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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA – DFAR QUÍMICA FARMACÊUTICA II (NOTURNO) DISCENTES: ANA CLARA, DULCINÁRIA TAMYRES, RAYANE RAQUEL, WENDELL E VITÓRIA SANTANA. 1 – A presença de quais grupos na estrutura do ciprofloxacino podem causar reações adversas e por quais motivos? O grupo piperazino, localizado na posição R7, intensifica a afinidade da molécula com o receptor GABA e expande o espectro para abranger bactérias gram-negativas. Resultando em efeitos adversos neurológicos, como a convulsão e em problemas respiratórios. 2 – Qual região da estrutura química das quinolonas é responsável pela formação de quelatos, prejudicando sua absorção por via oral, e quais tipos de alimentos não são recomendados para ingesta concomitante com o fármaco (esquematize a interação)? A região propensa à formação de quelatos é a área destacada em vermelho, ou seja, essa região reage com metais para criar complexos quelatos. Os alimentos desaconselhados para consumo simultâneo são aqueles com alta concentração de íons Ca2+, como é o caso do leite, suplementos minerais e medicamentos antiácidos, como o hidróxido de alumínio, os quais não devem ser tomados simultaneamente. 3 – Sobre os antimicrobianos quinolonas, é incorreto afirmar: a) Os mecanismos conhecidos de resistência bacteriana são alterações nos sítios de ligação no ribomosso, na permeabilidade e na modificação enzimática do fármaco. b) Inibem a atividade da DNA-girase, ou topoisomerase II, enzima essencial para a multiplicação do DNA bacteriano. c) São inidicados para para o tratamento de infecções no trato genitourinário. d) A adição de um átomo de flúor originou a fluorquinolonas, que possuem espectro de ação aumentado contra bacilos gram-negativos. 4 – O antimicrobiano norfloxacino é considerado o fármaco de escolha no tratamento de infecções do trato urinário não complicadas. Sobre esse fármaco, assinale a alternativa correta: a) Pertence à classe das quinolonas e inibe a enzima topoisomerase IV nas bactérias gram-positivas e a DNA-girase nas bactérias gram-negativas. b) Pertence à classe das quinolonas e inibe a enzima topoisomerase IV nas bactérias gram-negativas e a DNA-girase nas bactérias gram-positivas. c) Pertence à classe das quinolonas, sendo análogo estrutural e antagonista competitivo do PABA (ácido para-aminobenzóico). d) Pertence à classe das sulfonamidas, sendo análogo estrutural e antagonista competitivo do PABA (ácido para-aminobenzóico). 5 – A qual classe farmacológica pertence a molécula abaixo? Quais modificações podem ser feitas no grupo destacado para melhorar sua atividade em relação ao fármaco protótipo do grupo? Faz parte do grupo das sulfonamidas. Alterações nessa região resultam em variações nas características físico-químicas, nos efeitos do medicamento no corpo, na forma como é processado pelo organismo e na sua ligação às proteínas presentes no plasma sanguíneo. 6 – Explique porque os substituintes destacados devem estar em posição para para que haja atividade biológica. O ácido paraminobenzóico se conecta ao local ativo da enzima diidropteroato sintase. Para que a sulfanilamida bloqueie este local e impeça a ação do paraminobenzóico, o antibiótico precisa possuir uma estrutura semelhante que permita uma ligação adequada no sítio ativo da enzima. A ação da sulfanilamida no local de ligação da enzima requer a disposição dos substituintes de maneira a imitar a estrutura do paraminobenzóico. Quando os substituintes estão organizados dessa forma, ocorre a ligação correta da molécula à enzima, resultando em uma interação mais eficiente com o sítio catalítico da diidropteroato sintase. 7 - Discorra sobre as quinolonas abaixo em relação aos seus: a) Núcleos (classificação); b) Substituíntes e espectro de ação; c) Substituíntes e efeitos adversos; d) Substituíntes e perfil farmacocinético. a) Classificação por núcleos: As quinolonas podem ser divididas em duas categorias com base na estrutura do núcleo. Se a posição X tiver um carbono, é considerada uma quinolona e os análogos desse grupo são: Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino; se tiver um nitrogênio, é uma nafitridona, um exemplo pode ser o ácido nalidíxico. b) Substituintes e espectro de ação: Nos medicamentos Ciprofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino, a troca na posição R1 com ciclopropil amplia a eficácia e a força do fármaco. Enquanto isso, nos fármacos Gatifloxacino e Moxifloxacino, a substituição na posição R8 com OCH3 melhora a ação contra bactérias Gram-positivas. A introdução de um grupo piperazinil metilado em R7, presente em Gatifloxacino e Ofloxacino, aumenta a efetividade contra bactérias Gram-positivas. No Moxifloxacino, a modificação em R7 com um grupo azabiciclo reforça a ação contra bactérias Gram-positivas. A presença do anel piperazinil em R7 nos medicamentos Norfloxacino e Ciprofloxacino amplia a ação contra as espécies Gram-negativas. Em Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino, a inclusão de F em R6 amplifica a eficácia contra bactérias Gram-negativas e apresenta certa ação contra as Gram-positivas e atípicas. No caso do Ofloxacino, a substituição em R8 com OCH2 aumenta sua eficácia contra bactérias Gram-positivas. c) Substituintes e efeitos adversos: No Ciprofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino, a presença de ciclopropil na posição R1 está correlacionada com interações no citocromo P450. Na posição R8 da amida do Gatifloxacino e Moxifloxacino, ocorrem interações no citocromo P450; quando substituído por um 2-metilpropeno, resulta em genotoxicidade e fototoxicidade. Nos compostos Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino, a presença de flúor na posição R6 está relacionada à genotoxicidade. Para o Norfloxacino e Ciprofloxacino, a substituição por um anel piperazinil na posição R7 resulta em genotoxicidade e inibição dos receptores GABA. No Moxifloxacino, a substituição por um grupo azabiciclo na posição R7 está associada à genotoxicidade e inibição dos receptores GABA. No Ofloxacino, a presença de um anel piperazinil na posição R7 causa toxicidade por inibição dos receptores GABA e genotoxicidade. A substituição na posição R8 resulta em genotoxicidade e fototoxicidade. d) Substituintes e perfil farmacocinético: No R1 substituir por ciclopropil no Ciprofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino, amplia o volume de distribuição. No Gatifloxacino e Ofloxacino, a troca em R7 por um grupo piperazinil metilado intensifica a potência do fármaco. Por outro lado, no Gatifloxacino e Moxifloxacino, a alteração em R8 por OCH3 aumenta a meia-vida do fármaco e sua penetração nos tecidos. Em Norfloxacino, Ciprofloxacino, Ofloxacino, Gatifloxacino e Moxifloxacino, substituir em R6 por F aumenta o volume de distribuição e a penetração em tecidos. As mudanças em R7 nos compostos Norfloxacino e Ciprofloxacino aumentam a meia-vida, a biodisponibilidade e a penetração no SNC. Trocar em R7 pelo grupo azabiciclo no Moxifloxacino pode resultar em menor hidrossolubilidade e biodisponibilidade oral. No Ofloxacino, substituir em R8 por OCH2 prolonga a meia-vida do fármaco e sua penetração nos tecidos. 8 –Baseando-se na estrutura química, explique o motivo pelo qual o morfloxacino (B) possui maior atividade contra bactérias gram-positivas, em especial Streptococcus sp., quando comparado ao perfloxacino (A). As discrepâncias entre as moléculas estão associadas às suas respectivas atividades. Tais discrepâncias se encontram nas posições 1, 7 e 8. Na posição 1, a divergência é que em B há um ciclopropil, o qual confere uma potência maior à molécula, enquanto em A há um etil, resultando em uma potência menor em comparação ao grupo ciclopropil. Na posição 7, a discrepância reside nos tipos de anéis: enquanto em A há apenas um anel, em B há dois (piridina e pirrolidina), conferindo um aumento no tempo de meia-vida e potencializando a atividade contra as bactérias gram-positivas. Na posição 8, emB, há um grupo metoxi (contribuindo para uma boa atividade biológica), enquanto em A não há nada, o que faz com que a molécula B tenha uma atividade maior contra as bactérias gram-positivas, além de diminuir a resistência a essa molécula. Portanto, todas essas vantagens da molécula B contra as bactérias gram-positivas justificam o fato de ela ser preferencialmente utilizada para combater Streptococcus. (A) (B) 9 – Porque o Prontosil Rubrum não possui atividade antibacteriana in vitro? A molécula do Prontosil Rubrum age como um pró-fármaco, o que significa que a molécula em si é inativa e requer modificações moleculares para ser ativada. Essas alterações são facilitadas pela ação da enzima azo-redutase, a qual quebra a ligação dupla entre as amidas, liberando a estrutura da Sulfanilamida, a qual exibe atividade antibacteriana. Em virtude disso, não há atividade antibacteriana in vitro devido à ausência da enzima que desencadeia a transformação do Prontosil Rubrum em seu estado ativo, a Sulfanilamida 10 – O que as alterações em R1 e R2 proporcionam à sulfonamida, respectivamente? As alterações em R1 provocam mudanças nas propriedades farmacocinéticas e físico-químicas do fármaco, além de afetarem suas interações com as proteínas plasmáticas. As modificações em R2 precisam ser reversíveis para preservar a atividade da molécula; modificações nessa região impactam a biodisponibilidade do fármaco. Por exemplo, a adição de grupos em R2 pode transformá-lo em um pró-fármaco, melhorando, assim, sua biodisponibilidade.
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