motoras da face, relacionadas aos músculos da expressão facial, e, do outro lado, também embaixo, temos uma parte sensitiva relacionada a pele da orelha externa. Então, ele tem a parte sensitiva da orelha externa, a parte sensitiva especial, relacionada a gustação e a secreção, e, ele tem essa parte motora, mais embaixo, relacionada aos músculos da expressão facial. Semiotécnica da parte motora do Nervo Facial ▪ Elevar as sobrancelhas; ▪ Fechar um olho de cada vez; ▪ Enrugar a testa; ▪ Franzir o cenho; ▪ Franzir os lábios; ▪ Assobiar; ▪ Sorrir e franzir os lábios alternadamente; ▪ Contrair os músculos do queixo; ▪ Puxar os ângulos da boca exageradamente para ativar o platisma. Pedimos o paciente para fechar os olhos com força, e, isso é muito importante, principalmente, se falando de um paciente com Paralisia Facial Periférica, já que, as vezes, o paciente consegue fechar o olho todo, mas ele não consegue formar a mesma quantidade de rugas de expressão de um lado em relação ao outro. Pedimos o paciente para elevar o cenho, franzir a testa. Pedimos o paciente para sorrir, de forma que seja possível vermos a gengiva dele, e, podemos pedir ao paciente para abaixar o ângulo da boca, para que seja possível ativar o platisma, e, é possível perceber perfeitamente assimetria, em que de um lado temos a contração do platisma, e do outro não. Podemos também pedir que esse infle as bochechas, e, para assobiar, ou, mandar beijinhos, franzir os lábios. 5 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Existem vários reflexos relacionados ao Nervo Facial, um deles, é o reflexo Pálpebro- oculógiro. Quando fechamos nosso olho, o bulbo do olho, geralmente, gira para cima, e, não vemos a Esclera, não vemos a parte branca do olho. Às vezes, vemos isso em bebês que não dormem com os olhos totalmente fechados, que vemos as vezes que estão dormindo e fica aparecendo somente a esclera, não conseguimos ver a íris do olho. Quando a pálpebra está totalmente fechada, quando piscamos o olho, por exemplo, não ficamos vendo isso, mas em pacientes com paralisia facial periférica, vemos nitidamente esse reflexo, e, esse reflexo foi reconhecido como “Fenômeno de Bell”. https://www.youtube.com/watch?v=NhaG-TfsOKg A paralisia facial pode ser de dois tipos, só do terço superior da face, ou, só da metade inferior da face. Isso acontece, porque nós temos músculos da expressão relacionados a inervações diferentes, os músculos da parte superior da face, estão localizados nos núcleos do Nervo Facial, mas, o controle motor do NMI da região inferior da face, está relacionado apenas ao córtex motor primário. Na imagem, temos o córtex motor primário, mandando estímulos para o núcleo do nervo facial, e, para a parte inferior da face. Entretanto, a região motora do giro do cíngulo, na região mais anterior, que recebe suprimento arterial da artéria cerebral anterior, ele manda estímulo para o núcleo do Nervo Facial, só que ele recebe estímulos dos dois córtex. Então, essa parte superior do núcleo do nervo facial, ela recebe inervação bilateral, já a parte inferior, recebe inervação só contralateralmente ao córtex motor primário que estará comprometido. Então, se tivermos uma lesão do NMS, só vou receber estímulos ipsilateral a região superior da minha face. Não vou receber estímulo contralateral. Se eu perdi o estímulo contralateral, como representado na imagem à direita, vou cortar o estímulo da região superior contralateral, mas eu mantenho o estímulo da região superior da face ipsilateral, como não temos essa mesma via dupla para a região inferior da face, na paralisia facial central, ou seja, na paralisia facial em que eu tive uma lesão dos axônios que estão acima do núcleo do VII par craniano, eu vou ter como manifestação clínica uma paralisia da metade da minha face. Tipicamente, não acontece comprometimento palpebral, nem comprometimento da testa, mas, existem alguns pacientes que podem ter comprometimento do fechamento da pálpebra, mas, o mais normal é um comprometimento no fechamento da rima labial, e, do suco nasogeniano. 90% das vezes, terá esse aspecto, pegando apenas a boca. https://www.youtube.com/watch?v=NhaG-TfsOKg 6 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Agora, na paralisia facial periférica, teremos comprometimento tanto da inervação sensitiva da parte superior, quanto da parte inferior. Se eu tive uma lesão do núcleo, parabaixo, podemos observar que não adianta a inervação bilateral, já que apenas um axônio vai mandar inervação para a região superior da face, e, só temos um axônio que vai mandar informação para a parte inferior da face. Portanto, se eu tive uma lesão periférica, significa que eu peguei o 2° neurônio da via motora do 7° par craniano. Na imagem, os axônios estão separados, mas, eles não andam assim, andam grudados um no outro. Representação da paralisia facial A paralisia facial periférica, ela é homo/ipsilateral ao local que eu tive a lesão, como podemos ver na representação. Se eu tive uma lesão abaixo do núcleo do VII par, terei comprometimento da face, tanto da região superior, quanto da região inferior, do mesmo lado da lesão. Já a paralisia facial central, ela ocorre do comprometimento do córtex motor primário, ou da cápsula interna, ou de regiões mesencefálicas, acima da ponte, em que eu ainda não tive contato com o núcleo do VII par craniano. Abaixo dessa região no mesencéfalo, teremos o cruzamento dessas fibras, que vai chegar ao núcleo pontino do VII par craniano, então, o aspecto motor vai funcionar da mesma forma do trato corticoespinhal, mas, estamos nos referindo agora ao trato corticonuclear, a única diferença, é que a fibra motora sai do córtex, cruza nessa região do tronco, e, desde, chegando na ponte, no núcleo do VII par craniano. * Então, na paralisia facial central, eu posso ter uma lesão no córtex, na cápsula interna, ou, no mesencéfalo, até na própria ponte mesmo, antes do núcleo, isso pode ocorrer. Essa paralisia facial central, geralmente pega só a metade inferior da face, só a região do sulco nasogeniano, e, da rima labial, e, acontece uma coisa interessante na paralisia facial central, já que ela pode ser emocional ou volitiva. Às vezes, não percebemos que o paciente tem paralisia facial central, e, é necessário realizarmos algumas técnicas para vermos. A paralisia facial central emocional, só aparece quando o paciente ri espontaneamente. A paralisia 7 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY facial central volitiva, só aparece quando pedimos para o paciente rir. O apagamento do sulco nasogeniano, e, o desvio da boca para o lado bom, na volitiva, só irá ocorrer quando pedirmos o paciente para sorrir, e, na emocional, mesmo pedindo, isso não irá acontecer, só irá acontecer voluntariamente. No slide acima, à direita, vemos a representação de uma tomografia de crânio, demonstrando uma região hiperdensa na região frontal. Se houve acometimento da região frontal, tenho comprometimento do córtex motor primário, portanto, um paciente que teve esse tipo de lesão pode ter o acometimento da face, por isso, o paciente precisa ser avaliado por completo, já que terá também queixa de fraqueza. Ao avaliar a face, se pedirmos ao paciente para mostrar os dentes, às vezes será possível ver, por ter pego o córtex, que é o que geralmente ocorre na paralisia facial volitiva, e, veremos uma leve assimetria. Veremos apagamento do sulco nasogeniano, queda da rima labial, e, desvio da boca para o lado contralateral. Entretanto, se eu fizer um estímulo para esse paciente rir, na emocional, ao fazermos um estímulo para o paciente rir espontaneamente, ela some. Exame da função sensorial (01:22) Basicamente avaliamos o paladar, mas, na prática, essa avaliação é muito pouco objetiva, e, não temos estrutura para tudo isso. Então, o exame da função sensorial: ▪ Basicamente o paladar; ▪ 5 sabores primários: doce, salgado, amargo, azedo e umami (delicioso- saboroso). > L-glutamato. ▪ Pode-se segurar a língua para evitar retração: superfície dorsal é o melhor local para aplicação; ▪ PFP: Avaliar o paladar, pois se lesão for proximal à junção com o corda do tímpano, pode ocasionar alteração do paladar; ▪ Alteração do paladar: descartar primeiro doença da língua e medicamentos; Parageusia: Perversões do paladar ou percepções anormais; Hipogeusia: diminuição ou atraso na percepção dos sabores; Ageusia: perda total do paladar – rara. Segura a língua do paciente com uma gaze, pinga a substância que você quer para avaliar, coloca plaquinhas na frente do paciente e o paciente irá mostrar qual sabor ele sentiu. E entre um sabor e outro ainda é preciso enxaguar a boca. Ou seja, totalmente fora da realidade, não dá para fazer isso numa consulta laboratorial na grande maioria das vezes. Quando temos um paciente com alteração no paladar é importante avaliarmos primeiro a língua, ver se o paciente tem língua geográfica, fissura, afta e questionar o uso de medicamentos, pois algumas medicações como alguns quimioterápicos e antibióticos podem gerar alteração de paladar significativa. Quais os nomes mais comuns que damos para essas alterações do paladar? Temos a parageusia, quando o paciente sente um gosto metálico, por exemplo, hipogeusia que é a diminuição ou atraso da percepção dos sabores e a ageusia que é a perda total do paladar e que é muito raro de acontecer. 8 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Exame da função secretora ▪ Lacrimejamento; ▪ Teste de Schirmer; ▪ Reflexo lacrimal: bilateral por estimulação da córnea; ▪ Reflexo nasolacrimal: estimulação mecânica ou química da mucosa nasal. Pode avaliar o lacrimejamento ou a quantidade de saliva que o paciente produz, já que isso está relacionado a essa função simpática do Nervo Facial. O lacrimejamento quase não é feito na pratica, pois muitas das vezes as queixas relacionadas a olho seco e boca seca o paciente consegue falar muito bem isso e muitas vezes está relacionado a uma doença reumática, a síndrome de Sjogren ou síndrome seca. Então acaba que esse teste de Schirmer é feito mais pelos reumatologistas e não pelos neurologistas. NERVO VESTÍBULO-COCLEAR (VIII) ▪ Puramente sensitivo; o Coclear: responsável pela audição. o Vestibular: responsável pelo equilíbrio -> Aulas Ataxias e Vertigem. Ele penetra no crânio através do meato acústico interno (junto com o Nervo Facial) e chega ao tronco pelo sulco bulbopontino. Ele faz diversas sinapses até chegar ao córtex temporal (área auditiva primaria) e como ele faz muitas sinapses, tem uma parte que cruza e outra parte que sobe ipslateralmente. A perda auditiva neurossensorial por comprometimento do nervo vestíbulo- coclear, unilateral ou bilateral é extremamente rara e não é comum de acontecer. O mais comum de acontecer é um processo neurodegenerativo da região de periferia. Nessa imagem temos a representação das 2 estruturas periféricas que vão formar o nervo vestíbulo coclear. A direita da imagem temos os canais semicirculares, o utrículo e o sáculo que vão ser responsáveis pela movimentação angular e pela movimentação linear da cabeça enviando esses impulsos através do ramo vestibular do nervo vestíbulo- coclear. A esquerda temos a representação da cóclea que faz duas voltas e meia sob si mesma e todas essas estruturas temos uma cor azul dentro da imagem por conta da circulação da endolinfa e da perilinfa que vão ser movimentadas a partir do estimulo da bigorna, do martelo e do estribo que vão gerando movimentações nessa região a partir, por exemplo, do som que recebemos , vai se transformar em uma onda mecânica e a movimentação da agua la dentro, dessa endolinfa vai movimentar as células ciliadas que ficam dentro do órgão de corti e esse movimento será então traduzido num impulso nervoso que vai subir para que a gente consiga ter audição. Já a parte do sáculo e do utrículo a informação vai subir para que a gente consiga por exemplo corrigir nossa postura ou manter o nosso olhar fixo enquanto nos movimentamos. Abordagem ao Paciente com queixa Auditiva Semiotécnica da Avaliação do Nervo Coclear O paciente pode ter uma queixa de diminuição da audição que é chamado de hipoacusia ou pode ter uma queixa de ausência de audição chamado de anacusia. O primeiro passo diante desses pacientes é identificar qual orelha está comprometida para isso pode ser feito o teste dosussurro ou o da fricção dos dedos. Teste da fricção: a gente fica na frente do pct e como estou avaliando uma função sensitiva é necessário que o pct esteja de olhos fechados. Então pct com olho fechado, você na frente do pct fara o movimento de fricção dos dedos a 2 cm da orelha do pct, dos 9 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 2 lados e não pode encostar na orelha nem no cabelo do mesmo. E ai vamos perguntar ‘’esta ouvindo algum barulho?’’ caso o pct responda ’’sim’’ devemos perguntar em qual orelha e pra ele responder quando parar de escutar. Teste do sussurro: você irá sussurrar alguma coisa do lado ou atrás do paciente em 1 orelha de cada vez e o ideal é que o paciente tampe uma orelha que é a que você não quer avaliar algum momento e você irá sussurrar algo na orelha que está aberta e o paciente vai repetir o que você falar. E depois faz o mesmo na outra orelha. Com isso conseguimos identificar qual orelha está comprometida. Exemplo: identifiquei que a orelha direita do paciente está comprometida qual será o próximo passo? Segundo passo: identificar se é uma surdez neurosensorial ou condutiva. Surdez neurosensorial é aquela que acontece a partir de comprometimento do nervo vestíbulo coclear e aqui falando de audição do nervo coclear. Aqui o problema é na trasmissao nervosa do estímulo até o córtex auditivo primário no lobo temporal. Já a surdez de condução, acontece em qualquer região a partir do momento que eu tenho orelha externa, média e interna. Então tem uma alteração que pode ser nessa condução de transformar o ar em estímulo mecânico. PARA SABER QUAL TIPO DE SURDEZ É PODE-SE FAZER 2 TESTES: TESTES DE RINNE E WEBER. Teste de rinne: (guardar que a palavra rinne tem 2 ‘’nn’’ então gravar que esse teste tem 2 etapas). A primeira etapa vai ser pegar o diapasão, estimula-lo e colocar a base do diapasão no osso mastoide do pct e pedir ele para avisar quando para de ouvir o barulho e enquanto isso devemos estar contando no relógio durante quantos segundos o pct conseguiu escutar o barulho do diapasão. Pct parou de escutar já devemos virar a haste do diapasão e vai colocar mais ou menos 2 cm do conduto auditivo externo do pct e quando você coloca isso o pct deve continuar escutando porque a condução aérea é muito maior do que a condução óssea, isso é o normal de acontecer. E ai vem uma classificação importante: o teste de rinne é considerado positivo quando ele é normal. Então rinne positivo é rinne normal, o que isso significa? Rinne normal significa que a condução aérea é maior que a condução óssea, isso é o normal de acontecer. Eu botei a base do diapasão no mastoide e o pct escutou o barulho quando ele parou de ouvir o barulho eu coloquei a haste do diapasão na frente do condutor auditivo externo e o pct continuou ouvindo o barulho, ele volta a ouvir o barulho que tinha parado antes. Isso vai mudar se eu tenho uma surdez de condução ou se eu tenho uma surdez neurossensorial. Teste de Weber: colocamos a base do diapasao ou na região glabelar ou na região do ápice da cabeça, na região de cima e pergunta pro pct se ele esta escutando igual nas 2 orelhas ao mesmo tempo. Quais os achados que pode ter nesse pct? No teste de weber se o pct tem surdez de condução a orelha que esta doente ela escuta melhor. A orelha que esta doente fica com um som maior do que a orelha que esta boa. Por que isso acontece? Porque você esta dando a condução para aquele pct, ele não vai precisar fazer a mudança do som aéreo. ( o normal seria ter um som melhor na orelha normal, mas se o pct escutou melhor o barulho do diapasão na orelha que escutou pouco no teste do sussurro e no testa da fricção dos dedos já se pode pensar que se trata de uma surdez de condução, porque o pct não precisou conduzir o som, a vibração do diapasão já vai estimular diretamente ali a endolinfa la dentro da cóclea, então ele não vai precisar fazer a condução desse estimulo, ele já vai fazer o estimulo diretamente mecânico porque a vibração do diapasão vai estimular a cóclea. Como o nervo do pct esta preservado ele ira escutar melhor na orelha doente. Pergunta do aluno: Porque o som seria melhor do que o da orelha normal? Porque na orelha normal ele vai pegar o som, vai transformar na condução óssea e depois no estímulo neurossensorial. Na orelha que está doente como o nervo dele está praticamente intacto já que o outro nervo está sendo consumido pra tentar compensar essa doente que está paralisada ele vai escutar melhor quando dermos o estimulo mecânico direto para ele. 10 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY RESUMINDO: Quando temos um pct com queixa de que esta escutando pouco, a primeira coisa que precisa fazer é o teste do sussurro e da fricção dos dedos e ver qual orelha esta comprometida. Ao perceber que uma orelha esta mais comprometida do que a outra o segundo passo sera identificar se o pct tem comprometimento neurossensorial ou da condução e os testes para ver isso é o teste de weber e de rinne. No teste de weber o pct pode escutar melhor na orelha normal ou na orelha doente ( na orelha que ele escutou pouco). Se o pct escutou melhor na orelha normal isso significa que ele não depende da condução óssea , não depende da condução neurossensorial para escuta o som, o próprio nervo dele está comprometido então ele vai escutar melhor independe de qualquer estímulo, o mecânico ou aero na orelho normal. Se o pct tem surdez de condução e eu já dou pra ele o som conduzido ele acaba escutando melhor na orelha que esta doente , na orelha que estava comprometida previamente, porque você tira a condução, você já da o som pronto, então o nervo já fica prontinho para mandar o estimulo para o córtex. O som primeiro é um estimulo aéreo, depois é um estimulo mecânico e depois neurológico. O diapasão vibra, se eu coloquei um diapasão na minha cabeça o que ele esta fazendo? A endolinfa já esta vibrando, não depende da transformação do ar em estimulo mecânico, então essa vibração do diapasão já vibra a endolinfa e esse estimulo já faz a condução do estimulo nervoso. Já no teste de rinne, será positivo, ou seja, a condução aérea é maior do que a condução óssea quando temos uma surdez neurosensorial porque o estimulo acontece da mesma forma. O pct esta com o nervo comprometido então ele vai fazer uma condução aérea e óssea normais, so que o nervo estará comprometido e ele vai também escutar, mas a diferença é que ele escuta tudo, mas em uma velocidade as vezes menor. Então a orelha que esta boa, por exemplo, escuta 2 segundos a partir da condução óssea e 2 segundos a condução aérea. No pct que tem a condução normal, condução óssea e aérea preservada escuta geralmente de 5 a 6 segundos a óssea e a aérea, sendo que a aérea pode ser ate o dobro do tempo da condução óssea. Como é o nervo dele que esta comprometida, só vejo a condução aérea ou a condução óssea ele vai continuar escutando normal. Na condutiva, a condução óssea é muito melhor do que a condução aérea, então o teste de rinne será negativo. Como que acontece isso? Coloquei o diapasão no osso mastoide do pct e ele escutou, quando ele parou de escutar, que eu vou precisar que ele faca essa condução de novo, transformar o aéreo no ósseo ele não consegue fazer isso, existe uma falha nessa estrutura condutiva e ai acaba que a condução aérea não consegue ser realizada. NERVO GLOSSOFARÍNGEO (IX) NERVO VAGO (X) Lembrar que o nervo vago tem um papel parassimpático muito importante no nosso corpo, então o vago consegue ter interferência através do seu núcleo do tronco e das suas sinapses principalmente com a região do hipotálamo, interferir na questão de frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, então ele é muito importante nesse aspecto simpático e parassimpático. O glossofaríngeo e o vago vão ter papel sensitivo e motor da região do palato. Conseguimos ver isso porque tem-se elevação do palato ao falar a vocal ‘’aaaaa’’ ou a silaba ‘’cá’’ de forma prolongada, observamos que o palato se eleva.Se comprometer essas estruturas o pct pode ter voz comprometida, voz anasalada. Eles também são responsáveis pela gustação (principalmente o glossofaríngeo) do terço posterior da língua (sabor amargo), pois vimos que os 2/3 anteriores cabem a responsabilidade do nervo facial e da faringe, também conseguimos ter um pouco de paladar na região da hipofaringe. A avaliação da elevação simétrica do palato conseguimos fazer durante a fonação junto com a avalição do reflexo de vomito bilateralmente. Um reflexo que não faz dessa parte da semiologia é o reflexo do seio carotídeo, mas que é um reflexo importante de entendermos como funciona na pratica. O reflexo do seio carotídeo pode tirar o pct de desconforto extremo se tiver diante de uma taquicardia sinusal ou uma fibrilação atrial com uma taquicardia que gera um desconforto muito significativo no pct. Esse reflexo é feito uma compressão do seio carotídeo na região do pescoço e esse aumento da pressão da artéria carótida vai excitar os receptores do seio carotídeo e esses receptores vão gerar um impulso nervoso que vai ser transportado através das fibras do glossofaríngeo até um trato solitário. A partir do trato solitário lá no bulbo, teremos outros neurônios que vão mandar uma informação pro núcleo dorsal do vago ali também na região do bulbo e o estimulo que vai sair dessa região dorsal do vago vai gerar um estimulo eferente ou descendente, ocasionando uma redução da frequência cardíaca e da pressão arterial através dessas fibras vagais. Aumentos da pressão da artéria carótida excitam receptores do seio carotídeo; os impulsos são transportados centralmente pelas fibras do IX ao núcleo do trato solitário, a partir de então projetam-se neurônios para o núcleo dorsal do vago, ocasionando redução da FC e da PA através das fibras vagais. Então, esse reflexo carotídeo é muito importante saber fazê-lo até na emergência porque às vezes ele pode melhorar muito desconforto de pacientes que chegam com uma taquicardia aguda e com pct estável clinicamente. O que é importante sabermos: o glossofaríngeo e o vago quando estão com a funcionalidade preservada a gente observa que o palato do pct tem uma elevação simétrica como na imagem. Os 2 pilares estão com elevação simétrica. E a úvula fica centrada. 11 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY O que é importante sabermos: o glossofaríngeo e o vago quando estão com a funcionalidade preservada a gente observa que o palato do pct tem uma elevação simétrica como na imagem. Os 2 pilares estão com elevação simétrica. E a úvula fica centrada. Quando temos uma paralisia podemos ter uma assimetria do palato. O que vai acontecer quando o paciente falar alguma coisa? Na imagem abaixo o lado esquerdo está forte, ou seja, esta puxando a musculatura pra cima para que o pct consiga falar. A úvula acaba sendo puxada para a região que esta forte. Quando temos a paralisia facial central ou periférica a boca desvia para o lado que esta bom porque a musculatura esta forte . Aqui nos temos uma queda do palato do lado que esta paralisado e a úvula acaba sendo desviada para o lado bom, esse é o chamado sinal da cortina, por conta da lesão do nervo glossofaríngeo e vago ( no caso da imagem seria uma lesão a direita). Ao pegar um pct com a imagem acima, o que é necessário colocar em seu prontuário? Pct apresentando uma paralisia do glossofaríngeo e do vago a direita. Outra coisa que pode acontecer se tiver uma lesão do glossofaríngeo e do vago, principalmente do glossofaríngeo é a perda do reflexo de vomito. Como avaliar o vômito? Devemos pegar o abaixador de língua e coloca primeiro fazendo uma irritação do pilar inferior do palato e vê se o pct tem sensação de êmese, de vomito e faz também do outro lado pra ver se existe simetria. Então o reflexo do vomito não faz só na base da língua, precisa estimular a região da faringe de um lado e do outro também. NERVO ACESSÓRIO (XI) É um nervo interessante, pois as fibras vão inervar o musculo trapézio elas cruzam na região bulbar. Agora as fibras que vão inervar o ECOM elas não cruzam elas continuam do mesmo lado. Então se eu tiver uma lesao central, acima do tronco, acima do bulbo (em azul representa a lesao) eu terei um pct com uma paralisia do ECOM a direita mas vai ter uma paralisia do trapezio a esquerda,contralateral. 12 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Se eu tiver uma lesão periférica (risco azul na imagem), do acessório pra baixo, vai funcionar como uma lesão periférica. Terei uma paralisia do ECOM e do trapézio do mesmo lado da lesão. Do trapézio é o mesmo raciocínio que fazemos em qualquer síndrome motora Semiotécnica Primeiro: avaliar escápulas em repouso e em movimento. Para ver o nervo acessório a primeira coisa é avaliar a escapula. Podemos ter o que chamamos de escapula alada, na imagem conseguimos ver nítida assimetria do lado direito com o esquerdo, demonstrando que temos um comprometimento de manter a escapula fechada quando fazemos o movimento de elevação dos braços, movimentos de flexão do ombro. Então a primeira coisa pra ver o acessório vai ser avaliar o pct de costas em repouso e depois pedir o pct pra fazer a flexão do ombro. Segundo: Motricidade do esternocleidomastoide e trapézio. Quando pedimos o pct pra virar a cabeça pra direita eu estou avaliando o ECOM da esquerda. Eu peco o pct para empurrar a minha mão, é uma avaliação contra resistência que fazemos como se quisesse olhar pro outro lado. É interessante que a outra mão do examinador vá ao ECOM para ver se ele esta contraindo ou não. Faz isso primeiro para um lado e depois para o outro lado. Quando vamos avaliar o trapézio podemos pedir o pct pra elevar os ombros e você tenta fazer forca pra baixo ou você pede o pct pra ficar com os ombros normais e você pede o pct pra fazer forca pra cima pra empurrar sua mão. Pode fazer de uma forma ou de outra. NERVO HIPOGLOSSO (XII Esse nervo é importante porque ele vai gerar fibras que vão inervar musculatura intrínseca e extrínseca da língua, principalmente a parte relacionada ao nervo genioglosso. O nervo genioglosso é um nervo responsável pela exteriorização da nossa língua. Quando eu tiver um paciente com uma lesão periférica do nervo hipoglosso como na figura (um traço com as siglas LMNL representando a lesão).então o que que aconteceu no nervo hipoglosso: O nervo hipoglosso temos o núcleo dele lá embaixo no bulbo e as raízes saindo. Se eu tenho uma lesão do núcleo pra baixo vai funcionar como uma lesão de neurônio motor inferior. Na lesão de neurônio motor inferior eu terei manifestação do mesmo lado da lesão, então de acordo com a imagem a metade esquerda da língua fica fraca. se eu tenho uma fraqueza do lado esquerdo da língua quando eu coloco a língua pra fora o outro lado fica mais forte. Só que aqui, diferente do que acontecia lá na face e diferente do que acontecia lá no véu do palato, eu não tenho uma forca contraria, eu tenho uma forca que está indo pra fora. A língua quando for exteriorizada vai desviar para o lado que esta fraco (isso é o que chamamos de sinal da seta), a língua quando exteriorizada vai demonstrar qual lado que esta fraco, qual lado que esta comprometido. No caso da imagem que eu tenho comprometimento só da região do hipoglosso, do genioglosso que é o responsável pela 13 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY inervação da língua eu sei que a fraqueza ta na metade da língua esquerda. Isso às vezes é muito visível no exame, porque você pede o pct para exteriorizar a língua e já se observa que tem uma assimetria. Do lado esquerdo da imagem temos a visualização das papilas gustatórias. Do lado direito a língua esta lisa e toda irregular, tem ate uma atrofia da ponta da língua em relação a ponta esquerda. De acordo com essa imagem- Como vamos descrever isso no prontuário do paciente? Pct apresenta paralisia do hipoglosso a direita. Qualo diagnostico topográfico? Como vou saber que é uma lesão supratentorial ou infratentorial (do tronco pra cima ou no tronco pra frente)? (ninguém respondeu a pergunta e ela disse que mais pra frente vai fazer caso clinico). Então, o hipoglosso é essencial na fonação. Aqui nesse caso é a fonação periférica. Então o pct com comprometimento do hipoglosso não vai ter afasia, ele não esta com problema na formação da frase dele e na compreensão da fala, ele esta com problema na articulação da fala e isso denota uma disartria. Hipoglosso também é essencial na motricidade da língua. OBS: as fibras da língua são fibras que seguem uma direção oposta, elas não são lineares. O lado bom puxa quando a língua esta dentro da boca, a língua vai desviar para o lado bom. Ao exteriorizar a língua é preciso fazer força de trás pra frente, a língua vai desviar para o lado que está fraco. Semiotécnica ▪ Avaliamos desvio quando exteriorizada e força contra resistência da polpa digital do examinador. A língua é essencial para fonação, por isso, o paciente pode ficar disártrico quando temos uma alteração da língua. Portanto, para avaliar alteração da fonação é essencial fazermos avaliação do nervo Glossofaríngeo, Vago e Hipoglosso. A avaliação da deglutição é importante lembrarmos de avaliar o Glossofaríngeo, e, o Vago, e, o Hipoglosso pode gerar alteração de deglutição, mas, somente quando ele estiver com comprometimento bilateral. Avaliamos a língua quando essa é exteriorizada, e, a força dela contra resistência da polpa digital do examinador. DESAFIO PACIENTE APRESENTA FRAQUEZA EM BRAÇO E PERNA DIREITOS, E, QUANDO FOMOS AVALIAR FACE, SUA MÍMICA FACIAL ENCONTRAVA-SE PRESERVADA, SEM ALTERAÇÕES NA MOVIMENTAÇÃO OCULAR EXTRÍNSECA, REFLEXO DE VÔMITO PRESERVADO, PORÉM, COM DESVIO DA LÍNGUA PARA A ESQUERDA. O QUADRO ESTÁ EVOLUINDO HÁ 2 HORAS. DIANTE DESTE CASO CLÍNICO, DESCREVA COMO VOCÊ FARIA UM RACIOCÍNIO SINDRÔMICO E TOPOGRÁFICO QUE EXPLIQUE TAIS ACHADOS OBJETIVANDO CORRELACIONAR A PARTE CLÍNICA MOTORA DO ESQUELETO AXIAL E DA LÍNGUA. Língua está fraca à esquerda, já que ao ser exteriorizada, desvia para a esquerda. Se a lesão tivesse sido no córtex ou na cápsula interna, a língua teria sido desviada para direita. O Hipoglosso cruza no Bulbo também, depois começa a parte periférica do hipoglosso, mas, quem está passando no bulbo que ainda não cruzou, já que vai cruzar na pirâmide bulbar quase chegando na medula é o Trato Corticoespinhal. É uma síndrome alterna de tronco. No tronco temos vários nucleos de pares cranianos, e, temos descendo as fibras que vão para esses núcleos, formando os Tratos Corticonucleares, e, temos descendo aqui, as fibras do Trato Corticoespinhal, as quais cruzam para um lado e para o outro no final do bulbo. Se o meu paciente teve, por exemplo, um AVC, uma lesão do trato corticoespinhal descendo, mas que ainda não cruzou, então, vai gerar uma manifestação motora contralateral ao lado lesionado, mas como pegou o núcleo do Hipoglosso mais embaixo, a lingua foi lesionado do mesmo lado da lesão. Essa é uma SÍNDROME ALTERNA DE TRONCO, e, nesse caso específico, temos um nome próprio para essas manifestações, sendo essa a SÍNDROME DE DEJERINE, caracterizada por uma paralisia alterna relacionada ao comprometimento do Nervo Hipoglosso de um lado, e, do trato corticoespinhal do outro lado. https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FBoneco_palito&psig=AOvVaw1whW3ifkJlTUxu8gg79C14&ust=1589126455926000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPDA1MGTp-kCFQAAAAAdAAAAABAD 14 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY CASOS CLÍNICOS TURMA A 15 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY
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