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Atividades Desenvolvidas Página 1 | 8 Curso: Técnico Integrado em Eletrônica Disciplina: Eletrônica Digital II Professor: Matheus Leitzke Pinto Data: 14/12/2020 Módulo: 6 Aluno: Lucas Turcatto de Carvalho Relatório: Latches e Flip-flops Objetivo O presente projeto tem por questão central analisar a montagem dos Latches e Flip-flops com componentes eletrônicos, como os Circuitos Integrados com suas respectivas portas lógicas, como também associar os conceitos aprendidos em aula para a interpretação e detalhamento dos seus respectivos funcionamentos, dando início ao estudo de circuitos sequenciais capazes de armazenar (ou “reter”) um estado de funcionamento, ou seja, de declarar um elemento de memória. Introdução Para o entendimento de conceitos que contemplam o tema abordado, é necessário, primeiramente, ter-se a elucidação do conceito de memória e também de lógica sequencial, que são funções intrínsecas ao funcionamento dos Latches e Flip-flops. Qualquer circuito biestável possui dois estados de funcionamento, como ligado e desligado, por exemplo, e isso implica diretamente na obtenção de opções lógicas onde somente a lógica combinacional não é suficiente para resolver um problema, pois a entrada não retém um estado. Para solucionar o problema mencionado, temos a memória associada à lógica combinacional, o que constitui a lógica sequencial, onde os estados lógicos das saídas não dependem apenas dos estados das entradas, mas também dos estados anteriores das mesmas, ou seja, de sua sequência. Temos, por meio da breve explicação, o motivo pelo qual o estudo de Latches e Flip-flops é importante no âmbito da eletrônica digital, e agora é imprescindível realizar um pequeno resumo sobre esses circuitos. Os Latches e Flip-flops são parecidos entre si, tendo dois estados de funcionamento que podem reter-se em sua saída (SET e RESET, ou 1 e 0), armazenando uma informação. A única diferença entres esses dois circuitos reside na forma como mudam de estado. Enquanto o Latch executa seus estados de forma assíncrona, mudando seu estado por meio dos níveis dos sinais de controle (SET e RESET), o Flip-flop muda entre seus estados por meio de um pulso de disparo, determinado como Clock, o que o caracteriza como síncrono, pois somente muda seu estado com a transição do sinal de controle, sendo crescente ou decrescente em um pequeno intervalo de tempo. Latches e Flip-flops são constituídos, basicamente, de portas lógicas NAND ou NOR, onde cada porta realimenta (ou reforça) a outra, para que a saída se mantenha até que haja a transição do sinal de entrada. Os tipos de Latches são: SR (SET-RESET), SR com Enable (controlado), Latch Tipo D (uma entrada interligando SET e RESET com Enable). E os tipos de Flip-flops são: Flip-flop RS, Flip-flop D, Flip-flop JK e Flip-flop T. Não cabe, neste momento, dissecar o modo como cada circuito lógico opera, pois isso será abordado no decorrer do trabalho. Ao longo deste relatório, o descritivo de operação, a discussão sobre os resultados e a conclusão sobre o tema Latches e Flip-flops irão possuir mais detalhes por intermédio de simulações e explicações a respeito de sua operação. Página 2 | 8 Simulação dos Latches SR e SR Enable Os circuitos que serão apresentados são os elementos mais básicos de memória, onde o primeiro apresenta duas entradas, “ ” e “ ”, respectivas aos estados lógicos convencionados como SET e RESET, e S R duas saídas “ ” e “ ”, onde uma é normal e a outra é invertida, respectivamente. E, como dito Q Q anteriormente, ambas saídas possuem uma realimentação para que o Latch mantenha o seu valor nas saídas, enquanto as entradas possuírem níveis lógicos altos (S = 1 e R = 1). A seguir, temos o circuito representado no Proteus (Figura 1) e sua tabela da verdade (Tabela 1). Figura 1 - Representação do Latch SR no Proteus Tabela 1 - Diagrama combinacional de funcionamento do Latch SR Inicialmente, quando as portas SET e RESET possuem níveis lógicos iguais a 0, o seu funcionamento será inválido pois ambas as saídas terão níveis lógicos altos, o que é impossível, visto que uma das saídas é invertida, tornando-se um efeito incoerente com a álgebra booleana. Após isso, temos a entrada SET = 0 e RESET = 1, o que determina na saída um estado alto, e Q consequentemente um estado baixo na saída . A partir daí, teremos o efeito de memória, só podendo ser Q mudado se for invertido os estados lógicos das entradas SET e RESET. Por fim, a última combinação restante é a das duas entradas com níveis lógicos altos, originando o entendimento sobre “reter” um estado de funcionamento, já que as saídas irão permanecer com seus estados anteriores ( - saída anterior e - saída anterior barrada), o que é, de fato, perceptível na prática.QA QA SET RESET Q Q 0 0 XXX XXX 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 QA QA Página 3 | 8 Adiante, temos o circuito lógico Latch Enable, que segue a mesma premissa citada anteriormente: constituir um circuito que armazene uma informação de um bit de acordo com a combinação e sequência dos níveis de suas entradas. O Latch Enable além de executar essa função, permite o controle sobre as entradas, estabelecendo um sincronismo na operação do circuito, ou seja, ligando ou desligando suas funções a qualquer momento, e não dependendo de uma sequência específica. O circuito Latch Enable ainda contará com as entradas “ ” e “ ”, e uma nova entrada chamada “ ” S R NE (referente ao Enable), juntamente com as saídas “ ” e “ ”. O circuito pode ser observado pela Figura 2 e Q Q seu funcionamento pela Tabela 2. Figura 2 - Representação do Latch Enable no Proteus Tabela 2 - Tabela da verdade do Latch Enable Para facilitar a explicação do circuito mostrado acima, é também necessário o entendimento quanto ao conceito de habilitação do Latch, que tem a seguinte simbologia pela Figura 3. Figura 3 - Habilitação do Latch em estado alto ou baixo Na primeira imagem da sequência de imagens da Figura 2, é possível identificar que todas as entradas EN SET RESET Q Q 0 0 0 QA QA 0 0 1 QA QA 0 1 0 QA QA 0 1 1 QA QA 1 0 0 QA QA 1 0 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 XXX XXX Página 4 | 8 do Latch estão “zeradas”, obtendo como saída o estado anterior “ ” e “ ”, pois estando a entrada Enable QA QA em nível lógico baixo, este possuirá a função de desabilitar o circuito Latch (armazenando um estado), e pode-se observar tal efeito ao longo de todas as combinações onde “ ” possuir estado lógico igual a 0.NE Já na segunda imagem da Figura 2, tem-se por efeito o funcionamento do circuito, porque o nível lógico da entrada Enable é alto, e estando RESET acionado, por convenção, a saída “ ” deve refletir o seu estado, Q o que é verídico no circuito apresentado; reciprocamente, a saída “ ” possui o estado inverso. Na terceira Q ilustração, tem-se o resultado inverso, pois, agora, é a entrada SET que está habilitada, reproduzindo o seu efeito na saída “ ” ( ) e, consequentemente, o inverso na saída “ ” ( ).Q Q = 1 Q Q = 0O último retrato representa o estado inválido do circuito, onde ambas as saídas possuem níveis altos. Simulação do Flip-flop JK (CI 7473) Na introdução deste relatório, foi explicitada a forma como os Flip-flops alteram entre os seus estados para armazenar sua função: sendo introduzido a um circuito uma outra entrada determinada Clock. Com a variação/transição ascendente (de nível lógico baixo para nível lógico alto) ou descendente (de nível lógico alto para nível lógico baixo) do seu sinal de controle, há a mudança do estado lógico de saída, caracterizando os Flip-flops como dispositivos sensíveis à borda de subida ou de descida do sinal do Clock. Para exemplificar isso, existe a seguinte simbologia representada pela Figura 4. Figura 4 - Representação das bordas de subida e de descida de controle Estando isso entendido, é possível detalhar sobre a construção do Circuito Integrado estudado, este, que possui como entradas “ ” (sendo semelhante à entrada SET), “ ” (assemelhando-se à entrada RESET), J K “ ” (o Clock) e “ ”, sendo denominado como ou PRESET ou Clear, que “seta” ou “reseta” o circuito aLKC R qualquer instante. As saídas são as mesmas já conhecidas dos Latches: “ ” e “ ”.Q Q Este circuito pode ser representado pelas seguintes imagens da Figura 5, e possuindo o seguinte funcionamento por meio da Tabela 3. Tabela 3 - Tabela da verdade CI 7473 CLK R J K Q Q ≠↓ L X X 0 1 ↓ H 0 0 QA QA ↓ H 0 1 0 1 ↓ H 1 0 1 0 ↓ H 1 1 QA QA Página 5 | 8 Figura 5 - Representação do CI 7473 no Proteus No software Tinkercad, o circuito possui a seguinte construção (Figura 6): Figura 6 - Funcionamento do circuito no Tinkercad (com R no VCC) Inicialmente, o circuito encontra-se em seu estado “resetado” assincronamente (Figura 5), pois de acordo com o datasheet do CI, o mesmo estará com a sua saída “ ” em nível lógico baixo e “ ” em alto Q Q quando “ ” tem estado lógico baixo, podendo ser observado pela primeira imagem.R Após isso, temos a entrada assíncrona em nível lógico alto, acarretando no funcionamento normal do circuito, onde “ ” está em nível lógico alto, o que torna efetivo um nível lógico baixo na primeira saída, já que K o mesmo possui a função RESET; na segunda saída, há o inverso do estado lógico citado. Em seguida, na terceira imagem da Figura 5, temos a entrada SET ou “ ” com nível alto de execução, J o que se reproduz na saída “ ” igual a 1 e “ ” igual a 0, sendo explícito tal funcionamento por meio da sua Q Q utilização prática no sistema Proteus, obtendo o mesmo efeito com a sua tabela da verdade. Por fim, é observável o estado que seria proibido nos Latches e Flip-flops convencionais, onde ambas as entradas têm estados lógicos altos, mas que neste caso, apenas inverte o estado anterior, sendo denominado Toggle (ou complemento). Variando a borda descendente do Clock, a execução inverte novamente o estado anterior, produzindo o efeito de memória neste circuito lógico. Página 6 | 8 Simulação e descrição do funcionamento dos CIs 74373 e 74374 A seguir temos o preenchimento da tabela da verdade do CI 74373 pela Tabela 4: Tabela 4 - Tabela da verdade do CI 74373 (Latch) Na Figura 6 é possível verificar o funcionamento do circuito do CI 74373 no Proteus: Figura 6 - Funcionamento do circuito 74373 (Latch) O primeiro circuito tem como base de funcionamento o Latch Tipo D, que deriva a função do Latch SR Enable, com uma porta lógica inversora entre as entradas SET e RESET, criando uma entrada denominada “ ”, e sendo a segunda entrada a porta “ ”, com a função Enable, que irá habilitar ou desabilitar o circuito.D EL Vale destacar que agora não existirá estado proibido nem mesmo a manutenção do estado lógico. A primeira foto da sequência de imagens representa um estado do circuito em que ambas as entradas são iguais a 0, ocasionando na função de memória do circuito, podendo ser observado tal efeito porque o estado anterior era 0 também, refletindo isso em sua saída “ ”. Na segunda imagem ocorre a mesma coisa: 0Q a função Enable “desabilita” o circuito, armazenando o estado de saída anterior. Na terceira imagem já é possível constatar a habilitação do circuito, mas como a entrada “ ” tem um D nível lógico baixo, a saída reflete o estado RESET ( ). E, seguindo para a última imagem, temos a 0Q = 0 execução do circuito no que seria um estado proibido, o que não acontece porque a função Enable apenas habilita o circuito, e “ ” pega o valor SET e coloca na saída, deixando-a com nível lógico alto.D LE D0 Q0 0 0 QA 0 1 QA 1 0 0 1 1 1 Página 7 | 8 Pela Tabela 5 foi realizado o preenchimento do diagrama de funcionamento do CI 73734: Tabela 5 - Tabela da verdade do CI 74374 (Flip-flop) No sistema Proteus, temos o seguinte funcionamento demonstrado pela Figura 7: Figura 7 - Funcionamento do circuito 7437 (Flip-flop) No intuito de não tornar maçante a confecção deste relatório com o acréscimo de informações possíveis de se deduzir, não irei detalhar sobre o circuito acima, pois a única mudança no que concerne à sua execução reside no fato de que este circuito é um Flip-flop Tipo D (“Data”), sendo acionado pela sua transição de Clock ascendente. Este CI é feito por dois circuitos Latch conectados em cascata, onde a entrada “ ” LKC tem por função “Enable” (se comparado com o Latch Tipo D). 1. Por que a entrada dos dois circuitos integrados apresentados anteriormente estão ligados à OE Terra (GND)? Explique qual a função desta entrada. R: Esta conexão do circuito tem como função desconectar a saída tratada, deixando-a com alta Q impedância quando a entrada citada estiver com um sinal de alto nível lógico. Portanto, para que essa função de segurança não ocorra, em ambos os circuitos tivemos a conexão no terminal Terra, para que a entrada possuísse estado lógico baixo.OE 2. Qual é a função da entrada LATCH ENABLE (LE)? CLK D0 Q0 ≠↑ 0 QA ≠↑ 1 QA ↑ 0 0 ↑ 1 1 Página 8 | 8 R: Por meio de seu sinal de controle (alto ou baixo), esta entrada executa a função de habilitar ou desabilitar a saída, ou seja, pegando o sinal de entrada da porta D para a saída Q quando as duas possuírem estados lógicos altos, e retendo o resultado saída anterior quando LE for igual a 0 (mesmo com a variação de D). 3. Qual é a função da entrada CLOCK (CLK)? R: A ativação síncrona do Clock faz com que o CI analisado seja sensível à borda ascendente do CLK, então, a sua função também é habilitar ou desabilitar o circuito (memória) por meio da sua variação de nível. 4. Descreva a principal diferença dos dois circuitos integrados. R: Conforme dito anteriormente, os dois circuitos distinguem-se quanto ao modo de mudança dos sinais de controle: um é sensível ao sinal de controle (LE), e o outro é sensível à borda do sinal de controle (CLK). 5. Pesquise e relate ao menos uma aplicação prática para os dois circuitos integrados. R: A supressão de ruídos em chaves mecânicas com a utilização do Latch (https://www.embarcados.com.br/latch/), e contadores digitais com os Flip-flops (http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/abril2014/materias/recapitulando.html).Conclusão Com a introdução do objeto de estudo deste relatório por meio de conceitos aprendidos em aula, foi-se inteligível a forma de obtenção do efeito memória, desde os circuitos assíncronos mais simples, até os circuitos lógicos síncronos mais sofisticados. Com análises em diferentes softwares, como o Proteus e o Tinkercad, o assunto estudado elucidou-se ainda mais quando os resultados teóricos visualizados nos datasheets dos Circuitos Integrados concordavam com os resultados obtidos em prática. E, a partir disso, tenho mais um conteúdo aprendido no curso de Eletrônica Digital. https://www.embarcados.com.br/latch/ http://www.dsc.ufcg.edu.br/~pet/jornal/abril2014/materias/recapitulando.html
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