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EDU 1445 G2

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PUC-RIO Departamento de Educação 
Disciplina: EDU 1445 Educação e Sociedade Período: 2020.2 
Professora: Alicia Bonamino Estágio docente: José Mauricio Avilla Carvalho Aluna: Raquel Bauer Gomes da Silva - Matrícula 1620986
Segunda Chamada de G2
Questão 1
A sociedade de hoje é cada vez mais influenciada e organizada pela mídia, que não é apenas protagonista, mas também mediadora entre a cultura e o indivíduo. É uma incumbência da instituição de ensino acompanhar como a sociedade evolui e, para isso, refletir sobre sua relação com a mídia e a tecnologia por meio de uma mediação educacional, que dialogue sua influência no contexto das relações de poder relacionadas com sua representação social e cultural de algumas áreas da sociedade e também questões políticas (FANTIN, 2008, p.71 – grifos próprios).
A discussão em torno da mediação da cultura midiática faz repensar o papel do professor que, além de ser um orientador da aprendizagem, assume um papel fundamental na construção do conhecimento, deixando de ser apenas alguém que reproduz um conhecimento, mas que também contribuir para a sua construção. 
As diversas leituras em torno da aprendizagem e mídia já são colocadas como fundamentais pelas instituições de ensino, desde a educação infantil até de ensino superior, como um direito essencial a fim de promover uma sociedade mais inclusiva. A alfabetização na mídia é entendida pela organização como governança ágil e pensamento crítico como uma das formas de democratização do conhecimento. 
A falta de acesso gratuito à Internet nas escolas e a disfunção da sala de informática são fatores que os professores relatam como falta de motivação para desenvolver atividades de alfabetização midiática. Apesar de ser um desafio, é necessário romper com o conceito de que o meio digital é a única forma possível de implementar ações midiáticas como estratégias instrucionais para a prática em sala de aula. Os alunos estão imersos nos mais diversos produtos de mídia, e esses conteúdos podem ser utilizados como objetos de aprendizagem no contexto escolar, ao invés de desprezar tudo o que as crianças consomem. Nos textos de Buckingham e Pereira é possível perceber que agregar mídias à sala de aula é uma maneira também de problematizar, de forma crítica e reflexiva, já que grande parte das experiências culturais e sociais das crianças vêm do cenário midiático. 
É importante destacar que a escola se preocupou com os avanços tecnológicos e informacionais da sociedade contemporânea, revelando uma perspectiva educacional nos conceitos de alfabetização midiática. Embora categóricos, os debates tendem a semear confusão teórica sobre o papel da mídia na escola. Quando a educação midiática já faz parte da rotina escolar, com foco no processo de aprendizagem e letramento, ela acontece de maneira linear. linear. Neste sentido, Buckingham (2010) denomina esse processo de mídia-educação, ou seja, o processo de ensino-aprendizagem sobre os meios. Já letramento midiático, Buckingham (2010) define como o resultado, conhecimento e as habilidades que os estudantes adquirem. 
Por outro lado, existe uma preocupação maior com o desenvolvimento das competências midiáticas propriamente ditas, já que alguns acadêmicos atuam sob a ótica das competências midiáticas, com foco no desenvolvimento adequado da educação midiática para o exercício da cidadania plena, ante um debate que considera as habilidades e a avaliação dos níveis de alfabetização midiática. É uma proposição muito mais articulada com as dimensões e indicadores que definem competência como uma combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes consideradas necessárias em um determinado contexto. Em outras palavras, as habilidades de mídia fortalecem o pensamento crítico e autônomo dos alunos quando confrontados com as ferramentas de mídia.
Referências 
FANTIN, Mônica. Os cenários culturais e as multiliteracies na escola. Comunicação e Sociedade, vol. 13, p. 69-85, 2008.
BUCKINGHAM, David. Cultura Digital, Educação Midiática e o Lugar da Escolarização Educação & Realidade, vol. 35, núm. 3, septiembre-diciembre, 2010, pp. 37-58, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/13077/10270
Questão 2
Proposta de Atividade 1: Discurso de ódio na internet
A proposta é discutir o paralelo entre a liberdade de expressão x o discurso de ódio, que vem ampliando em vastas proporções, tendo em vista o atual momento em que opiniões divergentes são embates violentos, tanto físicas como psicologicamente. 
É importante compreender como os alunos vêm se comportando perante esse cenário, principalmente quanto aos riscos da desinformação e o ódio podem trazer.
A atividade será, primeiramente, uma apresentação da Declaração Universal dos Direitos Humanos e do Marco Civil da Internet (Lei n°12.965/2014) que apresenta os direitos e deveres no art. 19 (“todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”). 
Após essa apresentação, uma contextualização histórica sobre a democracia é necessária, para que os alunos compreendam o que foi a luta pela democracia através da história e como a desinformação pode ter reflexos desastrosos. 
O interessante da atividade é que não necessita de muitos elementos tecnológicos para a discussão, que será uma análise crítica em grupo, apresentando, cada um deles, uma discussão crítica em torno do discurso de ódio x liberdade de expressão e como os termos não podem ser confundidos. O grupo deverá também revelar como essa questão pode ser um reflexo no ambiente escolar, com a questão do acesso à internet pelos alunos e a prática do cyberbullying. O que se busca é uma discussão crítica e conscientização dos alunos em torno dos termos, baseado em alusões históricas.
Proposta 2: Depressão devido à prática de cyberbullying
A intenção é que a proposta 2 seja uma continuação da proposta 1, como uma consequência da prática de discurso de ódio. A intenção é que os alunos tenham ciência da gravidade da intenção dos atos de ódio na internet e as doenças psicológicas que podem causar quando o agressor não tem rosto. 
Para essa atividade, cada grupo (pode ser o mesmo trabalhados anteriormente), deverá trabalhar um caso conhecido de cyberbullying e as consequências desse caso. 
Os alunos devem expor o caso e discutir seus efeitos. Um exemplo muito conhecido foi o caso da inglesa de apenas 10 anos que cometeu suicídio após sofrer ataques dos colegas. O que levou a isso? Quais são as consequências de ataques sem rosto? Por que somos tão cruéis com nossos colegas?
A segunda atividade da proposta será fazer um ataque do bem, levando uma reflexão dos afeitos que causariam as palavras positivas nos colegas. Os alunos deverão escrever, para os colegas do grupo um texto em formato de twitt (140 caracteres) com uma mensagem positiva. Por último, será feito uma roda de conversa em torno da depressão e entender por que os jovens sofrem tanto desse transtorno.

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