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A Abolição da Escravatura

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A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA 
 
 
A abolição da escravatura aconteceu em 13 de maio de 1888 e foi resultado de 
intensa mobilização pelo decreto da Lei Áurea, que pôs fim à escravidão no Brasil. A 
abolição da escravatura foi um dos acontecimentos mais marcantes da história do 
Brasil e determinou o fim da escravização dos negros no Brasil. A abolição do trabalho 
escravo ocorreu por meio da Lei Áurea, aprovada no dia 13 de maio de 1888 com a 
assinatura da regente do Brasil, a princesa Isabel. A abolição da escravatura foi a 
conclusão de uma campanha popular que pressionou o Império para que a instituição 
da escravidão fosse abolida de nosso país. 
 
 
 Princesa Isabel 
CONTEXTO HISTÓRICO 
A abolição do trabalho escravo foi um assunto debatido em nosso país ao longo 
de todo o século XIX. Esse assunto já era discutido por algumas personalidades nos 
primeiros anos de nossa independência, como José Bonifácio, e se arrastou ao longo 
de todo o período monárquico. Mas o primeiro assunto que tomou real importância no 
cenário político de nosso país foi a proibição do tráfico negreiro. O tráfico existia no 
Brasil desde meados do século XVI, porém, no século XIX, os ingleses começaram a 
pressionar, primeiramente, Portugal e, em seguida, o Brasil para que o tráfico negreiro 
fosse proibido aqui. A pressão inglesa fez o Brasil assumir compromissos com a 
proibição do tráfico negreiro, na década de 1820. 
 Esse compromisso resultou na Lei Feijó, de 1831, mas, mesmo assim, o tráfico 
negreiro continuou, desembarcando milhares de africanos todos os anos no Brasil. 
Em 1845, a Inglaterra, enfurecida com a postura permissiva do Brasil com o tráfico, 
decretou o Bill Aberdeen, lei que permitia às embarcações britânicas invadirem nossas 
águas territoriais para apreender os navios negreiros. O risco de uma guerra entre 
Brasil e Inglaterra por conta do Bill Aberdeen fez com que fosse aprovada uma lei, em 
1850, conhecida como Lei Eusébio de Queirós. 
 Essa lei decretava a proibição definitiva sobre o tráfico negreiro no Brasil, mas 
permitia que os africanos que chegaram após a lei de 1831 continuassem como 
escravos. Com essa lei, a repressão ao tráfico negreiro foi efetiva e, de 1851 até 1856, 
“somente” 6900 africanos chegaram ao Brasil. Com a proibição do tráfico, foi iniciado 
um processo de transição, pois, uma vez que a fonte que renovava os números de 
escravos no Brasil tinha acabado, era natural que com o tempo a escravidão no país 
fosse abolida, já que não havia a renovação natural da população de escravos no 
país. A intenção dos escravocratas era tornar essa transição a mais longa possível.
 Na década de 1860, a pressão sobre o Império pelo fim da escravidão era 
enorme, porque a Rússia havia acabado com a servidão em seu território e os Estados 
Unidos havia abolido a escravidão depois da Guerra Civil. Isso tornava o Brasil, Porto 
Rico e Cuba os últimos locais escravocratas do continente americano. Nesse 
contexto, o movimento abolicionista começou a se estruturar, mas, politicamente, a 
pauta não avançava por conta da Guerra do Paraguai. Com o fim do conflito, em 1870, 
os movimentos abolicionistas ganharam força e o debate pelo fim da escravidão além 
de tornar-se pauta importante na política, também tornou-se um debate relevante na 
sociedade brasileira. 
MOVIMENTO ABOLICIONISTA 
A abolição da escravatura no Brasil não foi resultado da benevolência do 
Império, como muitos acreditam. Essa conquista foi resultado do engajamento popular 
contra essa instituição, e a pressão popular sobre o Império foi o fator que fez com 
que a escravidão fosse abolida em 13 de maio de 1888. Conforme o movimento 
abolicionista ganhava força, os grupos escravocratas articulavam-se politicamente 
para barrar o avanço do abolicionismo. O debate no campo político encaminhou a 
aprovação de uma lei, em 1871, conhecida como Lei do Ventre Livre. 
 Essa lei declarava que todo nascido de escrava, a partir de 1871, seria 
declarado livre, mas desde que prestasse um tempo de serviço, sendo libertado com 
oito anos (com indenização) ou com vinte e um anos (sem indenização). Essa lei foi 
decretada para atender uma série de interesses dos donos de escravos, mas foi 
utilizada frequentemente por advogados e rábulas (advogado sem formação 
acadêmica) abolicionistas na defesa dos escravizados. 
 Essa atuação na lei foi uma das formas de resistência popular contra a 
instituição da escravidão em nosso país. Outra lei criada pelos escravocratas para 
atender seus interesses de transição gradual foi a Lei dos Sexagenários, de 1885. A 
mobilização abolicionista, por sua vez, não ficou reclusa a isso. Entre 1868 e 1871, 
surgiram 25 associações que defendiam a abolição em diferentes províncias do 
Brasil|2|. Um dos nomes que já estava envolvido com essas associações foi Luís 
Gama, advogado negro que atuou arduamente na defesa da abolição. 
 O crescimento da causa abolicionista aconteceu a partir da década de 1870, 
mas, na década de 1880, esse foi o assunto mais debatido do país. O crescimento do 
abolicionismo é expresso no dado que aponta que, entre 1878 e 1885, surgiram 227 
associações abolicionistas no país. Essa quantidade de associações contribuiu para 
espalhar a causa publicamente e fez com que as classes populares do país 
começassem a defender o abolicionismo. 
 Entre essas associações, a maior e mais importante delas foi a Confederação 
Abolicionista, associação criada por André Rebouças e José do Patrocínio. A 
historiadora Ângela Alonso alega que a Confederação Abolicionista “coordenou a 
propaganda em escala nacional, agrupando associações e desencadeando a 
campanha de libertação”. A resistência contra a escravidão também ocorreu nas vias 
“ilegais” (pela legislação da época) e era comum que pessoas abrigassem escravos 
fugidos e que essas associações abolicionistas organizassem movimentos que 
roubavam escravos de seus donos e os levavam para o Ceará (local onde a abolição 
aconteceu em 1884). 
 Esses grupos abolicionistas criavam rotas de fuga para os escravos, 
divulgavam panfletos, publicavam textos em defesa da causa em jornais, organizavam 
conferências e eventos públicos, forjavam papeis de alforria etc. Grupos 
intelectualizados, como escritores, advogados e jornalistas aderiram à causa, mas 
também grupos populares, como associações de trabalhadores. A movimentação 
contra a escravidão não aconteceu apenas pela população livre do Brasil, mas contou 
com o envolvimento fundamental dos escravos. Segundo o historiador João José 
Reis, a ação dos escravos foi fundamental, pois impôs os limites aos senhores de 
escravos e contribuiu abertamente para a abolição da escravatura em 1888. 
 Durante todo o século XVIII, mas, principalmente a partir da década de 1870, 
os escravos organizaram-se e rebelaram-se contra a escravidão. Entre as formas de 
resistência estão as fugas que poderiam ser individuais ou coletivas, as revoltas que 
exigiam melhorias no seu trato e havia revoltas que resultavam na morte dos senhores 
de escravos. Os escravos que fugiam abrigavam-se em quilombos que, na segunda 
metade do século XIX, se espalharam pelo país, sobretudo em regiões como Santos 
e o Rio de Janeiro. Em um desses quilombos – o Quilombo do Leblon – surgiu o 
símbolo do movimento abolicionista na década de 1870 e 1880: a camélia branca. 
 A camélia branca era uma flor cultivada pelos quilombolas do Quilombo do 
Leblon e tornou-se um símbolo do abolicionismo no Brasil. A camélia branca era uma 
flor cultivada pelos quilombolas do Quilombo do Leblon e tornou-se um símbolo do 
abolicionismo no Brasil. Nesse quilombo, os escravos cultivavam camélias brancas 
para vender e, com o tempo, essa flor tornou-se símbolo da causa. Isso foi resultado 
da propaganda abolicionista e, segundo as historiadoras Lilia Schwarcze Heloísa 
Starling afirmaram, “portar uma camélia na botoeira do paletó ou cultivá-la no jardim 
de casa era gesto político”|. Esse gesto demonstrava que a pessoa apoiava a causa 
abolicionista. 
DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA 
A Lei Áurea foi aprovada depois que a princesa Isabel assinou a lei, em 13 de 
maio de 1888. A adesão de diferentes grupos ao abolicionismo fez com que a causa 
ganhasse força em nível nacional. Essa ação, como percebemos, mobilizou os 
próprios escravos, contou com a adesão de diferentes grupos da sociedade e tomou 
espaço no debate político. Em 1887, a situação era insustentável: as revoltas de 
escravos espalhavam-se pelo país e as autoridades não conseguiam mais controlá-
las. 
 Os abolicionistas chegaram até a convocar a população às armas para 
defender a causa abolicionista, e, no começo de 1888, parte dos grupos políticos que 
defendiam a escravidão acabaram aderindo à causa abolicionista. O projeto pela 
abolição foi proposto pelo político do Partido Conservador João Alfredo, e, após ser 
aprovada pelo Senado, foi levada para que a regente do Brasil, a princesa Isabel 
assinasse a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. 
 Com a aprovação da Lei Áurea, a festa do povo espalhou-se pelas ruas do Rio 
de Janeiro e foi estendida por dias. As festas populares não aconteceram somente no 
Rio de Janeiro, mas espalharam-se pelo país e ocorreram em locais como Recife e 
Rio de Janeiro e em zonas rurais do país. A abolição da escravidão foi um tema que 
atravessou o debate político no Brasil, durante o século XIX. Em 1850, em decorrência 
da pressão dos ingleses, foi aprovada, no Brasil, a Lei Eusébio de Queirós, lei que 
proibia o tráfico negreiro. Grandes nomes do abolicionismo brasileiro foram Luís 
Gama, André Rebouças e José do Patrocínio. A Confederação Abolicionista foi a 
maior associação abolicionista do país e organizou ações pela causa no Brasil.
 Algumas leis abolicionistas aprovadas durante o percurso foram a Lei do Ventre 
Livre e Lei dos Sexagenários. Os movimentos abolicionistas organizavam-se de 
diversas formas, como divulgando panfletos, organizando conferências etc. Os 
escravos também resistiram, organizando fugas, revoltando-se contra seus senhores 
etc. A abolição aconteceu em 13 de maio de 1888, quando a Lei Áurea foi assinada 
pela princesa Isabel. 
 
O BEMBÉ (COMEMORA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA) 
O Bembé do Mercado teve início em 1889, um ano após a abolição da 
escravatura. A celebração é realizada todo dia 13 de maio. Com base na religiosidade 
popular de matriz africana, a festa é reforçada pelos praticantes como um culto às 
divindades das Águas representadas por Iemanjá e Oxum, sendo também momento 
de agradecer a proteção individual e coletiva. Além de Patrimônio Cultural do Brasil, 
conquistada nesta quinta, a celebração também é Patrimônio Imaterial da Bahia desde 
2012, após decisão do governo do estado. 
 
 Festa do Bembé em Santo Amaro – BA 
BEMBÉ DO MERCADO DE SANTO AMARO 
Existem diversas teorias sobre o uso do nome Bembé, quase todas assentadas 
nos processos da diáspora africana. Entretanto, a pesquisa realizada pela 
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Iphan com os praticantes 
mais antigos indica que o nome deriva de Candomblé́. O Bembé é como um balaio de 
história, cultura, arte e ação política que acolhe o melhor das expressões do 
Recôncavo Baiano. A capacidade inventiva e transformadora desta festa permitiu que 
ela sobrevivesse neste espaço por mais de um século, sendo um marco contra o 
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/09/festa-bembe-do-mercado-e-registrado-como-patrimonio-imaterial-da-bahia.html
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/09/festa-bembe-do-mercado-e-registrado-como-patrimonio-imaterial-da-bahia.html
passado escravagista. Por isso, sua relevância para a memória, a história e a cultura 
nacional. 
 A celebração compreende uma multiplicidade de sentidos, a ser entendida e 
vivida de várias maneiras, sendo capaz de se integrar às histórias de vida de seus 
agentes entre si, na cidade e para fora dela, e por isso considerada uma celebração 
única. É fonte de sabedoria, de ciência, de memória, de diplomacia, de zelo e, mais 
do que tudo, é uma possibilidade única – como a festa – de formação de identidade. 
 
REFERÊNCIAS 
ALENCASTRO, Felipe. África, números do tráfico atlântico. In.: SCHWARCZ, Lilia 
Moritz e GOMES, Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2018, p. 57. 
ALONSO, Angela. Processos políticos da abolição. In.: SCHWARCZ, Lilia Moritz e 
GOMES, Flávio (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2018, p. 359. 
REIS, João José. “Nos achamos em campo a tratar da liberdade”: a resistência 
negra no Brasil oitocentista. In.: MOTA, Carlos Guilherme (org.). Viagem Incompleta: 
a experiência brasileira. São Paulo: Editora Senac, 1999, p. 262. 
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São 
Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 309

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