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Atps direito civil etapa 2

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Etapa 2 Direito Civil Vícios redibitórios. Individual – Roseane Antunes Barros.
Vícios redibitórios são defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo, que se torna impróprio ao uso que se destina ou diminuem valor. 
Em virtude disso o adquirente pode reclamar o abatimento do preço como lhe é facultado no art. 442° do Código Civil.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Analisando pelo ponto de vista de Serpa Lopes retrata se que os vícios e defeitos ocultos devem ser tais a ponto de tornar a coisa inapta ao uso a que é destinada, ou importar em diminuir-lhe notavelmente o seu valor. Não ocorre tal circunstância se a coisa for unicamente menos excelente, menos bela, menos agradável ou se trata de ausência de alguma qualidade. Nesse caso, trata-se de erro, e não de vício oculto. 
Vício oculto é quando a pessoa adquire um produto com defeito sem conhecimento, é uma figura do direito civil, aplicada aos contratos e, portanto, afeta também ao direito comercial e do consumidor, que especifica a possibilidade de existência de um vício aqui entendido por defeito de forma oculta no bem ou coisa objeto de uma venda, e do qual o comprador não poderia tomar conhecimento quando efetuou o negócio e que torne seu uso ou destinação imprestável ou imprópria, ou ainda diminuindo-lhe o valor.
Nesse caso o adquirente deverá comprovar que o defeito já existia antes da tradição.
1. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, pode o adquirente reclamar abatimento no preço?
O art. 441 do Código Civil dispõe que a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada. Nesse caso será ressarcido o preço pago pelo concerto.
APELAÇÃO CÍVEL - RESSARCIMENTO - COMPRA E VENDA - VEICULO - RESPONSABILIDADE CIVIL - VÍCIO REDIBITÓRIO EM AUTOMÓVEL USADO - RESSARCIMENTO VALORES CONSERTO - POSSIBILIDADE - DANO MORAL - CONFIGURAÇÃO - O vício existente no motor do veículo não é daqueles facilmente visíveis, eis que se trata de defeito que somente profissional com capacidade técnica em mecânica poderia constatar, e que foge à atenção do homem médio. - Não obstante o veículo não ser novo, era preciso que se garantisse um mínimo de funcionamento, pelo que não há como se excluir a responsabilidade do vendedor pelos vícios ocultos que se constataram após a aquisição, ainda mais quando se deixa de informar falhar e/ou defeitos existentes. - Verificado tratar-se de vicio oculto e de responsabilidade da vendedora, e tendo o comprador promovido o conserto, a restituição do valor é medida que se impõe - Restando configurado o vicio e o dever de reparar o fato da negativação com a necessidade de paralisação do veiculo adquirido para trabalho é gerador de dano moral. (TJ-MG - AC: 10702110261519001 MG , Relator: Alexandre Santiago, Data de Julgamento: 26/03/2014, Câmaras Cíveis / 11ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 31/03/2014).
2. “A” vendeu um bem móvel para “B”. Verificado vício oculto, existente desde o tempo da tradição, a coisa pereceu em poder do alienatário. A responsabilidade do alienante subsiste?
Nesse caso o comprador deveria ter feito uma avaliação profunda no veiculo por se tratar de um bem móvel com mais de 20 anos de uso, assim inexiste a culpa do vendedor.
VÍCIO REDIBITÓRIO. VEÍCULO COM MAIS DE VINTE ANOS DE USO. PROBLEMAS DE FREIO. RESPONSABILIDADE INEXISTENTE DO VENDEDOR. Quem adquire veículo com mais de vinte anos de uso, deve ter a cautela de bem examinar o veículo, inclusive por mecânico de sua confiança, pois é natural que o veículo apresente desgaste em seus diversos componentes. Salvo situações excepcionais, não responde o vendedor, em tal caso, por supostos vícios ocultos. RECURSO PROVIDO PARA JULGAR IMPROCEDENTE A DEMANDA. (Recurso Cível Nº 71000616144, Terceira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Eugênio Facchini Neto, Julgado em 15/03/2005. (TJ-RS - Recurso Cível: 71000616144 RS, Relator: Eugênio Facchini Neto, Data de Julgamento: 15/03/2005, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 22/03/2005).
Concluísse que os contratos são limitados, redigidos de acordo com o interesse social, coletivo, devendo este prevalecer em detrimento do individual, mas de forma alguma, esquecendo o valor fundamental da pessoa humana. Ficou claro que podemos contratar com toda liberdade, como também podemos não contratar com toda liberdade, como ocorre nas hipóteses de contrato obrigatório, porém, ao contratarmos, estamos diante da situação em que o local onde está sendo celebrado o contrato, influencia diretamente sobre referido contrato, limitando a autonomia da vontade dos contratantes, quando essa autonomia está em confronto com o interesse social. 
Assim podemos pensar que a função social do contrato limita a autonomia da vontade, contornando o contrato de forma que o interesse pessoal não se sobreponha ao interesse coletivo. Com a evolução das relações sociais e a interferência direta nos contratos, chegamos ao Código de Defesa do Consumidor que estabelece princípios gerais de proteção ao consumidor, tais como: boa fé (artigo 51, IV, CDC), da obrigatoriedade da proposta (artigo 51, VIII, CDC), da intangibilidade das convenções (artigo 51, X, XII e XIII do CDC), lesão nos contratos (artigo 51, IV e § 1º do CDC) e da onerosidade excessiva (artigo 51, § 1º, III do CDC), o que está garantindo o equilíbrio nas relações de consumo, lembrando que o consumidor é a parte mais vulnerável na relação contratual, de sorte que aquele que durante a execução do contrato se sente lesado, tem estabelecido tanto no Código Civil bem como no Código de Defesa do Consumidor, oportunidades de rever cláusulas contratuais que originaram a lesão para que assim, possamos caminhar em sociedade, onde todos terão satisfeitos os seus interesses.
Gonçalves, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, volume 3 : contratos e atos unilaterais / Carlos Roberto Gonçalves. –São Paulo: Saraiva, 2012.
http://jus.com.br/artigos/31030/o-vicio-redibitorio-em-materia-de-contratos-no-direito-civil#ixzz3V9w9tvBO acessado em 22/03/2015
http://esaj.tjsp.jus.br acessado em 22/03/2015

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