Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOLOGIA VETERINÁRIA SISTEMA DIGESTÓRIO: FISIOLOGIA COMPARADA SISTEMA DIGESTÓRIO DOS SUÍNOS O suíno é um animal monogástrico que possui o trato digestivo relativamente pequeno, com baixa capacidade de armazenamento. Baixa capacidade de síntese de nutrientes: Executando algumas vitaminas do complexo B, sintetizadas indiretamente pelos microrganismos que habitam o ceco, o suíno não apresenta mapas metabólicos de sínteses endógenas importantes. Baixo aproveitamento de fibras: A morfofisiologia do trato digestivo do suíno não oportuniza condições para microrganismos que usam como substrato materiais fibrosos. Digestão e Absorção: A inclusão da lactose, entre 7 e 14% da dieta no período pós-desmame é importante devido à alta concentração da enzima lactase no organismo dos leitões, cuja atividade decresce com o avanço da idade. Curiosidades: Deficiências minerais em leitões recém- nascidos, como a anemia ferropriva, causada por deficiência do ferro A deficiência de ferro é comum em leitões ao nascer em função da insuficiente capacidade de transferência placentária e mamária. FISIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO DAS AVES Divisão: boca, esôfago, papo, pró ventrículo, moela, intestino, fígado, pâncreas, cloaca. Dentes ausentes; variedade de adaptações do bico; 24 papilas gustativas. Variação dos bicos: Influencia na alimentação e nos órgãos do sistema digestório; Aves granívoras Moela e papo altamente desenvolvidos para ajudar na trituração e digestão de sementes e alimentos duros; Aves carnívoras Moela e papo praticamente inexistentes, uma vez que o alimento é capturado é mais mole e não necessita ser macerado. Bico: Utilizados para a quebra de alimentos; sensíveis em alguns animais, ajudam na localização e apreensão. Pró ventrículo Alimento armazenado é liberado em ritmo controlado para o pró ventrículo; Responsável pela digestão química dos alimentos; • secreção HCl, pepsina e muco • Alimento é misturado com enzimas; Exerce função de armazenamento nas aves que não possuem papo. Ventrículo (moela): Parede espessa altamente muscular; Processo mecânico Tritura os alimentos; trituração com auxílio de pedras (ingeridas). Se pedras forem de CaCO3 → dissolvidas → diminui eficiência Rações comerciais → granulometria pequena → menor atuação da moela A motilidade da moela começa em um estágio pré-ingestão e aumenta com a presença do alimento. Intestino: responsável pela absorção de nutrientes; Água Mecanismos de digestão nos diferentes compartimentos: Intestino delgado: Duodeno: Não ocorre nenhum tipo de digestão; Jejuno: Células caliciformes, enterócitos e células enteroendócrinas; Íleo: Flora intestinal, imunoglobulina Intestino grosso: Cecos: fermentação por bactérias → produção de ácidos graxos → absorvidos Reto Não há digestão. Antiperistalse Perus: Refluxo do conteúdo duodenal e jejunal para o proventrículo → novo contato com secreção gástrica Cloaca: Onde se abre o canal intestinal, aparelho urinário e oviductos; Urina da cloaca para cecos e cólon – absorção de água. Fígado: bilobado e relativamente grande na maioria das aves; vascular; secretora; metabólica. Pâncreas: Parte exócrina - libera enzimas Parte endócrina – células alfa, beta e delta SISTEMA DIGESTÓRIO DOS PEIXES É um sistema completo. Composto basicamente por boca, faringe, esôfago, estômago e intestino. Possui homodontia (todos os dentes da mesma forma) Na faringe, abrem-se as fendas branquiais. Os sucos digestores são potentes. O intestino pode terminar em cloaca ou em ânus NÃO SINTETIZAM VITAMINAS (devem ser absorvidas na alimentação) Apesar da grande diversidade das estruturas de alimentação e de digestão dos peixes, algumas generalizações são possíveis. Os peixes podem ser divididos, basicamente, em três grandes categorias, de acordo com o tipo de alimento consumido: · Os herbívoros ingerem itens de origem vegetal - a maioria se alimenta de poucas espécies de plantas e, freqüentemente, possuem estruturas de mastigação specializadas, obtendo o máximo valor nutricional através da completa trituração do alimento (p. ex.: piava, piau, piavuçu, pacu- peva); · Os onívoros se alimentam de itens de origem animal e vegetal - possuem uma dieta mista e estruturas pouco especializadas. Freqüentemente consomem pequenos invertebrados, plantas e frutos (p. ex.: lambari, piraputanga, pacu, tambaqui, tambacu, tilápia, tuvira); Os carnívoros ingerem sobretudo itens de origem animal - se alimentam de invertebrados de maior tamanho e outros peixes, podendo se especializar em algum tipo em particular. Essas preferências podem mudar com a disponibilidade sazonal dos alimentos (p. ex.: tucunaré, dourado, pintado, salmão, cachorra, piranha, traíra). Os peixes que se alimentam de plâncton, lama ou detritos (uma mistura de sedimento, matéria orgânica em decomposição e bactérias) não podem ser facilmente classificados como herbívoros ou carnívoros, devido a diversidade da origem dos organismos, sendo classificados como planctófagos (p. ex.: tamboatá), iliófagos ou detritívoros (p. ex.: curimbatá, acari). Herbívoros, onívoros e carnívoros podem ser encontrados na mesma família. Logo, parece que as estruturas do aparelho digestivo são altamente adaptáveis e facilmente modificáveis, pelo menos em termos evolutivos. Outro aspecto geral é que o comprimento do intestino está correlacionado com a dieta. Os herbívoros possuem um maior comprimento relativo do intestino (CRI), que leva em consideração o comprimento do intestino médio e do reto, que os carnívoros. De modo geral nos carnívoros, o CRI varia de 0,2 a 2,5cm, nos onívoros entre 0,6 e 8,0cm e nos herbívoros de 0,8 a 15,0cm. Comprimento total do TGI Carnívoros < onívoros < herbívoros FISIOLOGIA FERMENTATIVA DE EQUINOS Os equinos apresentam um sistema digestório bem peculiar. São animais herbívoros monogástricos não ruminantes. Seu sistema digestório é adaptado para digerir o material vegetal através da fermentação no cólon, que faz parte do intestino grosso. Os equinos são capazes de digerir grandes quantidades de alimento rico em fibras, se alimentando várias vezes durante o dia (eles comem mais vezes por dia, porém a fermentação não é tão eficiente como nos bovinos). Intestino grosso: Região responsável pela intensa fermentação microbiana, algo semelhante ao rúmen bovino. O ceco e o cólon são responsáveis por essa ação. Nesses locais ocorre a digestão dos carboidratos estruturais dos vegetais - as fibras. O principal produto dessa digestão é a formação de ácidos graxos importantes para o metabolismo. A microbiota também produz aminoácidos, porém ainda não está claro se esses nutrientes são aproveitados nutricionalmente, já que boa parte é excretada nas fezes. Além disso, também possui função de digestão, absorção de substâncias e a habilidade de armazenar e absorver água. Atuação do pâncreas: produz secreção de maneira contínua (bicarbonato); grande quantidade de álcalis e bicarbonato para neutralização dos ácidos produzidos no cólon; o ph após a adição dessa secreção sobe para 6,5 no jejuno e íleo. Ausência da vesícula biliar: liberação de bile é constante; característica relacionada ao hábito de se alimentar constantemente; a bile emulsiona a gordura da dieta para ação da lípase. Digestão química: quebra dos alimentos por hidrólise; algumas enzimas quebram proteínas, gorduras e amido. Apenas no conteúdo celular dos vegetais; baixa capacidade de digerir grandesquantidades de concentrado. Intestino grosso: fermentação das fibras; presença de microrganismos; dividido em ceco, cólon e reto; os movimentos têm ação de mistura e transporte do alimento. A absorção dos nutrientes se dá por co- transporte; cólon menor dá forma as fezes e nele há reabsorção de nutrientes e AGV’s. Possui grande motilidade; as contrações fortes ocorrem a cada 3 ou 4 min; válvula ceco-cólica; atividade antiperistáltica. Características: Ação gástrica prévia: umedecimento e exposição ao ácido aumentam eficiência dos microrganismos Digestão prévia de carboidratos não é muito eficiente → grandes quantidades de carboidratos chegam no ceco (até 29% amido mesmo com dietas ricas em grãos) Reciclagem de ureia para o ceco e cólon → nitrogênio para microrganismos Maioria da proteína de microrganismos eliminada Grande secreção de bicarbonato e fosfato pelo íleo e cólon → tamponar pH contra ácidos graxos livres Microrganismos formam ácidos graxos voláteis → absorvidos (até 75% do requerimento energético) Alimentação com grãos → produz mais ácidos graxos que pode absorver → tendência a reduzir pH → necessita tamponamento por bicarbonato Se capacidade de tamponamento não for suficiente → cai pH → bactérias produtoras de ácido lático se multiplicam → ácido lático pouco absorvido → dano ao epitélio Fermentação → CO2 e metano → flatos Consistência das fezes: Capim muito novo ou concentrado (pouca fibra = fezes pastosas) Recomendações: não passar de 50% da dieta em concentrado; mínimo de 15 a 18% de fibra bruta. CÓLICA EQUINA Patologia grave, que aparece rapidamente e pode levar o animal à morte se não for tratada logo. É conhecida popularmente como “Nó nas tripas”, justamente porque os sintomas se caracterizam por dor na barriga, que pode ser leve ou intensa. Devido à dor abdominal o cavalo começa a ficar agitado. As cólicas são classificadas como verdadeiras e falsas. Sua principal característica é a dor, que vai provocar uma série de mudanças no comportamento do animal. Ele pode rolar e se jogar no chão sem maiores cuidados, suar em excesso, deitar e levantar constantemente ou ter dificuldades para caminhar. Esse modo de agir é chamado mímica da dor. Dois tipos de cólica; Espasmódica - a dor é contínua, entre os ataques, o cavalo pode mostrar aparência normal. Durante o ataque, sintomas são: o animal deita- se e levanta-se; retorce-se no solo; dá cabeçadas na barriga; dá patadas e transpira profundamente; apresenta a boca seca e conjuntiva injetada; à medida que o mal progride, os períodos de calma vão se tornando mais curtos e os espasmos mais intensos. Flatulenta - que resulta da distensão do estômago ou intestino pelos gases produzidos em excesso pela fermentação dos alimentos, sintomas: dor contínua, porém, pouco intensa; o abdomem apresenta-se distendido e o animal muda constantemente de posição, com vontade de deitar-se, mas com medo de fazê-lo. TRATO DIGESTÓRIO DOS COELHOS E COPROFAGIA Fezes reingeridas diretamente do ânus (mais moles, maiores). Semelhantes a Cachos de uva Os coelhos praticam cecotrofia, que é uma mecanismo fisiológico, com uma influência decisiva tanto em suas características nutricionais como nos processos patológicos que se relacionam com o mesmo. O processo digestivo do coelho se efetua em uma segunda ingestão, a dos alimentos cecotrofos, o excremento mole que o animal consome diretamente do ânus, nos momentos de máxima quietude durante a noite, os quais contém alguns aminoácidos e vitaminas do complexo B, sintetizados no intestino ceco, que são essenciais para a saúde e desenvolvimento do animal. A ingestão dos cecotrofos permite o melhor aproveitamento de alguns nutrientes,proteínas e vitaminas do complexo B, que não foram aproveitados pelo organismo do coelho. A necessidade dos coelhos praticarem o hábito de ingerirem suas próprias fezes deve-se ao fato de a área microbiana intestinal situar-se na parte posterior do aparato digestivo, diferentemente dos ruminantes ( bovinos), nos quais se situam na parte anterior, esta parte do intestino age como uma câmara de fermentação e, é nesta área em que é quebrada a celulose da fibra, onde se obtém os nutrientes essenciais para a vida dos animais. Considera-se que ao redor de 15 a 20% da matéria seca por dia ingerida (alimento + cecotrofo), corresponde a cecotrofos; um rol nutricional que tem mecanismo fisiológico importante, que permite reter no ceco uma digestão gástrica e entérica a fim de que as bactérias cecales atuem sintetizando as proteínas, aminoácidos essenciais e vitaminas, que graças à funcionalidade do cólon podem ser ingeridas e aproveitadas pelo animal. - Caracteirsticas das fezes moles - Não mastigadas e separadas no estômago - Fermentam no estômago (fezes com bactérias do ceco) - Permite melhor digestão da celulose, aproveitamento de proteínas, retenção de nitrogênio e adequado fornecimento de vitaminas do complexo B Durante o período de formação de fezes moles não há emissão de fezes duras e a ingestão de alimento é muito reduzida. Excreção de fezes moles e fezes duras e ingestão de alimento durante um período de 24 horas (Carabano e Piqer, 1998 de acordo com Carabano e Merino 1996). DIGESTÃO E ABSORÇÃO EM RUMINANTES PROCESSOS FERMENTATIVOS O estômago de um ruminante consiste de diversos compartimentos, ou seja, o verdadeiro (estômago digestivo) é chamado de abomaso, é precedido por diversos compartimentos grandes, o maior deles é chamado de rúmen, funciona como um grande tanque de fermentação onde o alimento que foi misturado com saliva, sofre uma fermentação intensa, encontrando nesse compartimento grande número de bactérias e protozoários causando a degradação da celulose e a tornam disponível a digestão complementar. Os produtos da fermentação (na maior parte ácidos acéticos, propiônicos e butírico) são absorvidos e utilizados, o dióxido de carbono e o metano formados no processo de fermentação, onde são liberados pela eructação. A ruminação, ou mastigação do bolo alimentar, consiste na regurgitação e remastigarão de substâncias fibrosas indigestivas, consequentemente engolidas novamente assim se da o nome para seu grupo, alimento reentra no rúmen, ele sofre uma outra fermentação. As partículas que foram decompostas passam para outras partes do estômago, onde são sujeitas aos sucos digestivos usuais no abomaso. Os produtos fermentados no rúmen são a principal fonte de energia. Por essas razões que os ruminantes apresentam maior eficiência no aproveitamento de energia dos alimentos fibrosos que os demais animais. Pré- estômagos 80% Rúmen 5% Retículo 8% Omaso 7% Abomaso Mastigação: inicial (Tem por função conferir ao alimento tamanho que permita a deglutição) e ruminação (Movimento do alimento para dentro do esôfago e sequencialmente para a boca através de uma onda antiperistáltica) RETÍCULO Posição cranial; 5% do volume do estômago; 3-5l; ausência de o2; microrganismos; funções e motilidades ligadas ao rúmen; abertura do esôfago comum ao rúmen. Membrana mucosa possui numerosas pregas primárias anastomosadas surgem as papilas secundárias e terciárias Apresenta formato de favos de mel. É uma “estrada de passagem” onde as partículas são selecionadas. Responsável direto pela atividade de ruminação, incentivando a regurgitação. Digestão fermentativa O bolo alimentar regurgitado para a mastigação origina-se da porção dorsal do retículo. Apresenta um movimento constante em sintonia com o rúmen. Adaptado para separação de partículas. Somente partículas de menor tamanho vão para oomaso (1- 2mm). RÚMEN Rúmen, pança ou bucho; 80% do volume total do estômago; ocupa quase todo o lado esquerdo da cavidade abdominal; bovinos adultos podem conter até 200L; ovinos e caprinos sua capacidade é de 20 a 30 litros. Câmara de fermentação – meio anaeróbio – temperatura entre 39 a 42 – ph de 6 a 7. Movimentos das paredes do rúmen, com auxílio dos músculos pilares, os alimentos são triturados mecanicamente; Ao auscultarmos ou colocarmos a mão, com o punho cerrado, sobre o flanco esquerdo do animal, podemos perceber os movimentos do rúmen; Frequência de uma a duas contrações por minuto. Microrganismos: Bactérias, protozoários e fungos; permite aproveitar os nutrientes contidos em alimentos fibrosos e grosseiros; essenciais para a fermentação e digestão; se dá após o nascimento e se desenvolve nas primeiras semanas de vida. ERUCTAÇÃ O: produção de gases = 30 a 40 litros/h RUMINAÇ ÃO: 30 a 40% do dia ruminando MOTILIDA DE DO RUMEN- RETICULO: 1 a 2 /minuto PRODUÇÃ O DE SALIVA: 150 a 200 litros/dia Aderência bacteriana: Os microrganismos absorvem parte dos nutrientes dos alimentos, para sua própria manutenção; Ao morrerem retornam ao circuito da digestão. Ruminação: Regurgitação pós-prandial da ingesta seguida por mastigação lenta, formação do bolo alimentar e redeglutição. Motilidade rúmen-retículo é que comanda a ruminação. Ocorre entre 30 a 90 minutos após a ingestão. Se a granulometria do alimento for muito reduzido (< 20mm) não ocorre ruminação, o que pode gerar problemas. A fibra deve ser capaz de estimular a mastigação, manter o fluxo de saliva e um ambiente ruminal favorável. A ruminação é importante para a produção de ácido acético – aumento do teor de gordura do leite. • Alimentos concentrados AGV’s Butírato e Propiônato Papilas maiores e em maior quantidade; • Alimentos volumosos AGV Acetato Redução do tamanho das papilas e distribuição desuniforme; Pasto: mais acetato Grãos: mais propionato e acetato. Alimentos volumosos são aqueles que contêm alto teor de fibra bruta, mais que 18%, e baixo valor energético. Nesse grupo, incluem-se as pastagens, as forrageiras para corte, fenos, silagens, restos culturais, resíduos de agroindústrias, cascas, sabugos e outros. As principais características desses são a capacidade de manter a flora do rúmen, serem fonte de cálcio e microminerais. Para vacas leiteiras, são importantes para manter o teor de gordura do leite. Seu uso permite a produção de alimentos de alto valor nutritivo com menores custos. A disponibilização de pastagens permite maior taxa de ruminação e por meio dela os animais iniciam a degradação da fibra e proteína presentes na dieta e ainda produzem bicarbonato de sódio na saliva, elemento que é importante para promover o tamponamento do pH do rúmen, a fim de que haja um melhor aproveitamento dos nutrientes e dos demais alimentos ingeridos. Em dietas à base de forragem, a proporção de AGV seria de aproximadamente 65-70% de acetato, 15- 25% de propionato e 5-10% de butirato. O emprego de dietas ricas em carboidratos rapidamente fermentáveis (amido) aumenta a proporção de propionato, e resulta em proporção de aproximadamente de 50-60%acetato, 35-45% de propionato e de 5-10% de butirato. Esta mudança para maior proporção de propionato é extremamente importante para as características da carcaça. É por este motivo que animais em confinamentos são alimentados com dietas ricas em grãos, já que maior produção de propionato resulta em ganho de peso mais eficiente e maior marmoreio, uma vez que há menor perda de energia da ração sob forma de CO2 e CH4. Além disso, dietas à base de grãos resultam em órgãos viscerais com menor peso quando comparadas com as forragens, deixando mais energia para ganho de tecidos. No entanto, em quantidades muito elevadas o concentrado pode aumentar muito a produção de ácidos graxos voláteis que podem causar efeito de redução de pH ruminal, com diminuição da degradação dos carboidratos estruturais da dieta. Dietas de alto concentrado têm como vantagens, dentre outras, a alta eficiência alimentar, alto desempenho, maior facilidade de manuseio, melhor acabamento de carcaça e menores tempos de confinamento. Por outro lado, são desafiadoras do ponto de vista nutricional e de saúde animal, exigindo cuidados na formulação e no manejo de alimentação. PROTEÍNAS Proteínas e outras fontes de nitrogênio (ureia) amônia (NH₃) utilizada para a síntese de proteína microbiana; Uréia: pode ser secretada para dentro do rumen pelo sangue e deglutição de saliva.; Bovinos e ovinos podem secretar dentro do rúmen até 80% da uréia produzida no fígado. *(correção: ali é intestino delgado) DIGESTÃO FERMENTATIVA (LIPÍDEOS) Ruminantes não toleram altos níveis de gordura na dieta (4 a 5%); galactoglicerídeos (dietas ricas em forragens); triglicerídeos (dietas ricas em grãos ou concentrados). timpanismo espumoso ADAPTAÇÃO DE DIETA Troca brusca de dieta (troca de feno por silagem, introdução de ração...) falta de adaptação da flora ruminal ao novo alimento distúrbios metabólicos A alteração da alimentação deve ser gradativa, para adaptação da flora ruminal. TERNEIROS: rúmen pequeno, pouca capacidade funcional, na idade de 2-3 semanas o abomaso é o compartimento mais desenvolvido; é recomendável que a partir da 2 semana de vida o terneiro tenha disponível alimentos sólidos para estimular o desenvolvimento dos pré-estômagos. ROTA DO LEITE: goteira esofágica: funciona como uma calha que desvia o leite levando-o diretamente ao abomaso. RUMINANTE JOVEM: (pré-ruminante 3 semanas =21 dias) -Reflexo da goteira esofágica; digestão do leite no abomaso: Formação do coagulo; colonização do intestino por bactérias patogênicas. RUMINANTE JOVEM (Recém-nascido 0 a 24h): Ingestão rápida do colostro; diminuição da capacidade de absorção do intestino; colonização do intestino por bactérias patogênicas. *se o leite em recém nascido cai no rúmen (rúmen está acidificado por AGV’s), o leite talha, vai formar coágulos, proliferação de bactérias não simbióticas (patogênicas). OMASO Características: é a terceira divisão do estômago dos ruminantes, entre o retículo e o abomaso; saltério, folho ou folhoso; espaço com cerca de 10L de volume; absorção de H20, sais minerais, AGV’s e redução de partículas alimentares; também absorve Na, K, Mg, CO2 e secreta Cl. órgão selecionador, define se a digesta que vem do retículo-rúmen está apta ou não para prosseguir para o abomaso; o material semi-líquido do retículo entra no omaso pelo orifício retículo-omasal (ORO); contrações omasais frequentes e fortes comprimem e triturem a digesta e de 60 a 70% da água é absorvida; o material de consistência mais sólida passa para o abomaso. Parede muscular muito forte; inúmeras lâminas musculares; papilas cuja função é absorção. Abertura do oro- orifício retículo-omasal: O diâmetro determina a quantidade de digesta que entra no omaso; abertura máxima durante a segunda contração bifásica do retículo. Duração de abertura: ovinos de 2 a 3 segundos; bovinos de 15 a 20 segundos. ABOMASO Características: estômago verdadeiro; localiza-se do lado direito do rúmen; ocorre a digestão química; suco gástrico; pregas longas e altas; mucosa úmida. GLÂNDULAS Secretam produtos como: enzimas (pepsina e pepsinogênio), hormônios (gastrina), ácido clorídrico HCL, água. Gastrina é ativada pela presença de conteúdo, mecanorreceptores de células G: Gastrina provoca a secreção de HCl e pepsinogênio e o HCl transforma pepsinogênio em pepsina) SEMELHANTE O ESTÔMAGO DOS MONOGÁSTRICOSPresença da goteira esofágica, levando o leite diretamente para o abomaso – secreta uma enzima específica para a digestão do leite, quimosina – coagula o colostro formando um coágulo de caseína e liberando o soro (pois o ambiente é ácido). INTESTINO Divididos em duas porções: Intestino Delgado e Intestino Grosso; Tamanho proporcional ao comprimento do corpo; (não possuem intestino tão grande/especializado, pois o rúmen já faz a função de digerir as fibras) DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL Carboidratos, proteínas, gorduras e proteína microbiana não degradada no rúmen irão ser submetidas ao processo de digestão. Na literatura, não é conclusivo a respeito da verdadeira capacidade de digestão de amido no intestino. Fatores como a produção insuficiente da enzima α-amilase pancreática. MUCOSA INTESTINAL FÍGADO Formação da bile pelos hepatócitos e excreção; excreção de substâncias removidas do sangue, como metais pesados e corantes; BILE: armazenada na vesícula biliar; quando estimulada, libera a bile no intestino delgado pelo ducto biliar; fundamental no processo de digestão e absorção das gorduras, colesterol e vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K); é composta basicamente por água, bicarbonato de sódio e sair; mais de 90% dos sais biliares serão reabsorvidos no íleo. PÂNCREAS: a secreção exócrina está dividida em componentes aquosos e componentes enzimáticos; o aquoso (bicarbonato) tem função de neutralizar o conteúdo duodenal evitando danos à mucosa pela ação do ácido clorídrico e pepsina, tornando o ph ótimo para a atividade das enzimas pancreáticas; o enzimático é um pequeno volume de secreção contendo enzimas que vão atuar na digestão dos constituintes das dietas dos ruminantes. O suco pancreático secretado contém enzimas amilolíticas, lipolíticas e proteolíticas; a atividade dessas enzimas no intestino é muito baixa, o volume total e suco pancreático secretado é de 2,2 a 4,8L por dia em bovinos e 350 a 450ml por dia em ovinos. A entrada da digesta no duodeno é o fator mais importante para regular o volume do suco pancreático secretado; a extensão da digesta do amido que escapa da fermentação ruminal depende da secreção de quantidade adequada de amilase pancreática. *Tudo que o animal ruminante ingere (carboidratos, lipídeos, etc) é para o microrganismo que após digerir libera AGV’s que são absorvidos pela mucosa ruminal para não acidificar o rúmen (e cada tipo de substrato vai gerar um agv diferente) (AGV sobrando = acidificação ruminal = favorece outro tipo de bactérias, que geram proprionato e butirato e ácido lático). Depois do AGV ser absorvido pela mucosa ruminal, vai ao fígado ser metabolizado e gera nutrientes para o animal. O que escapar da ação dos microrganismos, cai no intestino e sofre ação química do suco pancreático corrente sanguínea via sistema porta hepático fígado para síntese.
Compartilhar