Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Joelma Abadia Marciano de Paula CCET – UEG Curso de Farmácia Segundo a FHB 3. ed. (2011) tintura-mãe é uma preparação líquida resultante da ação de líquido extrator adequado sobre uma determinada droga de origem animal ou vegetal. É uma forma farmacêutica básica, pois se trata de preparação que constitui ponto de partida para a manipulação das formas farmacêuticas derivadas. Processos de maceração ou percolação. A T.M. pode ser obtida a partir de vegetal fresco ou dessecado e de animal vivo, recém-sacrificado ou dessecado. ▪ Maceração; Percolação e Expressão. Maceração Deixar a droga vegetal ou animal em contato com o veículo extrator adequado, com agitação, por certo tempo. Fenômenos envolvidos: difusão e osmose. São muito importantes: volume do veículo extrator e agitação. Percolação Fazer passar o insumo inerte através da droga já umedecida, contida em um recipiente adequado, onde o líquido extrator é continuamente deslocado de cima para baixo, até que todos os fármacos solúveis sejam esgotados. Forças envolvidas: pressão hidrostática e força da capilaridade. Após a colheita: ◦ Eliminação de partes deterioradas e impurezas; ◦ Lavagem do vegetal com água corrente e água destilada; ◦ Secagem com um pano limpo. Prepara-se somente pela técnica da maceração, porém devendo-se determinar anteriormente o resíduo sólido (r. sol.). Toda T.M., exceto as de origem animal, devem manter uma proporção de 1:10, ou seja, 10% (p/V) entre o insumo ativo e o insumo inerte; O vegetal fresco carrega uma grande quantidade de água, portanto o insumo ativo está muito diluído, desta forma deve-se calcular o r. sol. a fim de se determinar a quantidade real de insumo ativo contida no vegetal fresco; A percentagem de r. sol. de um vegetal é determinada da seguinte forma: ✓ 100g de vegetal picado são colocados em uma cápsula de porcelana, previamente dessecada e tarada, e levados à estufa em temperatura entre 100-105oC (exceto situações previstas nas monografias) até atingir peso constante; Verificar a orientação da FHB 3. ed. (2011) sobre qual é a graduação alcoólica adequada para o preparo da T.M.: Resíduo sólido Teor alcoólico Até 29% Usar etanol a 90% (p/p) Entre 30 e 39% Usar etanol a 80% (p/p) Igual ou acima de 40% Usar etanol a 70% (p/p) • Para descobrir a quantidade final da T.M. basta multiplicar o r.sol. encontrado por 10 (lembrar que a proporção é de 1:10 p/v). • Com esses dados ainda se pode calcular quanto de líquido extrator será utilizado para o preparo da T.M. basta subtrair da quantidade final de T.M. a quantidade de água do vegetal. Calcular a quantidade final de T.M. a ser preparada a partir de 500g de vegetal fresco, sabendo-se que o r.sol. deste vegetal já foi determinado e é de 25%. Calcular também o volume de líquido extrator necessário e a graduação alcoólica final da T.M. Para plantas muito suculentas, com r. sol. inferior a 20%, para efeito de cálculo considerar o r. sol. igual a 20%, pois assim permitirá extrair melhor os p.a. e conservar a T.M. A farmacopéia homeopática dos Estados Unidos da América admite uma variação de até 15%, para mais ou para menos, nos teores etanólicos finais das TMs. A. Misturar o vegetal fresco devidamente rasurado com 85% do volume total do álcool de teor e quantidade obtidos conforme visto anteriormente; B. Deixar essa mistura em recipiente de vidro ou inox tampado, ao abrigo da luz e umidade em uma temperatura entre 16 e 22oC; C. Agitar a mistura, no mínimo 3 vezes ao dia por no mínimo 15 dias; D. Filtrar, prensar o macerado; E. Acrescentar ao resíduo de prensagem q.s. de insumo inerte até atingir 10X o r. sol; F. Deixar em repouso por 48 horas, filtrar novamente e acondicionar em frasco âmbar ao abrigo da luz e da umidade. Vegetal dessecado é aquele que foi estabilizado pela secagem, ou seja, retirou-se grande parte de seu conteúdo em água, de forma que as reações enzimáticas não possam ocorrer e os microrganismos não possam proliferar. Para o preparo de T.M. a partir de vegetal dessecado não é necessário determinar o r. sol., basta utilizar o insumo inerte indicado na monografia da planta na quantidade que mantenha a proporção de 1:10 (p/v). 4.1) Maceração 4.2) Percolação: (esquema) Solução hidroalcoólica Maceração por 4 h Utiliza-se a maceração, sendo o líquido extrator uma mistura hidroalcoólica ou hidroglicerinada; Enquanto a relação droga/insumo inerte para as tinturas vegetais é de 1:10 (p/v), nas tinturas animais é de 1:20 (p/v). Não se determina o r. sól. Conservá-las em frasco de vidro âmbar (plástico é inadequado); T.M. hidroalcoólica: temp. 16 – 22oC; T.M. hidroglicerinada: refrigeração; Prazo de validade será variável conforme as condições de estocagem e a natureza da T.M. (T.M. hidroglicerinada – menos de 6 meses); Em caso de turvação, precipitação ou mudança de caracteres organolépticos a T.M. deve ser descartada. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FARMACÊUTICOS HOMEOPATAS. Manual de normas técnicas para farmácia homeopática: ampliação dos aspectos técnicos e práticos das preparações homeopáticas. 4. ed. Curitiba: Tempo Integral, 2007. • FARMACOPEIA HOMEOPÁTICA BRASILEIRA. 3. ed. Brasília: Anvisa, 2011. • FONTES, O. L. (ed.). Farmácia homeopática: teoria e prática. 5. ed. Barueri: Manole, 2018.
Compartilhar