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Assistência ao Trabalho de Parto - Habilidades Clínicas UC10/P4

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1 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
PRÉ-NATAL 
A realização do pré-natal representa papel fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como 
fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. 6 consultas são necessárias – MS. 
DEVERÃO SER FORNECIDOS PELO SERVIÇO DE SAÚDE 
• Cartão da gestante com a identificação preenchida e orientação sobre ele; 
• Calendário de vacina e suas orientações; 
• Solicitação de exames de rotina; 
• Orientações sobre a sua participação nas atividades educativas – reuniões em grupo e visitas domiciliares; 
• Agendamento de consulta médica para pesquisa de fatores de risco. 
PRINCIPAIS OBJETIVOS 
• Preparar a mulher para a maternidade, trazendo informações educativas sobre o parto e o cuidado da criança (puericultura); 
• Fornecer orientações essenciais sobre hábitos de vida e higiene pré-natal; 
• Orientar sobre a manutenção do estado nutricional apropriado; 
• Orientar sobre o uso de medicações que possam afetar o feto ou o parto ou medidas que possam prejudicar o feto; 
• Tratar das manifestações físicas próprias da gravidez e doenças existentes, interfiram no bom andamento da gravidez; 
• Fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças próprias da gestação ou que sejam intercorrências previsíveis 
dela; Orientar psicologicamente a gestante para o enfrentamento da maternidade; 
• Nas consultas médicas, o profissional deverá orientar a paciente com relação à dieta, higiene, sono, hábito intestinal, exercícios, 
vestuário, recreação, sexualidade, hábitos de fumo, álcool, drogas e outras eventuais orientações que se façam necessárias. 
CALENDÁRIO DE IMUNIZAÇÃO DURANTE A GESTAÇÃO 
Vacinas Esquemas e recomendações 
Recomendadas 
Tríplice bacteriana acelular 
do tipo adulto (difteria, 
tétano e coqueluche) – 
dTpa 
 
Duplo adulto (difteria e 
tétano) - dT 
Histórico vacinal Conduta na gestação 
Previamente vacinada, com pelo menos três doses 
de vacina contendo o componente tetânico. 
Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o 
mais precocemente possível. 
Em gestantes com vacinação incompleta tendo 
recebido uma dose de vacina contendo o 
componente tetânico. 
Uma dose de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa 
deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação, o 
mais precocemente possível. Respeitar intervalo mínimo 
de um mês entre elas. 
Em gestantes com vacinação incompleta tendo 
recebido duas doses de vacina contendo o 
componente tetânico. 
Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação, o 
mais precocemente possível. 
Em gestantes não vacinadas e/ou histórico vacinal 
desconhecido. 
Duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa 
deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. 
Respeitar intervalo mínimo de um mês entre elas. 
Hepatite B Três doses, no esquema 0 - 1 - 6 meses. 
Influenza Dose única anual. 
Contraindicadas 
Tríplice viral (sarampo, 
caxumba e rubéola) 
Não vacinar na gestação. Pode ser aplicada no puerpério e durante amamentação. 
HPV Não vacinar na gestação. Se a mulher tiver iniciado esquema antes da gestação, suspendê-lo até o puerpério. 
Varicela Não vacinar na gestação. Pode ser aplicada no puerpério e durante amamentação. 
Dengue Não vacinar na gestação. É contraindicada em mulheres soronegativas; que estejam amamentando e 
imunodeprimidas. 
Febre amarela 
Assistência ao Trabalho de Parto 
 
2 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
PRINCIPAIS EXAMES DO PRÉ-NATAL 
• Hemograma: sempre é pedido na primeira consulta da gestação, podendo ser repetido no segundo ou no terceiro trimestre de 
acordo com a conduta do obstetra. 
• Glicemia: Normalmente a glicemia é pedida junto com a primeira bateria de exames e a curva glicêmica é pedida no quinto mês. 
• Sistema ABO e fator Rh: O exame é pedido na primeira consulta pré-natal e não há necessidade de ser repetido. 
• Sorologia para HIV e VDRL: Sempre no início do pré-natal, para que, em caso positivo, o tratamento preventivo comece logo. 
• Reação para toxoplasmose e rubéola: Ele sempre é feito no início do pré-natal e depois repetido no terceiro trimestre. 
• Sorologias para hepatite B e C e para citomegalovírus: Ele é feito no primeiro trimestre e repetido no terceiro trimestre, ou mais 
vezes de acordo com o histórico da paciente. 
• Urina: É pedido na primeira consulta pré-natal e normalmente é repetido nos outros trimestres. 
• Fezes: É feito apenas no início do pré-natal. 
• Ultrassonografia: 
 Logo no começo do pré-natal é importante um ultrassom que avalie onde está ocorrendo essa gestação, se ela realmente 
está dentro do útero, qual a idade gestacional do feto, para que possa se calcular o desenvolvimento, e se há mais de um 
bebê. 
 Entre as semanas 11 e 14 é feito um ultrassom morfológico, que avalia como está o desenvolvimento da criança e se a 
formação está bem, como o desenvolvimento dos membros, coração, sistema nervoso, entre outros. 
 Entre as semanas 20 e 24 é preciso avaliar a morfologia do bebê novamente, verificando rins, coração, pulmões, sistema 
nervoso e outros órgãos, além dos membros, ver se tudo se desenvolveu da forma correta ou se há malformação. 
 Por volta da 32ª semana um ultrassom é feito para conferir se está tudo certo para o parto, se o bebê está na posição 
correta, por exemplo, e se ele cresceu nem nesse período. 
PERÍODOS DO PARTO 
PRÓDROMOS (PERÍODO PREMUNITÓRIO – PRÉ-PARTO) 
• Pode começar alguns dias ou até semanas antes do trabalho de parto (por isso muitas vezes é chamada de “falso trabalho de 
parto”. 
• Caracterizado principalmente pela descida do fundo uterino (2 a 4cm) → condicionando maior amplitude à ventilação pulmonar. 
• Há grande quantidade de secreções das glândulas cervicais, com eliminação de muco (até mesclado de sangue) → encurta-se 
a porção vaginal do colo → inicia-se a percepção, por vezes dolorosa, das metrossístoles intermitentes do útero e contrações 
que se intensificam → deflagração do parto (dolores praeparentes – dores preparatórias). 
• O falso trabalho de parto e as contrações dolorosas do pré-parto são quadros clínicos frequentes do final da gravidez. 
Apresentam em comum as metrossístoles, de ritmo irregular e sem coordenação, que, pelo fato de não produzirem modificações 
do colo, são um diferencial no diagnóstico do verdadeiro trabalho de parto. Contrações de Braxton Hicks – não significa TP. 
Servem para “treinar”. 
• “Fase latente” = o final do pré-parto e o início do trabalho, quando as contrações uterinas, embora rítmicas, não determinam 
ainda a dilatação progressiva do colo. Não pode ser maior que 8h. 
DIAGNÓSTICO DE TRABALHO DE PARTO 
• Contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo 2 em 10 min), que 
se estendem a todo o útero e têm duração de 50 a 60s. Doze 
contrações por hora (2/10min) é sinal importante de trabalho 
de parto verdadeiro ou iminente. 
• Colo uterino com apagamento superior a 50% (multíparas), 
centralizando e com 3 a 4cm de dilatação. 
• Rompimento da bolsa amniótica. 
• Perda do tampão mucoso, denunciando apagamento do colo. 
• Caracteriza a “fase ativa” – após 3cm de dilatação. 
 
3 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
PERÍODOS CLÍNICOS DO TRABALHO DE PARTO 
Os períodos clínicos do parto descrevem as alterações maternas que acontecem nesse período de trabalho de parto. 
 
 
 
A. Apagamento do colo em primíparas 
nas proximidades do parto (1 a 4) e 
apagamento e dilatação do colo em 
multíparas em pleno trabalho de parto (5 
a 8). B. Apagamento e dilatação do colo 
em multíparas durante o trabalho de 
parto. 
 
FASE DE DILATAÇÃO (OU 1º PERÍODO) 
• Inicia-se com contrações uterinas dolorosas (que começam a modificar ativamente a cérvice) e 
termina quando a sua ampliação está completa (10cm). 
• Dolores praesagiantes(dores do presságio ou sinalização) → quando o trabalho de parto 
desencadeado é extremamente visível. 
• Abre-se o diafragma cervicossegmentário e o canal do parto se forma. 
• Fenômenos: apagamento do colo e dilatação da cérvice. 
• A amniotomia ocorre no final da dilatação ou no início da expulsão em 80% dos casos. 
 
FASE DE EXPULSÃO (OU 2º PERÍODO) 
• Inicia-se quando a dilatação está completa e se 
encerra com a saída do feto. 
• As contrações uterinas atingem frequência e 
intensidade máxima. Adquirem até 5 contrações a 
cada 10min de 60 a 70s cada. 
• A duração máxima desse período deve ser de 
15min, pelo risco de sofrimento fetal devido a 
compressão do cordão umbilical durante o trajeto. 
• Por efeito das metrossístoles, o feto é propelido 
através do canal de parto. 
• Ao comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, 
o polo inferior do feto provoca, por via reflexa, o 
aparecimento das contrações voluntárias da prensa 
abdominal → originando a “vontade de espremer” , 
desejo de defecar. 
• 6 fases → acomodação, insinuação, rotação 
interna do 1º segmento, desprendimento do 1º 
segmento, rotação externa do 1º segmento, rotação 
externa do 2º segmento e desprendimento do 2º 
segmento. 
• Para maior eficiência, é necessário: sístole 
involuntária do útero e contração voluntária da 
prensa abdominal. 
• Em seguida, o útero se retrai, ficando o seu fundo 
na cicatriz umbilical. 
• Após o parto, acontece a fase de repouso clínico, as 
contrações uterinas persistem porém indolores. 
• Ocorrências: laceração do trajeto. 
 
4 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Duração normal do trabalho de parto 
• Primíparas: 
 Fase latente dura em média 20h. 
 O parto (fase ativa) tem período de dilatação completo 
em torno de 12h. 
 Período de expulsão: 50 min. 
• Multíparas: 
 Fase latente dura 14h. 
 Período de dilatação completo em 7h. 
 Período de expulsão: 20 min. 
PERÍODO DE DEQUITAÇÃO PLACENTÁRIA (3º período) 
• Consiste no descolamento, descida e expulsão da 
placenta. 
 Descolamento: contração/retração. Mecanismos de 
Baudelocque Schultze e Baudelocque Ducan 
 Descida: contração e força da gravidade. 
 Expulsão: “puxos vaginais” 
• Inicia-se após a expulsão do feto e termina após a 
expulsão da placenta e membranas ovulares pela vagina. 
• Dura de 5 a 30 min. 
• Perda sanguínea → 300 a 500ml 
• As contrações agora são indolores, de baixa intensidade 
e baixa frequência. 
• Ocorrências: acretização placentária, retenção de 
fragmentos placentários, retenção placentária, inversão 
uterina aguda. 
PERÍODO DE GREENBERG (4º período) 
• Corresponde a primeira hora após a dequitação. 
• Necessita de assistência, pois é a fase de homeostasia 
no pós-parto: 
 Miotamponamento uterino: constitui a primeira linha 
de defesa contra hemorragia; ligaduras dos vasos 
uterinos por retração das fibras musculares 
(ligaduras vivas de Pinard – vasos colabam para 
diminuir o sangramento e o útero faz uma contração 
– globo de segurança de pinard); 
 Trombotamponamento uterino: formação de trombos 
nos grandes vasos uteroplacentários, constituindo 
um hematomas que recobre a ferida placentária. 
 Indiferença miouterina: contração e relaxamento. 
 Tetania: contrações uterinas fixas. 
• Fase de extrema importância devido ao risco de 
hemorragias em caso de negligência. 
• Revisão da placenta e membranas ovulares: 
 Integridade, forma e aspecto da placenta; 
 Inserção do cordão umbilical; 
 Presença do âmnio e cório; 
 Odor. 
• BAUDELOCQUE SCHULTZE: sai a parte fetal da placenta, 
sangramento posterior e inserção fúndica (75%). 
• BAUDELOCQUE DUCAN: sai a parte materna da placenta, 
inserção lateral e sangramento concomitante (25%). 
• ACRETISMO PLACENTÁRIA: caracteriza-se pela 
infiltração do tecido placentário dentro da camada do 
útero. Tipicamente pós parto é comum que ocorra o 
descolamento natural e espontâneo da placenta que 
estava previamente anexada ao corpo do útero, porém, 
nos quadros de acretismo placentário, parte da placenta 
permanece inserida no útero, promovendo um risco 
aumentado de sangramento e choque hipovolêmico. 
Quanto maior for a invasão da placenta no organismo da 
gestante, mais grave é considerado o acretismo. 
 Placenta acreta = quando a placenta apenas se adere 
ao miométrio, não promovendo invasão; 
 Placenta increta = quando a invasão placentária 
acomete a parede muscular (intermediária) do útero, 
denominada miométrio; 
 Placenta percreta = quando a invasão placentária 
ultrapassa o miométrio e acomete a parede mais 
externa do útero, podendo invadir até mesmo órgãos 
vizinhos ao útero, como bexiga e intestino. 
• RETENÇÃO PLACENTÁRIA: considera-se a placenta retida 
quando sua expulsão não ocorre em até 30 minutos após 
o nascimento, apesar do manejo ativo do 3º período 
(extração manual da placenta, massagem uterina, 
administração de drogas uterotônicas e ocitocina). 
 
 
5 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
TERMINOLOGIA DOS PARTOS 
• Parto normal: transcorre espontaneamente pela via vaginal; 
• Parto operatório: exige intervenção, vaginal ou abdominal; 
• Parto eutócico: evolui em condições de normalidade; 
• Parto distócico: qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas alterações em um dos três fatores 
fundamentais que participam do parto: força motriz, o objetivo e o trajeto; 
• Parto induzido: provocado antes de sua manifestação espontânea; 
• Parto dirigido: evolui com medidas terapêuticas corretoras de sua evolução. Também considerado parto induzido. 
ASSISTÊNCIA AO PERÍODO EXPULSIVO 
• Encaminhar a paciente para a ala de parto (primípara: dilatação total e bolsa rota; multípara: dilatação e 8cm de bolsa íntegra). 
• Posição de parir: horizontal, pernas fletidas sore a coxa e estas sobre o abdome e abdução dos joelhos, proclive de 45º na mesa) 
e vertical (cócoras). 
• É necessário a ausculta do bebê ates, durante e depois das contrações porque pode indicar se há sofrimento fetal agudo. 
 Bradicardia antes da contração: sinal de alerta para sofrimento fetal agudo; 
 Bradicardia durante a contração: bradicardia fisiológica; 
 Bradicardia após a contração: sinal de sofrimento fetal agudo. 
 EX: 140bpm antes, 120bpm durante e 140bpm depois = OK. 
 EX: 140bpm antes,120bpm durante, 110bpm depois = sinal de alerta. 
• SINAL DO PESCADOR DE FABRE: segura no cordão umbilical e balança para verse a placenta ainda está aderida ao útero (se 
estiver, a barriga materna balança). 
• MANOBRA DE JACOB-DUBLIN: consiste em torcer suavemente a placenta expulsa, de modo que as membranas se disponham 
em fuso, facilitando seu desprendimento integral para facilitar a dequitação e como prevenção de retenção por mais de 30min 
após o parto e de restos de membranas amnióticas. 
PARTOGRAMA 
• O partograma é um documento oficial que deve ser preenchido a partir do 
momento em que a gestante entra em trabalho de parto. Faz parte do 
prontuário, 
• É a representação gráfica do trabalho de parto, que torna possível 
acompanhar a sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a 
tomada de condutas apropriadas para a correção dos desvios, evitando 
intervenções desnecessárias. 
Para a construção do Partograma, algumas observações são necessárias: 
• Cada divisória corresponde a 1 h na abscissa (eixo X) e 1 cm de dilatação cervical e de descida da apresentação na ordenada 
(eixo Y). 
• O registro gráfico deve ser iniciado quando a parturiente estiver na fase ativa do trabalho de parto (duas a três contrações 
generalizadas em 10 min, dilatação cervical mínima de 3 cm). 
• Os toques vaginais são realizados a cada 2h. A cada toque deve-se anotar a dilatação cervical, a altura da apresentação, a 
variedade de posiçãoe as condições da bolsa das águas e do líquido amniótico; quando a bolsa estiver rompida, por convenção, 
registra-se a dilatação cervical com um triângulo, e a apresentação e a respectiva variedade de posição são representadas por 
uma circunferência. 
• O padrão das contrações uterinas e dos BCF, a infusão de líquidos, medicamentos e o uso de analgesia devem ser devidamente 
registrados. 
Características do parto normal: 
• Início espontâneo; 
• Apresentação cefálica de vértice, única; 
• Gravidez a termo (37 a 42 semanas); 
• Nenhuma intervenção artificial; 
• Duração < 12h em primíparas e < 8h em 
multíparas. 
 
6 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
• A dilatação cervical inicial é marcada no ponto correspondente do gráfico, traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha 
de alerta e, em paralelo, 4 h após, registra-se a linha de ação, desde que a parturiente esteja na fase ativa de parto (no mínimo 
1 cm/h de dilatação) 
 
Curva de Friedman de evolução do parto: dilatação/tempo. Valores médios normais em primíparas. 
Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação; quando essa curva 
ultrapassa a linha de ação, trata-se do parto disfuncional. 
 
A frequência cardíaca nos da noção da vitalidade do 
bebê. Essa mensuração deve ser feita no intervalo 
das contrações, uma vez que a contração uterina 
retarda a oferta de sangue para o bebê (contrações 
vigorosas e duradouras podem causar hipoxemia). O 
normal é entre 120 e 160. 
Registar as contrações uterinas a cada 30 min. 
Para as contrações efetivas, deve-se preencher todo 
o quadrado. Se elas não forem efetivas, mas durarem 
entre 20 e 39 segundos, pinta-se apenas metade do 
quadrado, traçando uma linha na diagonal. O número 
de quadrados que pintar, representa a quantidade de 
contrações em 10 minutos. 
Identificação da paciente: nome, documento etc. 
Dilatação e altura do feto 
• Deve ser anotada em cada toque vaginal. 
• É necessário anotar a hora real e/ou hora de 
registro. 
• Triângulo → se refere à dilatação e está 
correlacionado com a escala à esquerda. 
• Círculo → representa a altura do feto (cabeça), 
respeitando os planos de De Lee ou de Hodge. 
• Ocitocina: se houve ou não o uso e a dose. 
• Bolsa: pode ser íntegra (I) ou rota (R). 
• Líquido amniótico (LA): o líquido pode ser claro 
(LC) ou meconial (LM). Lembrando que apenas 
com o rompimento da bolsa é possível avaliar o 
líquido amniótico. 
 
7 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
A presença de grumos (resultado da maturação da pele fetal – representa o vérnix caseoso) no líquido amniótico significa dizer que 
a gestação é a termo e o feto é maduro. Se o líquido está claro, prediz boa condição fisiológica, uma situação normal. Caso o líquido 
esteja esverdeado pode sugerir eventual evacuação fetal ou sinal de hipóxia fetal, que por meio de estimulação vagal, provoca 
relaxamento do esfíncter anal do bebê. 
LINHAS DE ALERTA E AÇÃO 
• Podem estar presentes ou não no Partograma, se não estiverem será de responsabilidade de quem abre o Partograma desenhá-
las. 
• Ambas estão em um ângulo de 45 graus e devem estar espaçadas em 4 quadrados. E a linha de alerta deve começar na segunda 
hora do Partograma. 
• Essas linhas servem como parâmetro para 
avaliar se as contrações estão ocorrendo em 
velocidade fisiológica ou se o parto está 
tendendo a se tornar distórcico (dificultoso). 
• LINHA DE ALERTA: o trabalho de parto deve 
acompanhar a linha, por isso, se a 
representação do parto ultrapassar essa 
linha, devemos prestar atenção 
 O alerta implica, simplesmente, a 
necessidade de uma melhor observação 
clínica. 
 A linha de alerta deve ser traçada na 
segunda hora do exame e a linha de ação 4 horas após a linha de alerta. 
• LINHA DE AÇÃO: mostra a necessidade de intervenção, mas não necessariamente cesárea. 
 Quando a curva da dilatação cervical atinge a linha de ação é que a intervenção médica se torna necessária, na tentativa 
de melhorar a evolução do trabalho de parto e corrigir possíveis distócias que possam estar se iniciando. 
 É uma linha paralela a de alerta, deve ser traçada 4 horas (4 quadrinhos) a direita da de alerta. 
REGISTRO DE DILATAÇÃO CERVICAL E DESCIDA DA APRESENTAÇÃO 
As anotações devem ser iniciadas quando a paciente entrar na fase ativa do trabalho de parto, que é caracterizada pelo menos por 
3 contrações em 10min e 3cm de dilatação. É nesse momento que a paciente deve ser internada e o médico deve iniciar as anotações 
do achado do exame físico no Partograma. 
• DILATAÇÃO: cada divisão horizontal corresponde a uma hora e 
cada vertical a 1cm de dilatação e da descida da apresentação. 
 A dilatação deve ser representada por um triângulo e a 
descida por uma circunferência, representando o polo 
cefálico com variedade de posição quando possível. 
• DESCIDA: relação da altura da cabeça fetal na apresentação e 
o tempo (sendo a espinha isquiática o ponto de referência da 
altura da cabeça, segundo Lee). 
• Eixo y do gráfico, tomando como base a distância em 
centímetros do plano 0 de Lee (espinhas isquiáticas). Tudo o que 
estiver acima das espinhas será enumerada em cm, de forma 
negativa (-1cm até -5cm). Tudo o que estiver abaixo delas será 
enumerada em centímetros positivamente (1cm a 5cm). 
Construindo assim uma curva hiperbólica. 
 
 
8 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
Plano de DeLee Plano de Hodge 
Referência 
0 
Espinha isquiática. Ou 
seja, quando a porção 
mais inferior da parte 
fetal estive a este nível. 
I 
Polo cefálico ao nível da 
borda superior do púbis 
Referência 
negativa 
Quando o ponto mais 
baixo da apresentação 
estiver 1cm acima da 
espinha, considera-se -
1cm, e assim por diante. 
Representa a progressão 
da apresentação acima 
da espinha isquiática. 
II 
Borda inferior do púbis. 
Plano paralelo ao I. 
III 
Ao nível da espinha 
isquiática. 
Referência 
positiva 
Quando polo cefálico 
estiver abaixo do plano 
zero, usaremos a mesma 
progressão trocando 
apenas o sinal para 
positivo. O plano +5 
corresponde a cabeça 
fetal sendo visualizada 
no introito vaginal. 
IV 
Ao nível da ponta do 
cóccix e confundindo-se 
com o assoalho pélvico. 
 
 
 
PARTOGRAMA COM DISTÓCIAS 
Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de 
dilatação cervical se processa à esquerda da linha de 
ação; quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-
se de parto disfuncional. 
➔ FASE LATENTE PROLONGADA: primíparas dura 
pelo menos 20h e multíparas 14h. Não entrou em trabalho de parto, não tem contrações eficazes e nem dilatação > 3cm. 
➔ FASE ATIVA PROLONGADA: 
• Na fase ativa prolongada (distocia funcional) a dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa velocidade menor que 1 
cm/hora (o normal é que ocorra de 1,2cm/h na fase ativa). 
• Características: 
 Curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, às vezes, a linha de ação → necessário conduta. 
 Essa distorcia geralmente decorre de contrações uterinas ineficazes, descoordenadas, sendo a principal causa a hipocinesia 
uterina. 
• Conduta: 
 Emprego de técnicas humanizadas de estímulo ao parto normal (estimular caminhadas; modificar a posição; colocar a 
parturiente na bola suíça; banho de chuveiro) → NA HUMANIZAÇÃO DEVE SE AGUARDAR CADA MULHER TEM UM PARTO 
DIFERENTE, NÃO SE DEVE APRESSAR A EVOLUÇÃO DO TP. 
➔ PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO: 
• Quando em 2 toques com intervalos de 2 horas não teve progressão na dilatação. Os triângulos caminham na mesma direção no 
Partograma, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação. 
Período do parto Distocias diagnosticadas 
Dilatação 
• Fase ativa prolongada 
• Parada secundária da dilatação 
• Parto precipitado 
Pélvico 
• Período pélvico prolongado 
•Parada secundária da descida 
Ao toque vaginal, com um único dedo, a espinha isquiática é sentida como 
uma estrutura pontiaguda e fina. 
 
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• A dilatação é muito lenta e não há descida simultânea do feto (não desce no canal do parto) → desproporção céfalo-pélvica 
(DCB) – pode ser relativa (posições anômalas: defletidas, transversas, posteriores) ou absoluta (tamanho do polo cefálico maior 
que a bacia – feto macrossômico ou feto normal e bacia inadequada). 
➔ PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA: 
• Caracterizada pela parada da descida fetal após cervicodilatação completa em um intervalo mínimo de 1 hora. Geralmente ocorre 
quando a velocidade de descida é menor que 1cm/h (nulíparas) ou 2cm/h (multíparas). 
• Causas: desproporção céfalo-pelvica, ausência de analgesia, esgotamento. 
• Conduta: cesárea (na DCB absoluta) ou deambulação e modificação da posição (na DCB relativa). 
➔ PARTO PRECIPITADO OU TAQUITÓCITO: 
• Diagnosticado quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num período de 4 horas ou menos. 
• Características: 
 O padrão da contratilidade uterina é de taquissistolia e hipersistolia (útero hipercinético) e pode ocorrer sofrimento fetal. 
 Lacerações do trajeto também são mais frequentes, pois não há tempo para acomodação dos tecidos pélvicos, ocorrendo 
descida e expulsão do feto de modo abrupto. 
 Orienta-se atenção à vitalidade fetal no período de dilatação cervical e revisão detalhada do canal de parto após a 
dequitação 
• Causas: 
 O parto taquitócico pode ser espontâneo em multíparas, sendo mais raro em primíparas. 
 Pode acontecer em decorrência de iatrogenia pela administração excessiva de ocitocina. Neste caso, deve-se suspender a 
infusão de ocitocina até o retorno a um padrão contratural normal. 
➔ PERÍODO PÉLVICO PROLONGADO: 
• Manifesta-se no partograma com a descida progressiva da apresentação, mas excessivamente lenta. Nota-se dilatação 
completa do colo uterino (10cm) e demora na descida e expulsão do feto. 
• Considerações: 
 Geralmente está relacionada à contratilidade uterina deficiente e sua correção é obtida pela administração de ocitocina, 
rotura artificial da bolsa das águas e, ainda, pela utilização do fórceps, desde que preenchidos os pré-requisitos para sua 
aplicação. 
 Também se recomenda a posição verticalizada para favorecer a descida da apresentação. 
• Conduta: modificar a posição da parturiente, lateralizar a parturiente (desprenderá o polo que está inserido). A posição ideal é 
de cócoras, que evita inclusive de fazer fórceps (visto que esse é prejudicial tanto para parturiente quanto para bebê). 
 
Conduta no parto espontâneo. *Falso trabalho de parto, membranas íntegras e feto estável. 
 
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Fase ativa prolongada. Parada secundária de dilatação 
Parada secundária da descida Parto taquitócito 
 
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PUERPÉRIO 
• Também conhecido como pós-parto, esse período é cronologicamente variável e de definição imprecisa. É durante esse período 
que acontecem as manifestações involutivas e de recuperação do organismo materno após a gestação. 
• É aceitável dividi-lo em: 
 Pós parto imediato: do 1º ao 10º dia. 
 Pós parto tardio: do 10º o 45º dia 
 Pós parto remoto: além do 45º dia. 
FISIOLOGIA DO PUERPÉRIO 
ÚTERO 
• O útero vai sofrer redução do tamanho e do peso: 
 No pós-parto imediato, o fundo do útero está na altura da cicatriz umbilical e pesa 0,5kg. Até o 10º dia a matriz do útero 
é abdominal, depois retorna a pelve (cerca de 15 dias), 30 dias pós parto ele volta ao que era pré-gravidez. 
 A homeostase da ferida placentária vai ser assegurada. 
COLO DO ÚTERO 
• Lobo após o parto ele fica amolecido, com as bordas distensíveis, denteadas e irregulares. 
• Após 3 dias do parto, a cérvice está anatomicamente reconstituída. 
• É comum visualizado dilacerado nas porções laterais, o que justifica o aspecto em fenda transversal que o OE exibe em 
mulheres que já pariram (por via vaginal). 
LÓQUIOS 
• Os lóquios são exsudatos e transudados misturados com restos celulares descamados (do endométrio) e sangue que foram 
originados a partir da regeneração da ferida placentária e das demais soluções de continuidade sofridas pela genitália no 
parto. Os lóquios podem ser de vários tipos. 
 Lóquio sanguíneo (lochia rubra): 3-4 dias pós-parto. Constituídos essencialmente por sangue vivo; 
 Lóquio serossanguíneo (lochia fusca): geralmente após 3-4 dias. O fluxo adquire uma coloração rosa claro ou acastanhada 
(sangue velho). 
 Lóquio seroso: após 10 dias. O fluxo fica amarelado, quase branco. 
• Quando os lóquios hemáticos persistem no pós-parto, pode ser sugestivo de hemorragias devido a retenção de restos 
placentários. 
• O odor deve ser semelhante ao da menstruação. Caso seja referido um mau odor, uma infecção pode ser sugerida. 
 
Período pélvico prolongado 
 
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VAGINA E PERÍNEO 
• A vagina fica edemaciada e o orifício vaginal dilata-se sempre que há aumento da pressão intra-abdominal. 
• Por volta do 15º dia pós-parto a vagina assume sua aparência anterior a gestação. 
• Os tecidos o períneo apresentam-se edemaciados. 
 
 
 
 
Proporções uterinas na nulípara (A) e na puérpera (B). Cérvice na nulípara (A) e na puérpera (B). 
 
Lóquio sanguíneo | Lóquio serossanguíneo | Lóquio seroso 
SISTEMA ENDÓCRINO 
• No fim da gestação, os níveis de estrogênio e progesterona estão muito elevados, assim como os de prolactina. 
• Com a saída da placenta, ocorre queda imediata dos esteroides placentários a níveis muito baixos e leve diminuição dos 
valores de PRL, que permanecem ainda bastante elevados. 
• As gonadotrofinas e os esteroides sexuais atingem seus menores valores nas primeiras 2 a 3 semanas pós-parto. Já os níveis 
de hCG retornam ao normal 2 a 4 semanas após o parto. 
• Na ausência da lactação, nas primeiras semanas pós-parto, tanto o LH como o FSH mantêm-se muito baixos, para logo 
começarem a se elevar lentamente. 
• No inicio do puerpério, estrogênio se mantém baixo e a progesterona não é detectável. 
• A recuperação das gonadotrofinas até os níveis prévios da gravidez depende da presença ou não da amamentação. A 
amamentação pode inibir a fertilidade pela ação direta do estímulo do mamilo sobre o hipotálamo por via neuroendócrina, 
elevando a PRL e inibindo o FSH e o LH. 
SISTEMA URINÁRIO 
• Algum grau de trauma vesical é comum em partos vaginais, especialmente em TP mais demorado → favorecer 
sobredistensão, esvaziamento incompleto e excessiva quantidade de urina residual. 
• Os fatores de risco para a disfunção vesical pós-parto parecem incluir a nuliparidade, o parto assistido, o parto com primeiro 
e segundo estágios prolongados, a cesariana e a anestesia de condução. 
 
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• Os ureteres e pelves renais (que se encontram dilatados na gestação) comumente retornam ao estado pré-gravídico entre 2 
a 8 semanas após o parto. 
• Devido a desidratação do trabalho de parto, a diurese é escassa. Do 2º ao 6º dia tem-se abundante excreção de modo a 
eliminar a água acumulada durante a gestação. 
• Devido ao acentuado relaxamento do diafragma urogenital, a parede anterior da vagina tende a prolabar entre os grandes 
lábios, principalmente em multíparas, esboçando-se cistocele. 
• A função renal (TFG) retorna ao normal cerca de 1 semana depois. 
SISTEMA SANGUÍNEO 
• Ao longo do parto e puerpério imediato, é comum a leucocitose acentuada (ate 30.000/mm³) e caracteriza-se por predomínio 
de granulócitos, relativa linfopenia e eosinofilia absoluta. Em geral, esses parâmetros normalizampor volta de 5 a 6 dias pós-
parto. A leucocitose reduz após 48 horas, a ausência de desvio à esquerda e febre: isso diferencia de uma infecção. (É normal 
hipertermia nas primeiras 48h). 
• Em relação à serie vermelha, durante os primeiros dias após o parto, os níveis de hemoglobina (Hb de 10g/dl) costumam 
flutuar moderadamente. Uma queda acentuada de seus valores costuma estar relacionada a perdas sanguíneas excessivas, 
e, por volta de 6 semanas pós-parto, a hemoglobina encontra-se em níveis pré-gravídicos. 
• As alterações induzidas pela gravidez nos fatores de coagulação sanguíneos persistem por períodos variados do puerpério, 
mantendo, então, o estado de relativa hipercoagulabilidade. Por exemplo, os elevados níveis de fibrinogênio plasmático 
persistem ao menos na 1ª semana pós-parto, enquanto a velocidade de hemossedimentação pode vir a se regularizar apenas 
entre a 5ª e a 7ª semana puerperal. Qual o intuito desse aumento? Para evitar hemorragias. 
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
• A partir do 2º dia, inicia-se o processo de eliminação da hipovolemia característica da gestação (decorrente da diurese 
escassa, resultante da desidratação relacionada ao trabalho de parto), fenômeno geralmente completo por volta do 6º dia 
pós-parto. 
• As alterações na função cardíaca e vascular observadas após o parto acompanham o padrão detectado em relação à 
redistribuição hídrica. 
• A frequência e o débito cardíacos mantêm-se elevados por 24 a 48h após o parto e retornam aos valores pré-gravídicos por 
volta do 10º dia puerperal. 
• A resistência vascular periférica permanece reduzida ao longo das primeiras 48h pós-natais e, então, progressivamente 
retorna aos níveis prévios à gestação. A saída da placenta é o que interfere nisso. 
• A pressão venosa dos membros inferiores , elevada durante a gravidez, normaliza-se imediatamente. As varizes, se presentes, 
tornam-se murchas, e os edemas desaparecem. 
SISTEMA DIGESTIVO 
• Com o esvaziamento uterino, as vísceras abdominais retornam, vagarosamente, às disposições anatômicas. 
• O funcionamento fisiológico dos intestinos costuma ser restaurado do 3º ou 4º dia. 
PELE 
• As estriações do abdome e das mamas, quando presentes, perdem a cor vermelho-arroxeadas e ficam pálidas, transformando-
se, em algumas semanas, nas estrias brancas. 
• O cloasma/melasma e demais hiperpigmentações da pele, geralmente, regridem no período puerperal, ainda que não se tenha 
ciência do tempo exato. 
PESO 
• A média de perda ponderal decorrente do parto é de 6kg. No puerpério, ocorre perda adicional de 2 a 7kg, habitualmente mais 
pronunciada nos primeiros 10 dias de pós-parto, atribuída a maior diurese, secreção láctea e eliminação loquial. 
• A perda de peso ocorre devido: esvaziamento do útero, saída da placenta, eliminação do líquido amniótico, eliminação de 
líquidos acumulados durante a gravidez e secreção láctea. 
MAMAS 
• 
FUNÇÃO OVARIANA 
• Síndrome amenorreia-galactorreia: enquanto ela amamenta, não menstrua e nem ovula (não é um método contraceptivo 
100%). Se ela tiver amamentando a função ovariana pode voltar de 6 a 8 semanas. 
CUIDADOS PÓS-PARTO: 
• Dieta hiperproteica e baixa ingestão de gorduras. 
• Aumento da ingesta hídrica (para reparar perdas e para ajudar na produção de leite). 
• Asseio da vulva. 
• Manter a cicatriz de episiotomia ou da cesárea limpa. 
 
14 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
• Deambulação precoce assim que possível (6 horas em parto vaginal sem anestesia, por exemplo). 
• Orientar quanto a amamentação intercalada e exclusiva, pega, sutiãs específico. 
 O leite mais nutritivo é o último a ser liberado, então antes de intercalar as mamas, tem que esvaziar logo uma mama pra 
depois ir pra outra. 
• Abstinência sexual até em média 30/40 dias, tempo para o organismo da mulher se recuperar. Independentemente do tipo de 
parto, é comum a vagina ficar ressecada e poderá haver certo desconforto na relação sexual, mas o corpo deve voltar ao normal. 
• Orientações sobre planejamento familiar (anticoncepção se não quiser engravidar, recomendação de intervalo interpartal de 
pelo menos 2 anos se quiser engravidar novamente). 
• Acompanhar a involução do útero. 
• Tempo de alta: 
 Parto normal: em média até 48 horas. 
 Parto cesárea: em média até 72 horas, salvo as intercorrências. 
• Retorno pós-parto em média com 7 dias e o segundo em média 30 a 40 dias. Sempre tem que ter a avaliação da cicatriz etc. e 
reforçar o planejamento familiar. 
PUERPÉRIO PATOLÓGICOS: 
• Fatores de risco: multiparidade, uso de fórceps, gestação gemelar, polidrâmnio, macrossomia fetal, descolamento prematuro 
de placenta, parto cirúrgico... 
• Infecção puerperal: os agentes são da flora do trato genital e gastrointestinal, maior causa de febre (38º), o diagnóstico é clínico, 
tríade de Brumm: útero doloroso, amolecido e subinvoluído. Fatores de risco: toques sucessivos sem necessidade podem 
influenciar, se houve rotura prematura, imunossupressão, vulvovaginites, desnutrição, parto prematuro e TP prolongado, falta 
de antissepsia adequada antes do TP, presença de estreptococos agalactiae, infecções urinárias... 
• Hemorragia: sangramento excessivo superior a meio litro de sangue. A primeira causa é hipotonia ou atonia uterina, a segunda 
é laceração, a terceira é retenção placentária ou fragmentos de placenta, a quarta são distúrbios de coagulação. É mais comum 
nas primeiras 24 horas, mas pode acontecer depois também durante todo o puerpério (tardias). A aplicação da ocitocina é 
importante após a dequitação para evitar hemorragias. 
• Endometrite 
• Eventos trombóticos. 
• Mastite: em torno da terceira semana. Inicia-se com processo inflamatório que evolui para infecção. Surge como trauma mamilar 
mal conduzido ou ducto mamário obstruído e pode chegar à formação de abcesso mamário. O uso de bombas de tira-leite para 
o seio também podem levar à mastite. O quadro clínico é dor, cefaleia, febre, náuseas, vômitos etc. a mama fica vermelha, com 
calor e edema. É importante evitar, assim que referir dor na pega. 
• Ingurgitamento mamário: é a causa mais comum de pega incorreta. Ocorre a congestão vascular e/ou linfática. O não 
esvaziamento completo da mama, a sucção inadequada e a pega inadequada podem gerar fissuras. Pode prevenir por meio de 
mamadas precoces, já na sala de parto, pela não utilização de complementos e pelas mamadas em livre demanda.] 
 Estase > ingurgitamento > formação das fissuras > mastite > abcesso.

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