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Maria Paula M. Mattei Respiração Celular Importância do Processo de Respiração Celular Os eucariotos conseguem capturar uma proporção muito maior da energia livre disponível nos substratos respiratórios. Grande parte disso acontece dentro das mitocôndrias, que foram denominadas como “geradores de energia” da célula. A respiração é acoplada à geração do intermediário de alta energia, ATP, pela fosforilação oxidativa. O CO2 do piruvato acetil e o de Krebs são os que a gente joga pra fora quando respiramos Até o final do clico de Krebs serão gerados 3 CO2 Ou seja, a maior parte do que a gente come passa pela glicólise e Krebs até que só reste CO2 que vai ser liberado pelos pulmões Todos os NADH produzidos vão para a cadeia respiratória gerar ATP Formação de Acetilcoenzima A a partir do Piruvato Onde ocorre: matriz mitocondrial Processo + enzima: O piruvato produzido pela glicólise é bombeado para dentro (piruvato translocase) da matriz mitocondrial. Lá dentro ele sofre rápida descarboxilação, processo que libera energia, tornando possível a entrada da CoA no lugar do CO2, por um complexo gigante de três enzimas, denominado complexo da piruvato- desidrogenase. Toda reação que libera CO2 é chamada de descarboxilação. Oxidação: H+ são passados para o NAD+ que são convertidos em NADH. O NADH é feito com H e e elétrons provenientes de compostos intermediários. Diferença entre piruvato e Acetil CoA é a presença de CO2 no piruvato (ligado dois carbonos) e a presença de acetil CoA (ligado a dois carbonos). O CO2 do piruvato vai sair e a acetil CoA vai se ligar no local. Participação de coenzimas: NAD+, FAD+, lipoato, TPP e coenzima A Produto final: CO2 (um resíduo), NADH e acetil-CoA Gasto: 2 NAD+ Ciclo do Ácido Cítrico/ Ciclo de Krebs Onde ocorre: matriz mitocondrial Produto final: CoA, 3NADH, FADH2, ATP, 2 CO2 CO2 e elétrons de alta energia na forma de NADH. NADH são transferidos para a cadeia transportadora de elétrons na membrana mitocondrial interna. No final da cadeia, esses elétrons se combinam com O2 para produzirem H2O. Maria Paula M. Mattei Produz apenas 2 ATPs a partir de 2 piruvatos – como a glicólise produz 2 piruvatos, em uma glicólise e ciclo de Krebs se produz apenas 2ATPs Oxida a matéria orgânica (corpos cetônicos, carboidratos, ácidos graxos, aminoácidos) – retira elétrons dessas matérias e passa pro NAD e pro FAD que viram NADH e FADH2+. Eles vão pra cadeia respiratória e vão fornecer energia com esses elétrons. Aqui são gerados 28 ATPs O objetivo desse ciclo é retirar elétrons até não sobrar mais nada, apenas CO2. O ciclo do ácido cítrico, que ocorre na matriz mitocondrial, não consome O2. Entretanto, ele requer O2 para prosseguir porque a cadeia transportadora de elétrons – que usa O2 como seu aceptor final de elétrons – possibilita que o NADH se libere de seus elétrons e, portanto, regenere o NAD+ necessário para manter o ciclo em funcionamento. Reações: 1. FORMAÇÃO DO CITRATO O Acetil CoA (2C) formado do piruvato, se ligará com o oxalacetato (4C) e formará uma molécula de citrato (6C – vindos da união 2C + 4C) – aumenta o nível de energia da molécula, ou seja para juntar precisa de uma fonte de energia (saída da CoA que fornece essa energia) ** Na transformação de piruvato em acetil CoA a célula investiu (liberação de CO2) energia para ligar o acetil CoA porque depois a saída do acetil CoA que fornecerá energia para formar o citrato ** 2. FORMAÇÃO DE ISOCITRATO Citrato → Aconitato→Isocitrato De citrato para aconitato perde-se 1 H2O De Aconitato para Isocitrato ganha-se 1 H2O – a ideia é retirar outro CO2 e para isso precisa mudar a molécula de OH de posição e isso acontece tirando e colocando água 3. FORMAÇÃO DE α-CETOGLUTARATO Isocitrato→α-cetoglutarato Saída do CO2 e produção de NADH 4. FORMAÇÃO DE SUCCINIL CoA α-cetoglutarato → succinil CoA A saída de um CO2 novamente tornará possível a ligação da coenzima A. Formação de NADH. Enzima semelhante à enzima piruvato desidrogenase 5. FORMAÇÃO DE SUCCINATO Succinil CoA → Succinato CoA sai para que o Pi consiga se ligar ao GDP e formar o – saíde de CoA forneceu energia para ligação Pi + GDP. Esse GTP vai liberar um fosfato para o ADP virar ATP. Quando isso acontece, o GTP volta a ser GDP para ser ligado novamente ao Pi. 6. FORMAÇÃO DO FUMARATO Succinato → fumarato FAD receberá H+ e formará FADH2. Não forma NADH porque a molécula não tem energia suficiente pra formar o NADH porque o par de elétrons que o NADH + H carrega é mais rico Maria Paula M. Mattei em energia do que o par de elétrons q o FADH2 carrega. É por isso que na cadeia respiratória, os elétrons que vêm do FAD produzem menos ATP. FADH2 = 1,5 ATP e o NADH + H = 2,5 ATP. Única enzima que está na membrana interna e produz FADH2. **agora vão ocorrer duas reações que vão restaurar o oxalacetato para fechar o ciclo** 7. FORMAÇÃO DE MALATO Fumarato → malato H2O adicionada ao fumarato para fornecer OH e H para formação de malato 8. FORMAÇÃO DE OXALACETATO Malato → oxalacetato Produção de NADH + H+ Conclusão: durante o ciclo entraram 2C na molécula de acetil-CoA e dois saíram como CO2 Produção do piruvato até o final: 4 NADH, 1 FADH2 e 1 ATP ** Na verdade, o ciclo ocorreu duas vezes, então os produtos são multiplicados por 2 – devido a formação de duas moléculas de piruvato pela glicólise** Custo da produção: para produzir os seus 2 ATPs, existe um custo de 2H+ Reguladores Estimuladores: CoA, aumento de ADP, aumento de AMP e NAD+ Inibidores: Fosforilação Oxidativa e Cadeia Transportadora de Elétrons Produção de ATP a partir do NADH e FADH2 A cadeia respiratória coleta e transporta equivalentes redutores, direcionando-os para a sua reação final com o oxigênio para formar água, e a fosforilação oxidativa é o processo pelo qual a energia livre liberada é aprisionada como fosfato de alta energia. *Citocromos ou citocromas são proteínas, geralmente ligadas a uma membrana, que contêm grupos heme e que efectuam o transporte de elétrons. GERAÇÃO DE ATP A PARTIR DO NADH Local: Ocorre na membrana interna das cristas da mitocôndria. Proteínas e Enzimas: Na membrana interna existem o complexo I (NADH-Q oxidorredutase), complexo III (Q- citocromo c-oxidorredutase), complexo IV (citocromo c-oxidase), ubiquinona (coenzima Q), citocromo C, carregador fosfato e ATP sintase. Maria Paula M. Mattei Papel de cada uma resumido: Processo: NADH + H vão para a cadeia respiratória levando um par de elétrons para liberá-los no complexo I. Com a energia dos elétrons, o complexo consegue bobear 4H+ que estavam dentro da mitocôndria para o espaço entre membranas. Os elétrons trazidos pelo NADH serão atraídos por um O2, fazendo com que o par de elétrons passe de proteína em proteína até encontrar o O2. No complexo I: NADH doa elétrons pra flavina mononucleotídeo FMN. Depois vai pro centro de ferro-enxofre que carrega os elétrons até a ubiquinona. Complexo III: Ubiquinona passa elétrons para o complexo FeS depois para o citocromo Quando esse par de elétrons chega no complexo IV, ele já possui menos energia, fazendo com que a proteína bombeie apenas 2H+. Total de H+ = 10/NADH O par de elétrons então é atraído pelo O2 e se liga a ele formando uma molécula de água que não vai para lugar nenhum. O oxigênio é o aceptor final de hidrogênios e elétrons. Para produzir ATP vai ser preciso o ADP e mais um fosfato (Pi). Para o fosfato entrar na mitocôndria, as cargas das membranas devem ser diferentes. A parte externa da membrana interna está mais positivo +, do lado de dentro da membrana interna está mais negativo – (teoria quimiosmótica de nitchell). Por causa disso, o H+ bombeados pra dentro do espaçointer-membrana serão atraídos pela carga negativa. Um H+ voltará para dentro levando um Pi pela proteína carregadora de fosfato. Outros 3H+ vão voltar passando por dentro da ATP sintase, o que vai fazer a enzima girar, e ao fazer isso, a enzima une um ADP ao Pi produzindo o ATP. 4H+ = 1ATP 1NADH = 10H+ no espaço entre membranas 4H+ = 1 ATP logo, 1NADH = 2,5 ATPs Custo da produção: Ocorre na hora do NADH entrar na matriz mitocondrial. Para isso há duas maneiras: Pelo circuito malato-aspartato: aspartato vai ser convertido oxaloacetato e ele vai ser convertido em malato, uma molécula com dois H+ a mais que o Maria Paula M. Mattei oxaloacetato que vieram do NADH produzidos pela glicólise. Isso ocorre porque o NADH não consegue atravessar a membrana interna da mitocôndria. Mas dentro da mitocôndria quem precisa ser usado é o oxaloacetato, então dentro dela o malato o malato devolve elétrons pro NAD+ e a molécula vira oxaloacetato. Daí o oxaloacetato é convertido em aspartato, que volta para o citossol para iniciar esse pequeno ciclo de novo. Essa volta do aspartato é um antiporte e para sua saída ocorra, um H+ tem de entrar – esse H+ perdido é o custo porque ele deixou de participar da síntese de ATP. GERAÇÃO DE ATP A PARTIR DO FADH2 Proteínas e Enzimas: Complexo I, complexo II (succinato-Q-redutase), complexo III, complexo IV, carreador fosfato, ATP sintase, ubiquinona e citocromo C. Processo: FADH2 vai entregar seu par de elétrons ao complexo II e volta a ser FAD para ser atraído pelo O2 assim como ocorreu no processo anterior. ENTRETANTO com o FADH2, os elétrons não passam pelo complexo I porque os elétrons do FADH2 possuem menos energia. A partir daqui é o mesmo processo que o do NADH: Outra diferença é a contabilidade: Como o par de elétrons do FADH2 não passou pelo complexo I, bombeia apenas 6H+ mas continua sendo necessário 4H+ para produção de 1 ATP. Maria Paula M. Mattei Custo da produção: Pelo circuito glicerol-fosfato: diidroxiacetona fosfato será convertida em glicerol-3-fosfato, que possui 2H+ que que a diidroxiacetona. EsseS H+ vêm do NADH do citossol. O glicerol vai para o espaço intermembranar e vai voltar a ser diidroxiacetona, que volta pro citossol. A enzima que realiza esse processo de glicerol → diidroxiacetona pega os H+ e entrega para o FAD produzindo FADH2 que vão passar para a matriz. Reguladores: Estado 4 = células em repouso Estado 3 ou 5 = exercício físico Compostos Inibidores da Cadeia Transportadora de Elétrons e Fosforilação Oxidativa Rotenona: pesticida botânico. Inibe do complexo I da cadeia de transporte de elétrons. É um composto altamente lipossolúvel que atravessa facilmente a barreira hematoencefálica. Quando se faz presente, os elétrons provenientes do NADH não podem entrar na cadeia, o que resulta na incapacidade de produzir ATP a partir da oxidação de NADH. Inibe transferência de elétrons do NADH-redutase para coenzima Q Antimicina A: inibem a cadeia respiratória no Complexo III. bloqueia ubiquinona ao citocromo C (antibiótico produzido por bactérias do gênero Streptomyces). Cianeto/ Monóxido de Carbono/azida: inibem o Complexo IV e podem, como consequência, interromper completamente a respiração. O monóxido se liga à hemoglobina e possui mais afinidade que o oxigênio, formando carboxi- hemoglobina que não transporta bem o oxigênio. Essa falta de O2 interfere na enzima citocromo-oxidase, interferindo na respiração celular. Como o organismo vai ficar sem oxigênio, o corpo começa a fermentar formando muito lactato, gerando um acidose lática. Oligomicina: antibiótico que inibe completamente a oxidação e a fosforilação ao bloquear o fluxo de prótons por meio da ATP-sintase. Dinitrofenol DNP: atravessa membranas e acaba com o gradiente de prótons e o corpo precisa trabalhar mais para produzir ATP. Maria Paula M. Mattei
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