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1 Aline David – ATM 2025/B ❖ É o estudo do papel da Genética na variabilidade inter-individual na reposta aos fármacos. ❖ Farmacogenética: Estudo da variação em 1 gene → 1 medicamento ❖ Farmacogenômica: Estudo da variação em vários genes → 1 medicamento - desenvolvimento de fármacos MEDICINA ATUAL ❖ One size fits all!! MEDICINA PERSONALIZADA ❖ As vezes, os fármacos são efetivos em sub- populações específicas (responders – aqueles que respondem). ❖ A identificação de pacientes que respondem pode ter efeito dramático sobre o sucesso do tratamento. ❖ Tratar pacientes que não respondem pode colocar estes indivíduos em um risco desnecessário de desenvolver efeitos adversos, sem nenhum benefício. ❖ A MEDICINA PERSONALIZADA nos permite a identificação de pacientes que respondem e que não respondem para terapias direcionadas. FALTA DE EFETIVIDADE DE MEDICAMENTOS ❖ Isso quer dizer que grande parte dos medicamentos que a gente prescreve para os pacientes, não funcionam. MEDICINA PERSONALIZADA E BIOMARCADORES ❖ Abordagem médica utilizada na prevenção e tratamento de doenças baseada nas diferenças individuais relacionadas ao ambiente, estilo de vida e genética. ❖ A medicina personalizada é a dose correta, do fármaco correto, para a indicação correta, para o paciente correto, na hora correta → prescrições individualizadas. O EXEMPLO DA FARMACOGENÉTICA NA ONCOLOGIA TIPOS DE BIOMARCADORES NA ONCOLOGIA ❖ Biomarcador = Molécula (DNA, RNA, proteína) mensurável que permite avaliar processos biológicos, patológicos e respostas farmacológicas. Farmacogenética 2 Aline David – ATM 2025/B EXEMPLOS E APLICAÇÕES DE BIOMARCADORES USADOS NA ONCOLOGIA 1) Biomarcadores de risco de câncer: informam a chance de um paciente desenvolver câncer. GENES E RISCOS DE CÂNCER ❖ ❖ Genes de alto risco: são raros, mas possuem uma penetrância muito grande. ❖ Genes de baixo risco: eles são mais comuns, no entanto, o efeito deles não é tão cumulativo. 2) Biomarcadores Preditivos: informam a probabilidade de benefício à um determinado tratamento. ❖ ❖ OUTROS EXEMPLOS E APLICAÇÕES DA FARMACOGENÉTICA BIOMARCADORES PREDITIVOS DE RESPOSTAS A TRATAMENTOS ENZIMAS DE FASE I ❖ CYPS ❖ CYP450 ❖ Conteúdo de CYP450 no fígado 3 Aline David – ATM 2025/B ❖ Metabolizador lento: o fígado vai acumulando toxicidade do medicamento por ser lento. ❖ Metabolizador ultrarrápido: é aquela pessoa que tomar remédio para dor de cabeça e a dor de cabeça nunca passa. Logo, o paciente nunca alcança a dose terapêutica. UM EXEMPLO PRÁTICO CYP2D6 ❖ O gene CYP2D6 está localizado no cromossomo 22q. ❖ Mais de 100 mutações já foram descritas para o gene. CYP2D6 X Nortriptilina ❖ Antidepressivo: Atua bloqueando a recaptação de neutransmissores noradrenalina e serotonina. - Casos de efeitos adversos (tonturas, sonolência). - Outros relatos de falha no tratamento. - Em torno de 90% dos pacientes metabolizadores normais: dose: 75- 100mg/dia - Metabolizadores lentos: 10-20mg/dia - Metabolizadores ultra-rápidos: 300- 500mg/dia CYP2C9 ❖ Metaboliza 10% dos fármacos conhecidos!!! ❖ Anticoagulantes (varfarina) ❖ Antinflamatórios (piroxicam) ❖ Estatinas (fluvastatina) ❖ Anti-câncer (tamoxifeno) ❖ ... CYP2C9 X Varfarina ❖ Aplicações mais antigas da medicina personalizada ❖ 520 SNPs identificados ❖ Alguns podem reduzir a atividade enzimática em até 70%. ❖ Excesso de varfarina: risco de hemorragias ❖ “Ausência” de varfarina: risco de formação de coágulos ❖ Varfarina é um tipo de medicamento utilizado para paciente que já tiverem trombose. ENZIMAS DE FASE II ❖ Distribuição dos compostos químicos para o organismo. N-ACETILTRANSFERASE (NAT) ❖ Maioria dos exemplos clássicos de farmacogenética envolve enzimas do metabolismo das drogas. ❖ Variação interindividual na capacidade de acetilação foi identificada nos anos 50, assim que a isoniazida chegou ao mercado. ❖ Isoniazida é usada no tratamento da tuberculose, mas apresenta efeitos adversos importantes como neuropatia periférica. ❖ Variação na acetilação de alguns fármacos. - Hidralazina (anti-hipertensivo) - Procainamida (anti-arrítmico) - Isoniazida (tuberculose) ❖ Rapidamente absorvida pelo intestino, iniciando em um nível sanguíneo inicial alto 4 Aline David – ATM 2025/B que é lentamente reduzido à medida que a droga é inativada e excretada. ❖ Dois grupos: -Níveis caem rapidamente após uma dose oral. - Permanecem alto por algum tempo. NAT X Isoniazida ❖ Gene NAT2: Codifica N-acetil transferase. - Herança autossômica recessiva. - Vários alelos descritos... ❖ Alelos de baixa atividade: *5, *6, *7, *14, *17, *18, *19 = ACETILADORES LENTOS - Metabolizam mais lento. - Alta concentração de isoniazida no plasma. - Mais reações de toxicidade. ❖ Alelos de alta atividade:*4, *12, *13 = ACETILADORES RÁPIDOS - Metabolizam mais rápido. - Baixa concetração de isoniazida no plasma. - Falência terapêutica. ❖ 2 fenótipos distinguíveis: Vale a pena testar? ❖ Ajuste de dose: ❖ Recentemente o FDA recomendou uma modificação na dose padrão de 5mg sugerindo que esta fosse baseada no genótipo de NAT2: - 2 alelos lentos: 2,5 mg - 1 alelo lento: 5 mg - 2 alelos rápidos: 7,5 mg OUTROS EXEMPLOS HIV: Abacavir (Ziagen) ❖ 5-10% dos pacientes apresentam hipersensibilidade ao abacavir → extremos (não deveriam utilizar esse medicamento). ❖ Mallal et al (2002) → presença concomitante dos alelos HLA-B*5701, HLA-DR7 e HLA-DQ3 - Valor preditivo positivo (presença de hipersensibilidade) de 100% ❖ Hetherington et al (2002) → associação do alelo HLA-B57 à hipersensibilidade ao abacavir. ❖ Na Austrália a genotipagem do sistema HLA antes da terapia com abacavir reduziu a incidência de hipersensibilidade de 8% para 1.8%. MEDICINA PERSONALIZADA NA PRÁTICA ❖ Informações farmacogenéticas em bulas do FDA (USA). INFORMAÇÃO FARMACOGENÉTICA 5 Aline David – ATM 2025/B EXEMPLO DE UM EXAME FARMACOGENÉTICO NA PRÁTICA