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Tutoria na Educação a Distância

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
TUTORIA NA EDUCAÇÃO 
A DISTÂNCIA
Autora: Márcia Loch
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Elisabeth Penzlien Tafner
 Prof. Norberto Siegel
Revisão de Conteúdo: Profa. Lidiane Goedert
Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
371.335
L812t Loch, Márcia.
 Tutoria na Educação a Distância / Márcia Loch.
 Centro Universitário Leonardo da Vinci – Indaial:
 Grupo UNIASSELVI, 2009.x ; 126 p.: il.
 Inclui bibliografia. 
 ISBN 978-85-7830-235-1
 1. Ensino - Método 2. Ensino a Distância
 Representações I. Centro Universitário Leonardo da.
 Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
Copyright © Editora Grupo UNIASSELVI 2009
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial. UNIASSELVI – Indaial.
Possui Graduação em Pedagogia pela 
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC 
(2000) e Mestrado em Educação pela Universidade 
Federal de Santa Catarina - UFSC (2003). Atuou no 
LED (Laboratório de Ensino a Distância - UFSC), de 
1999 a 2003, na equipe Pedagógica. É design instrucional 
e coordena o Núcleo de Avaliação da Aprendizagem na 
UnisulVirtual desde 2005. É professora nesta universidade 
desde 2004 em cursos de graduação (presencial e a 
distância) e pós-graduação (a distância), nas áreas de 
ensino e aprendizagem, tutoria, avaliação da aprendizagem, 
informática na educação, prática de ensino, ciência e 
pesquisa e metodologia da pesquisa. É autora de livros 
para graduação e pós-graduação para a UnisulVirtual. 
Principais interesses de pesquisa: formação do 
professor tutor; avaliação da aprendizagem na 
EAD; multimídia na EAD; aprendizagem do aluno 
adulto na EAD. Atua, também, como consultora 
na área de educação a distância, universidade 
corporativa e e-learning.
Márcia Loch
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................................... 7
CAPÍTULO 1
o TuTor na EaD ............................................................................... 9
CAPÍTULO 2
o DESEnvolvimEnTo DE novaS CompETênCiaS 
para EnSinar na EaD ..................................................................... 37
CAPÍTULO 3
mEDiação E inTEração Em ambiEnTES 
virTuaiS DE aprEnDizagEm ............................................................... 67
CAPÍTULO 4
rEComEnDaçõES para uma boa aTuação Do 
TuTor Em ambiEnTES virTuaiS DE aprEnDizagEm ................................ 95
APRESENTAÇÃO
Sempre que pensamos em processos de ensino e aprendizagem na 
educação, seja ela presencial, seja a distância, vem a nossa mente um sistema 
aprendente, ou seja, o aluno, e um sistema ensinante, isto é, o professor. 
Quando pensamos em educação a distância, há a relação com o aluno, o 
professor e, principalmente, com a mídia ou as mídias que irão proporcionar o 
contato e a comunicação entre estes dois agentes. Mas, quando dedicamos mais 
atenção ao tutor que atua nesta modalidade de ensino, podemos fazer algumas 
perguntas do tipo:
•	 O	que	significa	ser	tutor?
•	 Quais	suas	funções	e	atribuições	na	relação	com	os	alunos?
•	 Como	o	tutor	deve	interagir	com	a	instituição	e	com	os	alunos?
•	 Ele	precisa	ser	professor	para	ser	tutor?
•	 Que	competências	ele	precisa	desenvolver	para	ser	um	bom	tutor?
•	 Como	resolver	conflitos	de	comunicação	com	os	alunos?
Vamos responder às dúvidas e às inquietações expostas acima ao 
longo dos quatro capítulos deste livro. No capítulo 1, você vai entender quem 
é o tutor na EAD e como este conceito, suas funções e atribuições foram se 
desenvolvendo ao longo dos tempos. Já no Capítulo 2, você diferenciará as 
competências e saberes necessários para que o tutor atue na EAD e quais as 
principais diferenças entre os professores que atuam no presencial e o tutor. No 
Capítulo 3, propomos a você conhecer como ocorre a interação e a mediação 
entre o tutor e seus alunos. Também abordaremos as estratégias que o tutor 
pode utilizar no dia a dia para interagir com seus alunos. O Capítulo IV propõe 
para	você	orientações	e	dicas	para	uma	atuação	efetiva	e	significativa	do	tutor	
na	EAD.	Diagnosticar	os	principais	desafios	e	saber	como	resolvê-los	faz	parte	
da competência de um bom tutor.
Esperamos que a leitura deste material didático possa proporcionar-lhe 
excelentes	 e	 significativas	 aprendizagens	 e	 que,	 ao	 mesmo	 tempo,	 relacione	
os conteúdos aqui desenvolvidos com a sua prática, caso você já atue nesta 
modalidade de ensino. Caso contrário, aproveite para ler muito sobre o assunto e, 
principalmente,	para	conhecer	cada	vez	mais	sobre	esta	figura	tão	importante	na	
EAD: o TUTOR!
Sucesso a todos e excelentes aprendizagens! 
Profa. Márcia Loch
CAPÍTULO 1
o TuTor na EaD
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Compreender quem é o tutor na EAD.
  Conhecer os diferentes conceitos de tutor presentes na literatura.
  Conhecer diversos tipos e modelos de tutoria.
  Analisar as diferentes atribuições e funções dos tutores.
10
Tutoria na educação a distância
11
O TUTOR NA EADCapítulo 1
ConTEXTualização
Você que é aluno deste curso de pós-graduação, certamente já percebeu, 
desde a primeira disciplina do curso, quais são as principais competências dos 
tutores,	 não	 é	 mesmo?	 Já	 deve	 ter	 percebido	 que	 este	 agente	 tem	 algumas	
funções, atribuições e que se comunica com você de uma maneira diferente do 
presencial,	certo?
Então, pare e pense:
• Que	diferenças	são	estas?	
• Quem	é	este	tutor	que	atua	na	EAD?	
• Que	modelos	de	tutoria	você	conhece?	Aquela	do	curso	por	correspondência?	
Do	atendimento	presencial	ou	por	telefone?	Via	televisão	ou	internet?
• Quais	suas	funções	e	atribuições	na	EAD?
Consideramos	 que	 são	 inúmeras	 as	 perguntas	 e	 refl	exões	 que	 podemos	
fazer sobre o tutor, sujeito tão importante para a aprendizagem dos alunos e para 
a manutenção e sucesso de cursos a distância.
Você vai iniciar os estudos desta disciplina compreendendo quem é o tutor, 
quais os principais modelos de tutoria e quais as funções e atribuições deste 
profi	ssional	em	cursos	a	distância.	
Mas,	afi	nal,	quem	é	o	tutor?
QuEm É o TuTor?
Segundo Mediano (1988), a tutoria como método aparece nas universidades 
inglesas do século XV com o objetivo inicial de fornecer apoio ao ensino 
universitário, orientando os alunos em doutrinas e disciplinas da Igreja e cuidando 
da conduta dos alunos.
No século XIX, o tutor passa a ser visto como aquele que continua a apoiar 
o aluno individualmente, porém, não apenas do ponto de vista de uma cultura 
religiosa, mas também do ponto de vista moral. Desse sucesso advindo do tutor 
dependia, também, o sucesso da universidade, porém, mesmo nesse sentido, 
a função era apenas complementar as informações educacionais recebidas 
presencialmente na universidade. “O tutor era o guardião moral e religioso dos 
jovens	a	ele	confi	ados.”	(MEDIANO,	1988,	p.55).
12
Tutoria na educação a distância
Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel de 
orientador e acompanhante dos trabalhos acadêmicos e é com este 
mesmo sentido que chegou aos atuais programas de educação a 
distância. (SÁ, 1998). 
A	ideia	de	guia	é	a	que	aparece	com	maior	força	na	defi	nição	da	
tarefa	do	tutor.	Podemos	defi	nir	tutor	como	o	“guia,	protetor	ou	defensor	
de	alguém	em	qualquer	aspecto”,	enquanto	o	professor	é	alguém	que	
“ensina	qualquer	coisa”.	(LITWIN,	2001,	p.	93).	
Noentanto, atualmente, há uma forte mudança na forma como 
as instituições vêm denominando e concebendo as atribuições do tutor. Muitas 
delas estão passando a chamar o sujeito que leciona de professor, seja no ensino 
presencial, seja a distância.
Pesquisadores	da	educação	a	distância	não	alcançam	consenso	ao	defi	nir	
o termo tutor,	 por	 isso,	 a	 seguir,	 apresentamos	algumas	defi	nições	 sobre	este	
termo relacionado à educação a distância. 
Ao realizar a leitura, vá sublinhando ou circulando o que aparece 
de	forma	igual	ou	parecida	nos	conceitos	e	defi	nições	apresentadas.	
O	termo	“tutor”	tem	origem	no	latim	
tutor-tutoris e se refere ao que possui o 
papel de defender, guardar, preservar, 
sustentar, socorrer. É um despropósito 
atribuir tais funções ao docente da edu-
cação a distância, que deve sim buscar 
que o aluno gere suas próprias capaci-
dades de autonomia para o estudo e a 
aprendizagem. (BETANCOURT, 1995).
O tutor é o representante de todo o cur-
so junto aos alunos. Tem domínio do 
conteúdo, tem formação para avaliar o 
aluno e proporciona apoio pedagógico 
e operacional. Participa ativamente da 
avaliação do processo e do conteúdo. 
(KEEGAN, 1998).
Os tutores são responsáveis pela 
orientação da aprendizagem concreta 
dos alunos, planejam e coordenam 
as diversas ações docentes, sejam a 
distância,	sejam	presenciais.	Defi	nem	
o nível de exigência das atividades 
de aprendizagem. (CASTILLO ARRE-
DONDO, 1998).
O professor tutor orienta o aluno em 
seus estudos relativos à disciplina pela 
qual é responsável, esclarece dúvidas 
e explica questões relativas aos conte-
údos. Na maioria dos casos, participa 
das atividades de avaliação. (BELLO-
NI, 1999).
Podemos defi nir 
tutor como o 
“guia, protetor ou 
defensor de alguém 
em qualquer 
aspecto”, enquanto 
o professor é 
alguém que “ensina 
qualquer coisa”. 
(LITWIN, 2001, p. 
93).
13
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Deve promover a realização de ativi-
dades e apoiar sua resolução, e não 
apenas mostrar a resposta correta; 
oferecer novas fontes de informação 
e favorecer sua compreensão. Guiar, 
orientar, apoiar devem se referir à pro-
moção de uma compreensão profunda, 
e estes atos são responsabilidade tan-
to do docente no ambiente presencial 
como do tutor na modalidade a distân-
cia.	(LITWIN,	2001)
O professor tutor deve ser um pro-
fessor catalisador. Catalisar é a ação 
de provocar, incentivar, otimizar. Um 
professor catalisador está tão envolvi-
do no processo ensino e aprendizagem 
que procura facilitar e mediar, mas 
também provoca, instiga o pensamen-
to, incomoda, questiona, problematiza, 
combate o senso comum, incentiva a 
refl	exão	e	o	trabalho	construtivo.	(SI-
MÃO NETO, 2002).
O tutor deve criar o enigma ou mais 
exatamente fazer do saber um enigma, 
suscitando no aluno a vontade de des-
vendá-lo. As estratégias individuais de 
aprendizagem são elaboradas a partir 
do fato de que cada estudante cria o 
seu próprio enigma. (MEIRIEU, 1998).
O professor na educação a distância é 
chamado de assessor pedagógico. Sua 
principal função é a de fazer a ligação 
entre a instituição e o aluno, acompa-
nhando o processo para enriquecê-lo 
com seus conhecimentos e experiên-
cias. (GUTIÉRREZ; PRIETO, 1994).
O	tutor	é	o	“tênue	fi	o	de	ligação	entre	
os extremos do sistema instituição-alu-
no”.	(GONZALEZ,	2005).
O professor é o instrutor central da 
tutoria. Avalia o curso a cada etapa, 
gerando um feedback para a equipe de 
profi	ssionais	envolvidos.	Mas	também	
avalia os alunos a cada etapa, propor-
cionando um feedback de aprendiza-
gem. (CHERMANN; BONINI, 2000).
Quadro 1 - Conceitos de tutor.
Fonte: Loch e Luz (2008, p. 10).
Complementamos os conceitos apresentados anteriormente com outros 
encontrados na literatura e que são importantes para você compreender quem é 
o tutor na EAD. 
O professor a distância é basicamen-
te um coordenador que relaciona os 
meios da instituição às necessidades 
dos	alunos.	(WEDEMEYER,	1981).
O professor é um planejador que 
deve satisfazer as necessidades dos 
alunos mediante a facilitação do estudo 
independente e individualizado, por 
meio do diálogo e dos meios técnicos. 
(MOORE;	KEARSLEY,	2007).
14
Tutoria na educação a distância
O tutor é um elemento importante e 
indispensável na rede de comunicação 
que vincula os cursistas à instituição de 
ensino promotora do curso, pois, além 
de manter a motivação dos alunos, 
possibilita a retroalimentação acadêmi-
ca e pedagógica do processo educati-
vo. (LANDIM, 1997).
O importante papel do tutor na EAD 
pode resumir-se nas seguintes fun-
ções: orientadora, mais centrada na 
área afetiva; acadêmica, mais voltada 
para o âmbito cognitivo; de colabora-
ção e conexão com a instituição pro-
motora do curso e com toda a equipe 
docente. (GARCÍA ARETIO, 1994).
Quadro 2 – Outros conceitos de tutor
Fonte: Loch e Luz (2008)
Agora que você leu e conheceu os diversos conceitos de tutor apresentados 
na literatura mundial, chegou o momento de pensar no SEU conceito de tutor. 
Atividade de Estudos: 
Você estudou diferentes conceitos de tutor ao longo dos tempos e de 
acordo com diversos autores. Pense e escreva o SEU conceito de 
TUTOR.
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Nas	 	definições	 	anteriores	é	possível	perceber	que	algumas	mencionam	
as características que o tutor deve possuir e outras já descrevem as funções 
que são exercidas pelo tutor no sistema tutorial. Acreditamos que a análise 
destes itens, separadamente, possibilita a compreensão do que é ser um tutor 
na educação a distância.
15
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Na perspectiva tradicional da educação a distância, era comum sustentar a 
ideia de que o tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas 
não ensinava. Assumiu-se a noção de que eram os materiais que ensinavam e 
o	lugar	do	tutor	passou	a	ser	o	de	um	“acompanhante”	funcional	para	o	sistema.	
O	 lugar	 do	 ensino,	 assim	 defi	nido,	 fi	cava	 a	 cargo	 dos	 materiais,	 “pacotes”	
autossufi	cientes	sequenciados	e	pautados,	que	fi	nalizavam	com	uma	avaliação	
semelhante	em	sua	concepção	de	ensino.	(LITWIN,	2001).
Pensava-se,	dessa	forma,	que	“ensinar”	era	sinônimo	de	transmitir	
informações ou de estimular o aparecimento de determinadas condutas. 
Nesse contexto, a tarefa do tutor consistia em assegurar o cumprimento 
dos	objetivos,	servindo	de	apoio	ao	programa.	(LITWIN,	2001).
 
Edith Litwin (2001, p. 99) destaca, ainda, que quem é um bom 
docente será também um bom tutor. Um bom docente “cria propostas 
de	 atividades	 para	 a	 refl	exão,	 apóia	 sua	 resolução,	 sugere	 fontes	 de	
informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de 
compreensão;	isto	é,	guia,	orienta,	apóia,	e	nisso	consiste	o	seu	ensino”.	
Da mesma forma, o bom tutor deve promover a realização de atividades e 
apoiar sua resolução, e não apenas mostrar a resposta correta; oferecer 
novas fontes de informação e favorecer sua compreensão. “Guiar, 
orientar,	 apoiar”	 devem	 se	 referir	 à	 promoção	 de	 uma	 compreensão	
profunda, e estes atos são de responsabilidade tanto do docente no 
ambiente presencial como do tutor na modalidade a distância.
Não	concordamos	plenamente	com	a	autora	citada	quando	afi	rma	
que certamente um bom docente será um bom tutor. Em mais de 10 
anos atuando na EAD, principalmente comointegrante da equipe pedagógica 
de capacitação de tutores e como tutora em disciplinas de graduação e pós-
graduação, além da docência no ensino presencial, a experiência mostra-nos 
que muitos professores, excelentes no ensino presencial, não são bons tutores 
na educação a distância, pois ambas modalidades apresentam características 
distintas. Dessa forma, o professor ao atuar na EAD precisa desenvolver algumas 
competências e atribuições distintas ou complementares àquelas necessárias no 
ensino presencial. O contrário também procede, ou seja, muitas vezes ótimos 
tutores, ao atuar no ensino presencial, não conseguem desenvolver um bom 
trabalho.
O papel do tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam nos 
atuais	 ambientes	 de	 educação	 a	 distância	 concepções	 tradicionais	 das	 fi	guras	
do professor/aluno. É preciso superar a postura ainda existente do professor 
transmissor de conhecimentos. 
Muitos professores, 
excelentes 
no ensino 
presencial, não 
são bons tutores 
na educação a 
distância, pois 
ambas modalidades 
apresentam 
características 
distintas. Dessa 
forma, o professor 
ao atuar na EAD 
precisa desenvolver 
algumas 
competências e 
atribuições distintas 
ou complementares 
àquelas 
necessárias no 
ensino presencial. 
16
Tutoria na educação a distância
A seguir, você vai conhecer e compreender os diferentes tipos de modelos de 
tutoria, apresentadas na literatura especializada, na área, de acordo com autores 
e pesquisadores desta temática.
Lembre-se de que você pode circular, rabiscar, sublinhar 
e	 escrever	 nas	 margens	 laterais	 suas	 refl	exões	 e	 sínteses	 dos	
principais assuntos deste caderno de estudos! 
TipoS E moDEloS DE TuToria
Na literatura podemos encontrar vários tipos e modelos de tutoria. Vamos 
apresentar neste item os principais tipos e modelos de tutoria baseados nas obras 
de Betancourt (1995), Peters (2003) e Landim (1997).
Para estes autores, a tutoria pode dar-se na forma presencial ou na forma a 
distância. A tutoria a distância acontece quando as interações entre o professor 
tutor e os seus alunos se dão a partir da utilização de recursos intermediários. 
Assim,	 podemos	 identifi	car	 as	 formas	 de	 tutoria	 a	 distância,	 enumerando	 os	
diferentes recursos a serem utilizados: correspondência; telefone; televisão; 
computador.
a) Tutoria por Correspondência 
De acordo com Peters (2003), a cultura da correspondência tem uma longa 
tradição, desde a época de Platão, quando transmitiu seus pensamentos por meio 
deste	recurso	e	o	Apóstolo	Paulo	escreveu	suas	epístolas	aos	romanos,	a	fi	m	de	
divulgar a doutrina cristã. 
Este modelo é considerado um dos mais importantes porque tem a maior 
facilidade	de	alcance.	Não	envolve	técnicas	ou	tecnologias	sofi	sticadas,	permite	
atenção individual e pessoal e dá acesso exclusivo aos tons de familiaridade. 
(BETANCOURT, 1995).
Nos meados do século XIX, este modelo se tornou a ponte entre muitos 
docentes e discentes e serviu como o primeiro modelo didático básico do ensino a 
distância. (PETERS, 2003).
17
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Com este recurso, o aluno pode receber informações sobre os resultados 
obtidos; respostas às suas perguntas, orientações relacionadas à forma de estudar o 
conteúdo ou às fontes de consulta, bem como sobre a organização administrativa ou 
programa ou sistema de educação a distância. Naturalmente, a orientação 
também é utilizada para aconselhar o(a) estudante em assuntos de natureza 
estritamente pessoal. (BETANCOURT, 1995).
De acordo com o autor citado, quando os tutores escrevem a seus alunos, 
aqueles deverão: 
• Demonstrar que leram todas as atividades dos alunos.
• Escrever	comentários	compreensíveis	e	signifi	cativos.
• Indicar a relevância ou irrelevância dos conteúdos estudados, mas com 
exemplos	específi	cos.
• Prestar apoio e encorajamento aos alunos.
• Reconhecer os esforços desenvolvidos pelo aluno no desenvolvimento do 
trabalho.
• Instruir	os	alunos	para	identifi	car	e	corrigir	seus	erros.
• Opinar sobre a qualidade dos resultados apresentados pelo aluno.
De acordo com Landim (1997), quando o curso inicia, o aluno precisa receber 
uma correspondência com todas as informações e orientações preliminares. E o 
mesmo	deve	ocorrer	quando	houver	alguma	modifi	cação	do	que	foi	acertado	no	
início do curso.
Podemos	 apontar	 ao	 menos	 três	 diferentes	 tipos	 e	 fi	nalidades	 da	 tutoria	
postal. São elas: 
• Informativa: diz respeito a informações e comunicações gerais sobre o curso; 
informes gerais; cronogramas; agenda e planejamento de cada tutor etc.
• Motivadora: esta tutoria deve ocorrer quando o tutor sente que o aluno está 
ausente, desestimulado e desmotivado.
• Didática: por meio de trabalhos, avaliações e outras tarefas que este tipo de 
tutoria ocorre. O tutor aproveita a ocasião da correção das atividades para 
orientar os seus alunos nos estudos. (LANDIM, 1997).
Diante das características e possibilidades da tutoria por correspondência, 
Betancourt (1995) nos apresenta algumas vantagens e limitações para o 
processo de ensino e aprendizagem. Acompanhe a seguir aquelas que 
entendemos ser as principais:
 
18
Tutoria na educação a distância
Vantagens
• A atenção fornecida aos alunos é individualizada. 
• A comunicação do tutor passa a ser uma avaliação na qual o aluno pode se 
apoiar.
• Embora a escrita possa parecer fria, o tutor pode tornar a comunicação 
emocional e motivar os alunos a expressar as suas preocupações e 
expectativas com espontaneidade e segurança. 
Limitações 
• Requer habilidades especiais do tutor para se comunicar por escrito, de 
diversas formas. 
• O tempo que o aluno levará para obter uma resposta pode ser grande, ainda 
mais quando levamos em consideração países como o nosso, com uma 
imensa área. 
• A administração e logística da instituição, que deve organizar o manuseamento 
correto das correspondências. 
Este tipo de tutoria como principal recurso de comunicação entre alunos e 
a instituição ainda é muito utilizada em países pobres ou nos locais onde não há 
telefone ou internet à disposição dos alunos. 
b) Tutoria por Telefone
A tutoria por telefone, diferentemente da tutoria por correspondência, como 
você já viu, permite um contato mais personalizado e pessoal entre alunos 
e tutores. Por este meio, o aluno pode entrar em contato com o tutor para tirar 
dúvidas de conteúdo, metodológicas, acadêmicas, relativas a uma avaliação que 
deve ser encaminhada ou mesmo ter um contato mais pessoal com o docente.
No início do curso, é importante que a instituição deixe claras algumas 
regras sobre este tipo de recurso e garanta que este meio não seja a única 
possibilidade de contato do aluno com o professor e vice-versa. É necessário 
avisar os alunos e deixar estabelecidas as regras sobre a utilização deste 
recurso logo no início do curso, como, por exemplo: os horários de atendimento 
do tutor na instituição; quantos dias por semana ocorrerá o atendimento; qual 
o custo da ligação e quais os objetivos deste meio e o que deve ser tratado e 
discutido por ele. Algumas instituições utilizam telefones gratuitos para o contato 
dos alunos, aqui no Brasil, por exemplo, os números 0800. Neste caso, o custo 
19
O TUTOR NA EADCapítulo 1
da	ligação	fi	ca	a	cargo	da	instituição.	Outras	instituições	podem	fazer	
parcerias	com	empresas	telefônicas	com	o	intuito	de	garantir	um	custo	
menor da ligação para o aluno.
A instituição deve fazer um investimento em recursos tecnológicos 
para atender os alunos da melhor forma possível. Dependendo do 
número de alunos e do número de cursos ofertados, ocorrerá a 
necessidade	 de	 ter	 uma	 central	 para	 recebimento	 e	 fi	ltragem	 das	
ligações, para, em seguida, ser distribuída aos ramais, por exemplo. O 
tempo de espera do aluno nesta transferência da ligação pode ser fator 
crucial para que siga adiante ou desista do contato. 
Betancourt (1995) sugere algumas orientações para a tutoria por 
telefone no contato entre tutore alunos. Acompanhe:
• Identifi	cação:	 consiste	 na	 apresentação	 tanto	 do	 tutor	 quanto	 do	
aluno. Nome, curso, número de matricula, cidade etc. Algumas 
instituições utilizam programas ou softwares para facilitar o contato 
com os alunos e o histórico dos contatos realizados. Por isso, é 
importante o aluno ter em mãos pelo menos o número de matrícula 
na instituição. 
• O aluno deve fazer a(s) pergunta(s), expor suas inquietudes e 
difi	culdades.
• O	 tutor	 deve	 verifi	car	 junto	 ao	 aluno	 se	 este	 compreendeu	 a	
mensagem e, em seguida, deve responder uma pergunta de cada 
vez, com tranquilidade e por ordem, com o intuito de não confundi-lo.
• Após	certifi	car-se	de	que	o	aluno	entendeu	e	que	não	possui	mais	
dúvidas, cabe ao tutor despedir-se e desejar-lhe sucesso e bons 
estudos.
Complementamos as orientações com aquelas indicadas por 
Landim	(1997,	p.	133)	quando	afi	rma	que:
[...] é importante interpretar os momentos de silêncio [do 
aluno].	O	silêncio	pode	signifi	car	coisas	distintas,	como	falta	de	
compreensão de algum aspecto do que se está tratando, ou 
refl	exão	 prévia	 do	 aluno	 sobre	 a	 comunicação.	 É	 necessário	
deixar-lhe, durante a conversação, tempo necessário para que 
analise,	refl	ita	e	assimile	os	esclarecimentos	que	lhe	faz	o	tutor.
Cabe ao tutor, no momento do atendimento ao aluno, ser objetivo em suas 
respostas, principalmente quando é o aluno que está arcando com os custos 
da ligação. 
Algumas 
instituições utilizam 
programas ou 
softwares para 
facilitar o contato 
com os alunos e 
o histórico dos 
contatos realizados. 
Por isso, é 
importante o aluno 
ter em mãos pelo 
menos o número 
de matrícula na 
instituição.
Algumas 
instituições utilizam 
telefones gratuitos 
para o contato dos 
alunos, aqui no 
Brasil, por exemplo, 
os números 0800. 
Neste caso, o 
custo da ligação 
fi ca a cargo da 
instituição. Outras 
instituições podem 
fazer parcerias 
com empresas 
telefônicas com o 
intuito de garantir 
um custo menor 
da ligação para o 
aluno.
20
Tutoria na educação a distância
Landim (1997) e Betancourt (1995) apresentam a seguir as vantagens e 
limitações sobre o uso do telefone como recurso de comunicação entre o aluno 
e a instituição:
Vantagens
• A comunicação é individualizada e personalizada.
• Possibilita ao aluno discutir e tirar dúvidas que vão surgindo ao longo da 
discussão.
• Redução de custo para o aluno, quando comparado com o deslocamento que 
deveria fazer para tirar suas dúvidas com o tutor. 
• Fomenta uma relação pessoal entre o tutor e os alunos e ajuda o aluno a superar 
difi	culdades	de	comunicação,	caso	tenha	difi	culdade	de	falar	em	público.
Limitações
• Os	problemas	 técnicos	das	 linhas	 telefônicas,	 o	 número	 limitado	de	 linhas/
ramais e pessoas para entender os alunos pode frustrar e desmotivar a 
comunicação.
• O valor da chamada, tanto para o aluno quanto para a instituição, poderá ser 
alto se o tempo das ligações não for controlado.
• O contato por telefone pressupõe que a comunicação deve ser sintética e 
objetiva, e nem sempre nossos alunos estão preparados para expor suas 
dúvidas de forma clara e objetiva.
• Existem	temas	para	os	quais	apenas	a	explicação	oral	não	se	mostra	efi	ciente,	
tendo o tutor que usar de outros recursos para que o aluno compreenda a 
mensagem.
• Existem locais, principalmente nas zonas rurais, onde não há linhas 
telefônicas.
• O aluno não poderá entrar em contato com a instituição no momento e horário 
que	desejar,	já	que	as	instituições	e	os	tutores	tem	horários	pré-defi	nidos	para	
o atendimento.
Apesar das desvantagens apontadas anteriormente sobre a tutoria por 
telefone, este tipo de recurso é bastante utilizado, principalmente em nosso país. 
No entanto, com a disseminação e utilização da internet e dos chamados AVAs – 
Ambientes Virtuais de Aprendizagem, a partir da década de 90 do século passado, 
a utilização do telefone passa a ser usada para a comunicação do aluno com 
setores como monitoria e secretaria acadêmica, por exemplo.
21
O TUTOR NA EADCapítulo 1
c) Tutoria por Televisão
Devido ao seu grande poder de alcance, o uso da televisão se expandiu no 
período pós-guerra e, sobretudo, na década de 70, atingindo rapidamente grande 
parte da população, com sucesso entre as diversas camadas sociais, o que 
permitiu seu emprego também para a difusão do ensino. 
Uma das primeiras iniciativas de uso em nosso país da televisão na educação 
foi	o	Projeto	SACI,	implantado	experimentalmente	no	Rio	Grande	do	Norte,	no	fi	nal	
da década de 60, partindo-se da ideia de que a televisão era fonte de informação 
e ponto focal para o desenvolvimento da comunidade. Este projeto trazia, entre 
suas práticas, a valorização do professor, o reconhecimento de sua importância 
como mediador e agente da informação e o entendimento da necessidade de 
qualifi	cá-lo	permanentemente.	(ANDRADE,	1993).	
A tutoria por televisão é muito disseminada no Brasil, com a realização do 
Telecurso pela Fundação Roberto Marinho, por exemplo, e o TV Escola/Salto para 
o Futuro do MEC, veiculado para escolas públicas de todo o Brasil. Você pode 
assistir aos documentários e matérias realizados pela TV Escola no site: http://
portal.mec.gov.br/tvescola/.
Betancourt (1995) sugere que, no campo da tutoria por televisão, o tutor 
poderá apresentar programas orientadores e que causam dúvidas nos alunos. 
Também é possível apresentar respostas sobre a metodologia do curso, 
difi	culdades	de	estudos	dos	alunos	ou	para	explicar	alguma	avaliação.
Moore	 e	 Kearsley	 (2007)	 afi	rmam	 que	 o	 vídeo	 é	 uma	 mídia	
poderosa para atrair e manter a atenção e para transmitir impressões. 
Os	autores	salientam	que	este	recurso	é	efi	caz	para	a	transmissão	de	
aspectos relacionados à atitude de uma disciplina.
 
Vantagens
• Depois da tutoria presencial, a tutoria por televisão é a mais 
motivadora para o aluno. 
• Este meio rompe com as barreiras de espaço, tempo e o aluno 
pode sentir a presença do tutor. Este meio combina imagem, som, 
tempo e espaço. Este é o meio audiovisual por excelência.
• Os alunos, em muitas circunstâncias, também podem, através dos 
meios audiovisuais, contar suas experiências e estudos a seus 
companheiros.
Moore e Kearsley 
(2007) afi rmam 
que o vídeo é uma 
mídia poderosa 
para atrair e 
manter a atenção 
e para transmitir 
impressões. Os 
autores salientam 
que este recurso 
é efi caz para 
a transmissão 
de aspectos 
relacionados à 
atitude de uma 
disciplina.
22
Tutoria na educação a distância
• Através deste meio é possível a utilização de muitos recursos integrados: 
conferências,	 fi	lmes,	 simulações,	 demonstrações	 e	 mostrar	 aos	 alunos	
realidades, povos e culturas nunca vistos.
• É um meio que traduz grande realismo de som, imagens e situações.
Limitações
• É um meio bastante caro e necessita de um aparato técnico e tecnológico 
considerável,	além	de	profi	ssionais	da	área.
• Requer bastante planejamento e organização.
• Necessita	de	uma	grande	qualifi	cação	e	capacitação	dos	envolvidos,	inclusive	
dos tutores.
• Sua	utilização	se	justifi	ca	apenas	quando	o	publico	é	volumoso.
• Há	difi	culdade	de	fazer	com	que	os	horários	de	tutoria	sejam	os	mesmos	que	
os horários de maior audiência.
• A ausência de interatividade entre professor e estudantes, além da falta de 
controle da frequência e de uma avaliação sistemática do desempenho dos 
estudantes, pode ser considerada uma das principais limitações deste tipo 
de tutoria.
A videoconferência e a teleconferência também podem gerar este tipo de 
tutoria, mas exigem que o aluno tenha acesso a salas adequadamente preparadas 
e que disponham da tecnologia necessária para a recepção do sinal gerado no local 
em	que	se	encontra	o	professor	 tutor.	 Isto	acarreta	um	aumento	signifi	cativo	nos	
custos de um projeto, que é viabilizado, principalmente, com cursos corporativos, 
nos quais se utiliza uma estrutura que já foi montada pela empresa.
d) Tutoria por Computador
Podemos	afirmar	que	a	 tutoria	pelo	computador,	utilizando	a	 internet	como	
tecnologia e recurso para a comunicação, e a interação entre tutores e alunos é 
aquela que mais revolucionou a educação a distância.
As possibilidades da tutoria por computador, com conexão a internet, são 
inúmeras, desde ferramentas síncronas, como o chat, a transmissão de áudio e 
vídeo em tempo real, bem como as ferramentas assíncronas, como os fóruns, as 
listas de discussões etc. 
23
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Você	sabe	o	que	signifi	ca	síncrono	e	assíncrono?
Síncrono: ambiente em que alunos e professores estabelecem 
comunicação mediada por computadores de forma simultânea, ou 
seja, em tempo real. 
Assíncrono: ambiente em que as pessoas aprendem por meio 
de uma rede de computadores em qualquer hora e em qualquer lugar, 
sem a participação simultânea de todos os envolvidos no processo 
de ensino e aprendizagem.
A maneira de entregar os conteúdos ao aluno também mudou 
com a internet. É possível fazer jogos, simulações, áudios, vídeos etc. 
A multimídia marca uma etapa importante na história da informática 
educativa.	A	 gestão	 simultânea,	 sob	 a	 forma	 digital,	 da	 imagem	 fi	xa	
e animada, do texto e do som feitos pelos computadores, abre novas 
perspectivas de utilização das tecnologias e, principalmente, para a 
utilização em educação a distância. 
De acordo com Landim (1997), o papel que o tutor desempenha 
nesta modalidade de tutoria vai além do especialista em conteúdo, 
passando a ser um animador do grupo virtual.
Apesar de todas as potencialidades que a internet trouxe para a 
educação a distância, no que diz respeito à distribuição de conteúdos, 
ao design educacional, à utilização de multimídia, hipermídia, hipertexto 
e, principalmente, às ferramentas de comunicação e interação para 
alunos e tutores, ainda precisamos lembrar que nem todos os alunos 
têm acesso a esta tecnologia. O tipo de curso e o público-alvo 
geralmente	 defi	nirão	 a	 tecnologia	 envolvida.	 No	 Brasil,	 ainda	 temos	
muitos cursos que utilizam mais de uma tecnologia em sua metodologia, 
geralmente material impresso e internet, os chamados ambiente virtuais 
de aprendizagem.
Vamos conhecer e estudar mais sobre a atuação do tutor em ambientes 
virtuais de aprendizagem nos próximos capítulos!
Apesar de todas as 
potencialidades que 
a internet trouxe 
para a educação 
a distância, no 
que diz respeito 
à distribuição de 
conteúdos, ao 
design educacional, 
à utilização 
de multimídia, 
hipermídia, 
hipertexto e, 
principalmente, 
às ferramentas 
de comunicação 
e interação para 
alunos e tutores, 
ainda precisamos 
lembrar que nem 
todos os alunos 
têm acesso a esta 
tecnologia. 
24
Tutoria na educação a distância
Atividade de Estudos: 
Você deve ter percebido, ao ler sobre os diversos modelos de tutoria, 
que não há um modelo único e que cada um deles apresenta suas 
vantagens e limitações. Agora chegou o momento de você fazer 
uma pesquisa nos sites de instituições que atuam na área da EAD. 
Procure	 identifi	car	 pelo	menos	 dois	 dos	 quatro	modelos	 de	 tutoria	
apresentados. Complemente as características de cada um dos tipos 
de tutoria, conforme as informações que você obtiver.
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FunçõES E aTribuiçõES Do TuTor
As funções e atribuições do tutor estão diretamente ligadas ao modelo 
de educação a distância proposto pela instituição. Sabemos que há diferentes 
formas	e	modelos,	que	passam	pelo	perfi	l	dos	alunos,	das	tecnologias	envolvidas	
no processo, das mídias e materiais didáticos, do sistema de avaliação da 
aprendizagem, do número de alunos por tutor e da própria concepção de ensino e 
aprendizagem da instituição promotora dos cursos. 
No entanto, como defende Castro Neves (2005), é engano considerar que 
programas a distância podem dispensar o trabalho e a mediação do professor. 
Nos cursos a distância, os professores veem suas funções se expandirem. Os 
tutores são produtores quando elaboram suas propostas de cursos ou suas 
disciplinas e aulas on-line; conselheiros, quando acompanham os alunos; 
parceiros, quando constroem, com os especialistas em tecnologia, abordagens 
inovadoras de aprendizagem. 
25
O TUTOR NA EADCapítulo 1
O papel e as responsabilidades assumidas pelo tutor estão relacionados à 
história	das	inovações	tecnológicas	e	à	própria	questão	da	aprendizagem	autônoma.	
Para	Belloni	(1999),	a	defi	nição	do	papel,	das	funções	e	das	tarefas	docentes	em	
EAD terá de ser necessariamente diferente daquelas do ensino presencial.
Percebe-se que a tutoria é uma atividade pedagógica muito ampla e o seu 
papel, segundo Gonzalez (2005, p. 02):
[...] extrapola os limites conceituais impostos na sua 
nomenclatura, já que ele, em sua missão precípua, é 
educador como os demais envolvidos no processo de gestão, 
acompanhamento e avaliação dos programas. É o tutor, o 
tênue	fi	o	de	ligação	entre	os	extremos	do	sistema	instituição-
aluno.
Segundo	María	Moliner	(1997	apud	LITWIN,	2001,	p.	95),	o	tutor	é	o	“guia,	
protetor	ou	defensor	de	alguém	em	qualquer	aspecto”,	enquanto	que	o	professor	
é aquele que “ensina qualquer coisa, geralmente a respeito de quem recebe o 
ensino”.
Com a educação on-line os papéis do professor se 
multiplicam, diferenciam-se e complementam-se, exigindo 
uma grande capacidade de adaptação e criatividade 
diante de novas situações, propostas, atividades. [...] O 
professor on-line está começando a aprender a trabalhar 
em situações muito diferentes: com poucos e muitos 
alunos, com mais ou menos encontros presenciais, com 
um processo personalizado (professor auto-gestor) ou mais 
despersonalizado (separação entre o autor e o gestor de 
aprendizagem). (MORAN, 2003, p. 41).
Para Mediano (1988, p. 57), o trabalho do tutor consiste em
[...] ver que o estudante tem trabalhado e tem organizado 
por si mesmo a disciplina, assegurando que entende o que 
tem escrito e pode argumentar com razões, clarear pontos 
escuros; fortalecer a leitura, pensamento e elaboração de 
trabalhos, corrigir ou ampliar a informação do estudante; 
relacionar a matéria com seu campo geral de conhecimento; 
dar normas sobre o conteúdo do trabalho da sessão seguinte, 
assim	como	facilitar	a	bibliografi	a	com	comentários	críticos.
Como você percebeu, há inúmeros autores que explicam e expõem as 
funções e atribuições do tutor, no entanto, é importante que você compreenda 
que não há um modelo único de tutoria, pois ele estará em sintonia direta com a 
metodologia de educação a distância da instituição. 
Belloni	 (1999)	 classifi	ca	 o	 tutor	 de	 acordo	 com	 as	 funções	 que	 este	
desempenha no âmbito da educação a distância, veja:
26
Tutoria na educação a distância
• Professor formador: orienta o estudo e a aprendizagem, dá apoio 
psicossocial ao estudante, ensina a pesquisar, a processar a informação e 
a aprender; corresponde à função propriamente pedagógica do professor no 
ensino presencial.
• Conceptor e realizador de cursos e materiais: prepara os planos de 
estudos, currículos e programas; seleciona conteúdos, elabora textos de base 
para unidades de cursos (disciplinas). Esta função corresponde à função 
didática, isto é, à transmissão do conhecimento realizada em sala de aula, 
geralmente através de aulas magistrais, pelo professor do ensino presencial.
• Professor pesquisador:	pesquisa	e	se	atualiza,	em	sua	disciplina	específi	ca,	
em	 teorias	 e	 metodologias	 de	 ensino	 e	 aprendizagem,	 refl	ete	 sobre	 sua	
prática pedagógicae orienta e participa da pesquisa de seus alunos.
• Professor tutor: orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina 
pela qual é responsável, esclarece dúvidas e explica questões relativas aos 
conteúdos da disciplina, em geral, participa das atividades de avaliação.
• Tecnólogo educacional (designer ou pedagogo especialista em novas 
tecnologias,	 a	 função	 é	 nova,	 o	 que	 explica	 a	 difi	culdade	 terminológica):	
é responsável pela organização pedagógica dos conteúdos e por sua 
adequação aos suportes técnicos a serem utilizados na produção dos 
materiais. Sua função é assegurar a qualidade pedagógica e comunicacional 
dos materiais do curso. Sua tarefa mais difícil é assegurar a integração das 
equipes pedagógicas e técnicas.
• Professor ‘recurso’: assegura uma espécie de ‘balcão’ de respostas a 
dúvidas pontuais dos estudantes com relação aos conteúdos de uma disciplina 
ou a questões relativas à organização dos estudos ou às avaliações (muito 
solicitada na época que precede as avaliações, esta função é normalmente 
exercida pelo tutor, mas não necessariamente).
• Monitor:	muito	importante	em	certos	tipos	específi	cos	de	EAD,	especialmente	
em ações de educação popular com atividades presenciais de exploração de 
materiais	em	grupos	de	estudo	(“recepção	organizada”).	O	monitor	coordena	e	
orienta esta exploração. Sua função se relaciona menos com o conhecimento 
dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança, sendo, em geral, 
uma pessoa da comunidade, formada para esta função, de caráter mais social 
do que pedagógico.
Belloni (1999) continua sua explicação, dizendo que, de maneira institucional, 
os tutores podem ser agrupados em três grupos distintos: um responsável 
pela concepção e realização dos cursos e materiais; outro pelo planejamento 
e organização da distribuição de materiais e da administração acadêmica; e o 
terceiro, responsável pela atividade de tutoria e acompanhamento dos alunos.
27
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Para fazer frente a estas novas formas de ensinar, o professor passará a ter a 
necessidade constante de atualização, tanto no que se refere ao seu conteúdo de 
ensino quanto em relação às novas metodologias de ensino e às novas tecnologias. 
Sobre este fato, Belloni (1999, p. 76) nos esclarece que a: 
[...]	redefi	nição	do	papel	do	professor	é	crucial	para	o	sucesso	
dos processos educacionais presenciais ou a distância. Sua 
atuação tenderá a passar do monólogo sábio da sala de aula 
para o diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, 
e-mail, telefone e outros meios de interação mediatizadas; do 
monopólio do saber à construção coletiva do conhecimento, 
através da pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos 
em equipe interdisciplinares e complexos; da autoridade à 
parceiro no processo de educação para a cidadania.
Maria Cristina Tavares (2005) nos revela quais são as funções e atribuições 
do tutor no programa Proformação, acompanhe a seguir. 
O Proformação é um Programa da Secretaria de Educação 
a Distância, é um curso em nível médio, com habilitação para o 
magistério na modalidade Normal, realizado pelo MEC em parceria 
com os estados e municípios. Destina-se aos professores que, sem 
formação	 específi	ca,	 encontram-se	 lecionando	 nas	 quatro	 séries	
iniciais, classes de alfabetização ou Educação de Jovens e Adultos – 
EJA das redes públicas de ensino do país. 
Fonte: http://proformacao.proinfo.mec.gov.br
a) Ajudar o professor cursista a dominar os conteúdos das unidades
• Explicando, com o auxílio dos professores formadores da AGF (Agência 
Formadora), conceitos difíceis neles contidos, às vezes até antecipando 
pontos	a	serem	vistos	e	cuja	difi	culdade	você	já	prevê.
• Desfazendo enganos de conceitos e preconceitos.
• Indicando recursos e materiais adicionais.
• Corrigindo	 pontualmente	 os	 cadernos	 de	 verifi	cação	 da	 aprendizagem	 e	
provendo, em conjunto com a AGF, atividades de recuperação.
28
Tutoria na educação a distância
b) Ajudar o professor cursista a desenvolver habilidades de estudo
• Procurando	descobrir	seus	problemas	específi	cos	de	leitura	ou	de	realização	
de atividades.
• Auxiliando o cursista a planejar suas horas de estudo.
• Propondo formas auxiliares de estudo.
• Facilitando novos exercícios e práticas, individuais ou em grupo.
• Comentando pontualmente acertos e falhas, ultrapassando observações 
vagas,	como:	“muito	bom!”,	“fraco”,	“precisa	melhorar”.
c) Favorecer a troca de experiências e conhecimentos em atividades de grupo
• Possibilitando com frequência o trabalho com outro(s).
• Incentivando discussões, debates, criações coletivas.
• Criando	um	ambiente	descontraído,	de	confi	ança	e	solidariedade.
d) Encorajar o processo de aprendizagem do professor cursista
• Valorizando o estudo e a experiência de cada um, procurando pontos positivos 
mesmo nos trabalhos insatisfatórios e nunca, se escritos, marcando os erros, 
reforçando-os, ou desencorajando o professor cursista.
• Descobrindo o tom adequado para as observações feitas a cada um.
• Relembrando sempre os objetivos a serem perseguidos e as etapas e o 
calendário a serem cumpridos.
• Cumprindo você mesmo os prazos e nunca deixando sem comentário ou 
resposta os trabalhos e as perguntas do professor cursista.
• Apresentando ao professor cursista com antecedência e discutindo com ele 
seu planejamento nos encontros coletivos.
• Levando em consideração e comentando observações, sugestões e críticas 
(o que não quer dizer acatá-las sempre).
• Enfatizando aspectos positivos do curso.
• Tornando sua presença um ponto de apoio e segurança para todos.
29
O TUTOR NA EADCapítulo 1
e) Ajudar o professor cursista a alcançar autonomia na produção científi ca
• Procurando desenvolver sua autoestima e motivação.
• Dedicando atenção a todos igualmente.
• Encorajando as iniciativas pessoais.
• Promovendo	a	confi	ança	no	material	autoinstrucional	e	nas	experiências	do	
curso.
Ufa! Você teve a impressão de que o tutor precisa ser um super-
herói?	Aguarde,	pois	ainda	 temos	outros	autores	que	complementam	
os exemplos acima citados. Eles são apresentamos a seguir por Oresti 
Preti (2009).
Este autor situa a presença do tutor em três momentos:
• Fase de planejamento
O tutor participa e discute com o professor-especialista os 
conteúdos a serem trabalhados no curso, o material didático a ser 
utilizado e o sistema de acompanhamento e avaliação dos alunos junto 
à	 equipe	 pedagógica	 do	 centro.	 Receberá	 uma	 formação	 específi	ca	
sobre a modalidade de EAD e conhecerá em detalhes todo o sistema que dará 
suporte	ao	cursista	e	serão	defi	nidas	suas	funções	e	competências.
• Fase de desenvolvimento do curso
O tutor tem a função primordial de estimular, motivar e orientar o cursista 
para acreditar em sua capacidade de organizar sua atividade acadêmica e de 
autoaprendizagem (funções orientadora e motivadora). O tutor, pois, deverá dar-
lhe os suportes metacognitivo, afetivo e motivacional necessários para superar 
os problemas que for encontrando, ligados à sua compreensão e adaptação a 
esta modalidade de ensino para que não desanime e abandone o curso. Deverá, 
também, estar à disposição dos cursistas para tirar dúvidas quanto ao conteúdo 
da disciplina (função didática). Por isso, um dos critérios de seleção será sua 
qualifi	cação	e	competência	profi	ssional	naquela	área	do	conhecimento.
Nesta fase, também para Preti (2009, p.41), a tutoria pode se dar de duas 
formas: 
  A distância: o cursista, individualmente, entrará em contato com o tutor, através 
de	meios	de	comunicação	estabelecidos,	nos	horários	defi	nidos	anteriormente,	
Ufa! Você teve a 
impressão de que 
o tutor precisa 
ser um super-
herói? Aguarde, 
pois ainda temos 
outros autores que 
complementam os 
exemplos acima 
citados. Eles são 
apresentamos a 
seguir por Oresti 
Preti (2009).
30
Tutoria na educação a distância
ou em pequenos grupos de estudo, poderá formular algumas questões ou 
dúvidas e solicitar ao tutor que asesclareça, utilizando-se de um sistema 
interativo de comunicação.
  Presencialmente: o cursista, individualmente ou em pequenos grupos, se 
encontrará com o seu tutor muito mais para discutir e avaliar seu processo de 
aprendizagem, apresentar os resultados de suas leituras, atividades e trabalhos 
propostos nos materiais didáticos do que somente para tirar dúvidas.
• Fase posterior ao desenvolvimento do curso
O tutor fará um breve relato, avaliando a disciplina (quanto ao material escrito, 
à modalidade, à participação do professor / especialista, ao tipo de avaliações 
realizadas etc.) bem como o sistema posto à disposição para dar suporte ao 
processo de ensino e aprendizagem.
Gutiérrez e Prieto (1994) nos fornecem outras características que o tutor 
deve possuir:
  ser capaz de uma boa comunicação;
  possuir uma clara concepção de aprendizagem;
  dominar bem o conteúdo;
  facilitar	 a	 construção	 de	 conhecimentos	 através	 de	 refl	exão,	 intercâmbio	 de	
experiências e informações;
  estabelecer relações empáticas com o aluno;
  buscar	as	teorias	fi	losófi	cas	como	uma	base	para	o	seu	ato	de	educar;
  constituir uma forte instância de personalização;
  partir da realidade e fundamentar-se na prática social do estudante;
  promover atitudes críticas e criativas nos agentes do processo;
  abrir caminhos para a participação e a expressão;
  promover processos e obter resultados;
  fundamentar-se na produção de conhecimentos;
  ser lúdico e participativo;
  e, principalmente, desenvolver uma atitude de pesquisador.
31
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Você percebeu, a partir das leituras realizadas até aqui, as 
diversas funções e atribuições que cada um dos autores pontua 
em relação ao trabalho e à atuação do tutor na EAD. É importante 
entender que não se espera que o tutor seja um super-herói e que 
cada instituição, de acordo com sua metodologia, concepções de 
ensino e aprendizagem, tecnologias envolvidas, recursos humanos, 
infraestrutura,	tipos	de	cursos	ofertados	e	perfi	l	dos	alunos	estabelece	
as atribuições dos tutores e qual seu papel e funções no processo de 
ensino e aprendizagem.
Vale lembrar que é essencial a instituição pesquisar e discutir, 
junto ao seu corpo docente e demais pessoas envolvidas, as funções 
que o tutor vai desenvolver em cursos a distância. Ele é um agente 
importantíssimo em qualquer curso nesta modalidade, mas faz parte 
de um sistema mais complexo e que terá relação com a metodologia 
empregada pela instituição.
Vamos conhecer e estudar mais detalhes sobre as competências e 
necessidades de formação do tutor no próximo Capítulo!
Atividade de Estudos: 
Você foi convidado para atuar em uma instituição de nível superior 
que	 está	 defi	nindo	 com	 integrantes	 da	 equipe	 pedagógica,	 corpo	
docente e direção as principais funções do tutor em seus cursos de 
pós-graduação. Tendo como panorama o fato de que a mídia principal 
será a internet como fonte de comunicação, interação e entrega dos 
conteúdos das disciplinas e lembrando o que você estudou até aqui, 
anote a seguir quais seriam as principais funções e atribuições deste 
tutor nos cursos de pós-graduação desta instituição. Aponte entre 10 e 
12	funções/atribuições	e	justifi	que	suas	escolhas.
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É importante 
entender que não 
se espera que 
o tutor seja um 
super-herói e que 
cada instituição, 
de acordo com 
sua metodologia, 
concepções 
de ensino e 
aprendizagem, 
tecnologias 
envolvidas, 
recursos humanos, 
infraestrutura, tipos 
de cursos ofertados 
e perfi l dos alunos 
estabelece as 
atribuições dos 
tutores e qual seu 
papel e funções no 
processo de ensino 
e aprendizagem.
32
Tutoria na educação a distância
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algumaS ConSiDEraçõES
Chegamos	 ao	 fi	nal	 do	 primeiro	 capítulo	 da	 disciplina	 de	 Tutoria	 na	 EAD.	
Neste capítulo, você estudou, conheceu e analisou, de forma detalhada, os 
principais conceitos, os diferentes tipos de tutoria e, ainda, as principais funções e 
atribuições dos tutores em cursos a distância.
Como professora no ensino presencial e tutora em cursos a distância, penso 
que uma das principais atividades que um aluno deve fazer, seja no ensino básico, 
seja no ensino superior, é ler e escrever. Por isso, é você quem vai desenvolver a 
síntese e as conclusões do que leu e estudou até este momento em cada um dos 
capítulos	deste	caderno	de	estudos.	Vamos	lá?
Relembre tudo o que você estudou e leu até este momento. Retome seus 
rascunhos, suas frases sublinhadas e seus comentários e resumos nas laterais 
deste caderno de estudos e, em seguida, pontue o que você considera mais 
importante em cada um dos três itens a seguir:
Quem é o tutor?
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33
O TUTOR NA EADCapítulo 1
Tipos e modelos de tutoria:
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Funções e atribuições do tutor:
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Agora	 que	 você	 fi	nalizou	 este	 capítulo	 e	 tendo	 em	 mente	 as	 principais	
características, funções e atribuições do tutor, chegou o momento de compreender 
e entenderas mudanças e novas competências que o professor precisa realizar 
para	atuar	na	educação	a	distância.	 	Você	 tem	 ideia	de	quais	são?	 	Vamos	 lá,	
arregace as mangas e mãos à obra!
34
Tutoria na educação a distância
rEFErênCiaS
ANDRADE,	A.	A.	M.	Novas	tecnologias? Tecnologia Educacional, São Paulo, v. 
22, p. 20-22, 1993.
ARETIO, L. G. Educación a distacia hoy. Madrid: UEP, 1994. 
BELLONI, M. L. Educação a distância. Campinas, SP: Autores Associados, 1999.
BETANCOURT, A. M. La educación a distancia y la función tutorial. UNESCO 
– SAN JOSE, 1995. 149p. Disponível em: <http://www.unesco.org/education/
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CASTILLO ARREDONDO, Santiago. Acción tutorial en los Centros Educativos: 
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KEEGAN,	D.	Theories	of	distance	education:	introduction.	In:	SEWART,	D.;	
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LANDIM, Cláudia Maria das Mercês Paes Ferreira. Educação a distância: 
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LITWIN,	E.	(Org).	Educação a distância: temas para debate de uma nova agenda 
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35
O TUTOR NA EADCapítulo 1
LOCH, M. Formação de professores universitários para atuar em cursos 
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Curso de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Santa Catarina, 
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LOCH, M.; LUZ, E. F. Sistema tutorial: mediação e avaliação em EAD. Palhoça: 
UnisulVirtual, 2008, v. 50. 
MEDIANO, C. M. Los sistemas de educación superior a distancia: la practica 
tutorial en la UNED. Madrid: UNED, 1988. 
MEIRIEU, Philippe. Aprender sim, mas como? Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
MOORE,	M.;	KEARSLEY,	G.	Educação a distância: uma visão integrada. São 
Paulo: Thomson, 2007.
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PALLOFF, R. M.; PRATT, K. Construindo comunidades de aprendizagem no 
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PETERS, O. A educação a distância em transição: tendências	e	desafi	os.	São	
Leopoldo: Unisinos, 2003.
PRETI, O. Educação a distância: uma prática educativa mediadora e 
mediatizada. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/6644069/Oreste-Preti-
EAD-Uma-Pratica-Educativa-Mediadora-e-Mediatizada>. Acesso em: 5 out. 2009.
SÁ, I. M. A. Educação a distância: processo contínuo de inclusão social. 
Fortaleza: C.E.C., 1998.
SIMÃO NETO, Antonio. Uma tipologia das formas de educação a distância com 
base nas mídias utilizadas e no grau de interação entre os agentes. Colabora - 
Revista Digital da CVA-RICESU, v.1, n. 4, maio 2002.
TAVARES, M. C. O tutor no Proformação. In: BIANCONCINI, M. E. de A.; 
MORAN,J. M. (Org.). Integração das tecnologias na educação. Secretaria de 
Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 2005. Disponível 
em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/livro.htm>. Acesso em: 01 maio 2009.
36
Tutoria na educação a distância
CAPÍTULO 2
o DESEnvolvimEnTo DE novaS 
CompETênCiaS para EnSinar na EaD
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
  Diferenciar as competências do professor que atua na educação presencial e 
do tutor que atua na EAD.
  Entender o tutor como um orientador e mediador da aprendizagem.
  Compreender quais são as competências e saberes do tutor para atuar na EAD.
38
Tutoria na educação a distância
39
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EADCapítulo 2
ConTEXTualização
No capítulo anterior, você conheceu os principais conceitos apresentados na 
literatura sobre o tutor e quais as suas funções na modalidade a distância. Agora 
chegou o momento de conhecer e estudar sobre as principais competências e 
saberes	necessários	para	atuar	na	EAD	para	este	profi	ssional	que,	muitas	vezes,	
é também professor do ensino presencial.
À medida que você for lendo cada uma das competências e saberes 
(apontados na literatura acadêmica) para o tutor atuar na EAD, compare cada 
uma delas com as competências dos seus professores da educação presencial. 
Perceba que muitas delas são também essenciais para o professor que atua no 
ensino presencial, mas com a EAD elas ganham ênfase.
Não é raro conversarmos com um professor no ensino presencial e este 
comentar que depois da atuação e experiência com uma ou mais turmas na EAD 
ele	acabou	modifi	cando	sua	forma	de	ensinar.	Passa	a	exigir	mais	dos	alunos,	a	
realizar com maior frequência atividades em grupo, de pesquisa, e utiliza recursos 
tecnológicos como a TV, o vídeo e a internet em suas aulas. Acreditamos que isso 
seja um ganho e um salto de qualidade para a educação em geral. 
Neste capítulo, você vai estudar e conhecer como ocorre a transição do 
professor do ensino presencial para a tutoria, quais as diferenças e características 
na atuação de cada um deles e como se complementam. Você também vai conhecer 
as principais competências e saberes necessários ao tutor para atuar na EAD.
Inicie agora os estudos deste capítulo. Não se esqueça de realizar todas 
as	atividades	e	desafi	os	propostos	ao	longo	desta	unidade,	sublinhe,	rabisque	e	
torne	este	material	o	mais	agradável	para	seus	estudos	e	refl	exões.
Preparado?	Então	vamos	lá!
DE rEpEnTE o proFESSor paSSa a SEr TuTor
Para Aretio (2002), não existe um consenso entre os autores e as instituições 
quanto à denominação do professor que vai atuar na modalidade de educação 
a distância. Ele é chamado indistintamente de tutor, assessor, facilitador, 
conselheiro, orientador, consultor, docente, mediador, professor, caracterizando 
uma relação com as funções que desempenha. As denominações que o professor 
recebe variam em função da concepção de EAD de cada instituição. No entanto, 
há instituições que não diferenciam esta denominação, passando a chamar a 
todos como professor. Entretanto, na literatura, o termo mais utilizado é o de tutor. 
40
Tutoria na educação a distância
Geralmente, quem atua na EAD como tutor é o professor do ensino 
presencial, ou seja, é o professor que possui experiência com a modalidade 
presencial.	 Cabe	 a	 ele	 o	 desafi	o	 de	 realizar	 o	 processo	 de	 ensino	 nesta	 nova	
modalidade. No entanto, partindo-se do pressuposto que a maioria dos 
professores universitários não possui formação pedagógica na área da educação, 
mas apenas em suas áreas de conhecimento, podemos concluir que boa parte 
deles não teve nenhuma formação para o uso das novas tecnologias, nem na sua 
formação inicial, nem na sua formação continuada. E sabemos que, quando esta 
temática permeava as discussões nos cursos de formação, elas foram, em sua 
maioria, descontextualizadas ou tiveram outro enfoque. (MERCADO, 1995). 
Perrenoud	 (apud	 CRUZ,	 2001,	 p.	 29)	 afi	rma	 a	 respeito	 do	 professor	
universitário:
[...] a questão da formação docente resume 3 pontos de 
vista: o de que a pedagogia não existe, já que para ensinar 
basta dominar o saber a ser transmitido; o que vale mesmo 
são as questões de talento ou personalidade; a competência 
didáticase adquire, mas a formação tem pouco peso em 
relação	à	experiência	profi	ssional,	à	aprendizagem	concerta.	
Segundo o autor, os professores pensam que o saber-fazer 
pedagógico é uma questão de dom ou de experiência e não 
acreditam que pedagogos e outros especialistas possam dar-
lhes qualquer ajuda. 
Seguindo este mesmo argumento, Vasconcelos (apud CRUZ, 2001) admite 
que ao docente universitário é permitido um amadorismo pedagógico, baseado na 
opinião, quase consensual de que, para ser bom professor, basta o conhecimento 
específi	co,	a	prática	profi	ssional	vivenciada	e	um	certo	dom	para	dar	aulas.
Para Masetto (1998), este fato é histórico, pois a universidade no Brasil foi 
criada com o objetivo de formar professores para serem competentes em uma área 
específi	ca	de	conhecimento.	Conforme	o	autor,	até	a	década	de	70,	para	ensinar	
nas universidades bastava possuir um bacharelado e ter certo dom para dar 
aula.	Foi	daí	que	surgiu	a	crença	de	que	“quem	sabe,	automaticamente	ensina”.	
Esta	 ideia	 é	 complementada	 por	 Cruz	 (2001),	 quando	 afi	rma	 que	 a	 legislação	
específi	ca	 que	 regulamenta	 o	 ensino	 superior	 não	 tem	 nenhuma	 preocupação	
com a formação pedagógica do professor para atuar no ensino superior.
Belloni	(1999,	p.	76)	afi	rma	que	a
[...]	redefi	nição	do	papel	do	professor	é	crucial	para	o	sucesso	
dos processos educacionais presenciais ou a distância. Sua 
atuação tenderá a passar do monólogo sábio da sala de aula 
para o diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, 
e-mail, telefone e outros meios de interação mediatizados; do 
41
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EADCapítulo 2
monopólio do saber à construção coletiva do conhecimento, 
através da pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos 
em equipe interdisciplinares e complexas; da autoridade a 
parceiro no processo de educação para a cidadania.
Apesar destes fatos, sabemos que é necessária e primordial a formação 
técnico-pedagógica do corpo docente que atua no ensino superior, pois, não 
podemos exigir que os professores assumam novas responsabilidades e papéis 
se	 não	 houver	 mudanças	 signifi	cativas	 em	 sua	 formação,	 tanto	 inicial	 quanto	
continuada. (ESTEVE, 1995).
Kenski	 (2003)	 diz	 que	 o	 professor	 que	 deseja	 melhorar	 suas	
competências	profi	ssionais	e	metodologias	de	ensino,	além	da	própria	
refl	exão	e	atualização	sobre	o	conteúdo	da	matéria	ensinada,	precisa	
estar em estado permanente de aprendizagem. 
Paniagua e Gómez (2008) sugerem que a utilização da informática 
na educação e o advento da EAD, especialmente no ensino universitário, 
são oportunidades importantes para transformar as formas tradicionais 
e/ou a formação convencional prevalecentes até agora. No entanto, 
para que isso ocorra, é necessário desenvolver novas competências 
tecnológicas e de ensino pelos professores. 
Os caminhos para que alcancemos a verdadeira formação 
para	os	docentes	do	ensino	 superior	 é	 ainda	um	grande	desafi	o	 a	
alcançar, já que o processo é mais lento do que se espera. Alguns 
estão prontos para a mudança, outros não. Além disso, temos que 
mudar	atitudes	governamentais,	das	organizações,	dos	profi	ssionais	
e de toda a sociedade.
DiFErEnçaS EnTrE o proFESSor E o TuTor
As diferenças entre o contexto educacional presencial e o virtual fazem com 
que o processo de transição de um meio para o outro não seja fácil para muitos 
professores. 
Feenberg	 (1987),	 por	 exemplo,	 destaca	 a	 difi	culdade	 inicial	 sentida	 por	
muitos	moderadores	 de	 conferências	 eletrônicas	 em	 transpor	 suas	 habilidades	
de liderança, desenvolvidas em contextos repletos de sinais sociais (tais como 
sorrisos e balançar de cabeça em sinal de aprovação ou franzir de testas para 
indicar surpresa ou discordância), para o ambiente de uma lista de discussão 
onde o próprio contexto de comunicação e construção de sentido precisa ser 
explicitamente apresentado e negociado. 
Os caminhos para 
que alcancemos 
a verdadeira 
formação para os 
docentes do ensino 
superior é ainda 
um grande desafi o 
a alcançar, já que 
o processo é mais 
lento do que se 
espera. Alguns 
estão prontos 
para a mudança, 
outros não. Além 
disso, temos que 
mudar atitudes 
governamentais, 
das organizações, 
dos profi ssionais 
e de toda a 
sociedade.
42
Tutoria na educação a distância
Gunawardena (1992) relata que, ao decidir adotar para sua prática 
pedagógica on-line um modelo centrado no aluno, na interação e cooperação entre 
participantes,	 encontrou	 difi	culdades	 em	 abrir	 mão	 do	 controle	 da	 sala	 de	 aula	
tradicional	e	percebeu	que	alguns	alunos	encontraram	igual	difi	culdade	em	assumir	
responsabilidade pela sua própria aprendizagem e solicitaram apoio constante. 
Otto	 Perters	 (2003)	 vem	 ao	 encontro	 destas	 refl	exões	 quando	 afi	rma	 que	
qualquer	professor	universitário	que	decide	atuar	na	EAD	encontra	difi	culdades.	
Segundo ele, todos foram socializados e estudaram em escolas e universidades 
presenciais. Para o autor, “todos adquiriram e internalizaram as estratégias e 
habilidades convencionais do ensino face a face, a saber, o ensino expositivo e a 
aprendizagem	receptiva”.	(PETERS,	2003,	p.	195).	Estes	professores	acreditam	
que estas habilidades são as mais naturais do mundo, no entanto, com a atuação 
em espaços virtuais, mais e mais professores estão cientes de que essas práticas 
requerem novas abordagens de ensino.
Para Moran (2003, p. 137): 
Muitas	formas	de	ensinar	hoje	não	se	justifi	cam	mais.	Perdemos	
tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-
nos continuamente. Tanto professores como alunos temos 
a clara sensação de que muitas aulas convencionais estão 
ultrapassadas.	 Mas	 para	 onde	 mudar?	 Como	 ensinar	 e	
aprender	em	uma	sociedade	mais	interconectada?
Libâneo (apud MUNHOZ, 2003) salienta que o novo professor precisa 
apresentar a capacidade de aprender a aprender, demonstrar habilidades tanto 
comunicativa quanto com os meios digitais e saber articular as suas aulas de 
forma a utilizar diversos materiais. Para este autor, as novas atitudes docentes 
caminhariam no sentido de: 
• Assumir o ensino como mediação. Aprendizagem ativa do aluno com a 
mediação pedagógica do professor.
• Modifi	car	a	ideia	de	uma	escola	e	de	uma	prática	pluridisciplinares,	para	uma	
escola, uma prática interdisciplinar.
• Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender.
• Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva 
crítica dos conteúdos, a se habituarem a aprender as realidades enfocadas 
nos	conteúdos	escolares	de	forma	crítico-refl	exiva.
• Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e 
desenvolver a capacidade comunicativa.
43
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EADCapítulo 2
• Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e da informação 
na sala de aula (televisão, vídeo, jogos, computador, internet, CD-ROM etc). 
• Atender a diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola 
e da sala de aula.
• Investir	 na	 atualização	 científi	ca,	 técnica	 e	 cultural,	 como	 ingredientes	 do	
processo de formação continuada.
• Integrar, no exercício da docência, a dimensão afetiva.
• Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e 
atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios.
Sabemos que cada vez mais os professores precisam adquirir e desenvolver 
novas competências para atuar na EAD e muitos autores traçam um paralelo 
indicando as diferenças entre o professor que atua no presencial e o tutor que 
atua na EAD. 
A	classifi	cação	a	seguir	foi	elaborada	pelo	colombiano	William	Mejía	Botero	
(apud BETANCOURT, 1995, p. 63-66) e apresenta alguns aspectos para tal 
diferenciação.
Quadro 3 - Diferenças entre o professor do ensino 
presencial e o professor do ensino a distância.
PROFESSOR
(Educação presencial)
TUTOR
(Educação a distância)
Pode desenvolverseu trabalho com 
base em um conhecimento bastante 
geral em torno de seus alunos e suprir, 
com sua observação direta, o que 
ignora deles.
Necessita, para efetuar seu trabalho, 
um bom conhecimento dos estudantes 
(idade,	ocupação,	nível	socioeconô-
mico, hábitos de estudo, expectativas, 
motivações para estudar etc.).
É o centro (ou ao menos costuma ser) 
do processo ensino e aprendizagem. 
Expõe durante a maior parte do tempo 
(ou todo o tempo).
Gira ao redor do aluno, que é o centro 
do processo ensino e aprendizagem.
Atende as consultas do aluno, levando-
-o a falar a maior parte do tempo.
A fonte principal de informação, impres-
sos, meios audiovisuais, laboratórios 
são um apoio para seu trabalho.
Materiais impressos e audiovisuais 
são as fontes principais de informação. 
O tutor dirige, orienta e facilita sua 
utilização.
44
Tutoria na educação a distância
O processo ensino e aprendizagem 
requer sua presença física em aula, no 
mesmo tempo e lugar em que está o 
estudante.
Coincide somente algumas vezes com 
o estudante no mesmo tempo e lugar. 
O estudante pode prescindir de sua 
presença para aprender.
Desempenha funções pouco dispersas, 
claramente ajustadas.
Realiza múltiplas funções: docente, 
administrativa, orientadora, facilitadora.
Basta	um	conhecimento	superfi	cial	da	
instituição a qual presta seus serviços.
Requer um bom conhecimento da 
instituição para poder conhecer o 
estudante e atender suas dúvidas e 
solicitações.
Tem um estilo de ensino estabelecido.
Está no processo de desenvolvimento 
um novo estilo de docente.
É responsável por todos os aspectos 
do curso que ensina (desenho, conte-
údo, organização, valorização-modelo 
e	frequência-qualifi	cações,	supervisão	
do aluno).
Tem	pouca	ou	nenhuma	infl	uência	
sobre estes aspectos (ainda que com 
sua		realimentação	pode	infl	uir	neles).	
A ênfase de seu trabalho se apóia em 
outras áreas.
Desenvolve na aula a maior parte do 
processo ensino e aprendizagem.
Atende o aluno quando este o solicita 
e só dá ajuda ao estudante quando 
necessita.
Determina o ritmo de avanço de cada 
aula e do curso em geral.
Segue o ritmo que impõe o aluno (den-
tro de certos parâmetros acadêmicos).
Mantém contato cara a cara com o alu-
no (uma ou mais vezes por semana).
Estabelece contato visual de forma 
esporádica, mas pode desenvolver 
contato frequente por escrito ou por 
telefone.
Tem liberdade para fazer digressões 
ou	introduzir	temas	novos,	pois,	fi	xa	ou	
modifi	ca	os	objetivos	de	aprendizagem.
Dirige	um	curso	defi	nido	e	desenhado	
por	outros,	com	a	fi	nalidade	de	ajudar	
a obter objetivos sobre os quais não 
exerce controle.
Assume que os estudantes sabem 
estudar e não efetua ações dirigidas a 
ensiná-los a estudar.
Assume que os estudantes necessitam 
aprender a estudar por si mesmos, 
sós, e os ajuda nisso.
Pode avaliar de acordo com sua per-
cepção como anda o grupo de alunos.
Avalia (se o compete fazer) de acor-
do com parâmetros e procedimentos 
estabelecidos.
Elabora, controla e corrige os exames.
Administra exames elaborados por 
outros (ou por ele mesmo).
45
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EADCapítulo 2
Dá realimentação imediata. Saúda informação de retorno deferida.
Procura, em muitos casos, resolver as 
difi	culdades	dos	estudantes.
Orienta, em muitas ocasiões, a como 
solucionar os problemas.
Encontra-se com alunos que, em geral, 
devem ir às aulas e aos quais deve 
pedir chamada.
Encontra-se com alunos que assistem 
voluntariamente às tutorias presenciais.
Entra em contato com um aluno que 
assiste às aulas, para ver o que é 
importante, toma anotações e logo as 
estuda.
Atende a um aluno que se supõe que 
tenha estudado e que leva consultas 
para tirar o maior proveito à interação.
Vai à sala de aula para ditar uma aula 
(mais ou menos dinâmica) que motive 
e ensine.
Vai atender consultas e orientar o aluno 
para que tire o melhor proveito nos 
materiais de estudo.
Considera-se bom se consegue su-
perar com as atividades de ensino as 
difi	culdades	dos	estudantes.
É bom se consegue ensinar aos seus 
alunos	a	superar	suas	próprias	difi	cul-
dades.
Atende em horas de trabalho normais e 
quase exclusivamente em sala de aula.
Atende também em horas diferentes 
às da jornada habitual, em lugares 
distintos (escritório, sala de aula, casa) 
e por diversos meios (por escrito, por 
telefone, por rádio).
Fonte: Botero (apud BETANCOURT, 1995, p. 63-66).
Perceba que “a diferença didática não está no uso ou não-uso das novas 
tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades. Mais ainda, na 
compreensão da lógica que permeia a movimentação entre os saberes no atual 
estágio	da	sociedade	tecnológica.”	(KENSKI,	2003,	p.	49).
Apresentamos a seguir outro quadro que também nos ajuda a entender e a 
relacionar as principais características e diferenças entre o professor e o tutor. 
Quadro 4 – Paralelo entre as funções do professor no ensino presencial e do tutor na EAD.
EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Conduzida pelo professor. Acompanhada pelo tutor.
Predomínio de exposições o tempo 
inteiro.
Atendimento ao aluno, em consultas 
individualizadas ou em grupo, em 
situações em que o tutor mais ouve do 
que fala.
Processo centrado no professor. Processo centrado no aluno.
46
Tutoria na educação a distância
Processo como fonte central de infor-
mação.
Diversifi	cadas	fontes	de	informações	
(material impresso e multimeios).
Convivência, em um mesmo ambien-
te físico, de professores e alunos, o 
tempo inteiro.
Interatividade entre aluno e tutor, sob 
outras formas, não descartada a oca-
sião	para	os	“momentos	presenciais”.
Ritmo de processo ditado pelo profes-
sor.
Ritmo determinado pelo aluno dentro 
de seus próprios parâmetros.
Contato face a face entre professor e 
aluno.
Múltiplas formas de contato, incluída a 
ocasional face a face.
Elaboração, controle e correção das 
avaliações pelo professor.
Avaliação de acordo com parâmetros 
defi	nidos,	em	comum	acordo,	pelo	tutor	
e pelo aluno.
Atendimento, pelo professor, nos 
rígidos horários de orientação e sala de 
aula.
Atendimento	pelo	tutor,	com	fl	exíveis	
horários, lugares distintos e meios 
diversos.
Fonte: Sá (1998, p. 47).
Ao estudar as diferenças entre o professor e o tutor, acreditamos que você 
tenha percebido o quanto elas são diferentes e, muitas vezes, até contrárias. Por 
isso, é importante que o professor que atuar no ensino presencial e ao mesmo 
tempo na EAD desenvolva algumas competências e características para atuar 
nesta modalidade de ensino.
Atividade de Estudos: 
Até aqui você estudou o conceito de tutor, os diferentes tipos de tutoria 
e	 as	 especifi	cidades	 da	 atuação	 do	 tutor	 na	EAD	 em	 comparação	
às competências do professor presencial. Percebeu que há muitas 
diferenças entre as funções destes dois atores tão importantes para 
a educação. Depois de esperar com ansiedade para o seu primeiro 
dia de aula como tutor de um curso de pós-graduação a distância em 
EAD, chegou o momento de você responder a primeira pergunta de 
um aluno: 
Prezado(a) tutora(o). Eu sei que a EAD tem características diferentes 
do ensino presencial. Mas o que mais me chama atenção são as 
possíveis diferenças entre o professor e o tutor. Gostaria que você 
explicasse quais são as principais diferenças e quais as mais difíceis 
para o tutor desenvolver. Fico aguardando e obrigada. 
47
O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS COMPETÊNCIAS 
PARA ENSINAR NA EADCapítulo 2
Utilize o quadro a seguir para responder ao aluno.
PROFESSOR
(Educação presencial)
TUTOR
(Educação a distância)
CompETênCiaS E SabErES nECESSárioS para 
aTuar na EaD: aS mÚlTiplaS FunçõES Do TuTor 
As transformações acarretadas pela rápida obsolescência do 
conhecimento fazem com que as pessoas busquem uma formação 
permanente, uma atualização constante. A EAD pode ser uma saída 
para muitos daqueles que não podem se deslocar do local de trabalho, 
por	exemplo,	para	ir	até	uma	instituição	com	“paredes”.
De acordo

Outros materiais