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PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE VISCERAL EM CANINOS E HUMANOS NO MUNICÍPIO DE CAXIAS-MA NO ANO DE 2018 Discentes: Edson Sousa, Rômulo Marcos Santos e Silva,Weryk Carvalho Ferro. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão - Campus Caxias Curso de Bacharelado em Zootecnia / Higiene e Sanidade Animal Profª. Dra. Joyce Bitencourt Athayde Lopes 1. INTRODUÇÃO A leishmaniose visceral é uma zoonose conhecida há muito tempo, tendo sido confundida com outras endemias por um longo período, em virtude da sua semelhança com determinadas enfermidades tropicais de caráter febril (REY, 2001). Em cães, seu principal reservatório doméstico, há uma prevalência significativa, sendo que muitos casos são assintomáticos (BADARÓ DUARTE; 1996 e GENARO, 2000). É notório ainda verificar na população a falta de informação sobre a ocorrência e forma de transmissão da doença, criando assim, divergências na detecção dela, podendo elevar o número de cães e humanos infectados e agravamento dos casos por terem um diagnóstico tardio. Podemos relatar ainda, o impedimento da entrada de técnicos nas residências para controle químico e para o controle do reservatório canino. O primeiro caso da doença em seres humanos foi descrito na Grécia, em 1835. Em 1903, Leishman reconheceu a semelhança do parasito com as formas redondas que se apresentavam nas infecções por Trypanosoma spp., e neste mesmo ano, Donovan descreveu estes mesmos parasitos na enfermidade denominada Dundum ou Calazar (MARTIN-SANCHES, 2006). O relato da doença no Brasil é datado de 1913, quando da necropsia de um homem proveniente do Município de Boa Esperança no Mato Grosso do Sul (CASTRO, 1996). A partir da observação de Leishman, inúmeros estudos foram realizados com o intuito de conhecer e descrever a forma de contágio da doença e quais os riscos e danos poderiam causar para os cais e consequentemente aos seres humanos que convivem diretamente com animais infectados. A leishmaniose é causada por um protozoário da ordem Kinetoplastida, família Trypanosomatidae e do gênero Leishmania. A espécie envolvida com a infecção na leishmaniose visceral depende da região geográfica, sendo a Leishmania donovani o agente / Campus Caxias etiológico na Ásia e África; a Leishmania infantum na Ásia, Europa e África, e a Leishmania chagasi nas Américas (SÃO PAULO, 2003). Pode-se notar, que a região de ocorrência da doença influencia na forma do agente causador da doença, podendo a espécie variar de continente para continente, bem como, o agravo da doença em caso de diagnóstico tardio e não tratamento da mesma. A transmissão entre hospedeiros vertebrados no Brasil ocorre principalmente pela picada de flebotomíneos hematófagos da espécie Lutzomyia longipalpis (CASTRO, 1996; CIARAMELLA, 1997; OLIVEIRA et al. 1998; RIBEIRO, 2001) conhecidos popularmente como mosquito palha, birigui ou tatuquiras (FEITOSA et al. 2000). A entrada dos agentes de combate (controle de zoonoses) nas residências, é de suma importância para o controle do acometimento de leishmaniose visceral em caninos e humanos, uma vez que, observados alguns sintomas, possam ser feitos exames laboratoriais que confirmem ou neguem a infestação em ambos. Com isso, faz-se necessário um trabalho incessante de visita aos domicílios com maiores riscos e regiões com casos confirmados da doença. O presente trabalho foi realizado na Cidade de Caxias-MA. O município encontra-se localizado na região dos Cocais, pertencente à Zona fisiográfica do Itapecuru, situado na mesorregião do Leste maranhense, com aproximadamente 164 mil habitantes (REIS & CONCEIÇÃO, 2010). 2. OBJETIVOS - Geral: Avaliar a prevalência da leishmaniose visceral ocorrente em caninos e humanos em Caxias-MA no ano de 2018. - Específicos: Verificar o percentual de bairros da cidade de Caxias que foram acometidos pela leishmaniose em caninos e humanos no ano de 2018; Identificar os principais bairros de Caxias onde a leishmaniose visceral em caninos e humanos foi mais frequente em 2018; Averiguar os métodos de controle da leishmaniose visceral em caninos e humanos adotados na cidade de Caxias-MA. 3. MATERIAL E MÉTODO O levantamento dos dados foi realizado mediante solicitação à Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) do município de Caxias - MA. Foram solicitados os dados referentes ao número de casos da leishmaniose visceral em caninos e humanos por bairro da cidade de Caxias - MA no período de 2018. Foi solicitado também, à UVZ, relato sobre os métodos de controle da doença em caninos e humano, adotados pela unidade. Os dados numéricos adquiridos foram organizados em gráfico para melhor compreensão e avaliados estatisticamente. Para a coleta de dados bibliográficos foram consultadas as seguintes bases de dados: o site de buscas Google Acadêmico, Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Inicialmente selecionou-se trabalhos relacionado a essa temática que apresentassem as concepções sobre a zoonose em estudo, agrupando-os de acordo com os dados essenciais ao estudo em desenvolvimento, de forma sistematizada, visando constituir um material de apoio pedagógico que possa direcionar para um conhecimento mais profundo sobre a leishmaniose. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados quanto ao número de caso de leishmaniose visceral em caninos e humanos na cidade de Caxias - MA estão dispostos no gráfico 1. Gráfico 01. Relação entre soro sanguíneo colhidos e positivos em humanos. 0 2 4 6 8 10 12 14 A LE C R IM A N TE N O R V IA N A B A IX IN H A C A JU EI R O C A N G A LH EI R O C A X IA S- C ID . FA ZE N D IN H A G A LE A N A JO Ã O V IA N A M U TI R Ã O P A I G ER A LD O P IR A JÁ R EF IN A R IA R ES ID . D IN IR C . S IL V A R ES ID . J O SÉ C A ST R O R ES ID . S A B IÁ SÃ O F R A N C IS C O TA M A R IN EI R O TR EZ ID EL A V IL A R IA S V IL A P A R A IS O V IL A S Ã O J O SÉ V O LT A R ED O N D A C A P Ã O U SI N A V EL H A P O V . P O V . B A R R IG U D A P O V . J A G U A R A N A SA N TA R O SA (C A X IA S) N A ZA R É D O B R U N O P O V O A D O A N A JÁ B EL ÉM ( SI TI O ) Soro Colhido Soro positivo Gráfico 2. Relação entre soro sanguíneo colhidos e positivos em caninos. A Leishmaniose Visceral (LV) é um grande problema de saúde pública enfrentado em Caxias, tendo em vista o número soros colhidos e o número de reagente positivos, sendo em maior número em caninos, colocando em risco a saúde humana., tendo em vista que a incidência se manteve elevada. 5. CONCLUSÃO Com o desenvolvimento deste estudo e os dados obtidos, podemos concluir que muito há ainda a se fazer. Podemos citar que tais ações devem ser aplicadas a partir da melhoria no acesso e cuidado ao paciente com LV, fortalecimento de abordagens educativas junto a população nas ações de controle da doença e um trabalho de busca do controle de casos e tratamento de doentes com visitas mais frequentes dos agentes da UVZ aos domicílios em períodos de maior incidência do mosquito transmissor. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 A LE C R IM A N TE N O R V IA N A B A IX IN H A C A JU EI R O C A N G A LH EI R O C A X IA S- C ID . FA ZE N D IN H A G A LE A N A JO Ã O V IA N A M U TI R Ã O P A I G ER A LD O P IR A JÁ R EF IN A R IA R ES ID . D IN IR C . S IL V A R ES ID . J O SÉ C A ST R O R ES ID . S A B IÁ SÃ O F R A N C IS C O TA M A R IN EI R O TR EZ ID EL A V IL A R IA S V IL A P A R A IS O V IL A S Ã O J O SÉ V O LT A R ED O N D A C A P Ã O U SI N A V EL H A P O V . P O V . B A R R IG U D A P O V . J A G U A R A N A SA N TA R O SA (C A X IA S) N A ZA R É D O B R U N O P O V O A D O A N AJÁ B EL É M ( SI TI O ) Soro colhido Soro positivo Com tais resultados obtidos nesta pesquisa, acredita-se que a manutenção e a participação ativa da Prefeitura, através da UVZ em adoção de medidas preventivas são de suma importância para o controle da Leishmaniose Visceral Canina em Caxias-MA. 6. REFERÊNCIAS BADARÓ, R.; DUARTE, M. I. S. Leishmaniose visceral (calazar). In: VERONESI R., FOCACCIA R. Tratado de infectologia. São Paulo: Atheneu, 1996. CASTRO, A.G. Controle, diagnóstico e tratamento da leishmaniose visceral. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, p. 86, 1996. CIARAMELLA, P. et al. A retrospective clinical study of canine leishmaniasis in 150 dogs naturally infected by leishmania infantum. v. 141, n.21, 1997. FEITOSA, M. M. et al. Aspectos clínicos de cães com leishmaniose visceral no município de Araçatuba, São Paulo. Clínica Veterinária, v. 5, n. 28, 2000. GENARO, O. Leishmaniose visceral. In: NEVES, D.P.; et al. Parasitologia humana, p. 56-72, 2000. MARTÍN-SÁNCHEZ, J.; ACEDO, C.; MUÑOS-PÉREZ, M.; PESSON, B.; MARCHAL, O.; MORILLAS-MÁRQUEZ, F. Infection by Leishmania infantum in cats: epidemiological study in Spain. Veterinary Parasitology, 2006. OLIVEIRA, C. D. L.; PESSANHA, J. E.; COSTA, I. O. Histórico das ações e metodologias propostas e adotadas no controle da leishmaniose visceral no Município de Belo Horizonte de 1993 a 1998. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde, 1998. REIS, C. S. dos; CONCEIÇÃO, G. M. Da. Aspectos Florísticos de um Fragmento de Vegetação, localizado no Município de Caxias, Maranhão, Brasil. Scientia Plena, v.6, n.2, 2010. REY, L. Parasitologia. 3. ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. RIBEIRO, V. M.; MICHALICK, M. S. M. Protocolo terapêutico e controle da leishmaniose visceral canina. Nosso clínico, v.4, p.10-18, 2001. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Leishmaniose Visceral Americana: II Informe Técnico. São Paulo, 2003.
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