Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contabilidade Internacional Aula 2: Estrutura conceitual, elaboração e apresentação das demonstrações contábeis Apresentação Nesta aula, você compreenderá que as informações produzidas devem conter as características fundamentais e qualitativas de melhoria previstas pela estrutura conceitual para atender ao objetivo das demonstrações contábeis As características qualitativas fundamentais da informação garantem sua confiabilidade contábil e as características qualitativas de melhorias, que, como a própria expressão traduz, melhoram a qualidade da informação, permitindo a comparabilidade e a verificabilidade contábil tempestiva para a tomada de decisão do usuário. Objetivos Descrever o propósito das demonstrações contábeis; Reconhecer os elementos patrimoniais; Identificar o conjunto completo das demonstrações contábeis disponíveis para divulgação. Bases de preparação A contabilidade é a linguagem dos negócios. A partir das informações contábeis produzidas sob a forma de demonstrações ou peças contábeis, é possível que o usuário tome certas decisões em relação à empresa que está investigando para investir recursos ou emprestar recursos para a empresa. Para que a empresa forneça informações úteis para a tomada de decisão do usuário, elas devem ser confiáveis, representando a realidade econômica e financeira dos fatos. Para tanto, é necessário estudar as características fundamentais de melhoria da informação contábil trazidas pela estrutura conceitual editada pelo CPC 00. Quando abordamos a apresentação das peças contábeis, precisamos levar em consideração alguns aspectos relevantes que a estrutura conceitual menciona e como regra deve ser observada para melhorar a confiabilidade e a qualidade das informações produzidas nos relatórios contábeis. Fonte: Por lovelyday12 / Shutterstock. Para compreender e assimilar melhor o conteúdo, é preciso saber que o objetivo geral das demonstrações contábeis é fornecer informações quantitativas e qualitativas sobre a posição patrimonial, desempenho operacional e os fluxos de caixa da entidade, que sejam úteis para a tomada de decisão dos usuários em geral (CPC 00 - Introdução). Para que a informação contábil seja útil, ela precisa possuir necessariamente as características qualitativas da informação, como demonstrado a seguir. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Características qualitativas – CPC OO Fundamentais Relevância Representação fidedigna • Ser neutra • Ser completa • Ser livre de erros Melhoria Comparabilidade Verificabilidade Tespestividade Compreensibilidade As características qualitativas fundamentais da informação são: Clique nos botões para ver as informações. Então, vamos aos conceitos e definições para compreender quando uma informação é relevante. Uma informação é relevante se ela for útil na decisão do usuário, ou seja, se ela for capaz de influenciar significativamente a decisão do usuário. A relevância está intrinsicamente relacionada à materialidade da informação contábil. Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder afetar as decisões econômica e financeira do usuário com base nas demonstrações contábeis publicadas. A natureza e a materialidade da informação podem afetar a relevância da informação. As informações divulgadas são relevantes e materiais se, a partir do julgamento do usuário, puder confirmar ou prever a posição patrimonial e os desempenhos passados e futuros da entidade. Relevância As características qualitativas da representação fidedigna da informação possuem a propriedade de representar fielmente a realidade econômica do fato predisposto a representar ou retratar. Observe que a representação fidedigna pressupõe que as transações e fatos registrados na escrituração contábil devem refletir integralmente e fielmente as operações ocorridas no período dentro da entidade. Esse princípio contábil visa impedir que as informações reconhecidas e mensuradas em conformidade com as normas repassem uma falsa imagem ou distorcida aos seus usuários, o que poderá comprometer a decisão do destinatário em relação às estruturas patrimonial e financeira, aos fluxos de caixa, à continuidade e ao desempenho da empresa. Observe que os controles e a adequação dos processos contábeis são imprescindíveis desde a recepção dos documentos, escrituração até a divulgação dos relatórios contábeis. A representação fidedigna atua com a colaboração extremamente pertinente à informação que pretende ser fiel ao fato ocorrido, pois precisa possuir três atributos indispensáveis: ser livre, ser neutra e ser livre de erro. A informação não pode conter viés que venha distorcer e influenciar a decisão do usuário. Ela precisa ser completa, neutra e livre de erro, ou seja, quando for registrada e divulgada precisa estar integralmente e plenamente finalizada para ser publicada. Como pretender ser um retrato fiel da realidade econômica, se não puder eliminar por completo as falhas, que sejam ao menos minimizadas quaisquer imperfeições na informação. Lembrando sempre que a neutralidade é obrigatória quando as informações se dirigem aos gestores, que assinam e possuem responsabilidade técnica sobre as informações produzidas. Representação fidedigna Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Agora, analisaremos como as informações contábeis divulgadas podem ser melhoradas quando possuem as características qualitativas de melhoria da informação. São elas: Clique nos botões para ver as informações. A informação é tempestiva se ela chegar a tempo do usuário poder usufruir da informação em tem hábil para a tomada de decisão, pois uma informação fora de prazo, tardia, já não terá mais utilidade para o seu destinatário. Tempestividade Essa propriedade proporciona uma análise qualitativa e quantitativa da evolução patrimonial e do desempenho da entidade em relação ao seu objeto de existência, ou seja, a geração de lucro e o respectivo retorno ao investidor/acionista a partir da sua atividade fim. É possível comparar as informações de um período para outro, assim como é possível confrontar as informações da empresa analisada com as outras empresas que atuam no mesmo segmento. Comparabilidade As duas características têm o propósito de tornar a informação clara e objetiva para que os seus usuários, a partir de sua compreensão, consigam chegar ao mesmo consenso sobre a evolução patrimonial e o desempenho da entidade. Verifique que esses princípios norteadores da contabilidade, desde que respeitados e obedecidos, proporcionam uma informação útil mais confiável e transparente aos seus usuários. Verificabilidade e compreensibilidade Atividade 1. Quais são as caraterísticas qualitativas fundamentais da informação contábil? Elementos das demonstrações contábeis As informações contábeis são apresentadas por meio de peças contábeis que compõem o conjunto completo das demonstrações contábeis. Mais adiante, falaremos das sete peças formadoras do conjunto completo. Iniciamos com a apresentação do balanço patrimonial, na qual podemos observar, do lado direito, as origens dos recursos e as aplicações dos recursos do lado esquerdo. Fonte: Por tatianasun (adaptado) / Shutterstock. As origens dos recursos são representadas pelos passivos e as aplicações dos recursos são apresentadas pelos ativos. As origens dos recursos são segregadas pelos passivos e pelo patrimônio líquido. Os passivos têm origem nos recursos de terceiros alocados na empresa. O patrimônio líquido se forma a partir das contribuições de capital realizados pelos sócios na constituição da empresa. O que são ativos e passivos? Ativos Representam as aplicações dos recursos na empresa convertidos em bens e direitos. Em um conceito mais amplo e elaborado, os ativos são recursos controlados pela empresa (bens + direitos = aplicações dos recursos), oriundos de eventos passados, que gerarão fluxos de caixas futuros e que possam ser mensurados com confiabilidade. Os passivos Sãoobrigações presentes da empresa, oriundos de eventos passados, na qual os desembolsos de caixa previstos gerarão fluxos de caixa que podem ser mensurados com confiabilidade. Portanto, os passivos são as obrigações presentes da empresa para com terceiros e para com os sócios e os ativos são os bens e direitos aplicados na empresa a partir das origens. Atenção Você pode verificar que os elementos patrimoniais relacionados diretamente com a mensuração da posição patrimonial e financeira da empresa, que estão representados no balanço patrimonial, são os ativos, passivos e patrimônio líquido. Esses elementos refletem, ao longo de um período e ao final de cada exercício contábil, a variação e a evolução quantitativa e qualitativa em relação às origens e aplicações dos recursos na entidade. Por fim, o patrimônio líquido é o valor residual entre ativos e passivos, ou seja, a diferença entre ativos e passivos, que representa a equação básica da contabilidade: Já na representação estruturada da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), você identificará os elementos que estão diretamente relacionados com a mensuração do desempenho operacional da entidade. São eles: as receitas e as despesas. Ou seja, os elementos que, ao final de um exercício, demonstrarão os lucros ou perdas econômicas da empresa em um determinado período. PL = Ativos - Passivos As receitas são os acréscimos patrimoniais e as despesas são os decréscimos patrimoniais. Vamos às explicações. Por que elas são chamadas de acréscimos e decréscimos patrimoniais? Clique no botão acima. Por meio das contas, ao final de cada exercício social, as contas de resultado são zeradas e o saldo positivo ou negativo é levado para a conta de lucros ou prejuízos acumulados dentro do BP no Grupo do PL. Verifique que a conta que reflete os lucros ou prejuízos acumulados do exercício no balanço patrimonial são lucros ou prejuízos acumulados. Na figura a seguir, você verá um esquema com os elementos patrimoniais diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e financeira representada pelo BP. Observa-se também elementos patrimoniais diretamente relacionados ao desempenho operacional da empresa. Elementos das demonstrações contábeis Quando falamos dos elementos patrimoniais relacionados diretamente à posição patrimonial e financeira da entidade, estamos nos referindo às origens dos recursos e às aplicações dos recursos, que são representadas pelos bens, direitos e obrigações da empresa e, portanto, ativos, passivos e patrimônio líquido, se referem ao balanço patrimonial. A posição patrimonial está representada no balanço patrimonial, como segue: Fonte: Própria autoria. Fonte: Própria autoria. Observe que as origens dos recursos estão segmentadas em recursos de terceiros e recursos próprios. Recursos de terceiros Os recursos de terceiros representam as fontes externas das origens dos recursos que estão financiando as operações da empresa, representadas pelos passivos: circulante e não circulante. Enquanto os recursos próprios representados pelo patrimônio líquido (PL) se constituem pelo capital social integralizado pelos sócios e pelos recursos advindos da sua operação própria, os lucros ou os prejuízos são resultados do exercício. Os ativos são aplicações dos recursos na empresa representados pelos bens e direitos da empresa. Os passivos são as obrigações presentes da empresa e o PL representa a diferença entre ativos e passivos, ou seja, o valor residual entre ativos e passivos. Os ativos, passivos e patrimônio líquido continuam representando as origens e as aplicações dos recursos no balanço patrimonial, mas ganharam um conceito mais robusto em consonância com a estrutura conceitual advinda da convergência com as IFRS. 1 Ativo É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade. 2 Passivo É uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação deve resultar na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. 3 Patrimônio líquido É o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. (CPC 00, item 4.4) Conheça a seguir, o conceito de benefícios econômicos futuros e veja mais detalhes sobre ativo, passivo e patrimônio líquido. Benefícios econômicos futuros Clique no botão acima. A norma traz o conceito de benefícios econômicos futuros, o que significa dizer que os ativos, para que sejam reconhecidos no balanço patrimonial, precisam contribuir necessariamente para formação de caixa da empresa, ou seja, gerar recursos financeiros em caixa para a entidade. Uma vez incorporados ao ativo, os benefícios podem fluir de diversas maneiras para a empresa, ou seja, a empresa pode realizar permutas com os ativos para liquidar passivos por exemplo. Os passivos têm como característica essencial para a sua existência a necessidade que a entidade tenha uma obrigação presente, ou seja, uma obrigação implica em um dever, uma responsabilidade de cumprir determinada tarefa. As obrigações surgem no decorrer das atividades operacionais da empresa e podem ocorrer por meio de aquisições de insumos como pratica usual no mercado em que a entidade atua, contribuindo com o fomento da cadeia produtiva. Também podem ocorrer de forma legal através de protocolos formais, como os contratos entre as partes interessadas na qual haja um objeto de interesse mutuo, com um cliente e um vendedor ou arrendador ou arrendatário. Para a liquidação de um passivo ou da obrigação presente da empresa será necessária a utilização e disponibilização de um recurso da empresa em forma de caixa ou equivalente de caixa, ou seja, moeda corrente geralmente. A liquidação dos passivos pode ocorrer por meio de trocas de ativos (bens e direitos), pela conversão da obrigação em ações da empresa ou pela substituição de uma obrigação por outra. O credor também renunciar a dívida e considera-la liquidada. Já o patrimônio líquido é definido como o valor residual entre a dedução dos ativos pelos passivos no balanço patrimonial. O PL também pode ser analisado pelo valor a ser obtido com a venda do acervo líquido da entidade em valor contábil. Em outra análise, o patrimônio líquido representa o valor pertencente aos sócios e acionistas. Os elementos patrimoniais que estão diretamente relacionados à mensuração do desempenho da entidade, que estão representados pelas despesas e receitas na demonstração do resultado do exercício (DRE), com as seguintes definições de acordo com a estrutura conceitual: Receitas – abrangem as receitas propriamente ditas e os ganhos que surgem no curso normal das atividades usuais da entidade, representando os acréscimos patrimoniais. Despesas – abrangem as perdas e as despesas que surgem no curso normal das atividades usuais da entidade, representando os decréscimos patrimoniais. Portanto, você verifica que as receitas e despesas apresentadas na DRE representam os acréscimos e os decréscimos da entidade, pois a conta que interage com o PL ao final de um exercício, representando o desempenho da empresa em um determinado período, são as contas de lucros ou prejuízos acumulados. Para incorporar ativos, passivos, receitas e despesas, as respectivas demonstrações contábeis passam pelo reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis, que nada mais é que o registro contábil desses elementos, atendendo à estrutura conceitual. Para tanto: Reconhecimento é o processo que consiste na incorporação ao balanço patrimonial ou à demonstração do resultado de item que se enquadre na definição de (ativo, passivo, receitas e despesas). CPC 00, item 4.37, grifo nosso) Já o ato de mensurar os elementos das demonstrações contábeis nada mais é que a ação de atribuir valores aos elementos patrimoniais das demonstrações contábeis. Portanto, corresponde à determinação dos valores monetários por meio dos quais os ativos, passivos, receitas e despesasserão quantificados e representados nas demonstrações contábeis. Os elementos patrimoniais são reconhecidos inicialmente pelo custo de aquisição ao BP ou a DRE e, a partir desse momento, incorporados às demonstrações contábeis, recebendo a denominação de custo histórico, ou seja, são registrados pelo valor pago na data de aquisição ou compra e permanecem no custo histórico incorporado ao BP. Atividade 2. Os elementos patrimoniais da mensuração do desempenho da entidade, presentes na DRE pelas despesas e receitas, recebem que definições? Ajustes nas bases de mensuração Alguns elementos patrimoniais, para representar fidedignamente a realidade econômica do fato ocorrido, sofrem alguns ajustes no decorrer dos exercícios, ou seja, as bases de mensuração podem sofrer alterações para retratar a realidade do fato e passar uma melhor informação ao usuário. Esses ajustes nas bases de mensuração são denominados: Custo corrente Os ativos e passivos mantidos ao custo corrente no balanço patrimonial representam os elementos patrimoniais reconhecidos ou contabilizados pelos valores que teriam de ser pagos ou valores necessários que seriam esperados para liquidá-los na data do balanço patrimonial. Exemplo: caixas e equivalentes de caixas representadas pelas contábeis de conta correntes, aplicações financeiras e o próprio caixa da entidade. Valor realizável Descrito como o valor que seria efetivamente cobrado por determinado ativo se ele fosse colocado à venda por uma empresa. Exemplo mais comum são os estoques da empresa. Um item de estoque é registrado na contabilidade por R$100, mas o mercado onde será comercializado pagará R$80. Neste caso, há uma perda de recuperabilidade do ativo de R$20 e esse valor deverá ser contabilizado no estoque para representar o valor real daquele ativo, ou seja, ele vale R$80, não mais os R$100. Ajuste a valor presente Significa mantermos os ativos e passivos pelo valor presente, descontados dos fluxos de caixas futuros, ou seja, é preciso retirar dos valores registrados o valor do dinheiro no momento, que nada mais são do que os juros embutidos. Exemplo Em um empréstimo reconhecido no ativo não circulante, que será pago em trinta meses, há juros embutidos. Para efeitos de divulgação da informação ao usuário, se faz necessário explicar que, caso a dívida se fosse totalmente liquidada na data do balanço, seria cobrado um valor menor e, para isso, os ativos e passivos registrados no grupo do não circulante devem ser ajustados ao valor presente na data do balanço. Se houver ativos e passivos no circulante em que o montante do valor do dinheiro no tempo – juros - seja relevante, a entidade também precisa trazer o valor presente para apresentar ao usuário da informação. Verifique que todos os elementos patrimoniais estão reconhecidos inicialmente ao custo histórico nas demonstrações contábeis. Posteriormente, alguns ativos e passivos para representar fidedignamente a realidade econômica das transações ocorridas podem sofrer alterações nas suas bases de mensuração, sendo combinados às demais bases para melhor atender à necessidade de utilidade e retratar a realidade econômica de determinado fato. Vamos aos exemplos. Exemplos de ajustes nas bases de mensuração Clique no botão acima. - Os ativos registrados em caixa e equivalentes de caixas estão contabilizados ao custo corrente, no qual os valores monetários são esperados para a sua realização ou liquidação na data do balanço. Lembre-se que grupo de equivalentes de caixas é representado pelas contas correntes de bancos e aplicações financeiras de curtíssimo prazo. Por curtíssimo prazo, entende-se os valores realizáveis até noventa dias. - Os ativos que tendem a sofrer alteração nas suas bases de mensuração e serem apresentados pelo valor realizável são os estoques. Portanto, se for comprovado que os estoques contabilizados não serão realizados pelo valor em que se encontram registrados, deverá ser reconhecida a sua estimativa de perda de recuperabilidade. - Nos casos de ativos e passivos reconhecidos nos grupos do não circulante do balanço patrimonial, que possuírem juros em suas bases de mensuração, deverão estar contabilizados livres das oscilações do câmbio e da inflação contidas em seus valores na data da divulgação do balanço, ou seja, descontar o valor do dinheiro no tempo e apresentar o quanto vale na data do balanço. Vale lembrar que o ajuste a valor presente (AVP) pode ocorrer também aos valores reconhecidos no grupo do circulante, mas, desde que representem valores monetários relevantes, e, nesse caso, sofrerão atualização da sua base de mensuração a valor presente. Conceitos de manutenção de capital Podemos dividir a manutenção de capital em dois conceitos: Capital �nanceiro É o conceito adotado pela maioria das empresas no momento da apresentação das demonstrações contábeis, o que significa informar ao investidor ao final de cada exercício que, se o valor final investido for superior ao valor inicial investido, a empresa obtém lucro no período, caso contrário obteve um prejuízo. Capital físico É o conceito que tem o propósito de mensurar a capacidade operacional da empresa, ou seja, haverá lucro se a capacidade de produção final exceder a capacidade produtiva inicial da entidade. Premissas para divulgação das demonstrações contábeis Para a divulgação e apresentação das demonstrações contábeis (DC) ao final de um exercício, a entidade deverá atender ao princípio da continuidade – que simboliza a premissa básica para que as demonstrações contábeis sejam elaboradas, partindo do pressuposto que a entidade está em plena atividade e irá se manter em operações por um futuro previsível, no qual a entidade não tem a intenção de encerrar suas atividades. Fotne: Por Matt Benoit / Shutterstock. A norma contábil, que trata da apresentação das demonstrações contábeis, é o CPC 26, cujo objetivo é definir as bases de preparação e apresentação dos relatórios contábil financeiro e assegurar a comparabilidade e verificabilidade das informações apresentadas. As demonstrações contábeis são apresentadas ao final de cada exercício de acordo com a situação em que a empresa se encontra. Elas podem ser apresentadas individualmente ou consolidadas para apresentar a situação patrimonial e financeira como um grupo econômico, ou seja, como se fosse uma única empresa. Conceitualmente, as demonstrações individuais só deveriam ser divulgadas publicamente no caso de entidades que não apresentem investimentos em controladas ou empreendimentos controlados em conjunto. No Brasil, divulgam-se as demonstrações individuais da controladora e o balanço consolidado do grupo econômico, divergindo dos demais países onde se adotam as IFRS. Essa é uma prática que não prejudica a informação, mas disponibiliza informação a mais para o usuário. A norma enfatiza que os relatórios contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho operacional das empresas. Fonte: Por Plateresca / Shutterstock. O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer aos usuários a evolução patrimonial e �nanceira dos ativos, passivos e patrimônio líquido da empresa, assim como informar o desempenho operacional e a geração de caixa das empresas por meio das receitas e despesas. Essas informações, juntamente com aquelas constantes em notas explicativas, auxiliam os usuários no diagnóstico da situação financeira atual e a prever o futuro da empresa (CPC 26, item 10). O conjunto completo das DC é composto por sete peças: 1. Balanço patrimonial; 2. Demonstração do resultado do exercício; 3. Demonstração dos resultados abrangentes; 4. Demonstração dos fluxos de caixa; 5. Demonstração das mutações do PL; �. Demonstração do valor adicionado; 7. Notas explicativas. A empresa deve elaborar as demonstrações contábeis a partir do pressuposto da continuidade da empresa, utilizando o regime de competência para reconhecimento dos fatos contábeis. O regime de competência prescreve que as receitas edespesas de um determinado período devem ser reconhecidas no momento da sua realização, ou seja, na efetiva confrontação das receitas e despesas de determinado período. Quanto à materialidade e agregação: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online “A entidade deve apresentar separadamente nas demonstrações contábeis cada classe material de itens semelhantes. A entidade deve apresentar separadamente os itens de natureza ou função distinta, a menos que sejam imateriais.” Fonte: CPC 26, item 29 A regra que deve ser aplicada para o grupo de outras contas a receber ou outras contas a pagar divulgada no balanço patrimonial enfatiza a impossibilidade de exceder 10% do total do ativo circulante ou do não circulante. Caso ultrapasse o percentual, esses grupos de “outras” devem ser reclassificados. Para a compensação de valores, a norma orienta que: “A entidade não deve compensar ativos e passivos ou receitas e despesas, a menos que a compensação seja exigida ou permitida pela [legislação societária].” Fonte: CPC 26, item 32 A frequência de apresentação das demonstrações, regra geral para as sociedades anônimas e para as empresas de grande porte, é de, pelo menos, uma vez ao ano até o mês de abril. A CVM exige a disponibilização da informação trimestralmente para as entidades de capital aberto. Portanto, devem ser atendidas as exigências especificas do órgão regulador para as entidades que possuem registro de capital aberto. O exercício social está definido no artigo 175 da Lei nº 6.404/1976, que estabelece que ele tenha a duração de um ano e a data do término será fixada no estatuto social. Na maioria das empresas, o exercício social corresponde ao início em 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de cada ano, mas, com algumas exceções, ocorre em algumas atividades especificas do exercício social ser diferenciado. A regra geral nas empresas inicia em janeiro e vai até dezembro de cada ano. Atividade 3. Cite as sete peças que compõem o conjunto completo das demonstrações contábeis. Notas Referências BRAGGIO, M. B. Contabilidade Internacional. Rio de Janeiro: SESES, 2017. Conselho Federal de Contabilidade. Normas brasileiras de contabilidade. Disponível em: //cfc.org.br/tecnica/normas- brasileiras-de-contabilidade/normas-completas/. Acesso em: 17 mar. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei 11.941 de 27 de maio de 2009. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 17 mar. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei 11.638 de 31 de dezembro de 2007. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 17 mar. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm. Acesso em: 17 mar. 2019. COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 00: Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: //static.cpc.aatb.com.br/Documentos/312_CPC_26_R1_rev%2012.pdf. Acesso em: 24 maio 2019. COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento técnico CPC 26: Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: //static.cpc.aatb.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf Acesso em: 6 abr. 2019. ERNEST & YOUNG. FIPECAFI. Manual de Normas Internacionais de Contabilidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2010. SANTOS, J. L. DOS; SCHMIDT, P.; FERNANDES, L. A.; GOMES, J. M. M. Manual de Práticas Contábeis. Aspectos societários e tributários. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2015. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Interpretação Técnica ICPC 09: Demonstrações contábeis individuais, demonstrações separadas, demonstrações consolidadas e aplicação do método da equivalência patrimonial. Disponível em: //static.cpc.aatb.com.br/Documentos/494_ICPC_09_(R2)_rev%2009.pdf. Acesso em: 24 maio 2019. Próxima aula Orientações do CPC 23 – políticas contábeis, mudanças nas estimativas contábeis e retificação de erros; Tratamento contábil quando das mudanças nas estimativas, nas políticas e retificação de erros; Aplicação prospectiva e retrospectiva. Explore mais Divulgação em demonstrações financeiras de companhias abertas. javascript:void(0); javascript:void(0);
Compartilhar