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O PONTO DE MUTAÇÃO - resenha

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RESENHA DO FILME:
O PONTO DE MUTAÇÃO
RIODE JANEIRO
08 de outubro 2011
O PONTO DE MUTAÇÃO - RESENHA
	UM FILME PARA OS INQUIETOOS E QUESTIONADORES. Para aqueles que sentem incômodos com a realidade cultural e que buscam um eco para suas perplexidades. Para aqueles que não assumem uma atitude exclusivamente passiva e par aos que tem, em qualquer que seja a medida, uma preocupação com o futuro do homem em face da crise de valores que atravessa a nossa cultura.
	No filme ponto de mutação é feito um diálogo baseado que trata de uma análise sobre a história humana e uma síntese que essa análise causa no mundo atual. Ocorre no filme o diálogo desde o início até o fim entre uma Cientista formada em Física moderna, um poeta e um político onde o cenário é um castelo no litoral noroeste, na fronteira com a Normandia e a Bretanha. Mostra no decorrer da trama o ponto de vista de cada um, tratando da concordância e da discordância entre eles, cujo grande tema é as forças sociais, políticas, econômicas e suas tendências e que sugere que todo ponto de mutação consiste na passagem do velho para o novo, no renovar o já envelhecido.
	O Ponto de Mutação investiga as implicações e impactos do que tomava a forma de uma mudança de paradigmas, com seu ponto de partida na observação de que os principais problemas visíveis do século XX - ameaça nuclear, destruição do meio ambiente, desigualdades e exploração gritante entre Norte e Sul, preconceitos políticos e raciais, etc. - são todos sintomas ou aspectos diversos do que, no fundo, não passa de uma única crise fundamental, que é uma crise de percepção, uma percepção distorcida baseada no individualismo e na separatividade entre pessoas, coisas e eventos. Esta crise é promovida quando, pela educação, cultura e ideologia dominantes, nós e nossas instituições adotamos conceitos e introjetamos valores que, apesar de sentidos como obsoletos, servem para justificar e racionalizar sentimentos menos nobres como a avareza, por exemplo.
	Faz-se uma viagem ao passado do conhecimento humano dentro desses três pontos de vista. Mostrando a conseqüência da evolução história e científica. Trata da destruição do meio ambiente. Fala da perseguição e torturas na idade média, da caça as bruxas. Fala-se do conhecimento atual sobre física quântica, no qual existem tendências abstratas no conhecimento cientifico no que diz respeito ao conceito de matéria. Um elétron é ao mesmo tempo partícula e onda. Um átomo é milhares de vezes maiores que seu núcleo. O que implica que a matéria é constituída em sua maioria de espaço vazio. Entre o conhecimento de que uma partícula subatômica tem apenas uma tendência a existir, pois não se pode determinar onde e quando essa partícula esta, apenas pode se disser onde tem chances de estar. Em determinado momento. Isso torna a matéria uma probabilidade e não algo realmente solida como era vista no passado. As implicações políticas tratam da degradação do meio ambiente, da fome e do sistema capitalista. Vindo de uma analise histórica da política e outras ciências sociais. O filme trata de uma grande síntese atual do conhecimento humano em diversos ramos do conhecimento. Dando-nos uma perspectiva privilegiada da história, qual em sua maioria é baseada em fatos nem sempre verdadeiros, mas sim impostos por uma determinada classe dominante.
	O filme propõe que é mais correto se falar em eventos e inter-relações como a descrição da realidade do que dizer que determinadas partes atuam de tal ou tal forma para definir o todo. Esta é exatamente a mesma idéia da Ecologia: somos frutos em interação do ambiente natural, e não independentes dele. Os que fazemos contra a natureza fazem de modo brutal e estúpido, a nós mesmos.
	No final, o que o filme deixa bem claro é o seguinte: A sobrevivência humana, que é ameaçada por várias ações igualmente humanas advindas de uma visão de mundo mecanicista e fragmentada, só será possível se formos capazes de mudar radicalmente os métodos e os valores subjacentes à nossa cultura individualista e materialista atual e à nossa tecnologia de exploração do meio ambiente. Esta mudança deverá, logicamente, refletir-se em atitudes mais orgânicas, holísticas e fraternas entre os seres humanos e entre estes e a natureza, em todos os seus aspectos.

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